NEEMIAS 1 - AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PARA A RECONSTRUÇÃO DO MURO

AS DIFICULDADES ENCONTRADAS PARA A RECONSTRUÇÃO DO MURO

Ne 2:1-10

Seu plano era dividir a reconstrução entre diversos grupos de trabalho, todos agindo simultaneamente e cada um responsável por sua própria parte do muro (cap. 3). O plano teve tanto sucesso que, apesar da oposição o muro foi completamente reconstruído em pouco mais de sete semanas (6:15). Depois disso, foram colocados nas entradas sólidas portas de dois batentes (7:1), guardas foram designados e regras estabelecidas para que se fechassem as portas ao cair da noite, sendo reabertas pela manhã (7:3). Assim o objetivo principal de Neemias realizou-se num prazo de seis meses, a partir da ordem recebida de Artaxerxes!

Veja aqui a "fusão de um senso prático com uma intensa espiritualidade".

A tarefa foi dividida e sistematicamente realizada!

           Neemias colocou cada um dos 42 grupos de trabalho para construir naquela parte do muro que ficava mais perto de onde seus integrantes moravam (3:10, 23, 29, 30).

Encontramos esta mistura de senso prático e espiritualidade em toda a história de Neemias. Em 4:9, por exemplo, lemos: "... nós oramos ao nosso Deus e, como proteção, pusemos guarda contra eles (os adversários), de dia e de noite".

Neemias jamais permitiu que a presunção substituísse a precaução.

As lições mais instrutivas desta história de Neemias ocorrem em relação ás obstruções e reveses que ele teve de superar naqueles meses de reconstrução. Houve três formas de oposição externas: 1) Desprezo e zombaria; 2) Força e 3) Astúcia.

1 – Desprezo e Zombaria (4:1-6)

            Primeira oposição encontrada por Neemias. Jamais houve sarcasmo mais escarnecedor do que o contido na pergunta de Sambalá: "Que fazem estes fracos judeus?" Esta é exatamente a primeira reação da sociedade mundana para com a minoria espiritual espalhada nas igrejas.

O que fazem essas pessoas fracas? O que umas poucas reuniões de oração podem fazer? Se comparada a uma reunião da ONU?

Como Neemias enfrentou o desprezo de Sambalá e Tobias? Temos a resposta em 4:4-6. Ele apenas continuou a orar e a construir. Essa é maneira de enfrentar o desprezo, sem revidar!

Nossa melhor resposta ao desprezo do mundo é continuar sempre orando a Deus, pedindo a benção do Espírito Santo e mantendo nossos esforços para ganhar almas para Cristo.

O Diabo através do sarcasmo desanima a muitos e consegue o seu alvo, faze-los parar de prosseguir no caminho da oração, faze-los parar de prosseguir na luta pela evangelização, na luta pela implantação do Reino de Deus, na luta pela obra de Cristo. Isso acontece em nossas vidas - Mt 5:11-12.

2 – Força (4:7-8)

           Quando as provocações e zombarias falharam, o inimigo tomou uma forma mais ameaçadora. O desprezo deu lugar a força. As provocações transformaram-se em ameaças e as zombarias em conspirações. Inimigos como Sambalá e Tobias não eram do tipo que se contentam em descarregar sua raiva em vão escárnio. Suas flechas de sacarmos mais agudas não atingiram a alma devota de Neemias, então o escárnio deu lugar a força.

O que Neemias e seus companheiros fizeram? Continuaram como antes – orando e trabalhando – todavia, tiveram de acrescentar vigilância à oração e ao trabalho (4:9, 17).

Isto quer dizer que a oração não era suficiente? Por que a proteção e as armas se confiavam no Senhor? Porque Neemias não era um fanático para cair no erro de pensar que a fé é arrogância, ou seja, que tendo fé não precisava vigiar (Mt 4:5-7; Mt 26:41).

As vezes seremos atacados fisicamente, muitos cristãos tem morrido por confessar a fé em Jesus Cristo. Dessa luta não devemos fugir, qualquer que seja o risco ou custo.

3 – Astúcia (6:1-19)

            Quando o desprezo e a força falharam Sambalá, Tobias e seus aliados recorreram à astúcia. Isto foi feito em quatro estágios.

1^o) Eles tentaram o fingimento (6:1-4). "Vem encontremo-nos nas aldeias, no vale de Ono". Este era um engodo para uma conferência supostamente amigável em terreno neutro, provavelmente com a sugestão de que deveria ser feita uma aliança entre Neemias e eles. Na verdade intentavam fazer mal a Neemias.

2^o) Tentaram usar da calúnia (6:5-9).

3^o) Usaram de traição contra ele (6:10-12).

Depois disso, e pior de tudo, eles conseguiram convencer alguns dos próprios companheiros de Neemias a traí-lo.

Neemias, porém, recusou-se a agir de modo covarde e pecaminoso, mesmo quando aconselhado por um profeta.

Parece terrível dizer, mas a verdade é que existem traidores como Semaías e Noadia (vv.10, 14) na maioria das atuais congregações Cristãs.

Homens e mulheres que professaram conversão a Cristo, que participam da comunhão e dos trabalhos dos Santos, mas não obstante parecem sentir um prazer cruel na queda de um líder cristão. Na presença dele, são amigáveis, dedicados e santos, mas por trás não passam de criadores de intrigas. Eles professam lealdade e interesse, mas se notam um deslize ou queda ficam felizes em passar adiante a notícia entre os irmãos para todos quanto puderem. Como esses irmãos desleais fazem sofrer os ministros, pastores, superintendentes e outros líderes cristãos.

-          Jesus foi traído por Judas (por dinheiro) para ser levado a morte.

-          José foi traído por seus irmãos (por ciúmes) e se tornou escravo.

Devemos cuidar para não nos tornarmos instrumentos contra nossos irmãos, contra nossos líderes. Devemos cuidar para não ficarmos na história como traidores.

"Não há vitória sem trabalho e sem luta. Não há oportunidade sem oposição. Não há "porta aberta" a nossa frente sem que haja muitos adversários para impedir nossa entrada. Toda vez que os santos dizem "levantemo-nos e construamos", o inimigo exclama a seus aliados: "Levantemo-nos e impeçamos". Não há triunfo sem dificuldades. Não há vitória sem vigilância. Há uma cruz no caminho de cada coroa digna de se usar".

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira