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terça-feira, 20 de agosto de 2013

HISTÓRIA 4 - A CONQUISTA DOS INCAS

A Conquista dos Incas

O grande império inca estava localizado nas costas do Mar do Sul, do qual procediam embarcações tão grandes quanto as dos espanhóis. Estas foram as notícias que chegaram ao conhecimento do conquistador Balboa que pediu recursos a Espanha para o empreendimento. A coroa nomeou então, Pedrarias Dávila para a expedição por ser um homem de estatura para o projeto, afastando Balboa por ser humilde e não digno da empreitada. Como Pedrarias era chegado a intrigas, a coroa acabou desistindo dele e escolhendo em seguida a Francisco Pizarro, de quem pouco se sabe sobre a sua mocidade. Se tratava de um homem de origem mais humilde que Balboa, segundo o qual se diz que foi alimentado com leite de porcas quando era criança e que mais tarde havia se tornado apascentador de porcos de seu pai. Era filho de um fidalgo espanhol e de uma mulher do povo e a sua educação foi muito descuidada: não sabia ler nem escrever e ainda jovem, teve de prover ao seu próprio sustento. 
O jovem império inca era um dos mais vastos até então conhecido porque se estendia deste a Colombia atingindo boa parte do Chile, da Bolívia e da Argentina. O inca considerava sua possessão não somente a terra, mas também as feras e as pessoas. As terras eram distribuídas e redistribuídas periodicamente entre a população para o cultivo. As colheitas eram repartidas em três partes: uma para os lavradores satisfazerem as suas necessidades imediatas, outra para o inca que se destinava ao sustento de todos os funcionários imperiais, do exército, e das famílias do inca, esposas e concubinas as centenas, e outra para os deuses que  era oferecida em sacrifícios, manutenção dos sacerdotes, para as virgens dedicadas aos deuses, e para as grandes festas religiosas.
O império era cortado de norte a sul por duas estradas paralelas, uma ao longo da costa e outra pelas montanhas, a estas se ligavam mil caminhos secundários, utilizados pelos correios, à pé, e um sistema de sinais que permitia que as notícias chegassem com extrema rapidez. As mensagens eram verbais e ajudadas por um sistema de nós amarrados nas cordas de tal forma que auxiliava aos mensageiros a recordarem-se dos detalhes, principalmente quando se tratava de números.


Ao longo das estradas haviam grandes armazéns onde se guardavam as colheitas que pertenciam ao inca. Estes armazéns alimentava o inca em épocas de escassez e em tempos de guerra alimentava os exércitos em marcha. Era uma sociedade bem organizada onde ninguém passava fome.
Os incas eram politeístas, praticavam o sacrifício humano, e acreditavam que “Viracocha” era o deus criador, tendo no sol o seu principal objeto de adoração, pois dele era que vinha toda a vida e calor necessário para a subsistência nos andes. O inca se autodenominava filho do Sol pelo que era seu supremo sacerdote e representante na terra. Casavam-se com seus irmãos e praticavam a poligamia. Seus filhos eram considerados nobres e somente os filhos de suas irmãs podiam herdar o trono baseado na crença procedente de “Manco Cápac e sua esposa Mama Ocllo”.
Foi a ânsia insaciável pelo ouro e por toda esta magnitude que Francisco Pizarro se pôs a caminho para a conquista do império inca, não se sabendo ao certo como chegou à América, embora se tenha certeza de que, em 1513, participou na célebre expedição de Baboa ao Pacífico.
Entre os sucessores de Balboa, foi Pizarro quem conheceu os maiores sucessos, o que é atribuído, em primeiro lugar, a sua persistência: este homem não recuava diante de nada. Além disso, se a maioria dos conquistadores era gente de extrema dureza, Pizarro era o mais humano de todos.
A pequena cidade do Panamá fora fundada em 1519. Três anos mais tarde recebia alguns navios que o governador espanhol do Panamá enviara em expedição ao longo da costa noroeste da América do Sul. O comandante da esquadra revelou os pormenores da sua estada no território de um chefe indígena, de nome Biru, que se rendera aos Espanhóis com todos os seus homens. Falou também de um reino maior e mais rico, situado ao sul desta região. Um general hábil conseguiria aí, sem qualquer dúvida, despojos tentadores. Na sua opinião os espanhóis deviam, sem hesitar, tentar a sorte neste território.
Os panamenhos mostraram um grande interesse por este relato. O governador decidiu enviar um nova expedição ao país de Biru, do qual derivaria mais tarde, o nome de Peru, confiando a Francisco Pizarro o comando.
Juntaram-se a ele dois homens ansiosos por explorar as possibilidades que esta época de grandes descobertas tão generosamente oferecia. Um deles foi Diego d’Almagro , que era um valente soldado, conhecido pela sua amabilidade e pelo seu otimismo a toda a prova; o outro era uma padre chamado Hernando de Luques, que, muito respeitado no Panamá pela sua cultura e sabedoria, conquistara a confiança do governador.
Pizarro e Almagro lançaram a expedição para o sul em 1524. De início a sorte foi-lhes contrária. A tripulação enfrentou epidemias e teve que combater com os indígenas em vários pontos da costa, sofrendo pesadas baixas. No entanto os espanhóis conseguiram apoderar-se de numerosos objetos de ouro, o que melhorou consideravelmente o moral da tripulação. De regresso ao Panamá, os chefes da expedição decidiram tornar a partir assim que tivessem reunidos novas provisões e recrutado mais marinheiros.
Em 1526, partiram novamente. Chegando à cidade de Tacames, na costa da atual república do Equador. O local era encantador, com muitas casas bonitas, as plantações em pleno desenvolvimento e os habitantes pareciam ser prósperos. Para tentar-se a conquista era preciso melhores equipamentos. Decidiu-se então, que Pizarro ficaria no lugar, enquanto Almagro regressaria ao Panamá, para convencer o governador a fornecer-lhe o necessário. Pizarro e uma parte da tripulação instalaram-se na pequena ilha de Gallo, o largo da costa.
Os navios de Almagro partiram o Panamá e para os espanhóis que ficaram em Gallo iniciava-se uma longa espera que provou a todos.  Os alimentos se esgotaram e era difícil de arranjar alimentos. As vestes ficaram em farrapos e era impossível substituí-lo.
Finalmente apareceu um navio vindo do Panamá, o qual trazia a Pizarro ordem para regressar. Mas o conquistador conseguiu obter uma moratória de seis meses e resolveu aproveitá-la a fundo. Juntamente ao navio que veio do Panamá, Pizarro e sua tripulação se fez à vela para o sul e lançou ferro defronte da cidade de Tumbez, no continente. O que aí encontrou ultrapassava de longe as esperanças mais desmedidas. Os indígenas receberam os espanhóis de braços abertos e os fizeram visitar uma cidade de ruas largas e grandiosos edifícios. Excelentes estradas levavam ao interior do país. Com um orgulho muito legítimo, os índios mostraram aos seus hóspedes templos cujas paredes desapareciam literalmente só o ouro e a prata. Pizarro agora tinha certeza de que os seus esforços não tinham sido vãos. Rumou para o Panamá, jurando a si próprio regressar àquele “Eldorado” para o conquistar.
Pizarro regressou ao Panamá em 1528. Decidiu, juntamente com Almagro e Luques, que o melhor seria dirigirem-se diretamente ao imperador Carlos V e solicitarem-lhe autorização para organizarem uma expedição em direção ao sul. Pizarro foi então a Espanha. Fez-se ao mar após ter solenemente prometido velar, não só pelos seus próprios interesses, mas também pelos dos seus associados e amigos.
Pizarro recebeu plenos poderes para levar a cabo a conquista do Peru. Almagro governaria Tumbez e Luques tornar-se-ia o bispo desta cidade. Foi assim que Pizarro pode afastar os dois companheiros. Além reuniu na Europa uma série de informações que lhe seriam de grande utilidade no futuro. Encontrou-se com o próprio Cortés que deve ter compartilhado de suas experiências no México e a melhor maneira de tratar com os índios.
Em 1530, Pizarro, regressou ao Panamá trazendo consigo quatro de seus irmãos, dos quais Fernando, viria a ter no decorrer dos acontecimentos, um papel de relevo. Nesse ínterim houve um pequeno incidente quando Almagro soube que Pizarro tinha ficado com a parte de leão, em prejuízo de seus dois amigos, pelo que Luques, interpôs-se entre os dois antagonistas e a questão ficou, de momento, arrumada.
Pizarro deixou Panamá nos inícios de 1531. Levava consigo 180 homens e 37 cavalos. Com este pequeno exército tencionava submeter um império de vários milhões de habitantes, com um sistema político fortemente organizado e uma cultura florescente.
Ao chegar a cidade de Tumbez, que tanto o havia impressionado na primeira visita, tomou conhecimento de que uma guerra civil assolava o Império Inca. Os irmãos Atahualpa e Huascar, que tinham dividido o império entre si quando o pai morreu, haviam-se defrontado um ao outro. Huascar fora vencido e feito prisioneiro e Atahualpa conquistara a capital, Cuzco.
Pizarro aproveitou-se desta situação se dirigindo para Cajamarca onde desejando penetrar no Império Inca se juntando a Atahualpa. No dia da sua chegada a Cajamarca, Pizarro enviou Fernando ao inca, que vivia nos arredores da cidade, convidando-o a visitar o conquistador o mais depressa possível.
No dia seguinte, à noite, o inca apareceu, à frente de uma brilhante escolta, na praça do mercado onde estavam os espanhóis. Um sacerdote, membro da expedição, o padre Vicente de Valverde, recebeu de Pizarro a incumbência de explicar a Atahualpa o tinham vindo buscar no seu império.
Atahualpa ouviu com crescente impaciência o pomposo discurso, do qual pouco percebeu e perguntou: somente isto? Os espanhóis tinham a imprudência de lhe propor a submissão a um soberano estrangeiro. Com que direito estes importunos faziam tais exigências? O sacerdote mostrou a Bíblia que tinha na mão. Atahualpa quis ver o livro, folheou-o um instante e depois deitou-o fora, com um gesto cheio de desprezo.
Isto era demasiado para o padre Vicente. Dirigiu-se rapidamente a casa de Pizarro e contou-lhe o que se passara. O conqusitador pôs o capacete, desembainhou a espada e agitou uma charpa branca. Era o sinal para atacar. No momento seguinte, os espanhóis disparavam um tiro de canhão. A cavalaria lançou um ataque que rapidamente se transformou num terrível massacre. Loucos de pânico, os índios fugiam por todos os lados; seu soberano foi feito prisioneiro e conduzido ao acampamento espanhol. Na prisão Atahualpa urdiu novos planos. Tendo reparado que os espanhóis eram ávidos por ouro, resolveu propor uma sala cheio de ouro puro até onde a sua mão chegasse em troca de sua liberdade. A sala tinha 7 metros de comprimento por 5 metros de largura.
Pizarro aceitou a proposta. Atahualpa enviou imediatamente emissários aos quatro cantos do país com ordem de trazerem tanto ouro quanto possível. Seguiu-se um espetáculo extraordinário. De todos os lados chegavam índios arrastando atrás de si tesouros para pagar o resgate do chefe bem-amado. Pizarro declarou-se satisfeito. Teria, ao que parece, assinado uma declaração nesse sentido. Atahualpa exigiu que o espanhol cumprisse a sua parte do contrato e lhe desse a liberdade. Mas Pizarro não tinha a menor intenção de o fazer.
O inca foi levado perante um tribunal, acusado de ter deposto e assassinado o irmão, conspirado contra os Espanhóis e adorado falsos deuses. Por tais atos, foi condenado a morrer na fogueira. Todavia, se aceitasse converter-se à fé cristã, a sentença seria amena; não seria queimado vivo, mas sim estrangulado. O inca protestou contra esta maneira de proceder e recusou-se a aceitar o cristianismo. Mas, uma vez na fogueira, faltou-lhe a coragem. Fez saber que desejava ser batizado. Assim se fez. Depois passaram-lhe ao pescoço um fio metálico. Padres e monges murmuravam orações. O carrasco puxou bruscamente o garrote; o inca deixou de existir. Assim se consumou um dos crimes mais vergonhosos dos anais da cristandade e a conquista do império inca estava praticamente consolidada. A partir daí, seguiu-se a difícil pacificação dos territórios recentemente descobertos e a organização do governo de modo a favorecer os interesses da Espanha.  

AUTOR DESCONHECIDO


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