A Benevolência de uma Igreja Local
Amor, altruísmo e caridade são palavras chaves na vida de um cristão. Jesus
nos deu o exemplo. Aqui estamos no coração do reino de Deus (Filipenses
2:5-9).
Mas não somos deixados a tirar nossas próprias conclusões em matéria de
verdadeira benevolência. Aos cristãos é mandado cuidar de algumas pessoas. "Ora,
se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem
negado a fé e é pior do que o descrente" (1 Timóteo 5:8). "A
religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os
órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado
do mundo" (Tiago 1:27). Os limites de um cristão para fazer
o bem são as fronteiras de suas oportunidades e capacidade.
Tão largas como estes privilégios e responsabilidades são para os cristãos, tal
responsabilidade ilimitada não é autorizada pela igreja. "Se alguma
crente tem viúvas em sua família, socorra-as, e não fique sobrecarregada a
igreja, para que esta possa socorrer as que são verdadeiramente viúvas"
(1 Timóteo 5:16).
Aqui Deus diz que a igreja não deve ser sobrecarregada com o cuidado de uma
viúva cristã. Isso significa, simplesmente, que a obra "cristã" nem sempre
é obra "da igreja." Felizmente, um entendimento desta regra das
escrituras pode resolver alguns dos nossos problemas.
Desde que o trabalho da igreja em benevolência é obviamente limitado (1 Timóteo
5:16), como podemos determinar esses limites? Porque não deixar que a própria
Bíblia marque esses limites?
Atos 2 nos diz no versículo 44 de "todos os que creram"
tendo todas as coisas em comum S crentes.
Atos 4 nos dá a informação que era a "multidão dos que
creram" que tinham todas as coisas em comum (versículo 32) S eram
crentes.
Atos 6 descreve as viúvas como pertencentes àqueles que compunham "o
número dos discípulos" no versículo 1 S as viúvas discípulas.
Atos 11 relata que os "discípulos, cada um conforme suas posses,
resolveram enviar socorro aos irmãos que moravam na Judéia"
(versículo 29) S aos irmãos.
Romanos 15 mostra os da Macedônia e da Acaia levantando "uma
coleta em benefício dos pobres dentre os santos que vivem em Jerusalém"
(versículo 26) S santos pobres.
1 Coríntios 16 registra o mandamento: "Quanto à coleta para os
santos, fazei vós também como ordenei às igrejas da Galácia"
(versículo 1) S santos.
2 Coríntios 8 mostra Paulo e seus amigos dizendo que havia uma dádiva e que
participaram "da assistência aos santos" (versículos
4-5) S santos.
2 Coríntios 9: "Ora, quanto à assistência a favor dos santos..." (versículo
1). "Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade
dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus" (versículo
12). Esta dádiva pelos gentios aos judeus cristãos pobres era não somente a
alimentação dos santos pobres, mas uma bênção a todos os cristãos em toda a
parte S alívio para os santos.
1 Timóteo 5 define a viúva verdadeira como aquela que está desolada,
confia em Deus, etc., que é encargo da igreja S viúvas verdadeiramente viúvas.
Com tal responsabilidade limitada dada à igreja local, não admira que Atos 6
quase nos diga "como" a igreja cuidava de seus necessitados. Eram
suas próprias viúvas que padeciam necessidades, e seus próprios servos que eram
escolhidos dentro de seu próprio grupo para cuidarem desse problema. Isto era
precisamente todo o "como" que eles precisavam, visto que a obra
estava limitada aos de sua própria congregação. Nenhuma organização mundial
estava em operação, desde que todos os tais problemas eram assuntos da
congregação.
Qual seria o resultado de cada cristão cumprir sua responsabilidade individual
e cada igreja limitar sua benevolência de acordo com as especificações do Novo
Testamento? Seriam os necessitados ajudados? Verdadeiramente! Haveria
alguma necessidade de problemas congregacionais com respeito a
"instituições" humanas? Certamente não! Daria certo seguir
realmente o modelo de Deus? Porque não confiar na sabedoria de Deus para
cumprir a vontade de Deus?
Não deverá ser esquecido que muita benevolência tem que ser feita pelo
indivíduo. Este tipo de atividade, muito freqüentemente, exige envolvimento e
caridade pessoal. Em acréscimo, os cristãos precisam estar "lavando os
pés" pelo bem que receberão disso. Tornar-se muito orgulhoso ou muito
importante nos impedirá de ficarmos envolvidos pessoalmente.
Com cada igreja e cada discípulo seguindo a direção dada pela palavra de Deus,
os necessitados são aliviados e Deus agradado. Reconhecer estes limites postos
por Deus permite à igreja dar consideração preferencial à sua mais importante
tarefa: pregar o evangelho.
- por Harold Dowdy
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