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terça-feira, 14 de setembro de 2010

FAMÍLIA 12 - QUE MODELO DE FAMÍLIA É ESSA!

QUE MODELO DE FAMÍLIA É ESSA!
Gênesis 27

INTRODUÇÃO
Hoje iremos refletir sobre uma família que cometeu diversos erros, entretanto espero que através dos erros dessa família possamos aprender para não cometermos os mesmos erros.
A Bíblia não é um livro parcial. Ela mostra os acertos e os erros do povo de Deus. A Bíblia não se preocupa em fazer de seus heróis da fé super-homens, isto é, transformá-los em homens perfeitos.
A família de Isaque e Rebeca, cujos filhos eram Esaú e Jacó, é uma destas famílias que não servem de modelos para nós.
O episódio que vamos relatar serve de alerta para todos nós. Devemos cuidar:

1 – QUANDO O AMOR POR NOSSOS FILHOS SE SOBRE-PÕEM À VONTADE DE DEUS (Gn 27:1-4)
 Aparentemente não havia nada de errado neste propósito. Esaú era o filho mais velho e por herança tinha o direito de ser o primeiro a receber a bênção.
 Isaque, porém, estava se esquecendo que:
o Deus havia profetizado que o filho mais velho serviria o filho mais novo: “Duas nações há no teu ventre, dois povos, nascidos de ti, se dividirão: um povo será mais forte que o outro, e o mais velho servirá o mais moço.” (Gn 25:23).
o Que Esaú havia desprezado o seu direito de primogenitura. Ela havia sido vendida a Jacó (Gn 25:34).
 “Isaque amava a Esaú, porque saboreava da sua caça; Rebeca, porém, amava a Jacó” (Gn 25:28).
 Esaú buscava a bênção material e não se preocupava com a bênção espiritual. O amor de Isaque ao seu filho Esaú era tanto que veio a cegar o entendimento da fé ou mesmo levá-lo a deixar de lado a Palavra de Deus.

2 – QUANDO NA VONTADE DE FAZER O QUE É CERTO APLICAMOS O DITADO: OS FINS JUSTIFICAM O MEIO (Gn 27:5-17)
 Rebeca tinha uma consciência histórica de que a bênção deveria ser de Jacó e não de Esaú, conforme Deus havia falado ou profetizado.
 Contudo os meios não justificam o fim. O desejo de Rebeca em ver a profecia de Deus cumprida não justifica sua atitude em mandar que seu filho amado mentisse e enganasse ao pai e dessa forma exclusa obtesse a promessa de Deus.
o Rebeca era parcial (como Isaque) no seu amor por Jacó.
o Sua atitude demonstrou que ela não confiou em Deus, não confiou que Ele era capaz de fazer cumprir o que prometera. Por isso ela tentou dar um jeitinho, uma ajudazinha. Quantas vezes não procuramos dar um jeitinho para que as promessas de Deus se cumpram em nossas vidas? Precisamos descansar Nele e confiar que Ele é plenamente capaz de conduzir a nossa história. Precisamos descansar nas promessas de Deus e confiar que Ele é fiel para cumpri-las.
o Rebeca usa da fraude e induz seu filho ao erro.
 O que poderia ter feito Rebeca?
o Lembrado Isaque das promessas de Deus. Levá-lo a tomar a atitude certa.
o Podemos perceber que Rebeca e Isaque não tinham um relacionamento muito ajustado. Faltava dialogo entre eles para tomarem decisões referentes aos filhos. Cada um amava a um filho e cada um procurava defender o filho amado e não o projeto de Deus para a família. Como é seu diálogo com seu cônjuge? Vocês conversam a respeito dos filhos sem parcialidade?
o Rebeca poderia ter lembrado Isaque de que o próprio Esaú venderá sua primogenitura a Jacó.
o Poderia ter mostrado a Isaque que Esaú não era digno de receber esta benção, uma vez que já havia desprezado-a e também porque já havia tomado mulheres estrangeiras como esposa (Gn 26:34-35).

3 – QUANDO OBEDECEMOS AS AUTORIDADES HUMANAS DESOBEDECENDO A DEUS (Gn 27:18-29)
 A mentira é rapidamente obedecida por Jacó e o temor a Deus é rapidamente deixado de lado.
 Um abismo chama a outro abismo. Jacó começa a se atolar na mentira.
o Quando perguntado como achou a caça tão depressa, ele responde: “Porque o Senhor, teu Deus, a mandou ao meu encontro.”
o Quando confrontado: “És meu filho Esaú mesmo? Ele respondeu: Eu sou.”
 A atitude de Jacó em ouvir sua mãe também demonstra que ele não estava crendo que Deus era capaz de cumprir com as suas promessas, e por isso aceita a proposta de obter a bênção através do engano e da fraude.
 Jacó obedeceu a sua mãe, mas desobedeceu a Deus.
 Não podemos praticar algo que seja legal, mas imoral. Não podemos obedecer a leis humanas quando estas desrespeitam as leis divinas.
 Ser submisso às autoridades humanas não significa deixarmos de ser responsáveis pela verdade diante de Deus, não significa deixarmos de lado a pratica da justiça em nome de uma submissão desumana.
 At 4:17-19 – Neste contexto Pedro e João são ordenados pelas autoridades judaicas a não mais falarem sobre Jesus. A resposta de Pedro e João é clara: “Julgai se é justo diante de Deus ouvir-vos antes a vós outros do que a Deus”.

4 – AS TRAGÉDIAS QUE SOBREVIERAM A ESTA FAMÍLIA – A LEI DA SEMEADURA
 Isaque e Rebeca tiveram que mandar o filho mais moço embora, para que Esaú não o matasse (Gn 27:42-44).
 Esaú passou a odiar seu irmão (Gn 27:41).
 Jacó foi enganado por Labão, assim como ele enganou a seu irmão e a seu pai (Gn 29:15-30).
 Rebeca morreu sem ver a transformação que Deus fizera na vida de Jacó seu filho amado.

5 – AS LIÇÕES QUE DEVEMOS APRENDER ATRAVÉS DESTA FAMÍLIA
 5.1 – Um casal não pode viver sem comunicação – Às vezes nós temos dificuldade em compartilhar certos assuntos com nosso cônjuge, mas é necessário aprendermos a dialogar sobre todas as coisas que se referem à família. O casal deve ter respeito um pelo outro e resolver os seus problemas através do diálogo e não através de meios fraudulentos
 5.2 – O casal não deve envolver os filhos para resolver os seus problemas de desavenças. Muitos casais cometem este erro, transmitindo sua raiva a respeito de seu cônjuge aos filhos. Este tipo de atitude pode gerar no coração do filho raiva pelo pai ou pela mãe.
 5.3 – Os pais não podem amar mais a um filho do que outro – Os pais devem devotar aos filhos o mesmo amor e carinho. A parcialidade é prejudicial e produz distúrbios de todas as ordens e por muitos anos. Quando agimos assim abrimos portas para que eles tenham inveja um do outro e esta inveja pode se tornar em ódio. Na verdade podemos sentir mais prazer em um filho, por este nos tratar com mais honra que os demais, mas não podemos amá-lo mais, pois desta forma corremos o risco de agirmos de forma partidária e não sendo justo em nossos julgamentos.
 5.4 – Os pais não podem amar mais aos filhos do que a Deus – Nossos filhos não podem se tornar obstáculos para o nosso relacionamento com Deus. Não podemos priorizar nossos filhos em relação a Deus. À vontade de Deus tem que estar acima de tudo em nossas vidas. (1 Sm 2:12,17,22,29-30 – Eli e seus filhos).
 5.5 – Devemos ensinar aos nossos filhos sobre Deus e Sua vontade para nós (Dt 6:6-7) – Nossa família deve estar debaixo da vontade de Deus e todos os membros da família devem estar conscientes disso. Devemos crer que o que Deus promete ele cumpre. Não precisamos dar uma mãozinha para Deus, devemos apenas crer que Ele é fiel para cumpri Sua Palavra. O erro de Isaque e Rebeca foi não ter ensinado aos filhos à vontade de Deus com relação à família. Se Esaú tivesse sido ensinado a amar a Jacó e a Deus em primeiro lugar, com certeza não se oporia ao projeto de Deus. O mesmo serve a Jacó, pois se este tivesse sido ensina a temer a Deus, não ousaria mentir a seu pai e nem a seu irmão. Ambos deveriam ter sido ensinados a temerem a Deus e crer em Suas promessas.
 5.6 – Aquilo que nós semeamos na nossa família, nós iremos ceifar. Se semearmos mentira, colheremos a mentira, e através dela poderá vir ainda ódio, inveja, etc. Se semearmos em nosso lar amor parcial colheremos desunião da família.

Conclusão
Quero encerrar oferecendo a vocês um teste para saberem o que vocês pensam de suas famílias:
Primeira pergunta aos Pais: Vocês gostariam que as famílias dos seus filhos fossem iguais a sua?
Segunda aos filhos: Vocês gostariam que as suas famílias fossem iguais a família dos seus pais?
Nunca se esqueça que Deus, apesar dos nossos erros e fracassos, nos dá oportunidades de colocar as nossas famílias para o seu serviço e para a sua glória. Da família de Isaque e Jacó, vem a nascer o Salvador da humanidade.


Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

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