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quarta-feira, 27 de outubro de 2010

SERVO 5 - AS CARACTERÍSTICAS QUE UM BOM SERVO DEVE POSSUIR - 3

AS CARACTERÍSTICAS QUE UM BOM SERVO DEVE POSSUIR – 3

INTRODUÇÃO: Estamos dando continuidade a nossa série de sermões sobre as características que um bom servo deve possuir. Já mencionamos que um bom servo deve ser diligente e estável. Hoje veremos mais uma característica.

1 – Amar nossos semelhantes (Jo 13:34)
O amor aos irmãos é um elemento essencial na vida de todo obreiro cristão. Contudo quando nosso Senhor Jesus nos ordena amar nosso próximo como a nós mesmos, Ele não tinha em mente apenas os irmãos da Igreja ou nossos amigos de trabalho, mas a toda humanidade que nos rodeia. Verdade esta que ele demonstra na parábola do Bom Samaritano.
Para que você compreenda essa realidade gostaria de lhe dizer que Deus ama todo ser humano e quando entregou Seu Filho como sacrifício, Ele, o fez para que todo ser humano pudesse ser reconciliado com Ele.
Jesus não morreu só por você ou só por um povo, mas por todos nós, por todos os povos (Jo 12:32). Deus sempre quis abençoar todas as famílias da terra (Gn 12:3). Como afirma Paulo ao jovem pastor Timóteo o desejo de Deus é que todos os homens sejam salvos (1 Tm 2:4).
Creio que está claro que Deus ama a todo ser humano sem acepção (Rm 2:11: Ef 6:9).
A Palavra de Deus nos diz que o amor de Deus é derramado em nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5:5); portanto deveríamos amar a todas as pessoas como Deus as ama.
Entretanto é fato que tratamos nossos semelhantes com diferença. Escolhemos as pessoas que desejamos que venham fazer parte de nossa igreja. Olhamos com diferença, com preconceito, com julgamento para aqueles que parecem não fazerem parte de nossa camada social.
Os pobres têm dificuldade de amar os ricos porque os julgam culpados pelo seu estado de miséria. Os ricos têm dificuldade de amar os pobres porque os julgam pessoas derrotadas na vida.
Para se resolver esta dificuldade social estão criando hoje uma igreja para pobres e outra para os ricos; em vez de ensinar um a amar o outro é mais fácil compactuar com o sistema e criar para cada classe social sua própria igreja. Será que era isso que Jesus queria para sua Igreja?
Jesus nos deixou dois mandamentos: Primeiro: Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todo a tua força (Mc 12:30). Segundo: Amarás o teu próximo como a ti mesmo (Mc 12:31).
Jesus nos deixou o mandamento de amarmos o nosso próximo como a nós mesmos. Por que temos tanta dificuldade em amar nosso semelhante como a nós mesmos? Creio que a resposta a esta pergunta se encontra em nossa própria cultura, na raiz de nossa educação.
Em nossos dias temos muito amor por nós mesmos. Gastamos muito do que ganhamos com cosméticos (produtos de embelezamentos), com produtos que facilitem nossas vidas (tecnologia doméstica), com produtos que nos proporcionem conforto pessoal (carros, aparelhos DVD, etc.). Tudo isso que buscamos visa tão somente o nosso próprio conforto, não pensamos muito nas necessidades básicas daqueles que nos rodeiam. Não temos muito tempo para isso, porque a cada instante o mercado lança um produto novo; e nos fazem acreditar que necessitamos daquele produto para nosso melhor conforto. Vivemos um egoísmo profundo provocado pelo mercado que necessita desse egoísmo para se manter vivo.
Somos estimulados a pensarmos constantemente em nós mesmos e em nossas necessidades. Aprendemos a viver de relações superficiais, olhando um para o outro apenas como mercadoria, como produto de consumo. Por isso muitos vivem rodeados de pessoas, mas em profunda solidão.
Em nossos dias muitas pessoas sofrem de baixo-estima, mas esta baixo-estima tem em sua maioria como causa o sistema que governa este mundo. O sistema passa para estas pessoas um padrão de beleza, que a leva a se sentir mal por estar fora do padrão. A pessoa passa a não se aceitar e começa a correr para ajuda de silicone, bisturis, lipoaspiração. Infelizmente tais recursos são disponíveis apenas para aqueles que possuem uma boa condição financeira.
Poderíamos descrever também nossa dificuldade de amar a partir de uma visão histórica, descrevermos os grandes conflitos religiosos entre os protestantes, católicos, mulçumanos, etc. O que poderia ser uma justificativa para nossa barreira com as pessoas de outras religiões. Poderíamos ainda citar o fator socioeconômico que há anos colocou os índios e negros como a ralé da sociedade. Ainda hoje pessoas fazem piadas dos negros, os julgam precipitadamente como se todos fossem bandidos, criamos uma barreira racial, promovido pelo sistema econômico.
Teríamos que escrever um livro para justificar tantas razões para não amarmos, mas eu quero afirmar hoje que não existem mais razões para não amarmos nossos semelhantes uma vez em Cristo Jesus. Se Jesus amou a todos nós não podemos continuar vivendo como temos vivido, não podemos mais continuar a fazer acepção de pessoas, não podemos olhar para o outro como se ele não merecesse o amor de Deus.
Chega de ódio, chega de egoísmo, chega de viver olhando para si mesmo, chega de correr atrás somente de seus interesses – será que não conseguimos aprender a maior de todas as lições da cruz – o amor.
A cruz é o símbolo do amor. Jesus se doou por toda humanidade na cruz. Sua vida foi um exemplo de dedicação a todas as pessoas, viveu de forma altruísta, não se deixou ser levado pelo sistema que governa o mundo em sua época. Seu desejo era fazer a vontade do Pai, isto é, levar a salvação a todas as pessoas. Jesus pregava aos pobres e ricos e ensinava aos religiosos e leigos, estendeu a salvação a todos os povos. Sua oração ao Pai é para que todos fossemos um com Ele assim como ele era um com o Pai.
Jesus dá início a uma nova classe social, a um novo povo, a uma nova comunidade onde já não existe mais diferenças entre as raças (Gl 3:28; Cl 3:11). Em Cristo podemos todos convivermos juntos, amarmos uns aos outros de verdade, esta é a vida do Espírito. Esta vida nos chama a vivermos libertos do sistema que governa este mundo, não devemos andar como o mundo nos induz, mas somos livres para dizer não ao sistema maligno, que nos aprisiona, nos faz egoístas, pessoas de baixo-estima e que somente nos vê como mercadorias. O Espírito de Deus nos vivifica para que possamos amar uns aos outros, para que possamos lutar pelo nosso semelhante, para que possamos deixar de viver para nós e como Jesus Cristo vivermos para servir. O Espírito de Deus nos capacita a vencermos o mundo e suas concupiscências, o Espírito nos vivifica para que a vida de Deus flua através de nós.

CONCLUSÃO: Seremos bons servos apenas quando permitirmos que o Espírito de Deus nos vivifique e nos conduza a vivermos não mais dominados pelo sistema que governa este mundo, mas vivermos como Cristo viveu. Em Cristo aprenderemos a amarmos a nós pelo que somos aos olhos de Deus e aceitarmos o nosso próximo como alvo do amor de Deus.Já passamos da hora de obedecermos ao mandamento do Senhor Jesus. Meu desejo é que a partir de hoje você possa amar o teu próximo como Jesus te amou.


Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

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