DÍZIMOS E OFERTAS
1 - O Que é o Dízimo?
Como a própria palavra sugere, o dízimo é a décima parte de alguma coisa. Ao falarmos em dízimo, não estamos nos referindo a um valor qualquer, mas sobre a "décima parte" de alguma coisa. Exemplificando: Ao dividirmos um bolo em dez fatias iguais, o dízimo desse bolo será uma fatia, se o dividirmos em vinte fatias, o dízimo será duas fatias, e assim sucessivamente. Para que não haja equívocos quanto ao cálculo, o procedimento é muito simples: basta dividirmos o total dos ganhos por dez, e o resultado dessa conta será o dízimo. Portanto, dízimo é exatamente a décima parte de nossos rendimentos.
2 – Por Que o Dízimo Pertence
ao Senhor?
A Bíblia afirma que o dízimo é santo. O termo santo significa "separado", neste
caso, separado para Deus. Sendo assim, o dízimo era a décima parte dos
rendimentos do povo de Israel separados "exclusivamente" para Deus.
Portanto pertencia ao Senhor e não a eles.
32 No tocante às dízimas do gado e do
rebanho, de tudo o que passar debaixo do bordão do pastor, o dízimo será santo
ao SENHOR. (Levítico 27.32)
O próprio Deus tratava os dízimos, e
também as ofertas, como pertencentes a Ele, de tal forma que afirmou que o povo
lhe roubava ao não entregar os dízimos e as ofertas a Ele.
8 Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me
roubais e dizeis: “Em que te roubamos?” Nos dízimos e nas ofertas. 9 Com maldição sois amaldiçoados, porque
a mim me roubais, vós, a nação toda. ( Malaquias 3.8-9)
3 – Qual Era a Finalidade do
Dízimo no Antigo Testamento?
O dízimo era uma exigência dada ao povo de Deus no
Antigo Testamento com o fim de sustentar a tribo de Levi que era responsável
pelo exercício sacerdotal, pela limpeza do templo e dos utensílios usados no
serviço sacerdotal, pela manutenção do templo e outras tarefas referentes à Casa
de Deus, como montar e desmontar a tenda do tabernáculo.
Os levitas por terem sido separados para o serviço na Casa de Deus não receberam herança territorial na divisão das terras de Canaã. Por não terem terras, não podiam plantar e colher. Eles viviam somente para o serviço de Deus.
24 Em vez disso, dou como herança aos levitas os dízimos que os israelitas apresentarem como contribuição ao Senhor. É por isso que eu disse que eles não teriam herança alguma entre os israelitas. (Números 18.24)
Não tendo os levitas terra, eles eram
mantidos com os dízimos e ofertas. Por isso todos os dízimos deviam ser
trazidos à Casa de Deus.
10a
Tragam o dízimo todo ao
depósito do templo, para que haja alimento em minha casa. (Malaquias 3.10a)
Os dízimos eram entregues em forma de
alimentos ou moedas, conforme podemos ler em Deuteronômio 14.24,25. Os sacerdotes distribuíam os alimentos e as
moedas que eram trazidos com os demais membros da descendência de Levi. Os
dízimos eram usados para manutenção do templo e também manutenção das casas dos
levitas e dos próprios levitas, como compra de roupas novas, alimentos, etc.
4 – Características
Referentes aos Dízimos no Antigo Testamento
- O Dízimo era entregue anualmente – Nos
tempos bíblicos o povo de Israel levava seus dízimos uma vez ao ano no
local em que Deus escolheu como habitação do seu nome (Jerusalém). Isso se
devia ao fato de muitos deles morarem longe da cidade escolhida por Deus.
Naquele tempo não existia “pix” e nem transportes motorizados. Os judeus
iam ao templo uma vez por ano.
22 Separem o dízimo de tudo o que a terra
produzir anualmente. (Deuteronômio 14.22)
- Uma
parte do dízimo era usada para a família festejar – Ao chegarem no local escolhido por Deus, a
família podia retirar uma parte do dízimo para celebrar as bênçãos de Deus
e se alegrar na presença de Deus.
23 Comam o dízimo do cereal, do vinho novo e
do azeite, e a primeira cria de todos os seus rebanhos na presença do Senhor, o
seu Deus, no local que ele escolher como habitação do seu Nome, para que
aprendam a temer sempre o Senhor, o seu Deus. [...] 26b
Então juntamente com suas famílias comam e alegrem-se ali, na presença
do Senhor, o seu Deus. (Deuteronômio 14.23, 26b)
- O
dízimo podia ser dado em dinheiro ou prata – Quando o dizimista morava longe de Jerusalém,
ele podia vender o dízimo do Senhor ou trocá-lo por prata ou dinheiro.
24 Mas, se o local for longe demais e vocês
tiverem sido abençoados pelo Senhor, pelo seu Deus, e não puderem carregar o
dízimo, pois o local escolhido pelo Senhor para ali pôr o seu Nome é longe
demais, 25 troquem o dízimo por prata, e levem a prata ao local
que o Senhor, o seu Deus, tiver escolhido. (Deuteronômio
14.24,25)
- O dízimo
devia ser entregue para o sustento dos levitas – Os dizimistas retiravam uma pequena parte do
dízimo para festejarem em culto familiar e o restante era entregue aos
levitas com o fim de sustentá-los.
27 E nunca se esqueçam dos levitas que vivem
em suas cidades, pois eles não possuem propriedade nem herança próprias. (Deuteronômio 14.27)
- No
final de cada três anos o dízimo não era levado a Jerusalém – No final de cada três anos o dízimo era
armazenado na própria cidade e usado para servir aos levitas e as demais
pessoas que não possuíam herança no meio do povo ou condições de se
manterem.
28 Ao final de cada três anos, tragam todos
os dízimos da colheita do terceiro ano e armazene-os em sua própria cidade, 29 para que os levitas, que não possuem propriedade nem
herança, e os estrangeiros, os órfãos e as viúvas que vivem na sua cidade
venham comer e saciar-se, e para que o Senhor, o seu Deus, o abençoe em todo o
trabalho das suas mãos. (Deuteronômio 14.28,29)
5 – Qual a Diferença Entre
Dízimos e Ofertas?
O dízimo é diferente em sua essência da
oferta. Ele possuiu um propósito diferente da oferta. O dízimo foi estabelecido
por Deus com o fim de suprir as necessidades dos levitas e manter o templo. As
ofertas eram voluntárias e eram dadas como expressão de amor e gratidão a Deus,
embora também fossem usadas para sustentar os levitas.
Em algumas ocasiões ofertas eram
solicitadas ao povo com um propósito especifico, e quando isto era feito, todo
o povo deveria contribuir liberalmente. Essas eram oportunidades do povo
expressar seu amor e gratidão a Deus.
Podemos dizer que o dízimo e as ofertas se
diferenciam basicamente no fato de que:
- O dízimo era a entrega
a Deus de dez por cento do salário, enquanto a oferta era qualquer coisa
além do dízimo.
- O dízimo no A.T. era
um dever que trazia a promessa de proteção contra o devorador, enquanto a
oferta era uma doação em amor a Deus e aos pobres que demonstrava
generosidade e desapego material.
- O dízimo mostra fidelidade
a Deus; a oferta monstra o nosso amor e desprendimento para com Deus e com
o próximo.
11 Por vossa causa, repreenderei o
devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não
será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos- (Malaquias 3:11)
9 Honre o Senhor com todos os seus recursos e com os primeiros frutos de todas as suas plantações; 10 os seus celeiros ficarão plenamente cheios, e os seus barris transbordarão de vinho. (Provérbios 3.9,10)
6 – Jesus Era Dizimista?
Sim! Ele disse que veio cumprir a lei,
logo ele era dizimista. Jesus também orientou os judeus de seus dias a darem o
dízimo juntamente com os demais preceitos da lei.
23 “Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes
negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e
a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mateus 23:23)
7 – O Novo Testamento Nos
Ensina a Entregar o Dízimo?
O Novo Testamento não diz muito sobre o dízimo. Ele
não proíbe o dízimo em lugar algum. A única referência sobre os dízimos é feita
por Jesus quando repreendeu os líderes religiosos de sua época. Não por darem o
dízimo! Mas por não obedecerem às outras leis de Deus também. A repreensão é
porque davam o dízimo, mas não eram misericordiosos.
Jesus e os apóstolos não impuseram o dízimo. Não
existe nenhuma orientação referente ao dízimo. O Novo Testamento não tem
nenhuma afirmação que ordene os irmãos a darem o dízimo. No entanto, tem muito
para nos dizer sobre ofertar para Deus.
·
O Novo Testamento
não fala mais de dízimos, mas assume que todo cristão vai querer contribuir com
tudo que puder, por isso fala somente de ofertas.
· Quando olhamos
para a igreja primitiva, vemos que não havia polêmica sobre o dízimo. Por quê?
Porque possivelmente não foram ensinados a dizimar! Os primeiros cristãos eram
reconhecidos por suas ofertas generosas para com a igreja e para com as outras
pessoas. E muitos desses cristãos generosos eram pobres e enfrentavam
perseguições acirradas dos judeus e do Império Romano.
Toda igreja e toda missão tem despesas e precisa de
recursos para manter seus obreiros e patrimônios. Não podemos negar que os
dízimos e as ofertas é o que mantêm nossas igrejas atuais funcionando e são
muito importantes para o crescimento do Reino de Deus, por isso precisamos
compreender muito bem o que a Bíblia nos ensina sobre este tema.
8 – O Dízimo é Bíblico Hoje?
Essa resposta é simples. O dízimo não pertence ao Novo
Testamento. Os cristãos não têm o dever de dizimar, mas são desafiados a ofertar
para sustentarem a obra de Deus.
Apresento cinco razões pela qual acredito que o dízimo
não faz parte da nova aliança.
· Primeira razão:
Jesus não orientou seus discípulos a solicitarem o dízimo para seu sustento,
conforme lemos em Mateus 10.9-11 e Lucas 10.4-8. O principio que Jesus
estabeleceu é de que eles aceitassem a oferta que lhes dessem.
· Segunda razão:
No primeiro concílio registrado em Atos
15.28,29 os apóstolos entenderam que não deveriam impor sobre os gentios os
dízimos. Eles mencionam outras exigências, mas não os dízimos. Acredito que se
eles desejassem que os dízimos fossem entregues certamente o teriam citado, uma
vez que os dízimos não era algo comum aos gentios. Sem dúvida este seria um tema
polêmico entre eles.
· Terceira razão:
Se a entrega dos dízimos fosse uma prática daqueles dias, certamente Paulo
teria escrito as igrejas orientando-os sobre este assunto, uma vez que os
dízimos não era uma prática dos gentios. Contudo ele escreve orientando-os somente
sobre as ofertas. Da mesma forma ele faz elogios somente a respeito das ofertas,
não há citação da fidelidade nos dízimos (1
Coríntios 8.10-13; 9.5,6).
· Quarta razão:
Jesus não orientou a construção de novos templos e nem o estabelecimento de
novos “sumo-sacerdotes”. Da mesma forma seus apóstolos também não orientaram
neste sentido. O projeto era que a Igreja se espalhasse e não se concentrasse
em torno de um templo. A Igreja deveria ser um movimento humano e não
institucional.
· Quinta razão:
No projeto Igreja estabelecido por Jesus e seus apóstolos não existe mais uma
tribo de Levitas que precisava ser sustentada pelos dízimos. Na igreja do Novo
Testamento existiam apenas apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e
mestres que deveriam ser honrados pelos demais membros da igreja por meio de
ofertas generosas (Gálatas 6.6).
Portanto, diante estas cinco razões, fica claro que a
entrega dos dízimos não faz parte da Nova Aliança estabelecida por Jesus Cristo
a sua igreja.
9 – Por Que Eu Devo Entregar o Dízimo?
Nós construímos templos e nos organizamos em torno
deles. Cada igreja local tem seu templo e sua organização. Deixo claro que a
construção de um local para nos reunirmos não é pecado, assim também a
organização para melhor servirmos a Deus não é pecado. Mas é um modelo
perigoso, pois somos tendenciosos a deixarmos de sermos um movimento humano,
dirigido pelo Espírito de Deus, para nos tornarmos uma organização
institucional. A organização em torno do templo trouxe de volta o princípio dos
dízimos. Os dízimos se tornaram necessários para a manutenção
dos templos e sustento daqueles que nele trabalham. Hoje não são somente os
pastores que vivem em torno dos templos, mas assim como no passado muitos são
os levitas que vivem integralmente em torno dos templos.
Ao entregarmos nossos dízimos contribuímos
com o mínimo ensinado por Deus ao povo de Israel. Precisamos compreender que o
dízimo é o mínimo que damos a Deus. No Novo Testamento fica claro que Deus
espera uma entrega completa do nosso ser a Ele, sendo esta demonstrada de forma
generosa para com aqueles que lideram sua igreja e com aqueles que necessitam
de socorro. De fato não existe mais dízimo; entretanto a expectativa bíblica
sobre a oferta é maior que o dízimo, pois ela é uma entrega do meu todo, como
demonstração de amor a Deus. Ela abrange muito mais de nossas vidas do que o
dízimo; seja financeiramente e relacionalmente. Ela não provém de lei, mas do
amor. Ela não é mais 10% e sim 100%.
Também entregamos os dízimos hoje como
forma de mantermos os princípios que ele nos ensina. Vamos destacar alguns
princípios ensinados através dos dízimos:
9.1 -
Sustento de Sua Casa e dos que Nela Vivem
- Porque Deus ensinou ao seu povo no passado como forma de sustentar
os que trabalham em Sua obra – 10a Tragam o dízimo
todo ao depósito do templo, para que haja alimento em minha casa (Malaquias 3.10a)
- Porque Deus ensina ao seu povo hoje que os pastores ou presbíteros
devem ser sustentados por sua igreja - 17 Os presbíteros que
lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo
trabalho é a pregação e o ensino, 18 pois a Escritura diz: "Não amordace o boi enquanto
está debulhando o cereal", e "o trabalhador merece o seu
salário". (1 Timóteo 5.17,18)
9.2 -
Toda Provisão Vem de Deus
- Porque o dízimo me lembra que tudo o que tenho me foi dado por Deus – 18 Antes,
te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para
adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento,
prometeu a teus pais, como hoje se vê. (Deuteronômio 8.18)
9.3 -
Não Entregar o Dízimo e a Oferta é Roubar a Deus
- Porque deixar de dar o dízimo e as ofertas é roubar a Deus – 8 Roubará o homem a
Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e
nas ofertas. 9 Com maldição sois
amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a nação toda. (Malaquias 3.8,9)
9.4 -
A Fidelidade Financeira Para com a Casa e os Servos de Deus Atrai a Bênção
- Porque o dízimo libera bênção sem medida da parte de Deus – 10 Trazei todos os
dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa; e provai-me
nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e
não derramar sobre vós bênção sem medida. (Malaquias 3.10)
9.5 -
A Fidelidade Financeira Atrai a Proteção Contra o Devorador
- Porque o dízimo é proteção contra o devorador – 11 Por vossa causa,
repreenderei o devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a
vossa vide no campo não será estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. (Malaquias 3.11)
9.6 -
A Fidelidade Financeira Gera Proteção aos Nossos Corações
- Porque o dízimo é
uma proteção aos nossos corações - O dinheiro tem o poder de se tornar um "deus"
para nós e tornar nossos corações escravos dele.
24 "Ninguém pode servir a dois
senhores; pois odiará a um e amará o outro, ou se dedicará a um e desprezará o
outro. Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro". (Mateus 6.24)
10 – As Desculpas Mais Comuns Para Não Ofertarmos
· O
dinheiro é meu, eu ganhei –
É comum a ideia de que temos completa autoridade sobre nossos bens. Mas a
realidade é bem diferente. Ao SENHOR pertence à terra e tudo o que nela se
contém (Sl. 24.1). Tudo o que temos vem do Senhor e somente
indiretamente procede de nosso trabalho (1 Cr 29.14). Os nossos
bens nos pertencem da mesma forma que o quarto de nosso filho pertence a ele.
Na verdade pertence aos pais que deram temporariamente o quarto ao filho. Isto
é muito mais verdadeiro em relação a nós que fomos comprados pelo sangue de
Jesus (1 Cor 5.20).
· Deus
ama a quem dá com alegria, como eu não me sinto alegre eu não dou de forma
alguma – Deus ama a
quem dá com alegria (2 Cor 9.7). Mas isso não significa que você
precisa esperar até se sentir suficientemente alegre. A obediência não depende
de sentimento. A alegria normalmente vem durante ou depois de ofertarmos. Nós
devemos aspirar sermos grandes doadores e a melhor maneira de cultivar a
alegria de dar é dando.
· Eu
não confio na honestidade dos pastores e líderes por isso não contribuo – Antes de tudo precisamos entender
que não damos para a Igreja, damos para o Senhor. É verdade que damos ao Senhor
através da Igreja, mas não contribuímos como se fosse pagamento de mensalidade
de membros de um clube. Além disso quem é você para julgar as motivações da sua
liderança (Mt 7.1,2)? Será que nossos líderes necessitam de se
arrepender ou será que nós precisamos nos arrepender de nossa atitude?
· Eu
gostaria de ofertar, mas eu não tenho o suficiente – Ofertar pode ser um luxo para o rico,
mas é um privilégio para o pobre. Muitos dizem que não podem dar, mas o que
eles querem realmente dizer é que não podem dar confortavelmente. Ofertar pode
significar algum sacrifício. Mas é exatamente isso que a Bíblia nos convida a
fazer. O maior exemplo é o próprio Senhor Jesus que se fez pobre para fazer-nos
ricos (2 Cor 8.9). A oferta genuína é um sacrifício do conforto
pessoal por causa do reino de Deus.
· Eu
estou cheio de dívidas. Não posso ofertar agora – Você tem uma obrigação não somente
para com os seus credores, mas antes de tudo para com Deus. Especificamente a
Bíblia nos ensina a dar ao Senhor as primícias, ou seja, o melhor de nossa
renda (Pv 3.9). O nosso primeiro cheque deve ser para Deus e
ninguém mais. Nós refreamos de dar porque nos sentimos inseguros, mas aquele
que não poupou o seu próprio Filho não nos negará coisa alguma (Rm 8.32),
antes nos suprirá em todas as nossas necessidades (Fp 4.19).
· Eu
quero ofertar, mas agora o meu orçamento está muito apertado – Alguns dos maiores exemplos de
generosidade na Bíblia são de pessoas pobres (Lc 21.1-4 e 2 Cor 8.1,2).
O receio e a insegurança não são motivos para deixarmos de ofertar. O Senhor
sabe do que necessitamos e ele prometeu nos suprir (Mt 6.32). Se você
esperar até se sentir seguro para ofertar pode ser que esse dia nunca chegue. A
provisão de Deus somente vem depois que ofertamos (2 Cor 9.6-11). É
assim que a fé funciona. Faça prova de Deus (Ml 3.10).
· Eu
sou um jovem (ou adolescente) e tudo o que tenho é uma mesada dos meus pais – A época de estudante é
notoriamente um tempo difícil em nossas vidas. O estudante normalmente não tem
dinheiro, mas nem por isso deve se eximir de ofertar. A Bíblia ensina que
ofertar é privilégio e responsabilidade de todos os filhos de Deus independe de
idade ou renda. Ironicamente o milagre da multiplicação foi possível porque um
garoto resolveu ofertar o seu lanche ao Senhor (Jo 6.9).
· Eu
sou pobre. A responsabilidade de ofertar é dos ricos – Como eu disse, muitos exemplos
bíblicos de generosidade são de pessoas pobres. (Lc 21.1-4 e 2 Cor 8.1-6).
Como pode ser isso? Eles foram transformados pelo evangelho de Jesus Cristo.
Eles sabem que Deus tem se agradado em conceder-lhes o reino, como resultado
eles não temem dar o pouco que possuem, para herdar tesouros no céu (Lc
12.32-34). Se você é pobre você é um bem aventurado pois você terá a
oportunidade de ofertar e receber o elogio do Senhor.
· O
dízimo não se aplica aos cristãos hoje, era para Israel no Velho Testamento – Essa afirmação é verdadeira, mas
não suficiente para concluirmos que Deus não mais requer que ofertemos. Isto é
um engano.
O padrão de Deus para o Novo Testamento é
a excelência. Jesus disse: “ouviste o que foi dito...” Se a
regra era não matar, agora é nem sequer chamar o irmão de tolo. Se a regra era
não adulterar, agora é nem sequer olhar com intenção impura. Se a regra era
10%, agora Deus espera 100% (Lc 21.1-4). O dízimo é apenas o ponto
de onde partimos não é o nosso alvo final em Deus. Se um crente não consegue
dar o mínimo que é o dízimo, imagine quando Deus requerer algo mais dele.
O dízimo teve seu inicio antes da lei, o
que significa que nasceu como oferta de gratidão e adoração. Abraão deu o
dízimo a Deus ao dá-lo a Melquizedeque como está escrito em Hebreus 7.8.
· Os cristãos estão debaixo da graça e não
da lei, então a obrigação de dar o dízimo não se aplica a mim – Nós estamos na graça para sermos capazes
de cumprir a lei. A graça não anula a lei, antes me capacita a cumpri-la em seu
sentido maior, isso aplica-se ao dízimo também. Devo dar não mais o dízimo (10%)
do meu tudo, mas ofertar o meu tudo (100%).
· Dízimo é uma forma de legalismo, que a
palavra de Deus condena – É certo que a palavra de Deus condena o legalismo (Mt 23
e Gl 3). Mas Deus não pede mais o dízimo, e sim, que você oferte de
coração a Ele o seu tudo.
· Não concordo com dízimos ou ofertas, pois
Deus não precisa de dinheiro – Deus é o dono de toda prata e todo ouro (Ag 2.8). Ele
não apenas não precisa de dinheiro como não precisa de homem algum para
servi-lo. Ainda assim ele nos convida a servi-lo com tudo o que somos e temos.
· A Bíblia diz que cada um deve contribuir
segundo tiver proposto no coração. Então eu sou livre para ofertar muito, pouco
ou nada – É verdade
que Paulo disse para cada um contribuir segundo tiver proposto no coração (2
Cor 9.7). Diante disso poderíamos pensar que estamos autorizados a
sermos egoístas e avarentos. Para vermos o engano basta irmos ao verso anterior
onde ele nos estimula a semearmos muito para colhermos muito. O desejo de Paulo
é que nos sintamos livres para sermos generosos em amor.
· Estou economizando para comprar uma casa e
por isso parei de ofertar ou dizimar momentaneamente – É ótimo que o crente economize e use
o dinheiro com sabedoria. Entretanto você não deve nunca deixar de entregar o
mínimo, o dízimo a Deus. Lembre-se este mínimo tem o fim de proteger seu coração.
· Mordomia é mais que dinheiro. Eu dou meu
tempo e meus talentos por isso eu já me considero um ofertante – Mordomia é mais que dinheiro, mas nunca
menos.
11 – Orientações Práticas
·
Não fique guardando a sua oferta (seu dízimo). Entregue-o
imediatamente no culto da Igreja. Se você recebe semanalmente, quinzenalmente
ou mensalmente, entregue o seu dízimo ou sua oferta no primeiro culto após o
recebimento.
2 “No primeiro dia da semana, cada um de vós ponha de parte, em casa,
conforme a sua prosperidade...” (1 Cor 16.2)
· Você pode ofertar o mínimo dando o dízimo do
líquido ou do bruto. É muito comum as pessoas perguntarem: "Devo dar o dízimo do
bruto ou do líquido?" Em nossos dias com a inclusão de vários benefícios e
descontos feitos diretamente na folha de pagamento, eu pessoalmente, sempre
recomendo que as pessoas dê o dízimo do líquido, do valor que ela realmente
recebe em mãos. Mas se você sente que deve dar do bruto, faça-o para que sua
consciência não te acuse. Lembre-se, na verdade ofertamos e não mais dizimamos.
Sua oferta deve ser dada de coração.
· Ninguém tem autoridade para administrar as próprias
ofertas (dízimos) separadas para o Senhor. Quem administra é a casa do
Senhor. Contudo se você ofertar além do valor que você separou para a casa de
Deus, então você é livre para responder por essas ofertas que não foram
separadas para a casa de Deus.
· Toda oferta (dízimo) deve ser trazido para a Igreja
onde você é cuidado e alimentado. Entregar ofertas em outra igreja,
sem ofertar para sua igreja, é desonrar aqueles que trabalham por sua
espiritualidade.
· Nenhum pastor tem autoridade para liberar alguém de
ofertar. Nem um homem pode autorizar alguém a deixar de obedecer a Palavra
de Deus. Perdoar alguém por não ofertar ou dizimar é possível sim! Mas liberar
alguém a não mais ofertar ou pelo menos entregar a oferta mínima que é o
dízimo, não! Deus perdoa nossos erros, mas não aceita que vivamos no erro.
Deixar de ofertar é um passo para ser dominados pela avareza e nos tornamos
prisioneiros do dinheiro.
· Dê sua oferta (o dízimo) antes de fazer qualquer
pagamento. Quem primeiro paga as contas para depois entregar sua oferta,
ainda que seja o dízimo, está pecando. Mostra que Deus não é prioridade.
· Seja organizado. Faça o controle de
todas as suas entradas, quer sejam poucas ou muitas. Só assim você será um ofertante
fiel e sábio; caso contrário você pode estar à mercê do devorador.
· Ninguém pode determinar à Igreja o que fazer com as
ofertas recebidas. Quem administra as finanças são os líderes da igreja.
· A Igreja tem a
obrigação de prestar um relatório no mínimo anual. É importante que os
membros saibam como se encontra a situação financeira da igreja.
· Ninguém está isento de dar ofertar, ainda que seja
o mínimo, o dízimo. Nem pastor, nem missionário, nem apóstolo, etc.
· Deus não cobra nossas falhas passadas quando temos
arrependimento. Se você deixou de dar o dízimo, a oferta mínima, por alguns meses,
recomece simplesmente, peça perdão a Deus por não ter ofertado antes e passe a
ser fiel.
· Não toque trombeta quando você der oferta na Casa
de Deus. Se você procura a glória de homens, esta será a sua recompensa.
Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
muito bem esclarecido..parabéns
ResponderExcluirmuito excelente esse estudo sobre o dizimo.Deus seja louvado
ResponderExcluirEu estudei, aprendi ,mexeu comigo no profundo.Teve coisas que eu não sabia .E usarei este estudo pra ensinar a outros,pois o que é bom agente deve copiar.
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