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quarta-feira, 3 de agosto de 2011

AS BEM-AVENTURANÇAS 1 - AS BEM-AVENTURANÇAS UM ESTILO DE VIDA

AS BEM-AVENTURANÇAS UM ESTILO DE VIDA
Mt 5:3-12

INTRODUÇÃO: O sermão do monte é provavelmente a parte mais conhecida dos ensinamentos de Jesus, embora talvez seja a menos compreendida e certamente a menos obedecida.
            As palavras de Jesus neste sermão expressam o que Ele desejava que os seus seguidores fossem e fizessem. Eu diria que estas palavras expressam o que Ele deseja que sejamos hoje. As palavras do Sermão do Monte expressa uma oposição ao sistema que governa o mundo.
            Jesus se levantou em oposição a cultura de sua época e apresentou uma nova cultura, um novo padrão de vida.
            Parece que ainda hoje as gerações mais novas que se levantam tentam de alguma forma mudar o mundo que herdaram.
            Durante a Segunda guerra mundial uma geração se levanta pregando paz e amor, seu lema era “faça amor, não faça guerra”. Após essa geração surge uma nova geração com um novo conceito de musica, era o Rock. Atras de cada geração vem surgindo um novo conceito sobre amor, sexo, musica, liberdade. E de geração a geração alguns conceitos são transformados, outros abandonados, novos conceitos vão surgindo.
            De certa forma as gerações desprezam a superficialidade, tanto do materialismo descrente como do conformismo religioso, pois sentem que há uma realidade impressionante muito maior do que essas trivialidades, e buscam essa dimensão “transcendental” ilusória através da meditação, de drogas ou do sexo.
            Esta atitude de lutar contra o mundo que herdou, demonstra que elas querem algo novo, onde a paz, o amor, a sinceridade existam. Onde o ser humano tenha valor.
            A juventude de hoje está à procura das coisas certas, mas elas tem procurado nos lugares errados. O primeiro lugar onde elas deveriam procurar é o lugar que elas normalmente ignoram, isto é, a Igreja.
            Podemos chamar as palavras de Jesus no Sermão do Monte de “contracultura cristã”. Esta “contracultura cristã” é a resposta que as gerações passadas procuravam, e é a resposta que as nossas gerações de hoje procuram.
           
TRANSIÇÃO: As bem-aventuranças enfatizam oito sinais principais da conduta e do caráter cristãos, especialmente em relação a Deus e aos homens, e as bençãos divinas que repousam sobre aqueles que externam estes sinais.
            Hoje quero tratar apenas dos quatros primeiros sinais.
            
Mt 5:3-6
AS BEM-AVENTURANÇAS UM ESTILO DE VIDA

1) CONTRACULTURA (estabelecida)
Jesus também não se conformou com o mundo que encontrou e trouxe a visão de um novo mundo.
As bem-aventuranças são um ideal de vida exatamente o oposto dos padrões do mundo, e, por isso podemos dizer que elas são contracultura estabelecida no mundo.
O apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos diz que “não devemos nos conformar com este mundo, mas transforma-lo pela renovação da nossa mente” (Rm 12:2). Devemos escrever nas nossas mentes as bem-aventuranças e fazer delas o nosso estilo de vida.

V. 3 – Devemos ser humildes de espírito – A idéia de ser “pobre” no inicio significava passar necessidade literalmente materiais. Mas, gradualmente, porque os necessitados não tinham outro refúgio a não ser Deus, a “pobreza” recebeu nuances espirituais e passou a ser identificada como uma humilde dependência de Deus.
            O “aflito” (homem pobre) no V.T. é aquele que está sofrendo e não tem capacidade de salvar-se por si mesmo e que, por isso, busca a salvação de Deus, reconhecendo que não tem direito à mesma.
            Os humildes de espíritos não são “pobres de espírito” (pessoas negativas, fracas, pessimistas) como alguns sugere, mas, são os que reconhecem de coração ser “pobres”. No sentido de não poderem realizar nenhum bem sem assistência divina e que não tem nenhum poder em si mesmos que os ajude a fazer o que Deus requer deles.
            E não devemos seguir os ensinamentos do mundo que nos diz que somos capazes de realizar qualquer coisa pelo poder da mente, que nos ensina que somos deuses em potencial, ensinamentos que deixam Deus de lado e coloca o homem como um ser capaz de viver sem seu criador.
            Certa vez li um livro escrito pelo maior vendedor de carro do EUA, ele dizia ...
            Devemos ser humildes de espírito, saber que dependemos totalmente de Deus. E que devemos nos esforçar para melhorarmos a cada dia mais, contudo nunca perdermos a humildade, pois se ainda continuamos vivo é pela graça de Deus. Devemos ter em mente que o reino dos céus pertencem aos humildes de espírito.

V. 4 – Podemos e devemos chorar – este choro não é somente quando se perde um ente querido, quando estamos padecendo de uma dor terrível. É claro que podemos chorar nestes momentos tão difíceis. Mas o choro a que Jesus se refere aqui é o choro daqueles que lamentam tanto os seus próprios pecados e falhas, é o choro do homem arrependido, é o choro daqueles que lamentam o mal tão preponderante no mundo, causando tanto sofrimento e miséria.
            E somente os que são humildes de espírito podem expressar essa tristeza por causa do pecado que assola o mundo.
            E não devemos ser duros como pedra, insensíveis as dificuldades causada pelo mal que domina o homem. Não devemos pensar que chorar é tão somente para as pessoas fracas e assim fechar nossos corações. Chorar não é coisa de mulher como ensina nosso país machista.
            A Bíblia diz que devemos chorar com os que choram, se alegrar com os que se alegram.
            Dos nossos olhos devem cair lagrimas de arrependimento, lagrimas de tristeza por ver o mundo dominado pelo mal, tomado pelas forças do pecado. Contudo Jesus deixou-nos a certeza que chegará o dia que Deus enxugará dos olhos toda lagrima.

V. 5 – Devemos ser mansos – isto é, devemos Ter um espírito gentil para com os outros. Respeitar a opinião do próximo em relação a nossa pessoa. Tratar as pessoas com cordialidade.
            E não devemos ter a idéia de que somente os valentões, os arrogantes são os que vencem na luta pela existência. Achamos que as pessoas “mansas” nada conseguem porque são ignoradas por todos ou tratadas com desprezo.
            Há um provérbio chinês que diz que quem ganha uma discussão é aquele que consegue falar mais baixo.
            Jesus esta nos dizendo aqui que quem herdará a terra não serão os valentões, nem os arrogantes, mas os mansos herdarão a terra.

V.6 – Devemos ter fome e sede de justiça – tal fome espiritual é uma característica do povo de Deus, cuja ambição suprema não é o material, mas espiritual.
            Nós cristãos não podemos ser como os pagãos que correm atrás de bens materiais, que buscam em primeiro lugar a satisfação pessoal.
            O nosso mundo esta governado pela injustiça, seja ela de ordem econômica, política, racial, judiciaria, etc.
            Devemos lutar para que a justiça se estabeleça em nosso mundo, em nosso país, em nossa casa. Deus é um Deus justo e que em toda história do homem lutou pela justiça. E não devemos nos calar diante as injustiças e muito menos ser praticantes dela.
            Temos que ter fome e sede de justiça, e os que tem tal fome e sede serão fartos.

CONCLUSÃO: John R. W. Stott – “Temos de ser “humildes de espírito”, reconhecendo nossa completa e total falência espiritual diante de Deus.
Temos de “chorar” por causa disto, por causa dos nossos pecados e...
Pelo poder que o pecado exerce no mundo...
            Temos de ser “mansos”, humildes e gentis para com os outros,...E temos de ter “fome e sede de justiça”, pois de que vale confessar e lamentar o nosso pecado, ou reconhecer a verdade a nosso respeito diante de Deus e dos homens, se pararmos aí?
            A confissão do pecado deve nos levar a fome de justiça. Desta forma vivemos contracultura e estabelecemos então a contracultura cristã. 
          

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

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