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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

JEJUM 2 - O JEJUM BÍBLICO

O JEJUM BÍBLICO

Introdução
A palavra jejum (do latim jejunu) significa abstinência ou redução de alimentos por alguma razão. Exemplos: por determinação médica, para tratamento da saúde, para submeter-se a exame de laboratório.

ETIMOLOGIA E SIGNIFICADO
O termo hebraico para jejuar e SUM (inclinar a alma ou afligir a alma), significando, no AT, auto humilhação. É um ato religioso, intensificando e tornando mais eficaz a ORAÇÃO.
JEJUM quer dizer a abstinência total ou parcial de comida e bebida, às vezes também das relações sexuais. Era recomendado em provações graves – 1 Sm 7:6; Jl 1:14, etc.
Esse caráter de auto-humilhação explica também a praxe do jejum depois de um falecimento (1 Sm 31:13) e antes de receber uma revelação (Dn 9:3).
A lei mosaica estabelece apenas um dia de jejum, o grande dia da expiação (Nm 29:7), confirmado em At 27:9. Depois do cativeiro foram introduzidos mais quatro dias de jejum, em comemoração de calamidades nacionais (Zc 8:19).
Podia-se jejuar também por própria iniciativa. Os profetas chegaram a protestar contra os exageros na estima e na prática do jejum (Jr 14:12; Is 58:1-5).
No NT lemos que os fariseus e seus seguidores jejuavam com grande zelo (Mt 9:14) duas vezes por semana (Lc 18:12) na Segunda e na Quinta-feira, a ponto de merecer as criticas de Jesus (Mt 6:16-18) tal o valor que atribuíam a isso.


EXEMPLOS BÍBLICOS DA PRATICA DO JEJUM

1 – Moisés (Êx 34:28)                         6 – Ester (Es 4:3 e 16)
2 – Elias (1 Rs 19:8)                            7 – Joel (Jl 2:12-15)
3 – Davi (2 Sm 12:16)                          8 – Jesus (Mt 4:1-4)
4 – Josafá (2 Cr 20:3)                          9 – A igreja primitiva (At 13:2 e 14:23)
5 – Neemias (Ne 9:1)

QUANDO E POR QUE JEJUAR?

1)    Jejuar por ocasião de Crise Nacional: Israel é o grande exemplo, principalmente no caso de Ester (3:1-5). Ver também 2 Cr 20:1-30 e Es 8:21-23.
2)    Jejuar pelos nossos próprios problemas: Quando Jesus desceu do Monte da Transfiguração aproximou-se dele um homem que lhe pediu a cura do filho que se encontrava possesso. Os discípulos perguntaram: "Por que não conseguimos expulsá-lo?" Jesus respondeu: "Por causa da pequenez da vossa fé... " (Mt 17:20-21). Quando Daniel se achava diante de obstáculos espirituais jejuava e orava (Dn 10:2-3). O resultado era o atendimento de Deus (Dn 10:12).

O jejum fortalece o espirito, diminuindo a influência que a carne exerce sobre nós. Ajuda-nos a recordar as palavras de Cristo "Buscai, pois, em primeiro lugar o seu reino e a sua justiça, e todas estas cousas vos serão acrescentadas" (Mt 6:33).

3)    Jejuar em períodos de grande aflição: O povo de Israel: Jz 20:26; 1 Sm 7:6 – Ana: 1 Sm 1:7 – Davi: 1 Sm 12:16 – Ester: Es cap. 4.

O jejum tornará mais eficaz nossa intercessão em períodos de grande aflição.

4)    Jejuar antes de tomar grandes decisões de caráter Espiritual: Jesus (Mt 4) antes de escolher seus discípulos – A igreja primitiva (At 13:2) antes de enviar seus missionários.

Quando temos que tomar decisões de caráter espiritual, precisamos da orientação divina e através do jejum e oração podemos obter essa orientação.
Por que jejuar? Porque pelo jejum obtemos as soluções e as bênçãos de Deus.

Infelizmente há muita confusão em torno deste assunto. Precisamos ser cautelosos e evitar sensacionalismo. Há grupos cristãos que pouco falam do assunto ou silênciam completamente sobre ele. Em consequência perdem grandes bênçãos. Há outros que acreditam que Deus responde suas orações somente se jejuarem, pensam que é necessário pagar um preço de sacrifício para conseguir alguma benção de Deus. Estes transformam o jejum numa barganha, isto é, pensam que porque jejuaram Deus tem a obrigação de responder com um "sim" suas orações. A palavra de Deus nos ensina que todo o preço já foi pago na cruz, e que tudo que Deus nos dá, Ele nos dá por amor e por intermédio de seu Filho amado, nosso Senhor Jesus Cristo. Não há necessidade alguma de sacrifício por parte de homem para obter alguma benção de Deus, basta que o homem creia em Jesus Cristo e nas suas promessas. Precisamos pela fé tomar posse das promessas de Deus. O jejum deve ser praticado quando estamos com problemas, passando por aflições, quando estamos diante decisões difíceis de se tomar e precisamos da orientação de Deus. Devemos usar o jejum para buscarmos com maior intensidade a Deus, demonstrando desta forma também a nossa dependência de Sua força, de Sua orientação e de Sua graça. Através do jejum nos tornamos mais sensíveis para ouvir a Deus e por meio do jejum estamos dizendo a Ele o quanto precisamos e dependemos Dele.

TIPOS DE JEJUM

1)    O jejum típico: A Bíblia ensina que o jejum normal consiste em abster-se totalmente de alimento sólido. O jejum típico, mencionado na Bíblia, não implica em abstinência de líquidos. No caso de Jesus (Mt 4:2) a Bíblia não menciona que Ele teve sede. Seria fisicamente impossível jejuar 40 dias e 40 noites sem ingerir liquido.
2)    O jejum completo: Também chamado o jejum absoluto, consiste na abstinência de alimento e de água (At 9:9). Trata-se de um jejum rigoroso e pode até apresentar perigo. Ninguém deve fazer um jejum total por mais de um dia. Além disso, aquele que tem problemas de saúde deve conversar com o médico antes de fazer um jejum completo.
3)    O jejum parcial: Tem várias implicações e é caracterizado pelo que se come e pela freqüência com que se come. Em primeiro lugar, o jejum parcial significa abster-se de certos alimentos. Algumas autoridades interpretam a atitude de Daniel (cap. 1) como um jejum parcial. João Wesley, ao jejuar, em várias ocasiões comia apenas pão. Em segundo lugar, o jejum parcial implica em abster-se de alimentos durante um certo período de tempo.

DURAÇÃO DO JEJUM

Na maioria das vezes, o jejum bíblico durava apenas um dia. Ia do pôr do sol ao pôr do sol. A pessoa não comia nada à noite, e nem se alimentava durante o dia seguinte (Jz 20:26; 1 Sm 14:24; 2 Sm 1:12).
Em uma ocasião, pelo menos, houve um jejum que durou apenas uma noite (Dn 6:13). Ester convocou um jejum de três dias e três noites (Es 4:16). Existem apenas três ocasiões em que há menção de um jejum de 40 dias: Moisés, Elias e Jesus.

PRECAUÇÕES QUANTO AO JEJUM

A pratica do jejum apresenta certos perigos para os quais devemos estar prevenidos. O jejum apresenta perigos de natureza física. Períodos muito prolongados, por exemplo: Se a pessoa não está disposta a entregar-se à oração por longos períodos, durante o jejum, não deve pratica-lo. A mera privação de alimentos não tem nenhum valor, se não for acompanhada por um exercício espiritual nas mesmas proporções.
Outro perigo do jejum é o problema da hipocrisia, que às vezes, cerca esta questão (Mt 6:16). A abstinência de alimentos às vezes é associada com a idéia de se fazer boas obras, para agradar a Deus (Rm 14:17). E um último perigo é identificar jejum com espiritualidade. Alguns querem que os outros jejuem exatamente como eles fazem. Na verdade, a Bíblia não diz quanto tempo devemos jejuar, nem quantas vezes.

COMO JEJUAR?

Jejuar não significa meramente abster-se de alimentos. Muitas pessoas ficam algum tempo sem ingerir alimento por motivo de saúde, mas isso não significa que estejam jejuando, segundo o padrão bíblico. Outros jejuam porque querem emagrecer. Isto também não é o jejum bíblico.
Jejuar envolve também orar, arrepender-se e fazer uma sondagem no coração. Para que o jejum tenha valor para Deus, é preciso que tenha um objetivo espiritual.
A Bíblia não determina quantas vezes devemos jejuar, nem o tempo de duração. Não existe nenhuma referencia com regulamentação especifica sobre o assunto. Entretanto, isto não significa que o jejum deve ser ignorado. Quando alguém sente uma necessidade espiritual, é perfeitamente correto jejuar.
Podemos concluir, então que, como todos nós temos problemas e dificuldades, devemos todos jejuar de vez em quando, devemos porém, fazê-lo de livre vontade, e após buscar a orientação de Deus.

VOTO

Quando me dedico a um dia de jejum, Satanás também toma conhecimento disso. Ele ataca com todas as potestades do inferno. Sinto um grande desejo de comer, nem que seja um simples pedaço de pão. Não é que eu esteja com fome, é que Satanás quer que eu quebre o voto (Ver Ecl 5:4; Nm 30:2; Dt 23:21-22).

1º Antes de jejuar:
a)    Determine previamente o tempo de duração do jejum. Preferivelmente um dia.
b)    Comece abstendo-se de alimentos sólidos, mas ingerindo líquido (Mt 4:2).
c)    Planeje passar boa parte do tempo em oração.
d)    Comece com arrependimento (Sl 69:10).
e)    Peça perdão (1 Jo 1:9).
f)     Ore incessantemente, fazendo pedidos específicos (1 Ts 5:17).
g)    Leia textos das Escrituras.
h)    Selecione versículos chaves para memorizar.
i)      Jejue e adore a Deus. Exemplo de Ana (Lc 2:37).

QUEBRA DE JEJUM

Quem jejua de maneira correta, deve encerrar o período de abstinência de maneira bíblica. Não se concebe que um crente esteja num espírito de oração e suplica num dado momento, e no seguinte entre numa atmosfera de total despreocupação, pois se o crente não estiver vigiando acabará caindo nas armadilhas de Satanás.
Com referência ao aspecto físico, como o estômago se acha totalmente vazio após o jejum, é importante que se saiba quebrar o jejum. Pessoas há que adoecem por ingerirem alimentos em demasia ou inadequados. Sugere-se que se quebre o jejum com uma sopa, uma salada ou um sanduíche leve.

CONCLUSÃO
1 – O jejum deve levar-nos à tarefa de ganhar almas, de contribuir sacrificialmente, ou a qualquer outra forma de serviço a Deus.
2 – O valor de nosso jejum é medido pelo empenho que demonstramos no serviço cristão, depois que o encerramos. Jesus disse: Sereis minhas testemunhas (At 1:8). O jejum deve nos ajudar a ser testemunhas melhores, fazendo de nós ganhadores de almas mais eficazes.

"Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, desfaças as ataduras da servidão, deixes livres os oprimidos e despedaces todo julgo? Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres desabrigados, e se vires o nu, o cubras, e não te escondas do teu semelhante?" Is 58:6-7

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

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