A Disciplina
na Igreja
Mateus 18:15-17
Muitos são tão impactados por Deus na sua conversão e experimentam uma transformação tão grande, que chegam a pensar que todos na igreja são perfeitos. Porém, não é necessário muito tempo para descobrir que isto não é verdade; todos somos falhos e imperfeitos, e na igreja encontraremos falhas, erros e limitações.
A maneira de se lidar com estes erros é com amor e
paciência; vamos nos ajustando aos poucos e assim prosseguimos. Mas quando se
trata de pecado, a igreja deve agir diferente, deve usar de disciplina.
Na igreja encontraremos todo tipo de gente; aqueles
que querem levar Deus a sério, e os que não. O Senhor Jesus disse que quando a
rede é lançada ao mar, recolhe todo tipo de peixes: bons e ruins (Mt.13:47,48);
nesta mesma ocasião Jesus também ilustrou isto de outra forma, falou
acerca do joio e do trigo para mostrar que na igreja temos todo tipo de gente.
O Senhor nos preveniu que haveria escândalos em nosso meio (Mt.18:7), deixando
claro que estes por quem vem os escândalos serão julgados, mas que é inevitável
que isto ocorra.
Quando o evangelho é proclamado, a pessoa é convidada
a vir a Deus como está, mas depois que passa a pertencer à Igreja do Senhor
terá que se ajustar à Sã Doutrina.
Todos somos falhos e pecamos. Como diz a Escritura "Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós"(I Jo.1:4). Portanto, não é qualquer pecado que nos fará sermos
Todos somos falhos e pecamos. Como diz a Escritura "Se dissermos que não temos pecado nenhum, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós"(I Jo.1:4). Portanto, não é qualquer pecado que nos fará sermos
disciplinados, senão viveríamos só de disciplina.
Quando pecamos, devemos nos arrepender e confessar nossos pecados e seremos
perdoados (I Jo.1:9); a disciplina é para tratar com quem peca e não quer se
arrepender, insistindo em viver no pecado.
Somos um corpo
Não podemos perder de vista que ninguém vive
espiritualmente isolado; somos membros uns dos outros e constituímos um só
corpo. Quando alguém passa a viver no pecado fere não só a si mesmo, mas também
ao corpo de Cristo!O Velho Testamento nos revela como o pecado de um só homem,
Acã, prejudicou todo Israel e como foi necessário que ele fosse julgado
(Js.7:11-26). O Novo Testamento enfatiza muito a idéia do corpo; quando Jesus
envia sua mensagem a cada uma das sete igrejas da Ásia (Ap.2 e 3), ele as trata
como um todo tanto ao falar de suas virtudes como também de seus erros.
Os Quatro Níveis da Disciplina na Igreja
Jesus foi quem primeiro falou de disciplina no Novo
Testamento: "Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti
e ele só. Se te ouvir, ganhaste a teu irmão. Mas se não te ouvir, leva
contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda
palavra seja confirmada.E se não ouvir, dize-o à igreja; e, se também não ouvir
a igreja, considera-o como gentio e publicano". Mt.18:15-17.
Há quatro níveis distintos no processo de disciplina que o Senhor ensinou:
1. Repreensão essoal;
2. Repreensão com testemunhas;
3. Repreensão pública;
4. Exclusão.Não praticamos a disciplina quando a
pessoa se arrepende, mas sim quando ela se recusa a arrepender-se. E neste
caso, dentro de uma progressividade; com a repreensão pessoal primeiro, a
com testemunhas em segundo, a diante da igreja em terceiro e só então a
exclusão em quarto lugar. Não podemos excluir alguém sem ter dado antes estes
passos. Porém, alguém pode não querer receber os primeiros níveis da repreensão
fugindo deles; neste caso, constatada a indiferença e relutância da
pessoa,
passamos então ao quarto nível, subentendendo terem sido os outros insuficientes ou impraticáveis.Quando a repreensão se torna pública, ainda que seguida de arrependimento, e a pessoa em questão é um líder, a disciplina se manifestará afastando a pessoa de sua posição de liderança até comprovada restauração.
Repreensão pessoal
Vários textos bíblicos falam sobre a necessidade de
repreensão. E não são ecessariamente ligados ao presbitério, pois no corpo de
Cristo ministramos uns aos outros. este nível se enquadram os líderes de
célula e todos que exercem cuidado por outras pessoas no Corpo. Veja
alguns deles: "Exortamo-vos, também, irmãos, a que admoesteis os
insubmissos..." I Tessalonicenses 5:14.
"Não deixemos de congregar-nos, como é costume de
alguns; antes, façamos admoestações, e tanto mais vedes que aquele dia se
aproxima" Hebreus 10:25."Ora, é necessário que o servo do Senhor não
viva a contender, e, sim, deve ser brando para com todos, apto para instruir,
paciente; disciplinando com mansidão os que se opõem, na expectativa de que
Deus lhes conceda não só o arrependimento para conhecerem plenamente a
verdade" II Timóteo 2:24,25.
Note que corrigir não significa contender, mas
demonstrar cuidado com mansidão. Quando porém, a situação se agrava, é
necessário que o governo da Igreja (os presbíteros) assuma a situação, que pode
ser delicada e necessitar que a autoridade espiritual seja imposta, como Paulo
fez com os coríntios (II Co.13:2 e 10).
Repreensão com Testemunhas
Além da instrução do Senhor Jesus, não encontramos
outro texto que fale com clareza sobre este nível de disciplina, mas ele é
muito eficaz por tirar a situação do aspecto pessoal e colocá-la num patamar de
formalidade. E se as pessoas escolhidas para acompanharem a repreensão forem
pacificadoras, serão de grande proveito para promoverem o arrependimento com argumentação
mansa e amorosa.
Em caso de resistência da pessoa que está sendo
repreendida, ela deve ser avisada que assim como o segundo nível de repreensão
não foi aceito, será necessário o terceiro num culto público, e que
permanecendo ainda inflexível ela chegará ao quarto nível: a exclusão.
Repreensão Pública
Ao dizer que levasse a repreensão para o terceiro nível, à Igreja, Jesus não se referia a tratar a questão na Igreja (templo) ou com os líderes da Igreja, como alguns gostariam que fosse. Na verdade, Ele se referia a tratar a questão
"Quanto aos que vivem no pecado, reprende-os na presença de todos, para que também os demais temam".
I Timóteo 5:20.
E a razão para isto é clara: "Para que outros
tenham temor". Toda a Igreja precisa ser ensinada sobre a disciplina
cristã e vê-la funcionando quando necessário. Somos um corpo no Senhor; o
pecado contínuo de alguém prejudicará a todos. O único meio de evitar isto é
cortando a raiz do pecado com arrependimento ou cortando a pessoa (quando ela
não quer se arrepender) da comunhão do corpo. Diante da Igreja ela será
obrigada a optar entre um ou outro.
A Exclusão
Na Igreja de Corinto, alguém chegou ao ponto de se
envolver sexualmente com a madrasta (I Co. 5:1). Tão logo isto chegou ao
conhecimento do apóstolo Paulo, ele ordenou: "Tirai do meio de vós a esse
iníquo". Antes, contudo, deixou claro em que condições isto deve
acontecer: "Já em carta vos escrevi que não vos associásseis com os
impuros; refiro-me com isto não propriamente aos impuros deste mundo, ou
avarentos, ou roubadores, ou idólatras, pois neste caso teríeis que sair
do mundo.
Mas agora vos escrevo que não vos associeis com alguém
que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou
maldizente, ou beberrão, ou roubador; com esse tal nem ainda comais. Pois com
que direito haveria eu de julgar os de fora? Não julgais vós os de dentro? Os
de fora, porém, Deus os julgará. EXPULSAI, pois, de entre vós o
malfeitor". I
Coríntios 5:9-13.
Observe o detalhe que Paulo inseriu ao falar do pecador: "dizendo-se irmão". Isto se refere a quem quer se parecer irmão sem o ser; não fala de uma queda ou tropeço espiritual, mas de uma prática continuada nestes pecados.
Excluir não significa proibir a pessoa de colocar o pé
na Igreja, mas sim deixar de reconhecê-la como parte do corpo, e isto envolve
deixar de se relacionar (Tt.3:10,11), de ter comunhão com a pessoa. Isto fica
claro quando o apóstolo diz: "com o tal nem ainda comais". Paulo
explica melhor esta distinção na sua carta aos tessalonicenses: "Caso
alguém não preste obediência à nossa palavra dada por esta epístola, notai-o;
nem vos associeis com ele, para que fique envergonhado.
Todavia, não o considereis por inimigo, mas adverti-o
como irmão". II Tessalonicenses 3:14,15.
Este princípio já havia sido estabelecido desde o Velho Testamento, onde havia vários motivos pré-estabelecidos para exclusão.
Este princípio já havia sido estabelecido desde o Velho Testamento, onde havia vários motivos pré-estabelecidos para exclusão.
O motivo é poupar o corpo de prejuízos espirituais, e
não tentar manter um controle sobre as pessoas. Os casos não manifestos não
chegam a ser tratados na Igreja, só os que chegam a ser conhecidos.
AUTOR DESCONHECIDO
AUTOR DESCONHECIDO
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