A LIDERANÇA VISTA A PARTIR DO MINISTÉRIO SACERDOTAL DE ELI E SAMUEL - 1
1 Sm 2
ISRAEL (Êx 19:6) – Israel reino de sacerdote. Deus não escolheu um homem primeiramente para ser sacerdote, escolheu um povo, dentro deste povo escolheu alguns homens em especial.
Todos somos chamados por Deus para evangelizar. Entretanto Jesus concedeu dom de evangelistas para alguns. Mas não deixamos de ter que evangelizar. Todos somos chamados para pastores. Entretanto Deus concedeu o dom de pastor para alguns. Contudo todos são chamados para consolar e admoestar uns aos outros, todos são chamados para chorar com os que choram e se alegrar com os que estão alegres. Isto não é pastorear.
O ministério pastoral hoje tem sido mais administrativo do que de serviço ao individuo. Hoje separamos alguém para ser pastor, mais com o fim de administrar a igreja do que pastorear o rebanho.
Todos somos chamados para sermos sacerdotes. Nossa teologia calvinista, protestante afirma isso: Sacerdócio universal.
Característica do sacerdócio: ser mediador - entre Deus e os homens - entre os homens e Deus. O que significa mediar? Qual a abrangência de mediar?
Esta era a missão de todo o povo de Israel, e seus lideres deveriam conduzi-los para cumprirem a missão.
Qual a missão da igreja? A igreja é composta de sacerdotes (1 Pe 2:5,9). Então por sua vez a Igreja tem a função de ser mediadora. Mediação significa que a Igreja deve unir o homem a Deus. Segundo o apóstolo Paulo este ministério nos foi dado por Cristo Jesus, o ministério da reconciliação. A Igreja tem de tampar o buraco que existe entre a humanidade e Cristo. A Igreja não existe somente para os cristãos e não podemos pensar que o maior alvo da Igreja seja o crente. Jesus disse que somos sal e luz da terra. O que significa isso? Será que ser sal e luz é apenas evangelizar? Sal e luz não vai muito além disso?
QUE RELAÇÃO TEM ELI COM OS LÍDERES DE HOJE?
1 – Aceitam o pecado em seu meio (vv. 22-25, 29)
Eli – sacerdote que permitia o pecado de seus filhos. Eli procurava orientar os seus filhos, entretanto não os proibia de continuar servindo ao Senhor em pecado (vv. 22-25). Segundo as palavras do Senhor, Eli ainda comia do fruto do pecado (v.29).
Eli e seus filhos eram sacerdotes, eram os lideres espirituais de sua época. Aqui encontramos uma liderança corrompida pelo poder fascinante do pecado. Eli representava a cabeça dessa liderança.
As lideranças de nossas igrejas hoje não me parecem muito diferente de Eli e seus filhos.
Nossas lideranças tem aceitado o pecado em nosso meio para poderem comer de suas iguarias, para poderem engordar de seus frutos.
Nos vendemos aos poderes públicos, aos políticos que pisam nas ofertas do Senhor, para podermos conseguir desde um ônibus que leve nossos jovens para um acampamento, como um terreno, uma oferta para construção de um novo templo ou reforma, etc.
A verdade é que nos vendemos as pessoas que vivem na pratica do pecado, que nos doam dinheiro que deveriam ser aplicados na construção de hospitais, remédios, escolas, de moradia para os pobres que lotam nosso país. A verdade é que recebemos dinheiro extorquido do povo e ainda damos graças a Deus por isso. Nos lambuzamos no pecado ao fecharmos nossos olhos para a verdade. Nos vendemos para continuarmos comendo desta iguaria, deste dinheiro. Nos silenciamos diante o pecado destes homens públicos, diante a corrupção que varre o nosso país, diante as injustiças sociais, diante do racismo porque queremos continuar a comer na mesa deles.
Eli sabia do pecado de seus filhos e falava para eles do pecado, sua voz não era ouvida porque ele desfrutava do fruto do pecado. Ele não rejeitou de sua mesa a oferta do pecado, pelo contrario ele se satisfazia nela.
A igreja está em silencio quanto ao pecado que tem cometido nossos políticos, nossos lideres governamentais, porque ela está comendo do dinheiro que eles oferecem a igreja. Na verdade a questão da igreja é pior, porque eles não nos oferecem, somos nós que pedimos para comer da mesa deles. Acredito que muitos pastores tem tentado falar, denunciar o pecado que está em nosso meio, contudo suas vozes são abafadas porque a igreja está comendo e vivendo do fruto do pecado.
2 – Honras a teus filhos mais do que a mim (v.29)
Os filhos de Eli são descritos como filhos de Belial, e não se importavam com o Senhor e desprezavam as ofertas dadas a Deus.
Assim são as pessoas que vivem da corrupção, do suborno, da ganância, da idolatria, são filhos de Belial, homens insensatos, que roubaram a glória de Deus visando somente o lucro terreno, a satisfação de seus prazeres.
Samuel honrava mais aos filhos do que a Deus, pois se sentia seguro, abençoado com a fartura de alimentos que seus filhos depositavam sobre sua mesa.
A igreja que se vende por causa dos favores de políticos é uma igreja que honra mais os filhos de Belial do que a Deus. Uma igreja que cresce abastecida pelos filhos de Belial é uma igreja que honra mais a Satanás do que a Deus. Se é que podemos dizer que ela honra em alguma coisa a Deus, pois ela não passa de sepulcro caiado.
A igreja de Laodicéia descrita no capitulo três de Apocalipse (Ap 3:14-21) era uma igreja que se achava abastecida, rica, que possuía telões, som de primeira qualidade, piso de mármore, uma igreja que não sentia falta de nada. Tinha um ministério de louvor alegre e contagiante, possuía um ministério de recepção, teatro, evangelização e tudo que uma igreja possa ter.
O triste dessa igreja era que Jesus estava do lado de fora, o sustento deles não vinham de Deus, mas de outras fontes. Por essas fontes não serem as de Deus, nosso Senhor Jesus pede para que eles comprassem ouro e vestes diretamente Dele. Aos olhos de Jesus eles não passavam de miseráveis, pobres, cegos e nus; justamente por viverem dependentes de fontes alheia.
Esta igreja tinha um pé apoiado no Reino de Deus e o outro no mundo. Possivelmente oravam em Nome de Jesus, cantavam para Jesus, mas não viviam na dependência de Jesus. Pensavam que eram auto-suficientes. Confiavam no poder político que possuíam, na força financeira que tinham dentro da cidade e se esqueceram que somente Deus sustenta sua casa e seu povo; e Ele faz isto através da oferta da viúva e não daqueles que dão um pouco do muito que tem. Jesus sustenta sua igreja através de poucos pães e não através de uma grande confeitaria e de uma grande peixaria.
Esta igreja honrava mais sua força política e financeira do que a Deus. Sua confiança estava nos homens e nos seus dotes e não em Deus. Sentiam-se seguro pela fartura que estava sobre a mesa. No entanto Jesus estava do lado de fora batendo na porta (Ap 3:20).
3 – Eli e sua casa serão cortados (vv.30-34)
Ap 3:16 // Jo 15:1-2 // Rm 11:17-21 Eli morre e leva a morte o ministério de seus filhos. Líder sem visão correta leva seus liderados a morte.
4 – Eli homem sujeito a história – levado pelas circunstancias – não traz novidade de vida
Eli deveria levar toda Israel e seus filhos para cumprirem a missão de serem sacerdotes, no entanto Eli não conseguiu mudar a história, pelo contrario deixou-se levar pela história, pela situação que vivia Israel. Devemos nos lembrar que nos dia de Eli não havia rei em Israel e cada um fazia o que achava que era certo.
Eli deveria como sacerdote ensinar ao povo os princípios de Deus, deveria zelar pelo culto a Deus, nem isso ele foi capaz de fazer.
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