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quinta-feira, 28 de março de 2013

REFLEXÃO 75- RESTAURANDO A IMAGEM DA IGREJA 1


RESTAURANDO A IMAGEM DA IGREJA - 1

Creio que há muito tempo a imagem da igreja diante a sociedade está desgastada e deturpada. Atualmente quando se pensa em igreja, logo vem à mente a imagem de pessoas vendendo produtos “celestiais”, sacerdotes envolvidos em pedofilia, pastores milionários, pastores na vida política e, igrejas construindo templos enormes para que seus nomes sejam vistos pelos homens.
Contudo preciso esclarecer que isso não é igreja, não são marcas da igreja de Cristo.  Por isso proponho aqui uma busca para restaurarmos a imagem da igreja. Para que isso seja possível precisamos caminhar nas seguintes direções:


1 – Abandonar o legalismo religioso
Esse legalismo se faz no âmbito da práxis pastoral e do discurso teológico.

Práxis pastoral – Nossa esperança está firmada em rituais. Acreditamos que ao batizarmos alguém mudamos sua vida, sua história e sua miséria com o lavar das águas. Nos esquecemos que o batismo é um rito, e que deveríamos nos preocupar mais com a essência por trás deste rito do que em realizar o próprio rito. O que realmente ensinamos para que esta pessoa venha se batizar? Ela realmente compreende o por quê está se batizando? Quem é Jesus? O que significa para sua vida render-se a Jesus?
Realizamos casamentos com belas festas, mas as pessoas não entendem o que é o casamento. Apresentamos cultos a Deus todos os domingos, mas o coração do povo não está apegado a Deus, mas ao que d´Ele pode se obter. Oramos e jejuamos não para que Deus imprima em nós sua vontade, mas para obtermos poder e desta forma sermos mais idolatrados pelos homens ou para obtermos bens materiais.
Acreditamos que a pratica dos ritos nos santifica. Os ritos por si só não são maus, pelo contrário, nos ajudam a lembrarmos dos valores celestiais. Contudo quando o rito está vazio de sua essência espiritual ele perde o valor, e só nos ajuda a nos tornarmos mais legalistas.
Precisamos de uma práxis pastoral que vai as ruas e becos das cidades, que olha para os marginalizados, que abrace os enfermos, que grite pelos mudos que foram amordaçados pelo poder da minoria que detém a maioria dos recursos financeiros.

Discurso teológico – Nossa incapacidade de compreender plenamente Deus nos limita a uma visão perfeita de Deus. Deus se revelou por meio de Seu Filho Jesus Cristo para que pudéssemos aprender por meio dele a viver segundo a vontade de Deus. Entretanto nos prendemos e brigamos por causa de doutrinas que formulamos ao longo dos anos. Nosso legalismo religioso nos impede de nos tornarmos um só corpo neste tempo, pois todos cremos saber mais que o outro, ter a melhor teologia, a melhor doutrina e não compreendemos que o caminho da união está em abrirmos mão de mistérios que não nos foram revelados.
Temos livre-arbítrio? Toda nossa vida já estava escrita antes da fundação do mundo? Deus elegeu os salvos antes da fundação do mundo? Podemos falar em línguas hoje? Batizamos por imersão ou aspersão? Quando se dará o arrebatamento? E muitos outros temas são discutidos pelas diversas denominações e linhas teológicas.
Particularmente tenho minhas definições, entretanto não afirmo ser o detentor da verdade para assuntos onde a Bíblia permite várias formas de se ler. Melhor é viver em paz com meu irmão.
Não quero com isso, dizer que a igreja precisa rejeitar sua fé doutrinária. Não vejo problema que uma denominação defenda um ponto de vista, mas é preciso ensinar a igreja a suportar em amor àqueles que pensam diferentes, e amá-los de fato, vivendo numa unidade verdadeira.
Para que a igreja tenha sua imagem restaurada é preciso abandonar o legalismo que se faz presente em sua práxis pastoral e em seu discurso teológico.
Precisamos de uma teologia que seja mais pratica  e de uma pratica que seja mais próxima do ensino de Jesus Cristo.

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
19/03/2013

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