TEOLOGIA
SISTEMÁTICA IV – PNEUMATOLOGIA
Prof.:
Cornélio Póvoa de Oliveira
É
o estudo dos elementos teológicos que se constituem na sistematização da Doutrina
do Espírito Santo.
DATA
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AULA Nº
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PNEUMATOLOGIA
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1
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Conhecendo os Alunos – Introdução – A Doutrina
da Trindade
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2
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A Natureza e Atuação do Espírito Santo
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3
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A Divindade do Espírito Santo
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4
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A Processão do Espírito Santo – Tipos
e Ilustrações do E. S.
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5
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A Obra do Espírito Santo no Antigo
Testamento
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6
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A Obra do Espírito Santo na Revelação
e Inspiração
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7
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A Obra do Espírito Santo na Vida de
Cristo
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8
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A Obra do Espírito Santo na Salvação
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9
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PROVA 1 | |
10
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A Obra do Espírito Como Consolador
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11
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Batismo no Espírito Santo
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12
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Plenitude do Espírito
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13
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Os Dons do Espírito
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14
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Os Nove Dons Espirituais de 1 Co 12.8-10
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15
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O Fruto do Espírito
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16
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Pecados Contra o Espírito Santo
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A Atuação do Espírito Santo no Reino
Vindouro
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PROVA 2
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Bibliografia:
Berkhof,
Louis. Teologia Sistemática, Campinas, Luz para o Caminho.
Chafer, Lewis Sperry. Teologia
Sistemática, São Paulo, Hagnos.
Dagg, John Leadley. Manual de Teologia,
S. J. Campos, Fiel.
Erickson, M.J. Introdução à Teologia
Sistemática, São Paulo, Vida Nova.
Grudem,
Wayne. Teologia Sistemática, São Paulo, Vida Nova.
Hodge, Charles. Teologia Sistemática,
São Paulo, Hagnos.
Langston, A.B. Esboço de Teologia
Sistemática, Rio de Janeiro, JUERP.
Severa, Zacrias de Aguiar. Manual de
Teologia Sistemática. Curitiba. A. D. Santos Editora.
Strong, A.H. Teologia Sistemática, São
Paulo, Hagnos.
Thiessen, Henry C. Palestras em Teologia
Sistemática, São Paulo, Imprensa Batista Regular.
Ron Crisp. Estudo Sobre Espírito Santo - Tradução:
Albano Dalla Pria - www.palavraprudente.com.br
A – ETIMOLOGIA
Pneumatologia – Do grego pneumatos (significa
espírito) + logos (significa revelação, palavra). O termo significa doutrina do
Espírito Santo.
A doutrina da trindade sempre enfrentou dificuldades e, portanto, não é de
admirar que a igreja, em seus esforços para formulá-la, tenha sido repetidamente
tentada a racionalizá-la e a dar-lhe uma construção que deixava de fazer
justiça aos dados da Escritura.
B1 – PERÍODO DA PRÉ-REFORMA.
Os judeus do tempo de Jesus davam muita ênfase à unidade de Deus, e esta ênfase foi trazida
para dentro da igreja cristã. O resultado foi que alguns eliminaram
completamente as distinções pessoais da Divindade, e que outros não fizeram
plena justiça à divindade essencial da segunda e da terceira pessoas da
Trindade Santa.
Tertuliano - foi o primeiro a empregar o termo “Trindade” e a formular a doutrina, mas
a sua formulação foi deficiente, desde que envolvia uma infundada subordinação
do Filho ao Pai.
Orígenes - foi mais longe nesta direção, ensinando explicitamente que o Filho é
subordinado ao Pai quanto à essência,
e que o Espírito Santo é subordinado até mesmo ao Filho. Ele desacreditou a
divindade essencial destas duas pessoas do Ser Divino e forneceu um ponto de
partida aos arianos.
Arianos - negavam a divindade do Filho e do espírito Santo, apresentando o Filho como
a primeira criatura do Pai, e o Espírito Santo como a primeira criatura do
Filho. Assim, a consubstancialidade do Filho e do Espírito Santo com o Pai foi
sacrificada, com o fim de preservar a unidade; e, segundo esse conceito, as
três pessoas da Divindade diferem em grau de dignidade. Os arianos ainda
conservaram resquícios da doutrina das três pessoas da Divindade, mas esta foi
inteiramente sacrificada pelo monarquianismo.
Monarquianismo – A divindade e pessoalidade do
Espírito Santo foram negadas por Sabellius no terceiro século desta era e deu
origem ao movimento chamado monarquismo. Sabellius sustentava que não existiam
três pessoas na deidade, mas um só Deus que se manifestava em três formas
diferentes (modalismo). A doutrina das três pessoas da Divindade foi sacrificada em
parte no interesse da unidade de Deus e em parte para manter a divindade do
Filho.
·
O monarquianismo dinâmico via em Jesus apenas
homem e no espírito Santo uma influência divina. Jesus se tornou o Cristo após o
batismo, ao se tornar habitação do Cristo.
·
O monarquianismo modalista considerava o Pai, o
Filho e o Espírito Santo meramente como três modos de manifestação assumidos
sucessivamente pela Divindade.
Pneumatomaquianos
– São
chamados de pneumatômacos (= adversários do Espírito Santo). Também chamados macedônios, em
referência ao bispo Macedônio[1],
opunham-se à divindade do Espírito Santo, isto foi no final do século IV Por outro lado, também houve alguns que a tal ponto perderam de vista a unidade de Deus, que acabaram no triteísmo.
A igreja começou a formular a sua doutrina da Trindade no
século quarto. O Concílio de Nicéia (325 A.D.) declarou que o Filho é
co-essencial com o Pai, enquanto que o Concílio de Constantinopla (381 A.D.)
afirmou a divindade do Espírito, embora não com a mesma precisão. Quanto à
interrelação dos três, foi oficialmente declarado que o Filho é gerado pelo
Pai, e que o Espírito procede do Pai e do Filho. No Oriente, a doutrina da
Trindade encontrou a sua proposição mais completa na obra de João de Damasco, e
no Ocidente, na grande obra de Agostinho, De Trinitate. A primeira ainda retém um elemento de
subordinação, inteiramente eliminado pela segunda.
B2 – PERÍODO DA REFORMA
Socinianos
– Durante a
reforma, os socinianos, baseados nas idéias de Lélio Socínio, propagadas por
seu sobrinho Fausto Socínio, consideram que em Deus há uma única pessoa e que
Jesus Cristo é um homem comum
Unitarianismo
– (Os irmãos que negam a trindade) – O unitarianismo foi inicialmente
uma manifestação dentro da reforma protestante, o intelectual espanhol Miguel
de Servetto discordou da doutrina da Trindade e publicou vários livros a este
respeito dando início às primeiras igrejas unitárias, os anabatistas. Este
unitarismo pode se manifestar como uma forma de modalismo, ou seja, Deus é um
só que se manifesta de várias formas ao longo da história, ou ainda pode também
considerar Deus como uma só pessoa que é o pai de Jesus, um homem que foi
elevado à divindade no seu batismo, ou ainda uma forma de arianismo. Esta
vertende existe até hoje e não há uma definição única em sua manifestação.
B3 – PERÍODO DA PÓS-REFORMA.
Depois da Reforma não temos maior desenvolvimento da doutrina
da Trindade, mas o que encontramos repetidamente são algumas das errôneas
formulações antigas.
A palavra “Trindade” não é tão expressiva, pois pode simplesmente denotar
o estado tríplice (ser três), sem qualquer implicação quanto à unidade dos
três. Geralmente se entende, porém, que, como, termo técnico na teologia,
inclui essa idéia. Mesmo porque, quando falamos da Trindade de Deus, nos
referimos a uma trindade em unidade, e a uma unidade que é trina.
C1 – A PERSONALIDADE DE DEUS E A
TRINDADE.
Os atributos comunicáveis de Deus salientam a Sua
personalidade, desde que O revelam como um Ser moral bem como racional. Sua
vida se nos apresenta claramente na Escritura como uma vida pessoal; e
naturalmente, é da maior importância sustentar a verdade da personalidade de
Deus, pois, sem ela não pode haver religião no real sentido da palavra: nem
oração, nem comunhão pessoal, nem entrega confiante, nem confiante esperança.
Visto que o homem foi criado à imagem de Deus, podemos compreender algo da vida
pessoal de deus pela observação da personalidade como a conhecemos no homem.
Contudo, precisamos ter o cuidado de não estabelecer a
personalidade humana como padrão pelo qual avaliar a personalidade de Deus.A
forma original da personalidade não está no homem, mas em Deus.
C2 – PROVA BÍBLICA DA DOUTRINA DA
TRINDADE.
A doutrina da Trindade depende decisivamente da revelação. É
verdade que a razão humana pode sugerir algumas idéias para consubstanciar a
doutrina, e que os homens, fundados em bases puramente filosóficas, por vezes
abandonaram a idéia de uma unidade nua e crua em Deus, e apresentaram a idéia
do movimento vivo e de auto-distinção. Também é verdade que a experiência
cristã parece exigir algo parecido com esta construção da doutrina de Deus. Ao
mesmo tempo, é uma doutrina que não teríamos conhecido, nem teríamos sido
capazes de sustentar com algum grau de confiança, somente com base na
experiência, e que foi trazida ao nosso conhecimento unicamente pela
auto-revelação especial de Deus. Portanto, é de máxima importância reunir suas
provas escriturísticas.
·
Provas do Velho Testamento.
Alguns dos primeiros pais da igreja, assim chamados, e mesmo
alguns teólogos mais recentes, desconsiderando o caráter progressivo da
revelação de Deus, opinaram que a doutrina da Trindade foi revelada
completamente no Velho Testamento. Por outro lado, o socinianos e os arminianos
eram de opinião que não há nada desta doutrina ali. Tanto aqueles como estes
estavam enganados. O Velho Testamento
não contém plena revelação da existência trinitária de Deus, mas contém várias
indicações dela. É exatamente isto que se poderia esperar. A Bíblia nunca
trata da doutrina da Trindade como uma verdade abstrata, mas revela a
subsistência trinitária, em suas várias relações, como uma realidade viva, em
certa medida em conexão com as obras da criação e da providência, mas
particularmente em relação à obra de redenção.
Têm-se visto, por vezes, provas da Trindade no Plural Elohim.
É plausível entender que as passagens em que Deus fala de Si mesmo no plural,
Gn 1.26; 11.7, contêm uma indicação de distinções pessoais em Deus, conquanto
não surgiram uma triplicidade, mas apenas uma pluralidade de pessoas.
Indicações mais claras dessas distinções pessoais acham-se nas passagens que se
referem ao Anjo de Jeová que, por um lado, é identificado com Jeová e, por
outro, distingue-se dele. Ver Gn 16.7-13; 18.1.21; 19.1-28; Ml 3.1. E também
nas passagens em que a Palavra e a Sabedoria de Deus são personificadas, Sl
33.4, 6; Pv 8.12-31. Em alguns casos mencionam-se mais de uma pessoa, Sl 33.6;
45.6, 7 (com. Hb 1.8,9), e noutros quem fala é Deus, que menciona o Messias e o
Espírito, ou quem fala é o Messias, que menciona Deus e o Espírito, Is 48.16;
61.1; 63. 9,10. Assim, o Velho Testamento contém clara antecipação da revelação
mais completa da Trindade no Novo Testamento.
·
Provas do Novo Testamento.
O Novo Testamento traz consigo uma revelação mais clara das
distinções da Divindade.
Ø Se no Velho Testamento Jeová é apresentado como o Redentor e Salvador do
Seu povo, Jó 19.25; Sl 19.14; 78.35; 106.21; Is 41.14; 43.3, 11, 14; 47.4;
49.7, 26; 60.16; Jr 14.3; 50.14; Os 13.3, no Novo Testamento é o Filho de Deus
que é apresentado Mt 1.21; Lc 1.76-79; 2.17; Jo 4,42; At 5.3; Gl 3.13; 4.5; Fl
3.30; Tt 2.13, 14.
Ø Se no Velho Testamento é Jeová que habita em Israel e nos corações dos que
O temem, Sl 74.2; 135.21; Is 8.18; 57.15; Ez 43.7-9; Jl 3.17, 21; Zc 2.10, 11,
no Novo testamento é o Espírito Santo que habita na igreja, At 2.4; Rm 8.9, 11;
1 Co 3.16; Gl 4.6; Ef 2.22; Tg 4.5.
Ø O Novo Testamento oferece clara revelação de Deus enviando Seu filho ao
mundo, Jo 3.16; Gl 4.4; Hb 1.6; 1 Jo 4.9; e do Pai e Filho enviando o Espírito,
Jo 14.26; 15.26; 16.7; Gl 4.6.
Ø Vemos o pai dirigindo-se ao Filho, Mc 1.11; Lc 3.22, o Filho
comunicando-se com o Pai, Mt 11.25, 26; 26.39; Jo 11.41; 12.27, 28, e o
Espírito Santo orando a Deus nos corações dos crentes, Rm 8.26.
Ø As pessoas da Trindade, separadas, são expostas com clareza às nossas
mentes.
§ No batismo do Filho, o pai fala, ouvindo-se do céu a Sua voz, e o Espírito
Santo desce na forma de pomba, Mt 3.16, 17.
§ Na grande comissão Jesus menciona as três pessoas: “batizando-os em nome
do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, Mt 28.19.
§ Também são mencionadas juntamente em 1 Co 12. 4-6; 2 Co 13.13; e 1 Pe 1.2.
D – A IGREJA CONFESSA QUE A
TRINDADE É UM MINISTÉRIO QUE TRANSCENDE A COMPREENSÃO DO HOMEM
A Trindade é um mistério, não somente no sentido bíblico de que se trata
de uma verdade anteriormente oculta e depois revelada, mas também no sentido de
que o homem não pode compreendê-la e não pode torná-la inteligível. É
inteligível em algumas de suas relações e de seus modos de manifestação, mas é
ininteligível em sua natureza essencial. Os numerosos esforços feitos para
explicar o mistério foram especulativos, e não teológicos. Invariavelmente
redundaram no desenvolvimento de conceitos triteístas ou modalistas de Deus, na
negação ou da unidade da essência divina ou da realidade das distinções
pessoais dentro da essência. A real dificuldade está na relação em que as
pessoas da Divindade estão com a essência divina e uma com as outras; e esta é
uma dificuldade que a igreja não é capaz de remover, podendo apenas tentar
reduzi-la a suas apropriadas proporções mediante uma apropriada definição de
termos. Ela jamais tentou explicar o mistério da Trindade, mas procurou somente
formular a doutrina de modo que fossem evitados os erros que a ameaçam.
E – A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO SOBRE O ESPÍRITO SANTO
O estudo do Espírito Santo de Deus é importante devido a Quem Ele é, o
que Ele fez e ainda fará.
1)
Sua Pessoa - O Espírito Santo é Deus e aquilo que se conhece
verdadeiramente de Deus é o alicerce da religião.
2)
Sua Obra - Enquanto o mundo parece somente associar o
Espírito Santo ao fanatismo religioso, Ele se mantém ativo em todas as áreas da
vida. Ele é o Criador, também trabalha na providência, na natureza, na
política, nos talentos humanos, na salvação e no crescimento espiritual. Ele
inspirou a Bíblia e agora ilumina as nossas mentes para que possamos
entendê-la.
Sua vinda ao mundo era tão necessária para a nossa salvação quanto a vinda
de Cristo. Sem o Espírito nossa religião é vazia e não temos prova de nossa
salvação (Romanos 8:9). O Espírito Santo nos dá vida física, espiritual e
ressurreta (Jó 33:4; João 3:5; Romanos 8:11). O Espírito Santo é o autor de
tudo que é bom e agradável em nossa existência (Gálatas 5:19-22).
O ESPÍRITO SANTO
A tarefa do Espírito Santo é a manifestação da
presença ativa de Deus no mundo, especialmente na igreja. Esta definição
indica que o Espírito Santo é o membro da Trindade que as Escrituras
representam mais frequentemente como estar presente
para fazer a obra de Deus no mundo. Enquanto isto é verdade até certo ponto em
todas as Escrituras, é particularmente verdadeiro no que diz respeito à nova
aliança. No Antigo Testamento, a presença de Deus apareceu muitas vezes na
glória de Deus e nas teofanias. Nos Evangelhos, Jesus mesmo disse que era à
presença de Deus entre os homens. Mas, depois da ascensão de Jesus ao céu, e
continuando ao longo da era da igreja, o Espírito Santo é hoje a principal manifestação da presença da
Trindade entre nós. Ele é o único que é proeminente presente entre nós agora.
Ao passarmos da cristologia para o soteriologia, passamos do objetivo para
o subjetivo, da obra que Deus realizou por nós em Cristo e que é, em seu
aspecto sacrificial, uma obra concluída, para a obra que Ele (Espírito Santo)
realiza no correr do tempo nos corações e nas vidas dos crentes.
A Escritura nos ensina a reconhecer certa economia na obra da criação e
redenção e autoriza o que falamos do Pai e da nossa criação, do filho e da
nossa redenção, e do Espírito Santo e da nossa santificação. O Espírito Santo
não somente tem uma personalidade que Lhe é própria, mas também tem um método
peculiar de trabalho; e portanto, devemos distinguir entre a obra de Cristo
merecendo a salvação, e a obra do Espírito Santo aplicando. Cristo satisfez as
exigências da justiça divina e mereceu todas as bênçãos da salvação. Mas a Sua
obra ainda não está terminada. Ele a continua no céu, a fim de dar àqueles por
quem Ele entregou Sua vida, a posse de tudo quanto mereceu por eles. Mesmo a
obra de aplicação é uma obra de Cristo, mas é uma obra que Ele realiza por
intermédio do Espírito Santo. Conquanto esta obra apareça na economia da
redenção como obra do Espírito Santo, não pode nem por um instante ser separada
da obra de Cristo. Tem suas raízes na obra redentora de Jesus Cristo e leva
esta à sua completação, e isso não sem a cooperação dos sujeitos da redenção.
Cristo mesmo indica a íntima conexão quando se diz: “quando vier, porém, o
Espírito da verdade, ele vos guiará a toda a verdade; porque não falará por si
mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará as cousas que hão de
vir. Ele me glorificará porque há de receber o que é meu, e vo-lo há de
anunciar”, Jo 16.13, 14.
1 –
A NATUREZA DO ESPÍRITO SANTO
O nome é aplicado à terceira pessoa da Trindade. Apesar de se nos dizer em Jo 4.24 que Deus é Espírito, o nome se aplica
mais particularmente à terceira pessoa da Trindade. O termo hebraico com o qual Ele é designado é Ruach, e o grego,
é pneuma, ambos os quais, como o vocábulo latino spiritus,
derivam de raízes que significam “soprar”, “respirar”. Daí, também podem ser
traduzidos por “sopro” ou “fôlego”, Gn 2.7; 6,17; Ez 37.5, 6, ou “vento”, Gn
8.1: 1 Rs 19.11: Jo 3.8.
1.1 – A Personalidade do Espírito Santo
As expressões “Espírito de Deus” e “Espírito Santo” não sugerem
personalidade com a clareza que o termo “Filho” sugere. Além disso, a pessoa do
Espírito Santo não apareceu de forma pessoal claramente discernível entre os
homens, como aconteceu com a pessoa do Filho de Deus. Como resultado, a
personalidade do Espírito Santo muitas vezes foi posta em questão e, portanto,
merece atenção especial. A personalidade do Espírito foi negada na Igreja Primitiva
pelos monarquistas e pneumatomaquianos. Nesta negação eles foram seguidos pelos
socianos dos dias da Reforma. Mas recentemente, Schleiermacher, Ritschil, os
unitários, os modernistas dos dias atuais e todos os sabelianos modernos
rejeitam a personalidade do Espírito Santo.
A prova bíblica da personalidade do Espírito Santo é mais que suficiente:
1)
São-lhe atribuídas características de pessoa: como inteligência, Jo 14.26; 15.26; Rm 8.16, vontade,
At 16.7; 1 Co 12.11; e sentimentos,
Is 63.10; Ef 4.30. Demais, Ele realiza atos próprios de personalidade. Sonda, fala, testifica, ordena, revela,
luta, cria, faz intercessão, vivifica os mortos, etc, Gn 1.2; 6.3; Lc
12.12; Jo 14.26; 15.26; 16.8; At 8.29; 13.2; Rm 8.11; 1 Co 2.10, 11. O
realizador destas coisas não pode ser um simples poder ou influência, mas tem
que ser uma pessoa.
2)
É apresentado como mantendo tais relações com outras pessoas, que implicam
Sua própria personalidade. Ele é colocado na
justaposição com os apóstolos em At 15.28, com Cristo em Jo 16.14, e com o Pai
e o Filho em Mt 28.19; 2 Co 13.13; 1 Pe 1.1, 2; Jd 20, 21. Uma boa exegese
exige que nestas passagens o Espírito Santo seja considerado uma pessoa.
3)
Designativos próprios de personalidade Lhe são dados. Embora pneuma seja neutro, o pronome masculino ekeinos
é utilizado como referência ao Espírito Santo em Jo 16.14; e em Ef 1.14 algumas
das melhores autoridades têm o pronome relativo masculino hos. Além
disso, é-lhe aplicado o nome Parakletos, Jo 14.26; 15.26; 16.7, termo
que não pode ser traduzido por “conforto”, “consolação”, nem pode ser
considerado como nome de alguma influência abstrata. Um fato que indica que se
trata de uma pessoa é que o Espírito Santo, como Consolador, é colocado em
justaposição com Cristo como o Consolador que estava para partir, a quem o
mesmo termo é aplicado em 1 Jo 2.1. É verdade que este termo é seguido pelos
neutros Ho e auto em Jo 14.16-18, mas isto se deve ao fato de que
intervém o vocábulo pneuma.
4)
Também há passagens em que se distingue entre o Espírito e o Seu Poder, Lc 1.35; 4.14; At 10.38; Rm 15.13; 1 Co 2.4. Tais passagens seriam
tautalógicas, sem sentido, e até absurdas, se fossem interpretadas com base no
princípio de que o Espírito é pura e simplesmente um poder impessoal. Pode-se
ver isto substituindo o nome “Espírito Santo” pela palavra “poder” ou
“influência”.
Conclusão 1: A Personalidade do Espírito é:
A – Provada Por Suas Características
1. Ele é Inteligente (1 Co 2.10-11)
2. Ele Tem Emoções (Ef 4.30)
3. Ele Tem Vontade (1 Co 12.11)
B – Provada Por Suas Obras
1. Ele Ensina (Jo 14.26)
2. Ele Guia (Rm 8.14)
3. Ele Comissiona (At 13.4)
4. Ele dá Ordens a Homens (At 8.29)
5. Ele Age no Homem (Gn 6.3)
6. Ele Intercede (Rm 8.26)
7. Ele Fala (Jo 15.26; 2 Pe 1.21)
C – Provada Pelo Que Lhe é Atribuído Em Suas
Relações Com Outros
1. Ele Pode Ser Obedecido (At 10.19-21)
2. Pode-se Mentir a Ele (At 5.3)
3. Ele Pode Ser Resistido (At 7.51)
4. Ele Pode Ser Reverenciado (Sl 51.11)
5. Pode-se Blasfemar Contra Ele (Mt 12.31)
6. Ele Pode Ser Entristecido (Ef 4.30)
7. Ele Pode Ser Ultrajado (Hb 10.29)
D – Provada Por Uma Gramática Incomum
A
despeito do fato de a palavra grega para Espírito ser neutra em gênero, varias
vezes se empregam pronomes masculinos para substituir o substantivo neutro, o
que contraria todas as regras normais de gramática, mas indica a personalidade
do Espírito (Jo 16.13-14; 15.26; 16.7-8).
2
– A DIVINDADE DO ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo é representado
na Escritura como possuindo a autoridade e os atributos divinos, os Pais da
Igreja nunca apresentaram dúvidas quanto à divindade do Espírito e também
concordam com o fato de que ele é uma pessoa.
A – Provada Pelos Seus Nomes
1. Nomes que
relacionam o Espírito em pé de igualdade às demais Pessoas da Trindade (1 Co
6.11).
2. Nomes que O
apresentam realizando obras que somente Deus pode fazer (Rm 8.15; Jo 14.16).
3. O Espírito Santo é chamado Deus -
(Atos 5:3-4, 9; I Coríntios 3:16; Efésios 2:22; II Coríntios 3:17).
4. O Espírito é chamado Adonai (Compare
Atos 28:25 com Isaías 6:8-9).
5. O Espírito é chamado Jeová (Compare
Hebreus 10:15-16 com Jeremias 31:31-34).
B – Provada Por Suas Características
O
Espírito possui atributos divinos:
1. Onisciência (1 Co 2.10-11)
2. Onipresença (Sl 139.7)
3. Onipotência (Gn 1.2)
4. Verdade (1 Jo 5.6)
5. Santidade (Lc 11.13)
6. Vida (Rm 8.2)
7. Sabedoria (Is 40.13)
C – Provada Por Suas Obras
Ao
Espírito são atribuídas obras que somente Deus pode realizar.
1. Criação (Gn 1.2)
2. Inspiração (2 Pe 1.21)
3. Gerar a Cristo em Sua encarnação (Lc 1.35)
4. Convencer o Homem (Jo 16.8)
5. Regenerar o Homem (Jo 3.5-6)
6. Consolar (Jo 14.16)
7. Interceder (Rm 8.26-27)
8. Santificar (2 Ts 2.13)
D – Provada Por Sua Associação em Pé de Igualdade
O
Espírito Santo é associado as demais pessoas da Trindade (At 5.3-4; Mt 28.19; 2
Co 13.13).
Conclusão
2: Pode-se estabelecer a veracidade da divindade do Espírito
Santo com base na Escritura seguindo uma linha de comprovação muito semelhante
à que foi empregada com relação ao Filho: (1) São-lhe dados nomes divinos, Êx 17.7 (comp. Hb 3.7-9); At 5.3,
4; 1 Co 3.16; 2 Tm 3.16; 2 Pe 1.21. (2) São-lhe atribuídas perfeições divinas,
como onipresença, Sl 139.7-10, onisciência, Is 40.13, 14 (comp. Rm 11.34);
1 Co 2.10, 11, onipotência, 1 Co 12.11; Rm 15.19, e eternidade, Hb 9.14 (?).
(3) Ele realiza obras divinas, como a criação, Gn 1.2; Jó 26.13;
33.4, renovação providencial, Sl 104.30, regeneração, Jo 3.5, 6; Tt 3.5, e a
ressurreição dos mortos, Rm 8.11. (4) É-lhe
prestada honra divina, Mt 28.19; Rm 9.1; 2 Co 13.13.
3 – A PROCESSÃO DO ESPÍRITO SANTO
A – Definição
Processão
é uma palavra que tenta descrever o eterno relacionamento entre o Espírito e as
outras duas Pessoas da Trindade. Ele procedeu eternamente do Pai e do Filho sem
que isso dividisse ou alterasse, de algum modo, a natureza de Deus.
B – História
Este
conceito foi formulado no Credo de Constantinopla em 381. Em 589, o Sínodo de
Toledo acrescentou a famosa cláusula latina “filioque”, que afirmava que o
Espírito procedia do Pai e do Filho.
C – Escrituras
João
15.26 afirma expressamente que o Espírito procede do Pai, ao passo que a ideia
de Sua processão do Filho vem de versículos como Gálatas 4.6, Romanos 8.9 e
João 16.7.
Conclusão
3:
A processão é a relação
do Espírito Santo com as outras pessoas da Trindade. As primeiras controvérsias trinitárias levaram à
conclusão de que o Espírito Santo, como o Filho, é da mesma essência do pai e,
portanto, é consubstancial com Ele. E a longa discussão acerca da questão, se o
Espírito Santo procedeu somente do pai ou também do Filho, foi firmada
finalmente pelo Sínodo de Toledo em 589*,
pelo acréscimo da palavra “Filioque” (e do Filho) à versão latina do Credo de
Constantinopla: “Credimos in Spiritum
Sanctum qui a Patre Filioque procedidit” (“Cremos no Espírito Santo, que
procede do Pai e do Filho”). Esta processão do Espírito Santo, resumidamente
chamada espiração, é Sua propriedade pessoal.
4
– TIPOS E ILUSTRAÇÕES DO ESPÍRITO SANTO
Alguém disse uma vez que o ensino
adequado "torna os ouvidos dos homens em olhos". Isto é exemplificado
na Bíblia por tipos, parábolas, comparações e metáforas. As verdades
espirituais são apresentadas numa multiplicidade de figuras terrestres.
A pessoa e a obra do Espírito
Santo são ilustradas nas Escrituras por várias figuras simbólicas. Essas
figuras simbólicas podem ser objetos, pessoas ou evento, que prefiguram um
outro objeto, pessoa ou evento. Nessa lição queremos examinar algumas destas
figuras simbólicas do Espírito Santo.
A – POMBA
Em João
1:32, encontramos o Espírito tomando a forma de uma pomba. As caraterísticas da
pomba fazem dela um tipo apto do Espírito que são a sua beleza, suavidade,
limpeza e a característica de ela ser facilmente incomodada (Efésios 4:30). A
pomba também é inofensiva (Mateus 10:16) e calma. Outras referências nas
Escrituras onde este tipo é usado são as seguintes:
A. Gênesis 1:2, pois o Espírito é
visto afagando a criação como um pássaro sobre o seu ninho.
B. Gênesis 8:6-12, uma pomba é solta
da arca por Noé. Aqui encontramos pelo menos duas figuras do Espírito Santo.
·
A pomba,
não como o corvo, recusou-se a continuar do lado de fora da arca, onde nenhum
lugar limpo podia ser encontrado. O Espírito, obviamente, só habita naqueles
que têm sido lavados pelo sangue de Cristo.
·
A pomba
trouxe de volta uma folha de oliveira como um sinal de esperança para aqueles
que estavam na arca. Isso prefigura o Espirito que traz a segurança da salvação
para os que estão em Cristo.
Observação: É interessante notar que o corvo era um pássaro
abominável (Levítico 11:15). Aves também são usadas na Escritura como figuras
de espíritos demoníacos (Mateus 13:4, 19; Apocalipse 18:2).
B – ÓLEO
/ AZEITE
O óleo de
oliveira (azeite) foi um artigo de grande importância na Palestina, sendo usado
como comida, remédio, iluminação e unção. É um tipo constante do Espírito Santo
tanto no Velho Testamento quanto no Novo Testamento.
·
Em Êxodo
40:9-11, aprendemos que o tabernáculo e os móveis deveriam ser ungidos com
azeite. Como o tabernáculo era uma figura de Cristo, o azeite figurou Cristo
sendo ungido pelo Espírito.
·
Em Êxodo
27:20-21, notamos que o interior do tabernáculo era iluminado pelo uso de óleo
de oliveira. Como os pertences eram figuras de Cristo, a interpretação é fácil.
Sem a iluminação do Espírito de Deus ninguém poderia ver as glorias do nosso
Salvador.
·
Em
Levítico 14:14-18, aprendemos que na purificação de uma lepra, foram usados
tanto o sangue quanto o azeite. Isto revela que: quando alguém é convertido e
curado do pecado, operam tanto o sangue de Cristo quanto a pessoa do Espírito
Santo.
·
Os
profetas, sacerdotes e reis sendo ungidos prefiguravam a Cristo como nosso
profeta, sacerdote e rei.
·
Em
Levítico 2:1, encontramos a flor de farinha (um tipo da carne imaculada de
Cristo) que foi ungida com azeite (um tipo do Espírito Santo).
·
O óleo é
freqüentemente associado, na Bíblia, a curas (Isaías 1:6; Lucas 10:34; Marcos
6:12-13). O Espírito Santo sara espiritualmente.
C – ÁGUA
A água é
um tipo comum do Espírito Santo na salvação. O espaço proíbe-nos de nos
aprofundarmos neste tipo como gostaríamos:
·
A água é
a fonte da vida. Sem água este mundo seria um cemitério desolado e ressecado.
Da mesma forma é a presença do Espírito que traz vida e fruto espiritual para
as nossas vidas (Galátas 5:22; Isaías 44:3; Atos 2:17).
·
A terra
tem abundância de água. Os remidos também têm uma fonte abundante do poder do
Espirito (João 7:38).
·
É
necessária água para a limpeza. É o Espírito quem limpa nossos corações na
regeneração e, continua nos purificando quando diariamente nos aproximamos de
nosso Pai celestial (Tito 3:5; Êxodo 29:4).
·
O
Espírito Santo é comparado à água viva vinda de um córrego constante. Ele é de
todas as formas superior aos poços e às poças estagnadas deste mundo. Enquanto
os prazeres desta vida desaparecem e acabam, o Espirito de Deus continua sendo
uma fonte interior de vida e gozo (João 4:14; 7:37-39).
D – VENTO
O vento é
um tipo especial do Espírito porque a palavra "espirito" também pode
ser traduzida como "vento" (veja capítulo 1). Nosso Senhor usa vento
como um tipo do Espirito (João 3:8).
·
O vento é
invisível na sua obra (João 3:8). Cristo assim revelou a insensatez de conectar
a regeneração com sinais visíveis como o batismo.
·
O vento
não é controlado pelos homens (João 3:8). O Espírito Santo é soberano em Suas
operações.
·
A
presença do vento é percebida pela sua influência (João 3:8). Da mesma forma a
presença do Espírito Santo é conhecida pela Sua influência nos corações.
·
O vento é
poderoso (Atos 2:1-2). O Espírito Santo pode quebrar o coração mais duro.
·
Assim
como que o vento move um barco a velas, o Espírito de Deus moveu aqueles que
escreveram as Escrituras (II Pedro 1:21).
·
Da mesma
maneira que o vento seco pode murchar a beleza da natureza, o Espírito Santo
pode secar o coração orgulhoso através da Sua obra de convicção (Isaías
40:6-7).
E – FOGO
·
Em Atos
2:3, vemos que o fogo era um sinal da presença do Espírito. Vemos no Velho
Testamento que o fogo é uma evidência da presença do Senhor (Êxodo 3:2), da
aprovação do Senhor (Levítico 9:24) e da proteção do Senhor {Êxodo 13:21}.
Talvez, todas essas idéias estejam incluídas em Atos 2:3.
·
Em
Apocalipse 4:5, o Espírito é simbolizado por sete lâmpadas de fogo. O número
sete tem confundido algumas pessoas, mas parece referir-se ao perfeito
conhecimento dado a Cristo, o ungido de Deus (Isaías 11:1-4; Apocalipse 5:6).
Conclusão
4: As
figuras simbólicas do Espírito na Bíblia.
·
Vestimentas (Lc 24.49)
·
Pomba (Mt 3.16; Mc
1.10; Lc 3.22; Jo 1.32)
·
Penhor (2 Co 1.22; f.5;
Ef 1.14)
·
Fogo (At 2.3)
·
Óleo (Lc 4.18;
At 10.38; 2 Co 1.21; 1 Jo 2.20)
·
Selo (2 Co 1.22; Ef
1.13; 4.30)
·
Servo (Gn 24)
·
Água (Jo 4.14;
7.38-39)
·
Vento (Jo 3.8; At
2.1-2)
5
– A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NO A.T.
Muitas das obras divinas são atribuídas às três pessoas da Trindade.
Este fato também é verdadeiro na criação. Enquanto o Pai e o Filho são
reconhecidos pela obra (Atos 4:24; João 1:3), o Espírito Santo não fica
excluído.
A – Na Criação A.T.
O
Espírito deu à criação:
1) Vida (Sl 104.30; Jó 33.4)
2) Ordem (Is 40.12; Jó 26.13)
3) Beleza (Sl 33.6; Jó 26.13)
4) Preservação (Sl 104.30)
No domínio da
natureza é obra do Espírito Santo dar vida a todas as criaturas que se movem, na
terra, no céu ou no mar, porque "se você enviar o seu Espírito, eles são
criados" (Salmo 104: 30). Por outro lado, "se eu pensei em retirar-se
o seu espírito, tirar o fôlego da vida, toda a humanidade pereceria, a
humanidade seria poeira!" (Jó 34:14-15). Aqui vemos o papel do Espírito
Santo no fornecimento e manutenção da vida humana e animal.
B – No Homem A.T.
1) Habitação seletiva
·
O
Espírito estava em certas pessoas na época do A.T. (Gn 41.38; Nm 27.18; Dn 4.8;
5.11-14; 6.3).
·
O
Espírito vinha sobre várias pessoas (Jz 3.10; 6.34; 11.29; 1 Sm 10.9-10;
16.13).
·
O
Espírito enchia alguns (Êx 31.3; 35.31)
Assim,
Seu relacionamento pessoa com os homens no A.T. era limitado, pois nem todos
experimentavam Sua ação e esta não era necessariamente permanente em todos os
casos (Sl 51.11).
2) Capacitação para o serviço A.T.
O
Espírito Santo muitas vezes capacitou as pessoas para um serviço especial.
·
A
Josué deu dons de liderança e sabedoria (Nm 27:18; Dt 34:9)
·
Os
juízes foram habilitados para libertar Israel de seus opressores (note como
"o Espírito do Senhor veio sobre" Otoniel em Juízes 3: 10, at 6:34
Gideão, Jefté e Sansão em 11:29-13:25, 14:6, 19; 15:14).
·
O
Espírito Santo veio sobre Saul e ele profetizou e o capacitou para guerrear
contra os inimigos de Israel (1 S 11:6).
·
Quando
Davi foi ungido rei, "o Espírito do Senhor se apoderou de Davi naquele dia
estava com ele. " (1 S 16:13), permitindo que Davi cumprisse a tarefa de
governar para a qual Deus o havia chamado.
·
De
uma maneira ligeiramente diferente de treinamento, o Espírito Santo deu a
Bezalel habilidades artísticas para construir o tabernáculo e seus móveis (Ex
31:3, 35:31), e também lhe deu a capacidade de ensinar essas habilidades aos
outros (Ex 35:34).
6
– A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA REVELAÇÃO E INSPIRAÇÃO
A – Definições
·
Revelação significa o
desvendamento de algo que era previamente encoberto ou desconhecido. A
revelação diz respeito ao material ou objeto a ser revelado (i.e., o que).
·
Inspiração é o processo
divino de supervisão dos autores humanos da Bíblia, de modo que, usando suas
próprias personalidades e estilos, compuseram e registraram sem erros as
palavras de Deus para Sua revelação ao homem nos manuscritos originais (os
autógrafos). A inspiração diz respeito ao modo (i.e., o como).
B – O Autor da Revelação É o Espírito Santo
A
passagem mais específica é 2 Pedro 1.21 (cf. 2 Sm 23.2; Ez 2.2; Mq 3.8; Mt
22.43; At 1.16; 4.25).
C – Os Meios da Revelação
O
Espírito usou:
·
A
Palavra falada (Êx 19.9)
·
Sonhos
(Gn 30.31)
·
Visões
(Is 6.1)
·
A
Palavra escrita (Jo 14.26; 1 Co 2.13)
·
Cristo
D – O Autor da Inspiração É o Espírito Santo
·
Do A.T.
o (2 Sm 23.2-3; 2 Tm 3.16; Mc 12.36; At 1.16; 28.25; Hb
3.7; 10.15-16).
·
Do N.T.
o
A
inspiração do N.T. foi pré-autenticada por Cristo (Jo 14.26).
o
Ela
é afirmada pelos autores do N.T. (1 Co 14.37; Gl 1.7-8; 1 Ts 4.2, 15; 2 Ts 3.6.
12, 14).
o
Ela
é atestada mutuamente pelos apóstolos (1 Tm 5.18; 2 Pe 3.16).
7
– A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA VIDA DE CRISTO
Mesmo que a interação entre as
pessoas da Trindade seja sempre incompreensível, ainda mais misteriosa é a
relação entre o Espírito de Deus e o Nosso Senhor encarnado. O Salvador era tão
Deus quanto homem. Cristo era auto-suficiente como Deus, mas na sua humilhação
precisava ser ungido pelo Espírito. Não devemos murmurar, então, que todas as
coisas são incompreensíveis, mas estarmos alegres pelo mistério da piedade (I
Timóteo 3:16).
A
– Em Seu Nascimento Virginal
O Espírito Santo
realizou a concepção no útero de Maria (Lc 1.35).
B
– Em Sua Vida
B1)
Quando Cristo foi ungido pelo
Espírito (Lc 4.18; At 10.38).
Essa unção ocorreu em Seu batismo
(Mt 3:16, Mc 1:11, Lc 3:22, Jo 1.32). Quando se levantou para pregar na
sinagoga de Nazaré, disse que cumpriu a profecia de Isaías: "O Espírito do
Senhor está sobre mim porque ele me ungiu para pregar boas novas aos pobres.
Ele enviou-me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos
cegos, para libertar os oprimidos e para proclamar o ano aceitável do Senhor
"(Lc 4:18-19).
B2)
Por que
o Filho de Deus necessitava ser ungido?
A pergunta o porquê o Filho de
Deus necessitava ser ungido pelo Espírito é parte do grande mistério da encarnação.
Devemos considerar exatamente o que atualmente diz as Escrituras, para não
afastarmos em vãs especulações. O propósito era:
1)
Dar um sinal para as pessoas (João 1:32-34; 6:27) - João
reconheceu que Cristo tinha o poder do Espírito Santo (João 3:34).
2)
Equipar a Cristo para o serviço (Isaías 61:1-4) – Embora Cristo
fosse Deus encarnado, Ele abriu mão de fazer uso de seus atributos divinos.
3)
Porque o Senhor ao ser ungido
igualou-se a todos os homens
- A aliança da graça requer de
Cristo a representação do Seu povo, tornando-se um servo e, tomando sobre si a
natureza deles (Filipenses 2:5-11; Hebreus 2:14, 17). Como os filhos de Deus
são dependentes do Espírito para servir, Cristo também serviu a Deus pelo poder
do Espírito (Atos 10:38; Isaías 61:1-3).
B3)
Cristo
foi tentado (Mt 4.1; Mc 1.12)
Foi o Espírito Santo quem
conduziu Jesus a ser tentado.
B4)
Cristo
foi cheio do Espírito (Lc 4.1)
"Jesus voltou para a
Galiléia no poder do Espírito" (Lucas 4: 14).
B5)
Cristo
foi selado com o Espírito (Jo 6.27)
B6)
Cristo
foi guiado pelo Espírito (Lc 4.1)
B7)
Cristo
foi capacitado pelo Espírito (Mt 12.28)
O serviço de Cristo. As palavras
e as obras maravilhosas de Cristo foram produzidas pelo poder do Espírito (Atos
10:38; Lucas 4:16-21; Mateus 12:28).
8 –
A OBRA DO ESPÍRITO SANTO NA SALVAÇÃO
A – A Obra Preparatória do Espírito na Salvação
Há uma obra comum que é
preparatória à regeneração e que acontece no coração do pecador. Devido a
salvação ser tanto uma obra moral quanto legal se torna necessária essa
preparação. Aqueles que vão gozar eternamente dos benefícios da fé em Cristo
são primeiramente tocados para que vejam a necessidade de terem a Cristo. O
homem egoísta deve ser quebrado para que o Salvador possa receber toda a glória
na salvação.
Antes de começar este tópico,
devemos ser alertados que o Espírito Santo é um agente soberano na salvação.
Ele opera como quer, e a experiência de uma pessoa não deve tornar-se um padrão
para os outros. Algumas pessoas levam meses para serem convencidas, enquanto
outros logo reconhecem a plena certeza da salvação (Atos 8:25-39; 16:25-34).
Alguns, com Paulo, encontram o Senhor sem O estar procurando (Romanos 10:20).
Tendo o cuidado de lembrar estes
fatos, estudaremos algumas das obras preparatórias do Espírito na salvação.
1)
DESPERTAR
Ninguém
pode superestimar o perigo em que se encontram os homens pecadores (João 3:18;
Hebreus 10:31), a Bíblia retrata-os como sendo adormecidos, cegos, mortos e
inconscientes. A morte, o pecado, o julgamento e a eternidade não são
realidades para os não regenerados (Isaías 28:15). Os homens dormem a beira do
inferno.
No despertar do pecador, o Espírito de Deus
impressiona a mente sobre a realidade da eternidade e do juízo.
Os
assuntos espirituais tornam-se importantes. Nem todos os despertados vêm à
salvação. Alguns voltam a dormir através de uma confissão vazia de religião ou
pela força do mundo (Atos 24:25).
2)
ILUMINAÇÃO
Enquanto
apenas os regenerados são "renovados para o conhecimento"
(Colossenses 3:10) os não salvos podem receber um grau de iluminação. Quando um
pecador é iluminado, pode perceber claramente o perigo do pecado e a gravidade
da eternidade. Pela primeira vez, a sua alma torna-se importante. Não requer
tudo isso um grau de iluminação?
Até mesmo
o homem natural pode ser movido a temer o Inferno e a estar preocupado com o
seu eterno bem. Esta iluminação é
simplesmente um alerta na mente natural do homem para que ele veja o perigo do
pecado e do juízo.
3)
CONVICÇÃO
Enquanto
o "despertar" trata mais com o perigo, a "convicção" é a obra de Deus pela qual é revelada a causa
do perigo. Pela convicção, o homem é
convencido e reprovado a respeito de sua condição pecaminosa. Só esta pode
dar ao pecador o desejo de conhecer a Cristo.
3.1)
As áreas de convicção - Em João 16:8-11, achamos três
áreas pelas quais o homem é convencido.
·
Do pecado - Deus convence os homens dos
pecados grossos que tenham feito (Atos 2:36-37), do pecado original, da falha
ao cumprir os deveres e do pecado da incredulidade.
·
Da justiça - Os homens são convencidos da
justiça de Cristo, e da necessidade de Sua justiça (Mateus 5:6).
·
Do juízo vindouro - Juízo geralmente refere-se a
domínio. Os homens são convencidos que Satanás será vencido, e Cristo será o
Rei, e a resistência é tolice. Os poderes do mal não terão oportunidade de
vencer, mas todos ficarão diante de Deus.
3.2)
Necessidade de convicção
·
Sem a
convicção, os homens nunca estariam prontos para admitir a sua total
profanação, nem viriam a Cristo como mendigos desesperados. "Cristo é
tudo" (Colossenses 3:11) na salvação, e Deus gostaria que os remidos
entendessem isso. A convicção, então, prepara a alma para a fé em Cristo.
·
A
convicção é preparatória ao arrependimento. A tristeza segundo Deus (II
Coríntios 7:10) precede o arrependimento que é uma mudança permanente do
coração e da mente acerca do pecado.
3.3)
As marcas da verdadeira convicção
·
A
verdadeira convicção faz com que os homens aceitem suas culpas (Salmos 51:4;
Lucas 18:9-14).
·
A
verdadeira convicção destrói o egoísmo do homem (Lucas 18:9-14; Isaías
64:6).
·
A
verdadeira convicção encara o pecado como sendo contra Deus (Salmos 51:4; Lucas
15:18).
·
A
verdadeira convicção guia o convencido a Cristo, e não ao desespero mundano (II
Coríntios 7:10).
A convicção pode não ser uma obra agradável, mas é
necessária. Ver como somos, é um pré-requisito para que vejamos a Cristo. Nas
primeiras quatro bem-aventuranças (Mateus 5:3-6) nosso Senhor explica que só os
que conhecem a verdadeira convicção são realmente abençoados.
B – A Obra do Espírito Santo na Regeneração
João 3.5-7: “Respondeu Jesus: Em verdade, em verdade
te digo: quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de
Deus. O que é nascido da carne é carne; e o que é nascido do Espírito é
espírito. Não te admires de eu te dizer: importa-vos nascer de novo”.
B1) Definição
O
ato divino de geração espiritual, pelo qual Ele comunica vida eterna e nova
natureza.
Regenerar
significa restabelecer o que estava destruído, reorganizar, dar vida nova a,
etc.
B2) Meio
É
obra de Deus. A
regeneração é o dom da graça de Deus, é a obra sobrenatural do Espírito Santo (Jo 3.3-7; Tt
3.5)
realizada no salvo após a justificação pela exclusiva determinação de Deus. A fé é o
requisito humano em presença do qual o Espírito regenera, e a Palavra de Deus
fornece o conteúdo cognitivo da fé.
A
Escritura revela que o homem natural não tem a capacidade de escolher a Deus,
mas que todos os salvos foram escolhidos por Ele (Ef 1.4), por isso o ‘novo
nascimento’ implica não só em uma nova vida agora, como também a vida eterna no
mundo do porvir.
B3) Característica
·
É
um ato instantâneo, não um processo (embora seus antecedentes e consequências
possam ser processos).
·
É
não-experimental (não se deriva ou baseia em experiência, embora seja seguida
das experiências comuns à vida cristã).
B4) Consequências
·
Uma
nova natureza (2 Co 5.17).
·
Uma
nova vida (1 Jo 2.29)
C – A Necessidade do Novo Nascimento
Em João 3:3 e 5, nosso Senhor afirma claramente que
a regeneração é necessária para a salvação. O homem não só precisa de perdão
para que tenha comunhão com Deus, como também a sua natureza deve ser renovada.
O homem caído é natural (I Cor 2:14), sensual (Judas 19) e carnal (Rom 8:5-7),
o oposto ao espiritual (I Cor 2:15). Cristo revela que há uma distinção
imutável entre o que é nascido da carne e o que é nascido do Espírito. A carne
pode ser religiosa, refinada, educada e ter aparência moral, mas ainda é carne
(João 3:6).
Cada parte do homem natural é corrompida pelo
pecado. A sua mente é entenebrecida às coisas de Deus (I Cor 1:18; 2:14; Efés
4:18). Seu coração está numa condição de inimizade contra Deus (Rom 8:7; Jer
17:9). A sua vontade é livre somente para cumprir os desejos de uma natureza depravada
(João 1:13; Rom 9:16; Fil. 2:13). A carne torna-se completamente inútil para as
coisas de Deus (João 6:63).
D – Efeito da Regeneração
O efeito
da regeneração é fazer com que o crente passe da morte para a vida espiritual
através da mudança na disposição da mente, voltando o seu pensamento e suas
ações para a obediência e o prazer na Palavra de Deus, os dons concedidos na
regeneração são: a fé em Cristo e o arrependimento para a vida, desta forma, a
justificação antecede à fé, pois a fé é um dom de Deus procedente da salvação,
sendo infundida no crente através da ação do Espírito Santo.
E – Habitação (1 Co 6.19)
Quando a
pessoa é justificada, ela recebe o Espírito, que passa a habitar com os filhos
de Deus.
1
Coríntios 6,19: “Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do
Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois
de vós mesmos?”.
1. As pessoas habilitadas
Todos os
verdadeiros crentes, porque:
·
Mesmo
crentes em pecado desfrutam da habitação (1 Co 6.19).
·
O
Espírito é um dom (Rm 5.5).
·
A
ausência do Espírito é prova da condição de não-salvo (Rm 8.9b).
2. A permanência da habitação
Os
crentes podem perder a plenitude do Espírito, mas não a Sua habitação (Jo
14.16).
3. Problemas com a habitação
·
A
obediência é uma condição (At 5.32)? Sim! Mas a obediência à fé cristã (At 6.7;
Rm 1.5).
·
Algumas
pessoas não foram temporariamente habitadas? Sim! Mas apenas antes do Dia de
Pentecostes (1 Sm 16.14).
·
Qual
a relação entre a unção e a habitação? Elas ocorrem ao mesmo tempo, mas com propósitos
diferentes: a habitação é a presença de Deus na vida do crente, ao passo que a
unção o capacita a ser ensinado pelo Espírito (1 Jo 2.20,27) e a agir na
autoridade delegada por Cristo.
9
– A OBRA DO ESPÍRITO COMO CONSOLADOR
(Pr. Ron Crisp)
Na Santa Ceia nosso Senhor falou
da sua traição, da sua morte e da sua partida que estava próxima. Quando
pensaram em viver sem Jesus no meio deles sentiram-se esmagados. Quando Cristo
falou das perseguições vindouras (João 16:1-4), os seus corações ficaram cheios
de tristeza (João 16:6).
Os apóstolos tinham visto nuvens
de dificuldade unindo-se a muito tempo, mas eles se sentiam seguros com a
presença de Cristo. Nosso Salvador tinha acalmado cada tempestade, alimentou a
multidão quando eles eram impotentes e expulsou o demônio que eles não puderam
expulsar. Ele tinha sido o guia infalível e o Seu professor. Eles se sentiam,
agora, como órfãos impotentes. Contra o cenário escuro da Sua iminente ida para
o céu o nosso Senhor falou palavras de conforto em João, capítulos 14 a 16. Foi
neste momento que Ele os deu a promessa de outro Consolador (João 16:7).
Nesta lição desejamos
aprofundar-nos na missão do Espírito como nosso Consolador.
“Mas eu vos digo a verdade: Convém-vos que eu vá, porque se eu não for,
o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (Jo 16.7).
A – O Que Significa Consolo
Consolo é
confortar ou amenizar a dor de alguém. Este mundo é um lugar de tribulação,
perseguição, e lágrimas para os filhos de Deus.
Antes da
partida de Cristo Ele assegurou aos apóstolos que as dificuldades seriam
grandes em suas vidas (João 16:1-4). Portanto, os crentes, não devem esperar o
fim das dificuldades, mas o consolo em meio às aflições.
B – O Consolador
A palavra
grega usada para consolador é 'parakletos' que significa
"pessoa chamada para acompanhar..." o Espírito Santo como um
consolador é nosso ajudante, conselheiro e defensor.
Em I João
2:1, Cristo é mencionado como nossa 'parakletos'. Em João 14:16 Cristo disse que Ele enviaria
"outro" consolador. A palavra grega para "outro" é allos e
significa "outro do mesmo tipo." O Espírito Santo é, então, (assim
como era Cristo) uma pessoa divina que zela por nós na ausência física de
Cristo. Sendo onisciente Ele pode nos ensinar a vontade de Deus. Sendo
onipotente Ele nos apoia no mundo. Ele nos ama assim como Cristo faz e, está em
comunhão conosco (Rom 15:30; II Cor 13:14).
C – Como o Espírito Santo Conforta os
Crentes
1)
O Espírito Instrui os Cristãos. Cristo constantemente
instruiu os Seus apóstolos durante o Seu ministério terrestre, contudo com à
sua partida, eles tiveram, ainda, muito a aprender. Ele lhes "prometeu
outro Consolador" que continuaria ensinando-lhes (João 14:26, João
16:13-14). Nesta condição o Espírito Santo é chamado de "O Espírito da
verdade" (João 14:17) que veio dar-lhes palavras que deveriam dizer quando
fossem perante os tribunais (Mat. 10:17-20). Em tempos apostólicos ele ensinou
pela revelação e pela iluminação. Com a conclusão do Novo Testamento Seu
trabalho ficou limitado a iluminação (Mateus 10:17-20). As revelações
proféticas de hoje são fundamentas nas Escrituras, e por elas devem ser
julgadas. [2]
2)
O Espírito Intercede pelos
Cristãos. Em
Romanos 8:26-27, aprendemos que o Espírito Santo intercede por nós instigando-nos
em nossas orações. Isto não deve ser confundido com o trabalho de Cristo como
intercessor, Que é nosso advogado (Grego, 'parakletos') perante o
Pai (I João 2:1). Com base na obra remissória terminada por Cristo, Ele
intercede ao nosso lado perante o Pai. O Espírito Santo intercede, porém, não
diretamente a nosso favor, mas alinhando nossa oração com a vontade do Pai e de
Cristo nosso Senhor. É bom sabermos que quando ajoelhamos para orar temos
alguém guiando-nos e que conhece a vontade de Deus, podendo conduzir-nos em
nossos desejos e petições (Romanos 8:27, Efésios 6:18).
3)
O Espírito Sela os
Cristãos. Em
Efésios 4:30, entendemos que os crentes são selados pelo Espírito até o dia da
redenção. O fato de o Espírito que nos habita nunca nos deixar foi usado por
Cristo como uma forte base de consolação (João 14:16,17). Essas Escrituras
parecem contrastar a presença contínua do Espírito de Deus com a natureza
temporária da presença física de Cristo.
4)
O Espírito Assegura aos Cristãos
o Amor de Deus. O
Espírito Santo conforta as pessoas eleitas por Deus fazendo com que reconheçam
em suas almas o amor que Deus tem para com elas (Romanos 5:5). O Espírito
revela a nós tudo aquilo que Deus nos preparou (I Coríntios 2:9-10) como
resultado do Seu amor.
5)
O Espírito Produz Fé nos
Cristãos. Toda
a fé e esperança tida pelo crente, em
Deus[3], foi produzida pelo Espírito Santo. Ele
sustenta essas graças que agem como uma âncora em nossas almas (Romanos 15: 13,
Gálatas 5:22).
6) O Espírito Produz Alegria nos Cristãos. Romanos 14:17, Gálatas 5:22.
7) O Espírito Santifica os Cristãos.
O
Espírito Santo conforta o crente fortalecendo a sua graça, dando-lhe vitória
sobre o pecado. O Espírito não deixará o trabalho iniciado na regeneração ser
superado ou destruído por Satanás (Fil. 1:6; Rom 6:14).
8)
O Espírito Habilita a Pregar o
Evangelho. O
Espírito Santo conforta o crente dando-lhe sucesso em seu trabalho na Grande
Comissão. Nós não permanecemos sozinhos em uma tarefa impossível, mas somos
dotados de poder Divino (Atos 1:8, I Pedro 1:12, I Tessalonicenses 1:5).
9)
O Espírito Equipa a Igreja. O Espírito Santo é um conforto e
uma ajuda para o povo de Deus, colocando nas igrejas dons necessários para a
sua edificação (I Coríntios 12:1-31, Efésios 4:11-12).
10
– BATISMO NO ESPÍRITO SANTO
A – Significado
Literalmente ser batizado no Espírito Santo significa ser
totalmente imerso ou mergulhado em sua Pessoa Divina, de modo que nos tornamos
dependente e submisso à Sua vontade.
Não podemos deixar de mencionar que quando o batismo no
Espírito Santo ocorreu pela primeira vez sobre a Igreja, foi entendido por
Pedro como cumprimento da palavra de Joel (Jl 2), e este cumprimento é descrito pelo apóstolo pelo
termo “derramar” (At 2.16-18).
B – Características
do batismo
1) Ocorre apenas na
Era da Igreja (ainda era futura em At 1.5).
2) Envolve todos os
crentes (1 Co 12.13; Ef 4.5).
3) Ocorre apenas
uma vez (tempo aoristo em 1 Co 12.13) em nossas vidas.
C – Consequências do batismo
1) Faz os crentes
membros do Corpo de Cristo.
2) Une os crentes com
Cristo em Sua morte no que diz respeito à natureza pecaminosa (Rm 6.1-10).
3) Nos marca aos
olhos de Deus, isto é, somos selados.
·
O agente do Selo
O
Pai (2 Co 1.22; Ef 1.13; 4.30).
·
O selo
O próprio
Espírito.
·
A extensão do
selo
A
todos os crentes.
·
Em que tempo
ocorre
No
momento da conversão.
·
O propósito
Um
selo é usado para afirmar propriedade. A presença do Espírito em um indivíduo é
a prova que o mesmo pertence a Deus e a certeza de ser possuído por Deus e
preservado até o dia da redenção. É uma garantia de segurança para o crente.
11
– PLENITUDE DO ESPÍRITO
A – Plenitude do Espírito ou Cheio do Espírito
A
plenitude do Espírito é mais comumente chamada no Novo Testamento pela
expressão "ser cheio do Espírito
Santo".
Por
causa de seu uso frequente em contextos que falam de crescimento e ministério
cristão, esta é a expressão que melhor
parece descrever o que os pentecostais chamam de "segunda
experiência".
B – Uma experiência contínua em nossas vidas
Paulo
diz aos Efésios: "Não vos embriagueis com vinho, que leva à libertinagem.
Em vez disso enchei-vos do Espírito (Ef 5:18). Ele usa o verbo no tempo
presente no modo imperativo que poderia ser traduzida mais explicitamente,
"estão sendo continuamente cheio do Espírito Santo", implicando que é
algo que deve estar acontecendo continuamente em cristãos, o que resultaria não
somente numa segunda experiência, mas na
terceira, quarta, etc..
No
livro de Atos, vemos exemplos repetidos de ser cheio do Espírito Santo.
·
Atos
2:4 – "Eles estavam todos cheios do
Espírito Santo".
·
Atos
4:23, 31 – Todos se reuniram em oração "depois de ter orado, ..., todos
foram cheios do Espírito Santo e falou a palavra de Deus com ousadia".
Embora
Pedro havia sido preenchido com o Espírito Santo no Pentecostes (Atos 2:4), ele
foi novamente enchido do Espírito Santo antes de falar na frente do Sinédrio
(Atos 4:8), e foi novamente enchido do Espírito Santo quando orava com o grupo de
cristão que estava reunido.
Há,
portanto que compreender que ser cheio do Espírito Santo, não como um evento singular, mas como um evento que pode ocorrer uma e outra vez
na vida de um cristão.
C – O Que Não É Encher-se do Espírito
1)
Não está recebendo mais “porção” do
Espírito. Todo
filho de Deus é habitado pelo Espírito Santo. O Espírito de Deus é uma pessoa e
seria loucura dizer que Ele pode ser recebido em proporções.
2)
Não é somente para os maduros na
fé . Os
cristãos podem ser cheios do Espírito em todas as suas fases de maturidade. Um
bebê em Cristo pode ser cheio do Espírito enquanto que um crente maduro pode
estar falhando nesta área. O viver "cheio do Espírito" deveria ser
visto como uma posição de boa saúde espiritual. A saúde pode ser experimentada
em qualquer idade, contudo a falta de uma boa saúde é um impedimento ao
crescimento formal, tanto no reino físico quanto espiritual.
3)
Não deve ser confundido com
"ser batizado com o Espírito". Como esperado, o enchimento acompanhou o batismo
em Atos 2, mas confundi-los é um sério erro que acaba pervertendo ambas as
verdades. O batismo com o Espírito foi determinado para o dia de Pentecostes, e
nesse dia, as pessoas ao serem batizadas foram enchidas do Espírito (batismo e
enchimento foram eventos simultâneo). Entretanto o batismo é um evento único na
vida de todo cristão e o encher-se do Espírito pode ocorrer diversas vezes. Somos
instruídos a que sejamos cheios do Espírito, mas ninguém, nenhuma vez, foi
instruído a que fosse batizado com o Espírito. São experiências distintamente
diferentes.
D – Ser cheio do Espírito Santo nem sempre acompanha o falar em
línguas
É
algo que temos de falar sobre a experiência de ser cheio do Espírito Santo.
Como havia vários casos em Atos, onde as pessoas receberam o poder do Espírito
Santo na nova aliança e começaram a falar em línguas ao mesmo tempo, o ensino pentecostal
comum é de que o sinal externo do batismo no Espírito Santo é o falar em
línguas (ou seja, falar em línguas que não são compreendido pelos outros e pela
pessoa que fala não aprendeu, se conhecido línguas humanas ou outros tipos de
línguas dos anjos ou celestial).
Textos
usados pelos pentecostais para fundamentar a doutrina de que o falar em línguas
é sinal externo do batismo do Espírito Santo ou de que a pessoa está cheia do
Espírito Santo: Atos 2:4, 10:46, 19:6,
provavelmente implícito 8:17-19 por causa de seus paralelos com a experiência
dos discípulos em Atos 2.
Mas
é importante perceber que há muitos
casos em que o ser cheio do Espírito Santo não
estava em falar em línguas. Quando Jesus foi cheio do Espírito Santo em
Lucas 4:1, o resultado foi a força para vencer as tentações de Satanás no
deserto. Quando as tentações acabados, e Jesus "voltou para a Galiléia no
poder do Espírito" (Lc 4:14), os resultados foram curas milagrosas,
expulsar espíritos malignos e de ensino com autoridade. Quando Isabel ficou
cheia do Espírito Santo, falou palavras de bênção a Maria (Lc 1:41-45). Quando
Zacarias, foi cheio do Espírito Santo, profetizou (Lucas 1:67-79). Outros
resultados de ser cheio do Espírito Santo era pregar o evangelho com poder
(Atos 4:31), (talvez) a sabedoria e maturidade cristã e bom testemunho (Atos
6:3), pregação poderosa quando eles foram acusados em
tribunal (Atos 4:8), uma visão do céu (Atos 7:55), e (aparentemente) a
maturidade da fé e da vida (Atos 11:24). Vários destes casos pode também
envolver a plenitude do Espírito Santo para habilitar algumas formas de
ministério, especialmente no contexto do livro de Atos, onde a capacitação do
Espírito Santo aparece com freqüência dando os resultados de milagres,
pregações e obras de grande poder.
Portanto,
embora a experiência de ser cheio do Espírito Santo pode estar para receber o
dom de falar em línguas, ou use algum outro presente que não tinha
experimentado antes, ele também pode vir sem o dom de falar em línguas . Na
verdade, muitos cristãos ao longo da história têm tido experiências poderosas
de ser cheio do Espírito Santo que não foram acompanhadas com o falar em
línguas. Com relação a este dom com os outros presentes, devemos simplesmente
dizer que o Espírito Santo "distribui a cada um como lhe apraz" (1
Cor. 12:11).
Observação: Não há nada de errado com a ensinar as
pessoas a orar e buscar maior plenitude do Espírito Santo, esperar e pedir ao
Senhor por um derramamento de mais dons espirituais em suas vidas, para o
benefício do corpo de Cristo (cf. 1 Cor 12: 31, 14:1, 12). Na verdade, a
maioria dos cristãos evangélicos em todas as denominações anseiam sinceramente
ter mais poder para o ministério, maior alegria na adoração, e uma comunhão
mais íntima e profunda com Deus. Muitos também apreciar uma melhor compreensão
dos dons espirituais, e de encorajamento para crescer em seu uso.
E – Resultados da Plenitude do Espírito
A
plenitude do Espírito Santo resultará em:
1) Adoração e gratidão sincera - (Ef 5:19-20)
2)
Melhor harmonia nas
relações uns com os outros - (Efésios 5:21 - 6:9).
3) Uma crescente santificação
4) Uso mais eficaz dos dons espirituais
Conclusão 10:
A – Definição
Ter
a plenitude do Espírito, ou ser cheio do Espírito, significa ser controlado
pelo Espírito (Ef 5.18).
B – Características
·
A
plenitude do Espírito é uma ordem para o crente (Ef 5.18, o verbo é um
imperativo).
·
A
plenitude é passível de repetição (At 2.4; 4.31).
·
A
plenitude do Espírito produz semelhança a Cristo (Gl 5.22-23).
C – Condições Para Estar Cheio do Espírito
1. Uma vida dedicada – A submissão ao
controle do Espírito, embora ordenada, é voluntária e exige atos de dedicação.
Isto inclui dois aspectos: dedicação inicial (Rm 12.1-2) e a dedicação contínua
da vida (Rm 8.14).
2. Uma vida vitoriosa – Vitória diária
sobre o pecado no cotidiano é uma necessidade para esse controle do Espírito
(Ef 4.30). Isto significa reagir corretamente à luz da Palavra à medida que
esta é revelada (1 Jo 1.7).
3. Uma vida de dependência – Este é o
significado de “andar no Espírito” (Gl 5.16).
D – Consequências – Ser cheio ou
controlado pelo Espírito significa:
·
Um
caráter semelhante ao de Cristo (Gl 5.22-23).
·
Uma
vida de adoração e louvor (Ef 5.18-20).
·
Submissão
(Ef 5.21).
·
Serviço
(Jo 7.37-39).
12
– OS DONS DO ESPÍRITO
A – Definição
Um
dom espiritual é uma capacidade dada por Deus ao crente para o desempenho de um
serviço. Não é um lugar de serviço, nem um ministério para um grupo etário
específico, nem um procedimento.
Os dons
do Espírito são capacidades dados a alguém pela operação interna do Espírito
Santo (I Coríntios 12:4-11).
Obs.: Muitos pastores e teólogos fazem diferença entre "Os dons do
Espírito" e "dom do Espírito". Os primeiros descrevem as capacidades
sobrenaturais concedidas pelo Espírito para ministérios especiais; o segundo
refere-se a concessão do Espírito aos crentes conforme é ministrado por Cristo. (Atos 2:33).
1 - Dons Espirituais e
talentos
"Nas três passagens
que falam dos dons achamos mais ou menos vinte. O Antigo Testamento ainda
enumera alguns dons que não estão no Novo (Êx 31:3-5). Muitos destes se parecem
com habilidades ou talentos naturais que as pessoas podem ter; outros são claramente
espirituais.
Muitos
de nós com certeza conhecemos alguém que tem o dom específico de
"música", que não está entre estes vinte. E muitas pessoas gostariam
de saber que diferença há entre dons espirituais e talentos naturais. Alguém
pode ter a habilidade natural de fazer artesanato muito bonito; outros podem
ter talento para compor música. A maioria das pessoas tem talento para alguma
coisa, o que também provem do criador.
Parece
que Deus pode tomar um talento, transforma-lo, pelo poder do Espírito Santo, e
usa-lo como dom espiritual. De fato muitas pessoas com freqüência especulam
sobre a diferença entre dom espiritual e talento natural. Não sei com certeza
se podemos sempre traçar uma linha precisa entre ambos – não se esqueça que os
dois vêm de Deus, afinal de contas."
(Billy
Graham – O Espírito Santo – pp. 130 e 131).
B – Extensão (Para Quem?)
Todo
crente! Podemos afirmar que todo crente tem pelo menos um, mas nunca todos (1
Pe 4.10).
Todos os
crentes têm dons espirituais (I Pedro 4:10, I Coríntios 12:7), contudo é correto
dizer que os dons foram dados à igreja. Nem todos os cristãos são membros de
uma das igrejas do Senhor, mas é vontade de Deus que eles sejam. A igreja é o
lugar apropriado para o exercício dos dons do Espírito. Os dons foram dados à
igreja para seu desenvolvimento espiritual (Efésios 4:8-12; note o versículo
12; I Coríntios 12:14-31; note os versículos 27- 28). Os dons são dados aos
santos individualmente, de forma que a assembleia como um todo seja abençoada.
Tempo
“Quando
pensamos no tempo, estamos pensando se todos os dons operam ainda hoje. Bem
trataremos melhor deste assunto quando estudarmos sobre os diversos dons
espirituais. Neste momento apenas queremos afirmar que cada geração pode ou não
ter todos os dons. Alguns dons, como apóstolos e profetas, foram concedidos
para o estabelecimento, da fundação da Igreja (Ef 2.20) e sua concessão não
deveria ser esperada depois de estar completo esse período de alicerçamento. Contudo
de uma maneira diferente da igreja primitiva eles atuam ainda hoje”[4].
C – Os dons e a Igreja
A relação
dos dons do Espírito para com a igreja pode ser vista no conceito do Novo
Testamento onde se vê a igreja como o Templo de Deus, e como o Corpo de Cristo.
Enquanto a regeneração "faz-nos
pedras vivas" (I Pedro 2:5), são os dons do Espírito que fazem com que
estas "pedras vivas" venham a formar o templo de Deus que é "bem
ajustado" (Efésios 2:21). Da mesma maneira que um corpo humano tem
muitos membros que contribuem para o bem-estar geral do todo, assim é a igreja
local, como o corpo de Cristo, provida de toda função necessária, pela
variedade de dons dentro de sua comunidade (I Coríntios 12:12-28., Efésios
4:16). À igreja foram dados dons do Espírito, porque Ela é a responsável por
promover o crescimento espiritual das pessoas {Efésios 4:11-16}.
Essas
capacidades podem e devem ser desenvolvidas por quem as tem; o dom de ensino,
por exemplo, precisa ser desenvolvido através do estudo.
D – Descrição dos Dons e Tipos de Dons
Paulo fala dos dons
do Espírito (“espirituais”, no original grego) num aspecto tríplice. São eles: “charismata[1]”
(xarisma/twn – carismaton), ou uma variedade
de dons concedidos pelo mesmo Espírito (I Co 12:4); “diakonai” (diakoniw~n – diakonion), ou variedade de
serviços prestados na causa do mesmo Senhor (1 Co 12:5); e “energemata”
(energhma/twn – energematon), ou variedades de
poder ou realizações do mesmo Deus que opera tudo em todos (v.6).
Refere-se a todos
estes aspectos como “a manifestação do Espírito” (v.7), que é dado aos homens
para proveito de todos. Alguns estudiosos dizem que a diversidade de dons é
para auxiliar a variedades de serviço que por sua vez podem se realizar de
formas diferentes, contudo é o mesmo Deus que o realiza.
[1] CARISMA
– no grego significa "dom da graça". Outras palavras são usadas para
traduzir dons como: dorea e doma que aparecem no texto de Ef 4.
Listas de dons se encontram em Romanos 12.6-8; 1 Coríntios 12.8-10; Ef 4.11. O texto de 1 Coríntios 12.28-30 – Neste texto temos uma junção de todos os dons, onde Paulo afirma que tudo provem de Deus.
DONS MINISTERIAIS
|
DONS DE REALIZAÇÃO
|
DONS ESPIRITUAIS
|
Efésios 4.11
Permanentes
Jesus
|
Romanos 12.6-8
Temporário
Deus Pai
|
1 Coríntios 12.8-10
Sinais
Espírito Santo
|
Apóstolos
|
Profecia
|
Palavra de Sabedoria
|
Profetas
|
Ministério/serviço
|
Palavra de Conhecimento
|
Evangelistas
|
Ensino
|
Fé
|
Pastores
|
Exortação
|
Para curar
|
Mestres
|
Contribuição
|
Operações de Milagres
|
Presidir/Liderar
|
Profecia
|
|
Misericórdia
|
Discernimento de Espírito
|
|
Variedade de línguas
|
||
Obs.: Paulo parece não terminar esta lista.
|
Interpretação de línguas
|
DONS MINISTERIAIS, REALIZAÇÃO E ESPIRITUAIS
|
||
Ministério
Permanente
|
Realização
Temporário
|
Dons em Operação
Sinais
|
Apóstolo
|
Liderar / Governo
Profetizar
Ministrar
|
Fé
Operações de Milagres
|
Profeta
|
Profetizar
Exortar
Misericordioso
|
Profecia
Palavra de Conhecimento
|
Evangelista
|
Exortação
Misericórdia
|
Fé
Para curar
|
Pastores
|
Contribuição
Ensino
outros
|
Palavra de Conhecimento
Discernimento de Espírito
|
Mestres
|
Ensino
outros
|
Palavra de Sabedoria
Palavra de Conhecimento
|
Alguns
dos dons foram determinados como sinais (Línguas, Milagres, Cura, etc..).
Outros dons permitem a igreja operar de forma mais ordenada (ajudas, governos),
ou abençoa a alguns com suprimentos especiais (mostrando misericórdia, etc.).
Um grande número de dons concernentes ao ministério da palavra (ensino,
profecia, etc.). Aqueles dons, dados unicamente para suprir as necessidades das
igrejas apostólicas eram obviamente temporários. Isso inclui todos os dons de
sinais e qualquer dom que envolva a revelação direta aparte da Bíblia.
Notando
os vários tipos de dons espirituais deveríamos mencionar também que certos
homens talentosos estão na lista (I Coríntios 12:28-29). Os homens que ocupam
estas posições têm que possuir indubitavelmente mais do que um dom que leve a
cabo os seus trabalhos. Eles próprios são dons à igreja (Efésios 4:7-12).
Alguns destes ofícios como Apóstolo e Profeta eram temporários, no sentido de
possuírem autoridade para fundamentarem a base cristã. Esta base já está
fundamentada, o cânon já está fechado, portanto não existem mais apóstolos e
profetas como houve no início da igreja.
F – O Regulamento dos Dons do Espírito
Considerando
que os dons espirituais são dados para o benefício do corpo, e eles devem ser
regulados de maneira que esta finalidade seja alcançada. Enquanto são
determinadas regras específicas (I Coríntios 14:27-35), o preceito geral é:
·
Permitir que o amor para com os
outros controle as nossas ações. O amor é tão
importante no exercício de dons espirituais que a maior exposição de amor na
Bíblia é encontrada em meio a uma discussão sobre dons espirituais (l Coríntios
13:1-13).
·
Aqueles que possuem dons espirituais
devem controlá-los.
Conforme 1 Coríntios 14:32-33 os
dons estão sujeitos àqueles que o possuem. Portanto aqueles que perturbam os
cultos de adoração com ações descontroladas não podem atribuir o seu
comportamento ao poder do Espírito de Deus.
13 – OS NOVE DONS
ESPIRITUAIS
1)
A palavra de sabedoria:
Por essa expressão o pronunciamento ou a declaração de sabedoria. Que tipo de
sabedoria? Isso determina melhor notando em quais sentidos se usa a palavra
“sabedoria” no Novo Testamento. É aplicada à arte de interpretar sonhos e dar
conselhos sábios (Atos 7:10); à inteligência mostrada ao esclarecer o
significado de algum número ou visão misteriosos (Ap 13:8; 17:9); prudência em
tratar assuntos (Atos 6:3); habilidades santas no trato com pessoas de fora da
Igreja (Cl 4:5); jeito e discrição em comunicar verdades cristãs (Cl 1:28); o
conhecimento e prática dos requisitos para uma vida piedosa e reta (Tg 1:5;
3:13, 17); o conhecimento e habilidades necessários para uma defesa eficiente
da causa de Cristo (Lc 21:15); um conhecimento prático das coisas divinas e dos
deveres humanos, unido ao poder de exposição concernente a essas coisas e
deveres e de interpretar e aplicar a Palavra Sagrada (Mt 13:54; Mc 6:2; Atos
6:10); a sabedoria e instrução que João Batista e Jesus ensinaram aos homens o
plano de salvação (Mt 11:19). Nos escritos de Paulo “a sabedoria” aplica-se a
um conhecimento do plano divino, previamente escondido, de prover aos homens a
salvação por meio da expiação de Cristo (I Co 1:30; Cl 2:3); por conseguinte,
afirma-se que em Cristo “estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e
ciência” (Cl 2:3); a sabedoria de Deus é manifestada na formação e execução dos
seus conselhos (Rm 11:33). A palavra de sabedoria, pois, parece significar
habilidade ou capacidade sobrenatural para expressar conhecimento nos sentidos
supramencionados.
O que significa?
a) É saber defender o Evangelho, é
ter o dom de apologista.
b) É também saber o que é prático
para o funcionamento do corpo de Cristo.
Em que circunstância ele se
manifesta?
a) Diante de situações de
dificuldade: Lc 21:14-15.
b) Se manifesta também em questões
de divisões dentro da igreja I Co 6:5.
c) Antes de qualquer coisa se
manifesta nas atitudes: Tg 3:13-18.
2)
A palavra de ciência ou conhecimento: É um pronunciamento ou declaração de
fatos, inspirados dum modo sobrenatural. Em quais assuntos? Um estudo do uso da
palavra “ciência” nos dará a resposta. A palavra denota: o conhecimento de
Deus, tal como é oferecido nos Evangelhos (II Co 2:14), especialmente na
exposição que Paulo fez (II Co 10:5), o conhecimento das coisas que pertencem a
Deus (Rm 11:13); inteligência e entendimento (Ef 3:19); o conhecimento da fé
cristã (Rm 15:14; I Co 1:5); o conhecimento mais profundo, mais perfeito e mais
amplo da vida cristã, tal como pertence aos mais avançados (I Co 12:8; 13:2, 8;
14:6; II Co 6:6; 8:7; 11:16); o conhecimento mais elevado das coisas divinas e
cristãs das quais os falsos mestres se jactam (I Tm 6:20); sabedoria moral como
se demonstra numa vida reta (II Pd 1:5); e nas relações com os demais (I Pd
3:7); o conhecimento concernente as coisas divinas e aos deveres humanos (Rm
2:20; Cl 2:3).
Qual a diferença entre sabedoria e
ciência? Segundo um erudito, ciência é o conhecimento profundo ou a compreensão
das coisas divinas, a sabedoria é o conhecimento prático ou habilidade que
ordena ou regula a vida de acordo com seus princípios fundamentais. O
dicionário de Thayer declara que onde “ciência” e “sabedoria” se usam juntas, a
primeira parece ser o conhecimento considerado em si mesmo; a outra, o
conhecimento manifestado em ação. "SABEDORIA É O CONHECIMENTO CORRETAMENTE
APLICADO".
a) Significa descobrir, acumular
e esclarecer informações valiosas.
b) É o dom dos teólogos e dos
pensadores piedosos.
3)
Fé: (Weymouth traduz: “fé especial”). A fé salvadora é descrita como um dom
(Ef 2:8-9) por muitos, entretanto acredito que esta descrição é um erro de
interpretação do texto de Ef 2:8-9. De qualquer forma em Ef 2:8-9 a palavra
“dom” é usada em oposição às “obras”, enquanto em I Co 12:9 a palavra usada
significa uma dotação especial do poder do Espírito. Que é o dom da fé? Donald
Gee descreve-o da seguinte maneira:... uma qualidade de fé, às vezes chamada por
nossos teólogos antigos, a “fé miraculosa”. Parece vir sobre alguns dos servos
de Deus em tempos de crise e oportunidades especiais dumas maneira tão
poderosa, que são elevados para fora do reino da fé natural e comum em Deus, de
forma que tem uma certeza posta em suas almas que os faz triunfar sobre tudo...
possivelmente essa mesma qualidade de fé é o pensamento de nosso Senhor quando
disse em Marcos 11:22 “Tende a fé de Deus”. Era uma fé desta qualidade especial
de fé que ele podia dizer, que um grão dela podia mover uma montanha (Mt
17:20). Um pouco dessa fé divina, que é um atributo do Todo Poderoso, posto na
alma do homem - que milagres pode produzir! Veja exemplos da operação do dom em
I Rs 18:33-35; Atos 3:4.
a) Não se trata da fé salvadora,
é mais do que isso, é uma visão grande e dilatada. É a visão do que se pode ser
feito, é a coragem para aceitar desafios e saber que o pior passará.
4)
Dons de curar: Dizer que uma pessoa tenha os dons (note-se o plural, talvez
referindo-se a uma variedade de curas) significa que são usados por Deus duma
maneira sobrenatural para dar saúde aos enfermos por meio da oração. Parece ser
um dom sinal, de valor especial ao evangelista para atrair o povo ao Evangelho
(Atos 8:6-7; 28:8-10). Não se deve entender que quem possui este dom (ou pessoa
possuída por esse dom) tenha o poder de curar a todos; deve dar-se lugar a
soberania de Deus à atitude e condição espiritual do enfermo. O próprio Cristo
foi limitado em sua capacidade de operar milagres por causa da incredulidade do
povo (Mt 13:58). A pessoa enferma não depende inteiramente de quem possua o
dom. Todos os crentes em geral, e os anciãos da Igreja em particular, estão
dotados de poder para orar pelos enfermos (Mc 16:18; Tg 5:14).
a) É servir de instrumento para
cura de doenças ou enfermidades.
b) Possuir este
dom não garante àquele que o possui que as pessoas à volta sempre serão
curadas, bastando apenas que ore por elas.
5)
Operação de milagres: Literalmente “obras de poder”. A chave é o Poder (Jo
14:12; At 1:8). Os milagres “especiais” em Éfeso são uma ilustração da operação
do dom (At 19:11-12; 5:12-15).
1. É servir de instrumento para
Deus realizar coisas maravilhosas.
2. Que coisas
podem ser essas?
a) Realização ou
tarefas impossíveis.
b) Operações,
realizações espirituais.
c) Curas
extraordinárias, expulsão de demônios, fatos estes realizados mesmo a
distância.
6)
Profecia: A profecia, geralmente falando; é a expressão vocal inspirada
pelo Espírito Santo de Deus. A profecia bíblica pode ser mediante revelação, na
qual o profeta proclama uma mensagem previamente recebida por meio dum sonho,
uma visão, ou pela Palavra do Senhor. Pode ser também estática, uma expressão
de inspiração do momento. Há muitos exemplos bíblicos de ambas as formas. A
profecia extática e inspirada pode tomar a forma de exaltação e adoração a
Cristo, admoestação exortativa, ou de conforto e encorajamento inspirando os
crentes. - J. F. R.
A profecia se distingue da pregação
comum em que, enquanto a última é geralmente
o produto do estudo de revelação existente, a profecia é o resultado da
inspiração espiritual espontânea. Não se tenciona suplantar a pregação ou o
ensino, senão completá-los com o toque da inspiração. Guarde bem a profecia não
traz novas revelações, tudo que é dito por meio da profecia deve encontrar
respaldo na Bíblia.
A possessão do dom constituía a
pessoa “profeta” (At 15:32; 21:9; I Co 14:29). O propósito do dom de profecia
do Novo Testamento é declarado em I Co 14:3 - o profeta edifica, exorta e
consola os crentes.
Donald Gee diz em seu livro "A
Respeito dos Dons Espirituais"[5]
que existe o dom da profecia e o oficio do profeta. Donald Gee entende que
embora uma pessoa pode ser usada pelo Espírito Santo em um determinado momento
para profetizar, não significa com isso que ela seja profeta, o que ocorreu foi
apenas uma manifestação do dom profético. Veja o que diz Gee em seu livro a
respeito das pessoas que correm atrás de profecias: "Atualmente, o
privilégio é de todos os crentes receberem pessoalmente direções do Espírito de
Deus (Rm 8:14); pode-se afirmar, com toda a ênfase, que na dispensação atual
não precisamos de profetas, nem de sacerdotes, para o Senhor estar entre nós; e
se nos submetermos por um momento que seja, a tal sistema, será um passo para
trás e para a escravidão."
A inspiração manifestada no dom de
profecia não está no nível da inspiração das Escrituras. Isso está implícito
pelo fato de que os crentes são instruídos aprovar ou julgar as mensagens
proféticas (I Co 14:29). Por que julgá-las ou prová-las? Uma razão é a
possibilidade de o espírito humano (Jr 23:16; Ez 13:2-3) confundir sua mensagem
com a divina ou ainda espíritos imundos e mentirosos (Is 8:19,20; 1 Rs 22:22;
Mt 8:29 e At 16:17). I Ts 5:19-20 trata da operação do dom da profecia. Os conservadores
tessalonicenses foram tão longe em sua desconfiança quanto a esses dons (v.
20), que estavam em perigo de extinguir o Espírito (v.19); mas Paulo lhes disse
que provassem cada mensagem (v.21) e que retivessem o bem (v.21), e que se
abstivessem daquilo que tivesse aparência do mal (v.22).
Deve a profecia ou a interpretação
ser dada na primeira pessoa do singular, como por exemplo: “Sou eu, o Senhor,
que vos estou falando, povo meu”? A pergunta é muito importante, porque a
qualidade de certas mensagens tem feito muita gente duvidar se foi o Senhor
mesmo quem falou dessa maneira. A resposta depende da idéia que tenhamos do
modo da inspiração. Será mecânica? Isto é, Deus usa a pessoa como se fosse um
microfone, estando a pessoa inteiramente passiva, e tornando-se simplesmente um
porta-voz? Ou será o método dinâmico? Isto é, Deus vivifica dum modo
sobrenatural a natureza espiritual (note: “meu espírito ora” em I Co 14:14),
capacitando a pessoa a falar a mensagem divina em termos fora do alcance
natural das faculdades mentais?
Se Deus inspira segundo o primeiro
método mencionado, a primeira pessoa do singular, naturalmente, seria usada; de
acordo com o segundo método a mensagem seria dada na terceira pessoa; por
exemplo: “O Senhor deseja que o seu povo olhe para cima e que se anime, etc.”.
Muitos obreiros experientes crêem que as interpretações e mensagens profética
devem ser usadas na terceira pessoa do singular (Lc 1:67-79; I Co 14:14-15).
7)
Discernimento de espíritos: Vimos que pode haver uma inspiração falsa, a
obra de espíritos enganadores ou do espírito humano. Como se pode perceber a
diferença? Pelo dom de discernimento que dá capacidade ao possuidor para
determinar se o profeta está falando ou não pelo Espírito de Deus. Esse dom
capacita o possuidor para “enxergar” todas as aparências exteriores e conhecer
a verdadeira natureza duma inspiração. A operação do dom do discernimento pode
ser examinada por duas outras provas: a doutrinária (I Jo 4:1-6) e a prática
(Mt 7:15-23). A operação desse dom é ilustrada nas seguintes passagens: Jo
1:47-50; 2:25; 3:1-3; II Rs 5:20-26; At 5:3; 8:23; 16:16-18. Essas referências
indicam que o dom capacita a alguém a discernir o caráter espiritual de uma
pessoa. Distingue-se esse dom da percepção natural da natureza humana, e mui
especialmente dum espírito crítico que procura falta nos outros.
1. Significa saber se certas
doutrinas, atitudes e motivações são de Deus ou do diabo – de uma forma
extraordinária e até mesmo sobrenatural.
2. Para que serve esse dom?
a) Para identificar os espíritos
enganadores que se fazem muitas vezes de anjos de luz.
b) Para identificar os verdadeiros
profetas.
8)
Línguas: “Variedade de línguas”. “O dom de línguas é o poder de falar
sobrenaturalmente em uma língua nunca aprendida por quem fala, sendo essa
língua feita inteligível aos ouvintes por meio do dom igualmente sobrenatural
de interpretação”. Parece haver duas classes de mensagens em línguas: primeira, louvor em êxtase dirigido a
Deus somente (I Co 14:5); segunda,
uma mensagem definida para a Igreja (I Co 14:5). Distingue-se (alguns o
fazem) entre as línguas como sinal e línguas como dom. A primeira é para todos
(Atos 2:4); a outra não é para todos (I Co 12:30)[6].
Esse dom é considerado como
destinado principalmente, se não inteiramente, para as devoções particulares (1
Co 14:2).
"A glossolalia é buscada e
usada como parte da busca de uma comunhão mais íntima com Deus e, normalmente,
demonstra ser benéfica em nível consciente, propiciando alívio de tensões, um
certo gozo interior e uma sensação fortificante da presença e benção de
Deus."[7]
8.1)
A Contemporaneidade das línguas
No que se refere ao seu propósito de
edificação da Igreja, o Novo Testamento, entretanto, não explicita a cessação
ou continuação do dom de línguas além do período apostólico. Assim, a questão
da contemporaneidade do dom de línguas não pode ser determinada de forma final
a partir dos dados escriturísticos. Em geral, podemos mencionar duas posições
antagônicas sobre o assunto: a de que as línguas cessaram como um todo, e a de que
as línguas permanecem hoje como durante o período apostólico.
Os que crêem na cessação absoluta do
dom de línguas têm, às vezes, apelado para 1 Co 13:10 como evidência.
Entretanto, esta passagem não pode ser usada como prova indiscutível da
cessação das línguas, visto que não é claro no texto que to/te/leion, "o
que é perfeito", se refira ao fechamento do Cânon, o texto faz referência
na verdade a Segunda Vinda de Cristo.
9)
Interpretação de línguas: Assim escreve Donald Gee: “O propósito do dom de
interpretação é tornar inteligíveis as expressões do êxtase inspiradas pelo
Espírito que se pronunciaram em uma língua desconhecida da grande maioria
presente, repetindo-se claramente na língua comum do povo congregado”.
É uma operação puramente espiritual.
O mesmo Espírito que inspirou o falar em outras línguas, pelo qual as palavras
pronunciadas procedem do Espírito e não do intelecto, pode inspirar também a
sua interpretação. A interpretação é portanto, inspirada, extática e
espontânea. Assim como o falar em língua não é concebido na mente, da mesma
maneira, a interpretação emana do Espírito antes que do intelecto do homem.
Nota-se que as línguas em conjunto
com a interpretação tomam o mesmo valor de profecia (I Co 14:5). Por que,
então, não nos contentarmos com a profecia? Porque as línguas são um “sinal”
para os incrédulos (I Co 14:22).
1. Atenção: este
não é um dom de tradução. Não se trata de ser perito em lingüística, mas
intérprete.
2. Quem fala em
línguas pode interpretar (caso tenha o dom de interpretação) a si mesmo ou ser
interpretado por terceiros (por aqueles que tenha o dom de interpretação).
3. A
interpretação deverá ser uma oração, exaltação a Deus ou uma mensagem.
Nota:
Já se sugeriu que os ministérios enumerados em Rm 12:6-8 e em I Co 12:28,
também devem ser incluídos sob a classificação de “charismata” - ampliando-se
dessa forma o alcance dos dons espirituais para incluir os ministérios
inspirados pelo Espírito.
Regulamento dos
dons.
A faísca que fende as árvores,
queima casas e mata gente, é da mesma natureza da eletricidade gerada na usina
que tão eficientemente ilumina as casas e aciona as fábricas. A diferença está
apenas em que a da usina é controlada.
Em I Co capítulo 12, Paulo revelou os grandiosos recursos espirituais de poder
disponível para a igreja, no cap. 14 ele mostra como esse poder deve ser
regulado, de modo que edifique, em lugar de destruir, a igreja. A instrução era
necessária, pois uma leitura desse capítulo demonstrará que a desordem havia
reinado em algumas reuniões, devido à falta de conhecimento das manifestações
espirituais. O capítulo 14 expõe os seguintes princípios para esse regulamento:
a)
Valor proporcional: (vs. 5-10) Os coríntios haviam-se inclinado
demasiadamente para o dom de línguas, indubitavelmente por causa de sua
natureza espetacular. Paulo lembra-lhes que a interpretação e a profecia eram
necessárias para que o povo pudesse ter conhecimento inteligente do que estava
dizendo.
b)
Edificação: O propósito dos dons é a edificação da igreja, para encorajar
os crentes e converter os descrentes. Mas, diz, Paulo, se um de fora entra na
igreja e tudo o que ouve é falar em línguas sem interpretação, bem concluirá:
esse povo é demente (vs. 12, 23).
c)
Sabedoria: (vs. 20) “Irmãos, não sejais meninos no entendimento”. Em outras
palavras: “Usai o senso comum”.
d)
Autodomínio: (v. 32) Alguns coríntios poderiam protestar assim: “Não
podemos silenciar, quando o Espírito Santo vem sobre nós, somos obrigados a
falar. Mas Paulo responderia: Os espíritos dos profetas estão sujeitos aos
profetas”. Isto é, aquele que possui o dom de línguas pode dominar sua expansão
e falar unicamente a Deus, quando tal domínio seja necessário.
e)
Ordem: (v. 40) “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”. O Espírito
Santo, o grande arquiteto do universo com toda a sua beleza, não inspirará
aquilo que seja desordenado e vergonhoso. Quando o Espírito Santo está operando
com poder, haverá uma comoção e um movimento, e aqueles que aprenderam a
render-se a ele não criarão cenas que não edifiquem.
f)
Suscetível de ensino: Infere-se dos versos 36 e 37 que alguns dos coríntios
haviam ficado ofendido pela crítica construtiva de seus dirigentes. Estamos
falando de como usá-los e compreende-los na edificação do corpo.
Nota
1: Infere-se, pelo cap. 14 de I Coríntios, que existe poder para ser
governado. Portanto, o capítulo seria sem nenhum significado para uma igreja
que não experimenta as manifestações do Espírito. É muito certo que os
coríntios haviam descarrilado quanto aos dons espirituais. Entretanto, ao menos
tinham um trilho e uma estrada! Se Paulo tivesse agido como alguns críticos
modernos, teria removido até a estrada e os trilhos! Em lugar disso, ele
sabiamente os colocou sobre os trilhos para prosseguirem viagem!
Quando a igreja do segundo e
terceiro séculos reagiu contra certas extravagâncias, ela inclinou-se para o
outro extremo e deixou muito pouco lugar para as operações do Espírito. Mas
essa é apenas uma parte da explicação do arrefecimento do entusiasmo da igreja
e a cessação geral das manifestações espirituais. Cedo na história da igreja
começou um processo centralizador de sua organização e a formação de credos
dogmáticos inflexíveis. Ainda que isso fosse necessário como defesa contra as
falsas seitas, tinha a tendência de impedir o livre movimento do Espírito e
fazer do cristianismo uma questão de ortodoxia mais do que vitalidade
espiritual.
Assim escreve o Dr. T. Rees: No
primeiro século, o Espírito era conhecido por suas manifestações, mas do segundo
século em diante era conhecido pela regra da igreja, e qualquer fenômeno
espiritual que não tivesse em conformidade com essa regra era atribuído a
espíritos maus. As mesmas causas, nos tempos modernos, têm resultado em
descuido da doutrina e da obra do Espírito Santo, descuido reconhecido e
lamentado por muitos dirigentes religiosos. Apesar desses fatos, o poder do
Espírito Santo nunca deixou de romper todos os impedimentos do indiferentismo e
formalismo, e operar com força vivificadora.
Nota
2: Devemos diferenciar entre manifestações
e reações. Tomemos a seguinte ilustração: a luz da lâmpada elétrica é uma
manifestação da eletricidade; é da natureza da eletricidade manifestar-se na
forma de luz. Mas quando alguém toma um choque elétrico e solta um grito
ensurdecedor, não podemos dizer que o grito seja manifestação de eletricidade,
porque não está na natureza da eletricidade manifestar-se em voz audível. O que
aconteceu foi a reação da pessoa à corrente elétrica! Naturalmente a reação
dependerá do caráter e temperamento da pessoa. Algumas pessoas calmas e de
“sangue frio” apenas suspirariam, ofegantes, sem dizer nada.
Apliquemos essa regra ao poder
espiritual. As operações dos dons em I Co 12:7-10 são biblicamente descritas
como manifestações do Espírito. Muitas ações, porém em geral chamadas
“manifestações”, realmente são reações da pessoa ao movimento do Espírito.
Refiro-me a tais ações como gritar, chorar, levantar as mãos e outras cenas.
Que valor prático há no conhecimento
desta distinção? 1) Ajudar-nos-á a honrar e reconhecer a obra do Espírito sem
atribuir a ele tudo o que se passa nas reuniões. Os críticos, ignorando a
referida distinção, incorretamente concluem que a falta de elegância ou
estética na manifestação de certa pessoa prova que ela não é inspirada pelo
Espírito Santo. Tais críticos poderiam ser comparados ao indivíduo que, ao ver
os movimentos grotescos de quem tivesse tomando forte choque elétrico,
exclamasse: “A eletricidade não se manifesta assim”! O impacto do Espírito
Santo é de tal forma comovente, que bem podemos desculpar a frágil natureza
humana por não se comportar como se fosse uma influência mais gentil. 2) O
conhecimento dessa distinção, naturalmente, estimulará a reagir ao movimento do
Espírito duma maneira que sempre glorifique a Deus. Certamente é tão injusto
criticar as extravagâncias dum novo convertido como criticar as quedas e
tropeços da criancinha que aprende a andar. Mas ao mesmo tempo, orientado por I
Co 14, é claro que Deus quer que seu povo reaja ao Espírito, duma maneira
inteligente, edificante e disciplinada. “Procurai abundar nele, para edificação
da igreja” I Co 14:12.
Recebimento dos
dons. Requisito.
Deus é soberano na questão de
outorgar os dons; é ele quem decide quanto à classe de dom a ser outorgado. Ele
pode conceder um dom sem nenhuma intervenção humana, e mesmo sem a pessoa pedir
(que isso fique bem claro). Mas geralmente Deus age em cooperação com o
homem, e há alguma coisa que o homem pode fazer nesse caso. Que se requer
daqueles que desejam os dons?
a)
Submissão à vontade divina:
A atitude deve ser, não o que eu quero, mas o que ele quer. Às vezes queremos
um dom extraordinário, e Deus pode decidir por outra coisa.
b)
Desejo santo: “Procurai com zelo os melhores dons” I Co 12:31; 14:1. Muitas
vezes o desejo pelo "poder" tem conduzido as pessoas à ruína e ao
prejuízo, mas isso não é razão de não desejarmos "poder do Espírito"
para nos consagrarmos ao serviço de Deus.
c)
Desejo ardente: Pelos dons naturalmente resultará em oração, e sempre em submissão
a Deus (I Rs 3:5-10; II Rs 2:9-10).
d)
Fé: Alguns tem perguntado o seguinte: “Devemos esperar pelos dons?” Posto
que os dons espirituais são instrumentos para edificação da igreja, parece
razoável começar a trabalhar para Deus e confiar nele a fim de que conceda o
dom necessário para a tarefa particular. Desse modo o professor da Escola
Dominical confiará em Deus para a operação dos dons necessários a um mestre; da
mesma maneira o pastor, o evangelista e os leigos. Uma boa maneira de receber os
dons espirituais é estar na “obra de Deus”, em vez de estar sentado, de braços
cruzados, esperando que o dom caia do céu.
e)
Aquiescência: O fogo da inspiração pode ser extinguido pela negligência;
daí a necessidade de despertar (literalmente “acender”) o dom que está em nós
II Tm 1:6; I Tm 4:14.
A prova dos dons.
As Escrituras admitem a
possibilidade da inspiração demoníaca como também das supostas mensagens
proféticas que se originam no próprio espírito da pessoa. Apresentamos as
seguintes provas pelas quais se pode distinguir entre a inspiração verdadeira e
a falsa.
a)
Lealdade a Cristo: Quando estava em Éfeso, Paulo recebeu uma carta da
igreja em Corinto contendo certas perguntas, uma das quais era “concernente aos
dons espirituais”. I Co 12, verso 3, sugere uma provável razão para a pergunta.
Durante uma reunião, estando o dom da profecia em operação, ouviam-se uma voz
que gritava: “Jesus é maldito”. É possível que algum adivinho ou devoto do
templo pagão houvesse assistido a reunião, e quando o poder de Deus desceu
sobre os cristãos, esses pagãos se entregaram ao poder do demônio e se opuseram
a confissão: “Jesus é o Senhor”, com a negação simbólica: “Jesus é maldito” A
história das missões modernas na China e em outros países oferece casos semelhantes.
Paulo imediatamente explica aos
coríntios, desanimados e perplexos, que há duas classes de inspiração: a divina
e a demoníaca, e explica a diferença entre ambas. Ele lhes lembra os impulsos e
êxtase demoníacos que haviam experimentado ou presenciado em algum templo
pagão, e assinala que essa inspiração conduz a adoração dos ídolos (I Co
10:20). De outra parte, o Espírito de Deus inspira as pessoas a
confessarem a Jesus como Senhor.
“Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de
Deus diz: Jesus é anátema e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor senão pelo
Espírito Santo” (I Co 12:3; Ap 19:10; Mt 16:16-17; I Jo 4:1-2).
Naturalmente isso não significa que
a pessoa não pode dizer, como um papagaio, que Jesus é o Senhor. O sentido
verdadeiro é que ninguém pode expressar a sincera convicção sobre a divindade
de Jesus sem a iluminação do Espírito Santo (Rm 10:9).
b)
A prova prática ou moral: Os coríntios eram espirituais no sentido de que
mostravam um vivo interesse nos dons espirituais (I Co 12:1; 14:12).
Entretanto, embora glorificando-se no poder vivificante do Espírito, parecia
haver falta do seu poder santificador. Estavam divididos em facções; a igreja
tolerava um caso de imoralidade indescritível; os irmãos processavam uns aos
outros nos tribunais; alguns estavam retrocedendo para os costumes pagãos;
outros participavam da Ceia do Senhor em estado de embriaguez.
O teste moral é feito por
declarações como as de João, de que aquele que verdadeiramente conhece e ama a
Deus, mostrará isto guardando seus mandamentos, evitando todo pecado e amando
seus irmãos em Cristo (1 Jo 2:4; 3:9,10,17,24; 4:7-13,20,21; 5:1-3).
Podemos estar seguros de que o
apóstolo não julgou asperamente esses convertidos, lembrando-se da vileza pagã
da qual recentemente haviam sido resgatados e das tentações de que estavam
rodeados. Porém ele sentiu que os coríntios deviam ficar impressionados com a
verdade de que por muito importantes que fossem os dons espirituais, o alvo
supremo de seus esforços devia ser o caráter cristão e a vida reta. Depois de
encorajá-los a que “procurassem os melhores dons” (I Co 12:31), ele acrescenta
o seguinte: “Eu vos mostrarei um caminho ainda mais excelente”. A seguir vem
seu sublime discurso sobre o amor divino, a coroa do caráter cristão.
Mas aqui devemos ter cuidado de
distinguir as coisas que diferem entre si. Aqueles que se opõem ao falar em
línguas (que são antibíblicos em sua atitude, I Co 14:39), afirmam que se faria
melhor buscar o amor, que é um dom supremo. Eles são culpados de confundir os
pensamentos. O amor não é um dom, mas um fruto do Espírito. O fruto do Espírito
é o desenvolvimento progressivo da vida de Cristo enxertada pela regeneração;
ao passo de que os dons podem ser outorgados repentinamente a qualquer crente
cheio do Espírito, em qualquer ponto de sua experiência. O primeiro representa
o poder santificador do Espírito, enquanto o segundo implica seu poder
vivificante.
Não obstante, ninguém erra em
insistir pela supremacia do caráter cristão. Por muito estranho que pareça, é
um fato comprovado que pessoas deficientes na santidade podem exibir
manifestações do dons. Devemos considerar os seguintes fatos: 1) o batismo no
Espírito Santo não faz a pessoa perfeita de uma vez. A dotação do poder é uma
coisa; a madureza nas graças cristãs é outra. Tanto o novo nascimento como o
batismo do Espírito Santo são dons da graça de Deus e revelam sua graça para
conosco. Todavia, pode haver a necessidade duma santificação pessoal que se
obtenha por meio da operação do Espírito Santo, revelando pouco a pouco a graça
de Deus em nós. 2) A operação dos dons não tem um poder santificador. Balaão
experimentou o dom profético, embora no coração desejasse trair o povo de Deus
por dinheiro. 3) Paulo nos diz claramente da possibilidade de possuir os dons
sem possuir o amor.
Sérias conseqüências podem sobrevir
àquele que exercita os dons à parte do amor. Primeiro, será uma pedra de
tropeço constante para aqueles que conhecem o verdadeiro caráter; segundo, os
dons não lhe são de nenhum proveito. Nenhuma quantidade de manifestações
espirituais, nenhum zelo no ministério, nenhum resultado alcançado, podem tomar
o lugar da santidade pessoal (Hb 12:14).
c)
A prova doutrinária: O Espírito Santo veio operar na esfera da verdade com
relação à deidade de Cristo e sua obra expiatória. É inconcebível que ele
contradissesse o que já foi revelado por Cristo a seus apóstolos. Portanto,
qualquer profeta, por exemplo, que negue a encarnação de Cristo, não está
falando pelo Espírito de Deus (I Jo 4:2-3).
"Quando aplicamos estes testes
ao movimento carismático, torna-se imediatamente claro que Deus está nele,
porque, quaisquer que sejam as ameaças, e talvez até casos concretos de
ocultismo e contrafacção espiritual que pensarmos que detectamos na sua
periferia (e que movimento de reavivamento jamais ficou isento destas coisas na
sua periferia?), o seu efeito mais importante em toda a parte tem sido promover
uma fé trinitária robusta, uma comunhão pessoal com o divino Salvador e Senhor
que encontramos no Novo Testamento, arrependimento, obediência e amor aos
irmãos de fé, expresso em ministério de todas as sortes em favor deles – mais
um zelo pelo esforço evangelistico que faz corar de vergonha clérigos do tipo
mais sossegado."[8]
Algumas pessoas, notando os erros
que se diz serem verificados na experiência carismática, enveredaram pelo
caminho de rejeição total aos dons espirituais. Erram, pois segundo a palavra
de Deus na devemos ser ignorantes neste assunto (1 Co 12:1).
Erros
cometidos pelos carismáticos.
1 – A teologia do Espírito Santo
como segunda benção. Veja o que diz a Bíblia em
1
Co 12:13; Ef 1:13; 4:5.
2 – Língua como evidencia do
Batismo do Espírito Santo. Veja o que diz a Palavra em At 6:3,5; 7:55; 9:17;
11:24; 13:9,52.
14 – O FRUTO DO ESPÍRITO
Em Gálatas 5:17, nós encontramos
que dentro do crente existem dois poderes contrários. O Espírito de Deus, que habita
em todos os crentes, os conduz (vs. 18) no caminho da retidão. A carne (velha
natureza) está claramente em oposição ao Espírito Santo e a nova natureza. Isto
produz uma batalha constante na vida de todos os cristãos (Romanos 7:15-23), e
os faz almejar a liberação da carne (Romanos 7:24-25; 8:23).
Paulo ensina que ambos os poderes
produzirão certas características e obras na vida de um indivíduo que se
submetem a eles (Gálatas 5:19-23). Mesmo que o "trabalho da carne" e
o "fruto do Espírito"[9],
possam ser produzidos pela vida do crente, Paulo frisou claramente que os
crentes são caracterizados pelos frutos do Espírito. A carne de um cristão não
está morta, mas foi crucificada (Gálatas 5:24). A "crucificação" e a
"mortificação" são usadas na Bíblia para descrever a morte lenta e
debilitada do poder da carne na vida de um Cristão. Aqueles cujas vidas são exibições
constantes de trabalhos da carne não entrarão no reino de Deus (Gálatas 5:21).
A – A Fonte dos Frutos do Cristão
Os
crentes, às vezes, perguntam-se: “Por quê permanecemos lutando contra a carne
nesta vida”? Isso se deve porque nossa velha natureza não produz nada além de
espinhos e roseiras bravas. O crente, mesmo após receber a justificação, mesmo
estando em regeneração pelo Espírito, mesmo sendo salvo, continua pecador. Tudo
o que agrada a Deus em um Cristão deve ser chamado de "fruto do Espírito".
O Cristão
pode produzir bons frutos somente em submissão ao Espírito Santo. Enquanto nós
nos rendemos a Ele estas características são produzidas em nossa vida. Esta
verdade é ilustrada pelo Salvador em João 15:4-5, pois Ele fala de Sua Pessoa
como a "videira" e a dos cristãos como as "varas". Sem uma
união espiritual com Cristo através do Espírito não haveria fluxo de vida para
os filhos de Deus.
B – A Importância dos “Frutos do Espírito”
A
importância do fruto do Espírito e de seus diversos "frutos" na vida de um Cristão pode ser
vista comparando-os aos "dons do Espírito". Ambos são produzidos por
Deus, contudo está claro que os "frutos do Espírito" são muito mais
importantes, como prova da verdadeira espiritualidade.
1)
Os "dons do Espírito" não oferecem nenhuma prova da salvação,
porque em algumas ocasiões eles foram praticados até mesmo pelos não salvos -
(Balaão, Judas). Os "Frutos do Espírito" porém, podem ser produzidos
apenas pelas vidas daqueles que são guiados pelo Espírito Santo.
2)
Os "dons do Espírito" podem ser usados como meio de
glorificação pessoal ao invés de edificação. A natureza dos "Frutos do
Espírito" previnem-se de abusos de fins egoístas (I Cor 12-14).
3)
Os "dons do Espírito" são soberanamente dispensados por Deus,
enquanto que todo Cristão pode produzir os "frutos do Espírito". Às
vezes dons espirituais são colocados em vidas de orgulhosos e egoístas,
enquanto que os frutos espirituais somente podem ser produzidos por consagração
Cristã e submissão.
4)
Amor (um Fruto do Espírito) é claramente visto como superior aos
"dons do Espírito". (I Coríntios 12:31-13:13). Os "dons do
Espírito" devem ser regulados pelo amor, ou eles não atingirão a sua
finalidade determinada, que é edificar o povo de Deus.
Não deve
ser interpretado que estamos desprezando os dons espirituais. Eles têm um
propósito determinado por Deus. O ponto a ser lembrado é que os " frutos
do Espírito" revelam nossa relação com Deus e formam nosso caráter
Cristão. Sem a produção do Espírito de Cristo em nós pela submissão a Deus,
tudo o demais tornar-se-ia em vão e nosso testemunho seria inútil.
C – A Natureza dos “Frutos do Espírito”
Em
Gálatas 5:22-23, nós encontramos nove graças que são manifestadas como
"frutos do Espírito".
1)
Amor. O amor é um afeto para com Deus e o homem. É produzido pelo novo
nascimento (I João 4:7-8), e descrito por Paulo em I Coríntios 13:1-8. Somente
quando somos controlados pelo Espírito de Deus podemos verdadeiramente amar.
2)
Gozo. Esse gozo santo vem por conhecer a Deus e crer em suas
promessas. É necessário para o serviço cristão (Deuteronômio 28:47; Salmos
51:12-13), e é um atributo de cristãos cheios do Espírito.
3)
Paz. Essa é uma calma disposição da mente e do coração vinda da
certeza de termos sido perdoados e sabermos que Deus pode satisfazer todas as
nossas necessidades (Filipenses 4:6-7).
4)
Longanimidade. Essa é uma característica cristã que se caracteriza
por não se sentir ofendido ou provocado facilmente.
5)
Benignidade Esse é um espírito amável e benevolente visto naqueles
que caminham com Deus.
6)
Bondade. Esta é uma moral geral e excelente que não tem motivos
secundários.
7)
Fé. Toda fé verdadeira é produzida pelo Espírito de Deus, seja a fé
salvadora ou a fé exercida diariamente nas promessas de Deus quando surgem
necessidades ou aflições.
8)
Mansidão. Esta é a disposição de conter-se em conseqüência de um
reconhecimento de nossa própria depravação (Mateus 5:4-5).
9)
Temperança. Baseia-se no autocontrole e na moderação encontrados
naqueles que vivem somente para a glória de Deus.
D – A Unidade dos “Frutos do Espírito”
Você
possivelmente já se deparou com a seguinte pergunta: “Quais dos frutos do
Espírito você possui?” Esta pergunta tem algumas implicações errôneas. Os
crentes podem ter um dom espiritual, contudo nunca é o caso dos "frutos do
Espírito". Cristãos cheios do Espírito terão todos os "frutos do
Espírito" porque a "mente de Cristo" (Filipenses 2:5) está
neles. Assim que eles são controlados pelo Espírito de Deus tornar-se-ão como
Cristo em todas as áreas do seu caráter.
Pode ser
vista a unidade dos "frutos do Espírito" pelo fato de que todos os
frutos podem ser incluídos junto ao primeiro que é "amor". Em Romanos
13:8-10, achamos que o amor cumpre a lei. Todos os deveres do homem podem ser
incluídos sob o comando de amar a Deus e o homem.
15 – PECADOS CONTRA O
ESPÍRITO SANTO
O Espírito Santo tem o trabalho
particular de operar nos corações dos homens fazendo com que eles recebam os
benefícios salvadores do trabalho de Cristo. Ele habita nos crentes e está
presente nas igrejas do Senhor. Ele também condena o não salvo e luta contra os
pecadores. Devido o Seu trabalho em nossas vidas e em nosso meio, a Bíblia
menciona certos pecados que são cometidos contra Ele, enquanto Ele leva a cabo
o Seu trabalho especial. Que Deus possa usar esta lição para fazer de cada um
de nós mais sensível ao perigo de desagradar o Espírito de Deus.
A – Blasfêmia Contra o Espírito Santo
Cada
Pessoa da Santa Trindade tem um trabalho distinto a fazer no grande plano da
redenção. Devido a serem diferentes o seu trabalho e a forma de manifestação,
nós achamos que o pecado pode ser perpetrado contra as Pessoas da Trindade em
separado (Mateus 12:32). Não ofendemos a um sem ofender ao outro, entretanto
Jesus apresenta neste texto uma ordem intercessória. O Espírito pode abrir os olhos daquele que
ofende a Jesus Cristo, mas quem abrirá os olhos daqueles que não conseguem
discernir o que o Espírito de Deus está fazendo e a Ele resistem.
A blasfêmia contra o Espírito santo: Mateus 12.31-32: “Por
isso, vos declaro: todo pecado e blasfêmia serão perdoados aos homens; mas a
blasfêmia contra o Espírito não será perdoada. Se alguém proferir alguma
palavra contra o Filho do Homem, ser-lhe-á isso perdoado; mas, se alguém falar
contra o Espírito Santo, não lhe será isso perdoado, nem neste mundo nem no
porvir”.
A maior
prova da divindade do Espírito Santo é o pecado imperdoável conforme afirmado
por Jesus quando confrontado pelos fariseus quanto à realização dos milagres em
seu ministério. Os fariseus atribuíram os milagres de Jesus, executados através
do Espírito Santo, a espíritos vulgares - a Belzebu, o chefe dos demônios -
desprezando e blasfemando contra a ação do Espírito, o que provocou a reação de
Jesus, afirmando que esta blasfêmia jamais seria perdoada neste mundo nem no
mundo do porvir. Esta é uma revelação inconteste da dignidade absoluta do
Espírito.
B – Mentindo Para o Espírito Santo
Em Atos
4:34-5:11, nós temos a história de Ananias e Safira que mentem para o Espírito
Santo. Mentir para o Espírito Santo é o
mesmo que mentir a Deus.
O pecado
que eles cometeram não foi devido a segurarem parte do dinheiro, mas a
pretensão de dizerem que haviam dado tudo, de forma que recebessem honra por um
sacrifício que não fizeram. Eles são os pais de todos os que buscam elogio por
uma consagração que não possuem.
Levar tal
decepção à igreja é um pecado contra o Espírito Santo. Tentar enganar a igreja
é o mesmo que tentar enganar o Espírito, que é o administrador onisciente da
assembleia. Os homens se esquecem que mexer com a casa de Deus é o mesmo que
mexer com o próprio Deus. Levando a cabo o seu pecado Ananias e Safira estavam
tentando a Deus (Atos 5:9), e o seu destino é uma advertência para os que
seguiriam os seus passos.
C – Entristecendo o Espírito Santo
Em
Efésios 4:30 Paulo nos instrui para que não entristeçamos o Espírito Santo de
Deus. O fato do Espírito Santo poder ser entristecido implica em que Ele ama o
povo de Deus, isto . Nós podemos
entristecer somente aquele cujo amor e generosidade nós desprezamos. É
exatamente esta atitude que nos leva a causar grande tristeza ao Espírito
Santo. O desprezamos quando não damos ouvido a suas orientações ou quando
agimos sem considerar sua pessoa (santidade, bondade, justiça, etc.) que agora
habita em nós.
Ele é
perfeitamente santo e o pecado ofende a Sua pessoa. São mencionados modos
particulares pelos quais o Espírito pode ser entristecido no contexto de
Efésios 4:30.
1)
Palavras pecaminosas - Efésios 4:29, 31; e 5:4.
2)
Atitudes pecaminosas - Efésios 4:31.
3)
Atos pecaminosos - Efésios 5:3.
D – Extinguindo o Espírito Santo
Em I
Tessalonicenses 5:19, nós somos advertidos contra extinguirmos o Espírito. Isso
um crente pode fazer durante um
certo tempo endurecendo o seu coração contra a liderança do Espírito.
Devemos
estar prevenidos para não abafarmos a voz do Espírito de Deus. Homens como
Davi, Abraão e Jonas parecem ter extinguido o Espírito durante algum tempo e
pagaram caro por isso. Este pecado seguramente traz castigos e deixa-nos
suscetíveis a cometermos muitos enganos.
Modos pelos quais o Espírito é
extinguido são os seguintes:
1)
Rebelar-se contra a Palavra inspirada de Deus como é registrada na
Bíblia ou a palavra cedida de forma oral pelos profetas (I Tessalonicenses
5:20).
2)
Abafando as repreensões do Espírito quando nós O entristecemos.
3)
Resistindo à liderança interna do Espírito em nossas vidas.
E – Resistindo ao Espírito Santo (não crentes)
Em Atos
7:51, Estevão acusou os judeus por resistirem o Espírito Santo como fizeram os
seus pais (Hebreus 3:7-10, e Isaías 63:10). Em Gênesis 6:3, Deus fala do
Espírito contendendo com as pessoas antes do dilúvio. Alguns tentaram
interpretar estas Escrituras como se estivessem apenas se referindo a rebelião
das pessoas contra a Palavra de Deus. Eles concluem falsamente pensando que o
seu trabalho nos eleitos significa que ele nunca trabalha nos corações daqueles
que não serão salvos. A rebelião contra a palavra de Deus é um ato de resistência
ao Espírito Santo, contudo não há nenhuma razão para afirmarmos que Ele não
lide pessoalmente com aqueles que nunca são salvos. Como outras das bênçãos da
graça comum (a chamada do evangelho) o trabalho do Espírito com o não eleito só
não é eficaz devido à depravação dos seus corações.
16
– A ATUAÇÃO DO ESPÍRITO NO REINO VINDOURO
O reino de
Cristo vindo sobre a Terra. A Bíblia liga a glória do futuro reinado de Cristo
ao poder do Espírito (Isaías 11:1-4; 42:1-4).
A – Na Tribulação
O
Espírito produzirá a salvação e enchimento (plenitude) – Zc 12.10; Joel
2.28-32).
B – No Reino
O
Espírito Santo estará sobre o Rei (Is 11.2-3).
O
Espírito habitará no povo de Deus (Jr 31.33).
[1] Macedonio - Bispo de Constantinopla
deposto no ano de 360.
* A expressão já tinha sido usada. Ver Documentos da Igreja,
de Bettenson, Aste. Nota do tradutor.
[2] Acréscimo Pr. Cornélio.
[3] Acréscimo Pr.
Cornélio.
[4] Acréscimo Pr. Cornélio.
[5] GEE,
Donald. A Respeito dos Dons Espirituais. Miami, Flórida: Editora
Vida, 1987. – Donaldo Gee, desde 1925, é membro do Conselho Executivo das
Assembléias de Deus na Grã-Bretanha e Irlanda; Presidente do Conselho de
Missões da Inglaterra.
[6] Baseado
nesse erro, teológico, muitas igrejas pentecostais e neopentecostais pregam que
todos devem orar em línguas.
[7]
Idem, ibidem "nota 1" pg. 205.
[8]
Idem, ibidem "nota 1", pg. 179.
[9] Fruto do Espírito – Karpos (Fruto) aponta os resultados do fruto. O
resultado deste fruto podem ser diversos frutos.
A paz do Senhor !
ResponderExcluirIrmão , eu tenho um projeto de ensino de teologia na minha congregação e queria saber se poderia obter sua autorização para usar esse seu material para o ensino de teologia . O que você tem a dizer ? Queria lembrar que não haverá nenhuma cobrança para igreja para usar seu material , apenas o da impressão para quem desejar acompanhar os estudos . Ass. José Victor César
Maceió-Al
Dados para contato > 82 987389413 Whatsap
Fique a vontade para fazer uso deste material. Deus o abençoe em seu projeto.
ExcluirSimplesmente tremendo.... que Deus abençoe poderosamente o autor pelo conteúdo do estudo
ResponderExcluirtambém achei demais seu material , muito rico , me permite usar parao ensino ?
ResponderExcluirSinta-se a vontade para usar este material e qualquer outro.
ExcluirGostaria de usar esse material com sua permissão.
ResponderExcluirSinta-se a vontade para usá-lo.
ExcluirParabéns pelo conteúdo desde materiais
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