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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

REFLEXÃO 169 - A DISCIPLINA DE DEUS

A Disciplina de Deus

(Quando Deus açoita, ele ensina, não pune)

Hebreus 12.1-13 

Introdução
Compreensão correta sobre “temer a Deus” em contraste com “ter medo de Deus”:
Se você vê Deus como um Senhor de escravos que despeja sua ira, castigando e punindo, sempre que você faz algo errado, a sua motivação será o medo de um Deus impiedoso e cruel.
Conclusão errada sobre seu relacionamento com Deus:
“Quanto mais você se aproxima de Deus, mais você vai sofrer com seus acessos de raiva, pois você é imperfeito e vai eventualmente falhar com ele. Sendo assim, não vale à pena ter muita intimidade com este Deus!”.
Mas, não é isso que aprendemos sobre Deus e sua disciplina em nossa vida. Ler Hebreus 12.1-13.
Proposição:
“O sofrimento causado por uma disciplina de Deus não deve ser visto como punição, mas como conseqüência de nossos pecados, ou como sua intervenção amorosa para moldar a nossa vida”.


1. Disciplina não é punição
Dizer que cada vez em que pecamos, somos punidos por Deus, é dizer uma heresia.
É certo dizer que todo pecado merece uma punição correspondente: “O salário do pecado é a morte” (Rm 6.23).
Mas, não é certo dizer que você, que já foi redimido pelo sangue de Jesus, deva ser punido cada vez que peca:
“Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado [Jesus], para que nele nos tornássemos justiça de Deus” (2 Co 5.21).
“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo” (Rm 5.1).
“Como agora fomos justificados por seu sangue, muito mais ainda, por meio dele, seremos salvos da ira de Deus!” (Rm 5.9).
Deus nos olha como pessoas justas, porque toda a punição dos nossos pecados recaiu sobre Jesus. Se tivermos que ser punidos pelos nossos pecados, o sacrifício de Jesus foi incompleto e imperfeito. Mas, isso não é verdade!
“Agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus” (Rm 8.1).

2. Disciplina é educação, para o nosso bem.
Deus nos olha como justos quanto à nossa posição, mas quanto à nossa condição, somos injustos. Precisamos aprender a viver de forma justa e por isso ele precisa nos disciplinar.
Disciplinar não é punir, muito embora muitos achem que sim. Disciplinar é ensinar!
O sentido de disciplina está ligado, principalmente, à idéia de “instrução, treinamento que corrige, molda ou aperfeiçoa as faculdades mentais ou o caráter moral” (Webster’s).
O capítulo 12 de Hebreus é o famoso capítulo sobre disciplina, e aqui nós podemos perceber que Deus disciplina seus filhos quando eles tiram os seus olhos de Jesus.
Os capítulos 1 a 11 de Hebreus apresenta Jesus como aquele que é superior a todas as pessoas ou coisas que nós podemos considerar boas para olhar e crer. Ele é superior aos profetas, aos anjos, e a Moisés. Ele é o Sumo-Sacerdote perfeito e a oferta perfeita pelo pecado.
O capítulo 11 fala dos heróis da fé que foram vitoriosos porque viveram sem tirar os olhos do Senhor e creram em sua palavra. Estes são mencionados na abertura do capítulo 12: ”Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas [os heróis da fé], livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve...”.
Pelo contexto, o que nos atrapalha e o pecado que nos envolve, aqui mencionados, é a incredulidade, que resulta de termos tirado os nossos olhos de Jesus e de suas instruções. Por isso, o autor completa seu pensamento dizendo: “tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé” (2).
Após ter dito isso, ele então fala sobre disciplina no verso 5. Isto é, Deus nos disciplina quando deixamos de olhar para Jesus como aquele que ocupa a posição máxima em nossa vida, quando tiramos os olhos dele.
Exemplo:
Pedro é um bom exemplo deste princípio. Em Mateus 14, Jesus andou sobre as águas do mar indo ao encontro do barco de seus discípulos, em meio a uma grande tempestade. Quando Pedro percebeu que era Jesus que se aproximava, ele colocou os seus olhos no Senhor e foi em sua direção, andando sobre as águas. Enquanto Pedro mantinha seus olhos em Jesus, ele fez o impossível. Mas, no instante em que ele tirou os olhos de Jesus, ele começou a afundar. Jesus, então, o segurou e o repreendeu: “Homem de pequena fé, porque você duvidou?” (Mt 14.31).
Em todas as situações da vida, se mantivermos nossos olhos em Jesus, vamos caminhar com ele de volta ao barco no meio das impossibilidades humanas. Mas, quando falhamos e caímos do ideal de Deus para nós, ele nos alcança com sua boa mão e com amor nos repreende: “Oh, Pedro, por que você duvidou?”. Isto é disciplina! Deus nos repreende porque nos ama e quer que experimentemos o seu poder para viver e sermos vitoriosos. E Pedro voltou ao barco, andando sobre a água, confiando em Jesus.
Assim Deus nos disciplina com amor para o nosso bem. É o que nos diz o texto de Hebreus: “Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor, mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos de sua santidade” (Hb 12.10).
Salmo 94.12 ainda diz: “Como é feliz o homem a quem disciplinas, Senhor, aquele a quem ensinas a tua lei”.
Na verdade, a disciplina de Deus é uma bênção em nossas vidas, pois ela revela o cuidado e o amor que ele tem por nós. Ele deseja que vivamos uma vida santa, pois isso é bom e seguro para nós. Quando tiramos os olhos de Jesus e começamos a viver como nós achamos melhor, vamos sofrer e Deus quer nos poupar disso. A disciplina de Deus produz um sofrimento – “Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas de tristeza” (11a) – mas ela é incomparavelmente melhor que o sofrimento causado pela nossa vida de incredulidade. Além disso, o texto diz que “mais tarde, porém, [a disciplina] produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados” (11b).
Deus nos disciplina de duas maneiras principais:
a. Disciplina passiva
Um bom exemplo de disciplina passiva é o que encontramos na história do Filho Pródigo (Lucas 15.11-31).
O filho mais moço da parábola deixou de crer que viver na casa do pai era o melhor para ele e pediu sua parte da herança para viver como bem quisesse. O texto não diz, mas eu imagino que o pai argumentou com ele sobre o perigo desta decisão. Mesmo assim o filho saiu de casa e acabou se dando mal, como era de se esperar. Perdeu tudo o que tinha e estava vivendo na desgraça. Nesta condição ele se arrepende e volta para casa. Impressiona-me a postura do pai durante todo este período. Ele não tomou nenhuma medida disciplinar neste tempo, nem mesmo depois, quando o filho retorna ao lar. Ele sabia que as conseqüências que o filho sofreu por causa de suas decisões tiveram um efeito disciplinar. O filho aprendeu a lição! Só restava fazer uma festa para ele.
Às vezes, Deus não precisa fazer nada para nos disciplinar, pois as conseqüências dos nossos pecados são suficientes para nos ensinar. Deus fica nos observando e esperando pacientemente até que aprendamos a lição.
Não nos falta advertência. Sabemos que a Palavra condena determinadas coisas, mas não levamos isso muito a sério. Na verdade, não cremos no que Deus diz, e “quebramos a cara!”.
Não tenha medo de Deus, tema, isso sim, as conseqüências do seu pecado.

b.                  Disciplina ativa
Outras vezes Deus precisa intervir e aplicar medidas corretivas. É o caso da ação de Deus diante da incredulidade do povo de Israel que os levou a recusar-se a tomar posse da terra prometida.
Não só eles deixaram de entrar, mas, principalmente, Deus os levou a peregrinar pelo deserto por 40 anos a fim de aprenderem a confiar nele. Uma nova geração aprendeu a ver Deus suprindo água e alimento, e preservando suas roupas de forma milagrosa em meio a um deserto, onde eles mesmos não podiam fazer nada. Ler Deuteronômio 8.2-5.
Quando finalmente aprenderam a lição, estavam, então, preparados para crer e obedecer ao Senhor na conquista da terra.
Deus pode intervir na sua vida mantendo-o por um tempo desempregado, ou tirando algo que lhe é muito valioso, até que você aprenda a confiar nele. Contudo, não pense que Deus tenha raiva de você e o esteja punindo.
Ele o disciplinará porque o ama, porque você é seu filho, e ele quer o melhor para você. Ele quer ensina-lo a confiar nele e a depender dele.
Ele quer que você experimente o melhor da vida que ele lhe tem preparado.

Conclusão 
Entenda o propósito da disciplina de Deus na sua vida.
“Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga (açoita) todo aquele a quem aceita como filho” (5,6).
“Portanto, fortaleçam as mãos enfraquecidas e os joelhos vacilantes. Façam caminhos retos para os seus pés, para que o manco não se desvie, antes, seja curado” (12,13).



Pr. Alexandre Tempel

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