Desde Adão e Eva, o pecado tem corrompido nosso mundo e manchado nossas
vidas. Deus ofereceu aos homens inúmeras oportunidades para serem limpos do
pecado, mas as pessoas, egoístas, concupiscentes, continuam pecando. O problema
é tão difundido que Paulo afirmou: "Pois todos pecaram e carecem da
gloria de Deus" (Romanos 3:23) e "...assim também a
morte passou a todos os homens, porque todos pecaram" (Romanos
5:12). Na verdade, aqui temos um problema.
A Culpa do Homem Pelo Pecado
O mais completo argumento da Bíblia sobre o assunto da culpa humana é
encontrado nos capítulos da abertura do livro de Romanos. Paulo principia com a
mensagem do evangelho da salvação para os judeus e gentios (Romanos 1:16). O
fato que os homens precisam de salvação implica em que eles estão perdidos,
separados de Deus pela barreira do pecado (veja Isaías 59:1-2). Paulo
desenvolve sua tese muito claramente, começando pelos gentios e então voltando
para os judeus.
Paulo disse
que os gentios eram culpados porque tinham fechado seus olhos à evidência da
existência e justiça de Deus. Eles não glorificavam a Deus, em vez disso
adoravam a criatura antes que o Criador (Romanos 1:25). Tal rejeição da pessoa
de Deus levou rapidamente à rejeição de seus princípios: "Por causa
disso, os entregou Deus a paixões infames, porque até as mulheres mudaram o
modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza;
semelhantemente, os homens também, deixando o contacto natural da mulher, se
inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com
homens, e recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro"
(Romanos 1:26-27). Não somente tais pessoas começaram a practicar o
homossexualismo, mas também acrescentaram malícia, avareza, homicídio, desobediência
aos pais e vários outros pecados dignos de morte (Romanos 1:28-32). É com
tristeza que vemos este antigo cenário sendo repetido hoje em dia. Numa época em que a
evolução nega a existência de Deus, religiões politeístas e místicas estão se
tornando crescentemente proeminentes e homens estão defendendo como
"normal" toda a perversão da lei de Deus, desde a desonestidade à
homossexualismo e ao adultério.
Pessoas
religiosas, freqüentemente, acham muito fácil condenar tais horríveis pecados.
Mas Paulo não parou depois de definir o mal dos gentios. Ele imediatamente
voltou sua atenção para aqueles que deveriam ser considerados o povo mais
espiritual de sua época, os judeus. Estes descendentes de Abraão conheciam a
lei e aborreciam a carnalidade dos gentios. Mas seriam eles melhores por isso?
Paulo não deixou espaço para auto-justificação quando se voltou para os judeus
e perguntou: "Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela
transgressão da lei? Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre
os gentios por vossa causa" (Romanos 2:23-24).
Finalmente,
Paulo mostrou que os dois grupos gentios e judeus tinham uma coisa em comum: "Pois
todos pecaram e carecem da gloria de Deus" (Romanos 3:23). Muitas
outras passagens ilustram este ponto e, muito significativamente para nós,
demonstram claramente nossa própria culpa. Se todos pecaram, então eu tenho
pecado. Eu o desafio a ler as passagens do Novo Testamento que relacionam os
pecados, considerando cuidadosamente sua própria vida. Dê uma olhada cuidadosa
a 1 Coríntios 6:9-11; Gálatas 5:19-21; Efésios 5:3-7; Colossenses 3:5-11; 2
Timóteo 3:1-5 e Apocalipse 21:8. Toda pessoa honesta e responsável perceberá,
por estas passagens, que está condenada pelo pecado. Quando Deus relaciona tais
pecados, está claramente pronunciando nossa culpa. Fazer o que Deus proibiu é
pecado (1João 3:4). Não fazer o que ele exigiu é pecado (Tiago 4:17). A
conseqüência do pecado é a eterna separação de Deus (Romanos 6:23; 2
Tessalonicenses 1:8-9). Eu tenho pecado. Você tem pecado. Necessitamos do
perdão misericordioso de Deus.
A Culpa dos Pecadores e a
Inocência das Crianças
Não é facil encarar nossa culpa. Algumas pessoas têm feito esforços
dramatícos para minimizar esta culpa. Dois esforços destes merecem nossa
atencão.
1. O
esforco para redefinir o pecado. "Ai dos que ao mal chamam bem e ao
bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por
doce e o doce, por amargo!" (Isaías 5:20). Algumas pessoas, por
exemplo, defendem a mentira comum que o comportamento homossexual é um
resultado incontrolável da genética, em vez de uma decisão de pecar. Deus, que
criou o homem e projetou a genética da reprodução, disse que o comportamento
homossexual é desobediência à sua vontade (Romanos 1:26-27; 1 Coríntios
6:9-11). Outros definem o pecado divulgando o mito amplamente aceito de que
"todos" têm relações sexuais antes do casamento. Muitas igrejas
emprestam seu apoio à imoralidade sancionando casamentos que Deus não autorizou
e recusando identificar claramente e condenar qualquer forma do pecado (1
Tessalonicenses 5:21-22). Deus, através de Jeremias, falou dos falsos mestres
que davam um falso sentido de segurança, deixando de pregar as terríveis
conseqüências do pecado: "Como, pois, dizeis: Somos sábios, e a lei
do Senhor está conosco? Pois, com efeito, a falsa pena dos escribas a converteu
em mentira... Curam
superficialmente a ferida do meu povo, dizendo: Paz, paz; quando não há
paz" (Jeremias 8:8,11).
Conclusões Doutrinárias e
Práticas
Um entendimento correto da doutrina bíblica do pecado nos permitirá
evitar muitos erros perigosos na doutrina e na prática. Pense nestas
implicações do fatos bíblicos que temos examinado.
1. Maria
não era sem pecado. A doutrina da Imaculada Conceição, junto com idéias
relacionadas com ela, como a Perpétua Virgindade de Maria, são meros mitos
construídos pelos homens sobre a fundação falsa da doutrina do pecado herdado.
Maria está incluída em Romanos 3:23 ("Todos pecaram")
justamente como eu estou. Ela nasceu pura e inocente. Todos os seus filhos
nasceram puros e inocentes. Mas Maria pecou, e todos os seus filhos (exceto um)
pecaram. Somente Jesus conseguiu resistir às tentações deste mundo (1 Pedro
2:21-22).
2. Jesus
não herdou a mancha do pecado porque nenhuma criança herda o pecado. A
pureza de Jesus, quando nasceu, nada tinha a ver com qualquer Imaculada
Conceição de sua mãe para quebrar a maldição herdada do pecado. A culpa não é
herdada, nem por Jesus, nem por nossos filhos ou netos. É por isto que não
existe nenhuma razão bíblica para se batizarem as crianças. A Bíblia nunca
ordena isso e não fornece nenhum exemplo de batismo de crianças. A prática de
batizar recém nascidos é de origem humana, e não de Deus.
3. Eu
pequei, e preciso do perdão de Deus. Lembre-se da tese dos primeiros
capítulos de Romanos. O evangelho é o poder de Deus para salvar. Os gentios
pecaram e por isso precisavam da salvação. Os judeus pecaram, e por isso
precisavam do perdão. Todos pecaram. Todos nós precisamos do perdão
misericordioso de Deus para escapar da eterna conseqüência de nosso pecado
(Romanos 6:23)
4. O
homem criou a barreira do pecado; somente Deus pode removê-la. O grito
terrível de Paulo em Romanos 7:24 sugere a intransponível barreira do pecado: "Desventurado
homen que sou! Quem me livrará do corpo desta morte?" Eu criei
minha própria situação, mas não tenho poder para libertar-me Precisamente no
próximo versículo, Paulo responde sua própria pergunta: "Graças a
Deus por Jesus Cristo, nosso Senhor." Todas as boas obras que um
homen possa fazer não são suficientes para saldar a dívida do pecado. Somente o
sangue de um sacrifício sem pecado poderá fazer isso (Efésios 2:7-9)
Deus quer
remover a barreira do pecado e restaurar a camaradagem da qual nos privamos por
nosso pecado. Mas ele não nos forçará a voltar. Ele oferece a oportunidade, e
temos que responder. Temos que mostrar que o amamos bastante para obedecer a
sua palavra (João 14:15,23). Isso significa que admitiremos humilde e
voluntariamente nossos pecados e nos afastaremos deles, confessaremos nossa fé
em Jesus como o Filho de Deus e permitiremos que ele nos lave desses pecados no
batismo (Atos 2:38; Romanos 10:9-10; Atos 22:16; Colossenses 2:11-13).
Depois de
tudo o que fizemos contra Deus, que maravilhoso privilégio é que ele ainda nos
permita a oportunidade de obedecê-lo e de sermos chamados seus filhos.
- por Dennis
Allan
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