ADVERTÊNCIAS – 2
Iremos refletir agora nos quatro últimos “ais”
mencionados por Jesus no texto de Mt 23.13-36.
O quinto
“ai” (v.23) ataca aqueles que cumprem suas
obrigações religiosas, mas não vivem dirigidos pelos valores maiores do Reino
de Deus.
Algumas pessoas se orgulham de serem dízimistas ou
cumpridores das regras religiosas impostas pelas igrejas, mas não tratam o seu
próximo com o amor e a dignidade que eles merecem. Quero resaltar que não me
refiro a merecimentos alcançados pelo que fizeram ou deixaram de fazer, não!
Todas as pessoas são merecedores do amor, pelo simples fato de serem humanos,
isto significa dizer que elas são a imagem de Deus e amadas por Deus.
De nada adianta cumprirmos regras e ritos, se não
houver em nós amor. O amor nos faz agir com justiça, com misericórdia e
fidelidade.
O sexto
“ai” (v.25) e o sétimo “ai” (v.27) parecem
tratar do mesmo ponto. É uma advertência muito direta a hipocrisia, aquilo que
se parece ser, mas não é. Limpar os pratos e talheres demonstra uma preocupação
com as coisas pequenas e externas, mas nada fazem para manter saudável o espírito.
Ambas as advertências demonstram uma preocupação com o exterior, com o que é
visto e falado pelos homens, mas nenhuma preocupação com o que Deus vê em
nossos corações.
Pessoas assim fazem boas obras para serem
reconhecidas, glorificadas entre os homens. Temem mais aos homens do que a
Deus. Fazem dos homens seus ídolos e a eles servem com o fim de serem por eles
reconhecidos.
O sétimo
“ai” (v.29) trata de uma advertência para
todos que são incapazes de se auto-avaliarem, de reconhecerem seus erros, suas pendências
e falhas. Pessoas que valorizam os feitos dos homens de Deus, mas não procedem
na mesma espiritualidade. Culpam seus pais pelos erros cometidos na história,
como se os mesmos não o cometessem, tentando dessa forma se fazerem de
inocentes.
Todas as advertências citadas por Jesus são muito
sérias, pois comprometem a vida e a fé de muitas pessoas. As implicações de
ensinos e modelos errados geram consequências eternas e irreversíveis.
As advertências aqui tratadas são sem dúvidas
dirigidas diretamente para aqueles que exerciam o poder de pastoreio sobre o
povo de Israel. Dirigidas a homens que deveriam seu o exemplo de vida e
caminhada com Deus, entretanto eram homens dominados pela cobiça e que
manipulavam a Palavra de Deus conforme seus próprios interesses.
Infelizmente ainda hoje muitos homens que deveriam
apresentar Deus aos homens tem andado na contramão desta tarefa. Igrejas nascem
todos os dias com um evangelho de conquista e prosperidade, que não aproxima os
homens de Deus, mas os conduz a amarem o mundo e suas concupiscências, que
valorizam o mérito como meios para alcançar a graça de Deus, e que por fim os
condenam ao inferno.
Oremos para que sejamos livres destes enganos, para
não cairmos na tentação de vendermos nossa fé e nossa alma pelo ouro.
Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
03/07/2012
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