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quinta-feira, 17 de maio de 2012

REFLEXÃO 55 - A EXPERIÊNCIA DA TRANSFIGURAÇÃO


A EXPERIÊNCIA DA TRANSFIGURAÇÃO
Mt 17.1-9

A Bíblia possui em seu conteúdo várias histórias maravilhosas. História de curas, ressurreição, multiplicação de pães, batalhas épicas; mas uma das histórias que mais me assombra é a da transfiguração de Jesus diante de Pedro, Thiago e João.
Admito que não consigo visualizar perfeitamente o que aconteceu naquele alto monte. Imagina Jesus revelando um pouco de sua deidade àqueles homens é algo que me fascina, que desperta em mim o desejo de ver o que eles viram; mas quem sou eu para tamanha honra.


A razão de essa história me assombrar é a reação dos discípulos antes e depois da manifestação de Deus Pai. Vejamos o que aconteceu naquele dia, contudo vamos considerar o contexto deste acontecimento.
Os discípulos andavam com Jesus já algum tempo, Jesus já se tornará um amigo, e possivelmente familiar a eles. Quando digo familiar estou me referindo a alguém muito próximo.
Mesmo Jesus sendo o Deus encarnado, me parece que o temor, a reverência devida a Ele não era algo que havia sido despertado no coração dos discípulos como deveria.
Penso que os discípulos não dimensionavam o momento histórico e espiritual em que estavam vivendo, assim como não dimensionavam quem realmente era Jesus. De repente Jesus se revela de uma maneira fenomenal a eles. Seu rosto brilha como o sol, suas vestes se tornaram brancas como a luz, e, junto a Jesus surge Elias e Moisés.
Acredito que se eu estivesse ali naquele momento, eu me assustaria e possivelmente me esconderia; se fosse possível! Contudo Pedro faz uma afirmação que me soa estranho, como de alguém que achou tudo aquilo normal ou que talvez não tivesse caído em si. Pedro diz para Jesus: “Senhor, é bom estarmos aqui. Se quiseres, farei três tendas; uma para ti, uma para Moisés e outra para Elias”.
A resposta de Pedro possivelmente se deve por ser ele um judeu. O que quero dizer com isso? Todo judeu admirava, e ainda hoje admira, como seus grandes heróis Moisés e Elias. Estes dois personagens da história judaica simbolizam a Lei e os Profetas. Diante desse quadro é bem possível que Pedro e seus amigos estavam extasiados demais para correrem. Neste caso as palavras de Pedro devem ter sido ditas sem uma reflexão real do que estava acontecendo.
Você já viveu algum momento de grande susto ou surpresa que falou algo sem pensar? Penso que foi isso que aconteceu com Pedro.
Contudo ao ouvir a voz do Pai dizendo “este é meu Filho...”, Pedro e os dois amigos voltam a si, isto é, saem daquele estado de êxtase, e logo seu coração se enche de medo, pois ele percebe que estava diante o Deus encarnado.
A familiaridade com Jesus foi interrompida pela compreensão de quem era Jesus, afirmada pela presença dos grandes dois heróis de Israel e da palavra final do Pai.
Jesus era maior do que a Lei e do que qualquer profeta, as palavras do Pai só vieram a confirmar esta verdade. Agora eles compreendiam o maior de todos os heróis não era Moisés e nem Elias, mas Jesus de Nazaré. Sim! Jesus deveria ser o objeto verdadeiro de suas adorações e admirações. A Ele toda glória e honra para sempre.

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
17/05/2012

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