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sábado, 30 de outubro de 2010

AMOR 2 - AMOR

AMOR

INTRODUÇÃO: A maioria das pessoas nunca são capazes de alcançar a plenitude da vida – a glória maior de Deus no homem. Elas permanecem para sempre algemadas por dúvidas, medos e culpas, entregando-se a vícios e a opções que entorpecem a dor. O mundo da propaganda brinca com o espírito torturado do homem, prometendo-lhe prazer, férias de céu azul, colchões melhores, etc... Ele compra estas coisas, esperando alcançar o prazer imediato e pagar depois, até que sua vida fique completamente atravancada de tantos novos produtos de promoções. Mas o sofrimento continua.
Mudanças profundas da alma nunca ocorrem de forma rápida ou fácil. Uma modificação em hábitos e comportamentos, uma revisão nas atitudes básicas e no estilo de vida, desatar velhos preconceitos e correr risco de abertura do seu ser – exige de nós uma curva larga e aberta que nos leve ao crescimento; só pode ser feita com cuidado, devagar.
Mas, o que promove este crescimento no ser humano? Mais importante do que qualquer técnica psicológica, técnica terapêutica ou qualquer doutrina – aquilo que cura e promove o crescimento do ser humano e mudanças – é a relação de amor.

1 – O que mudou a vida dos apóstolos?
R.: (Jo 13:1 – Jo 17:26).
Eu acredito que uma das coisas que mudou profundamente a vida dos apóstolos foi o encontro com o Cristo ressuscitado e o batismo com Espírito Santo, mas esta mudança só foi possível, porque antes havia algo que fora experimentado por eles que solidificou sua confiança em Jesus. Os apóstolos experimentaram o amor de Jesus, o amor do Pai que Jesus passou para eles. O Espírito Santo pode trabalhar na vida dos apóstolos porque Jesus deixou para eles o significado e a experiência do que é o verdadeiro amor.
Quando estes homens passavam por lutas, tribulações, perseguições, eles se recordavam de quantas vezes Jesus passou por estas coisas com e por eles, se recordavam das palavras de conforto do mestre. Eles experimentaram Jesus, conheceram seu amor e descobriram que este amor era verdadeiro, agora eles estavam prontos a deixarem seus velhos preconceitos e correr o risco de uma abertura. Só quem conhece o amor é capaz de crescer, é capaz de sofrer, é capaz de se alegrar. Só quem conhece o amor vive plenamente.
Se desejamos mudar a vida de alguém precisamos amar como Jesus nos amou (Jo 13:34). Quando amarmos como Jesus daremos ao Espírito Santo de Deus as condições necessárias para que o mundo saiba quem realmente é Jesus; somente dessa maneira seremos reconhecidos como seus discípulos (Jo 13:35).

2 – O verdadeiro amor só existe quando nos amamos de verdade
Jesus nos deixou dois mandamentos onde ambos estão amarrados na práxis do amor (Mc 12:28-31). Podemos dizer que é impossível amarmos a Deus se não amarmos aquele que está próximo. Um mandamento está preso ao outro. Entretanto focalizaremos nossa reflexão no segundo mandamento.

Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Vejamos o que Jesus está nos ensinando:
a) Só quem consegue amar a si mesmo pode amar o próximo. Nossa cultura “evangeliqueis” nos condiciona de tal forma que nos tornamos emocionalmente alérgicos ao vocabulário do amor ao eu. Uma coisa é você amar a si mesmo e outra é você viver para si mesmo. Somente quando nos amamos de verdade, conseguimos nos libertar para amar o nosso próximo. Como você poderá ajudar outros a se amarem se você não se ama? Como você poderá ter paz com os outros se não está em paz consigo?
b) Só quando consigo desejar para o meu próximo aquilo que desejo para mim o amor existe. Quando a satisfação, segurança e desenvolvimento de outra pessoa tornam-se tão significativos para você como a sua própria satisfação, segurança e desenvolvimento, o amor existe. O amor implica numa atitude básica de interesse pela satisfação, segurança e desenvolvimento do ser amado. Na prática, o amor implica que estou pronto e disposto a esquecer minha própria conveniência, a investir meu tempo e até mesmo a arriscar minha segurança para promover a sua satisfação.

3 – Como podemos definir o amor?
3.1 – O amor não é um sentimento
A maioria das pessoas identifica o amor com um sentimento ou emoção. Todo mundo sabe que os sentimentos são como ioiôs, sobem e descem, são instáveis. As pessoas que identificam o amor com os sentimentos tornam-se amantes instáveis.
É óbvio que os sentimentos estão relacionados ao amor. Em geral, a primeira atração é experimentada através de sentimentos muitos fortes. Não posso – a menos que eu seja um herói ou masoquista – colocar sua satisfação, segurança e desenvolvimento no mesmo nível dos meus próprios, se não tiver sentimentos de amor por você. Entretanto o amor é mais do que sentimentos – é uma ação desejada de doar-nos a um outro. Não é necessário esperar sentir para amar.
Jesus nos ensinou o que é amar. O apóstolo João nos lembra dessa verdade várias vezes e para mim a passagem mais forte deste ensinamento se encontra em sua primeira epístola (1 Jo 3:16). Jesus se deu por nós e somos chamados a imitar o seu amor.

3.2 – O amor é incondicional
O amor condicional sempre degenera num amor do tipo “balança de dois pratos”. Neste tipo de relação, ambas as partes devem colocar uma doação no prato apropriado de modo que um perfeito equilíbrio seja alcançado. Mas, mais cedo ou mais tarde, alguma tensão, sofrimento ou atrito poderá desviar a atenção de um dos parceiros, que não fará seu pagamento mensal a tempo. Assim, o outro parceiro sentido-se lesado retira parte de sua contribuição para ter certeza de que não está dando mais do que o outro – dessa forma será até que nada restem além dos pratos vazios.
O único tipo de amor que nos ajuda a crescer é o amor incondicional. Não devemos ser amados como forma de pagamento pelo que fazemos, mas pelo que somos.
Jesus nos amou primeiro (1 Jo 4:19), isto é, não nos amou pelo que fizemos, mas pelo que somos. Deus entregou Seu Filho por nós, pelo mundo, não pelo que o mundo faz por Ele, mas porque simplesmente ama o mundo, ama você, ama a mim. Ele nos ama e não tente entender isto, apenas aceite este amor e desfrute dele.

3.3 – O amor é para sempre
Quando dissemos que o amor é incondicional, na verdade já deveríamos entender que é para sempre, uma vez, que nada deva por fim a este amor. Mas como somos humanos e falhos, creio que se faz necessário dar uma ênfase que o amor não pode ser duradouro apenas por um período.
O compromisso do amor, em qualquer nível de relação interpessoal, tem que ser para sempre, tem que ser permanente. Se eu disser que sou seu amigo, serei sempre, não enquanto ou até que algo aconteça. Estarei sempre a seu lado.
Mesmo após Pedro tê-lo negado por três vezes, Jesus o chamou para cuidar de Suas ovelhas (Jo 21:15-17). Jesus provou que amava Pedro, independente de circunstâncias e seu amor por Pedro é para sempre. Não importa seus erros, Jesus continua te amando. Seu amor por você é para sempre. Isto não significa que estamos isento de Seu julgamento, mas que Seu amor estará sempre a nossa disposição.

CONCLUSÃO: Quero concluir com as palavras de nosso Senhor Jesus: Amai-vos uns aos outros; assim como eu vos amei (Jo 13:34).


Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

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