LEI CONDENADORA x GRAÇA LIBERTADORA
Introdução: Muitas pessoas sofrem porque acreditam que Deus é como papai Noel que só dá presente para quem for bonzinho. Muitos cristãos acreditam que a salvação é dada somente para aqueles que praticam boas obras e que obedecem todas as leis de Deus. O céu pertence àqueles que são bons.
Não quero assustar a ninguém, mas isto é mentira. Satanás quer que pensemos desta forma para que nunca sejamos felizes, e o pior, para que não tenhamos um relacionamento correto com Deus.
Gostaria hoje de destacar alguns pontos que considero relevantes sobre este tema LEI versus GRAÇA.
1 – Fé
O apostolo Paulo em sua carta a igreja de Gálatas no capítulo 2.15 diz: Nós, judeus por natureza e não pecadores dentre os gentios, sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, e, sim, mediante a fé em Cristo e não por obras da lei, pois por obras da lei ninguém será justificado.
O mesmo apóstolo diz aos irmãos Romanos 5.1 – Justificados, pois, mediante a fé, temos paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo.
Paulo afirma claramente que a lei não traz salvação para ninguém. Muitos crentes acreditam que são amados por Deus porque cumprem uma série de regras que lhe foram ensinadas na igreja. Por exemplo: não cortam cabelo, não bebem vinho, não jogam futebol, não vão ao cinema, não fazem isso ou aquilo. Estas pessoas acreditam que são aceitas por Deus porque guardam os seus mandamentos.
Os judeus, principalmente os fariseus, saduceus e escribas, se preocupavam em guardar a lei de Deus. Estes homens tinham tanto medo de pecar que procuravam estudar com muito afinco as leis de Deus. Eles a interpretavam e acabavam por torná-las pesadas demais para o povo seguir. Paulo era um fariseu e compreendia muito bem o zelo que estes homens tinham com relação a lei de Deus. Entretanto eles não conseguiam perceber que a lei de Deus se resumia em amar a Deus de todo o coração e amar ao seu próximo.
Jesus procurou abrir os olhos dos judeus para esta verdade, conforme nos mostra o evangelho de Marcos 12.30 e 31, e diante do fato de ver os religiosos da época colocando um fardo pesado sobre o povo é que ele convida o povo a segui-lo pois o seu jugo é suave e leve o seu fardo (Mt 11.28-30).
Na verdade a salvação está e sempre esteve relacionada com a fé em Deus. Serão salvos somente aqueles que confiam em Deus. Fé é confiar plenamente, é descansar em Deus e no sacrifício que Jesus Cristo fez. De fato sem fé é impossível agradar a Deus.
Deus te ama e espera que você O ame a ponto de confiar plenamente Nele. Você é salvo por confiar a Deus sua vida e crer que Jesus Cristo o justificou com seu sangue na cruz para todo o sempre.
2 – Amor
A lei foi dada por Deus para ser “aio” segundo Paulo, isto é, para conduzir a humanidade a Deus. A lei apontava para um Deus santo, reto, puro, amoroso, justo, etc. Contudo o homem por ser pecador sempre viu a lei como um conjunto de regras a ser seguido e não conseguia ver o que estava escrito por traz das palavras. Deus estava ensinando que a vida valia mais que tudo, que o pecador deveria ser amado, e que somente o pecado deveria ser rejeitado.
Como podemos ver o amor em meios as leis tão severas. Por exemplo a lei do adultério, descrita em Deuteronômio 22.22-24. Esta é uma lei severa, o homem e a mulher deveriam ser mortos, para que se eliminasse o mal de Israel. Deus sempre desejou preservar a vida. A eliminação do homem e da mulher era para que as demais pessoas não viessem a praticar tal pecado. O desejo de Deus era que o pecado não fosse aceito como algo normal pelo povo. Deus não tinha prazer na morte do seu povo.
O que podemos aprender com os fariseus e todos que vêem a lei apenas como um conjunto de regras que devem ser obedecidos a qualquer custo é que se tornam pessoas sem amor.
No evangelho de João 8.1-11 vemos isso claramente. Os fariseus esperavam que se Jesus fosse realmente o Messias cumprisse a lei de Deus, dada por Moisés. Jesus deveria condenar a mulher pega em flagrante adultério a morte. Entretanto Jesus ensina sobre a graça, que é o favor imerecido de Deus a todo pecador. Jesus ensina a todos que o amor de Deus por nós não se acaba porque pecamos.
Quando uma criança começa a aprender a andar ela cai diversas vezes, mas nenhum pai ou mãe deixa de amar seu filho porque ele não consegue andar corretamente logo na primeira vez. Pelo contrário os pais ficam torcendo pelo filho para que ele aprenda a andar bem. Deus também torce por nós para que possamos andar como Ele, e não nos deixa de amar quando caímos, continuamos a ser seus filhos. Certamente Deus está torcendo para que andemos bem como Ele. Andaremos bem, quando compreendermos que o amor é a força que nos leva a andarmos bem, por isso, Jesus disse que seríamos conhecidos como seus discípulos quando nos amassemos e não quando deixássemos de jogar futebol, não cortássemos o cabelo, etc. O amor é a marca de que somos discípulos de Jesus.
Precisamos aceitar as pessoas que vem na igreja sem acusa-las, sem rejeita-las, sem querer impor a elas regras de vida. O amor que demonstrarmos por elas levarão as mesmas a uma mudança de vida.
Conclusão: Eu luto para abandonar o pecado todos os dias. Abandonei vários costumes que tinha e ainda luto contra outros, porque amo a Jesus e quero viver inteiramente para Ele, quero expressar sua glória e seu amor, contudo sei que às vezes ainda erro, mas sei que Ele me ama e que continua confiando em mim.
Sei que não é um conjunto de regras que irá me levar para o céu, mas que sou salvo pelo sacrifício de Jesus Cristo. Creio em Jesus e procuro viver segundo os seus mandamentos. Não com a intenção de alcançar a salvação ou um favor qualquer que seja, mas simplesmente porque o amo e quero seguir os seus passos.
Se você está cansado de seguir regras e leis imposta pela igreja ou por outras pessoas; leis estas que lhe causam mais dor e sentimento de culpa. Quero estender a você o convite de Jesus – “Vinde a mim todos que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”.
Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
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