A Doutrina da Mordomia Cristã
INTRODUÇÃO
A leitura bíblica da lição desta
semana destaca um cântico do salmista Davi em que este glorifica a Deus
como Criador, Senhor da terra e do mundo, e de tudo o que neles há (Sl 24.1).
Tudo o que somos, o que vemos e o que possuímos na vida pertencem a Deus,
porque Ele criou todas as coisas (Gn 1.1). Esse conceito bíblico deixa claro
que o ser humano foi criado por Deus para ser seu mordomo, isto é, o
administrador de todas as coisas criadas.
Criação é o livre ato de Deus,
pelo qual todas as coisas foram feitas. Diz-nos as Escrituras que após Deus
haver completado a obra de criação, criou o homem e a mulher e confiou a ambos
a missão de administrar a terra e o que nela existe (Gn 1.26-28; 9.2; Sl
8.6-8). Portanto, o homem foi estabelecido para ser mordomo do Altíssimo.
Deus nunca lhe entregou qualquer direito de propriedade, mas para si mesmo
reservou as coisas que criou.
Nesta lição, estudaremos os
princípios básicos da vivência humana cotidiana, especialmente em relação
ao crente, conscientizando-o acerca do seu papel como mordomo do Senhor dos
senhores (1 Co 4.2).
I. O QUE É UM MORDOMO
Mordomo é o administrador de uma
casa, ou dos bens de outrem. As palavras família, casa, pai de família,
bens, mordomo, servo e administrador estão todas ligadas ao sentido da palavra
mordomia.
Do ponto de vista bíblico,
aplicável e prático, mordomia é a administração da nossa vida individual em
toda a sua extensão física, moral, material e espiritual. Todas as atividades
pessoais do cristão devem ser administradas sob a exata aferição da
Palavra de Deus.
II. A BASE BÍBLICA DA DOUTRINA DA MORDOMIA
A primeira grande verdade que um
cristão deve aprender acerca da mordomia cristã é que a Bíblia é a revelação de
toda vontade de Deus para o homem. É a Palavra de Deus que ensina o papel
do autêntico cristão como mordomo. Deus confiou ao homem a administração
de bens e poderes que pertencem a Ele. Portanto, é da sua competência
administrar com eficiência os bens confiados por seu Senhor, para que seja
plenamente feliz (Lc 12.42- 44; 1 Co 4.2).
1. O princípio da soberania de Deus.
Essa soberania revela-se nas
palavras inspiradas do salmista:
Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo, e aqueles que nele habitam (Sl 24.1). Por esse princípio divino entendemos que nosso papel como criaturas e filhos de Deus é o de reconhecermos sua soberania sobre todas as coisas e ser-lhe submissos sem reservas (Lc 14.26,27,33; Mt 28.20).
Do Senhor é a terra e a sua plenitude; o mundo, e aqueles que nele habitam (Sl 24.1). Por esse princípio divino entendemos que nosso papel como criaturas e filhos de Deus é o de reconhecermos sua soberania sobre todas as coisas e ser-lhe submissos sem reservas (Lc 14.26,27,33; Mt 28.20).
A mordomia bíblica destaca a
soberania de Deus em termos do senhorio. Ele é o Senhor!
2. Deus é Criador e Senhor de todas as coisas.
A doutrina da criação, exposta na
Bíblia, tem por objetivo revelar a grandeza, o poder e a sabedoria de Deus como
Criador, bem como a relação entre Ele e o homem. A Bíblia evidencia o fato
de que Deus é a fonte de toda a criação, e de que ela pertence a Ele e se lhe
sujeita (Am 4.13; 9.5,6). A criação do Universo é apresentada como um fato
consumado e aceito pela fé: Pela fé entendemos que os mundos, pela Palavra de
Deus, foram criados (Hebreus 11.3).
Sem dúvida, há uma intensa
relação entre Deus, o Criador, e a sua criação. Essa relação demonstra que
o Eterno cuida e se interessa por tudo quanto criou. Ele é quem sustenta e
provê todas as coisas. (Jo 5.17; Hb 1.3; Sl 104.30).
Após estabelecer o mundo natural
pelo poder de sua Palavra, a ação criadora de Deus culminou com a criação do
ser humano (Gn 1.26-30). Primeiro o Todo-Poderoso criou todas as outras formas
inferiores de vida. No reino pessoal destaca-se o homem, criado à imagem e
semelhança de Deus, em termos relativos à personalidade e espírito. No reino
impessoal, os seres irracionais, que a Ele pertencem por direito.
Quanto aos seres humanos, Deus
tem três direitos especiais, que focalizaremos a seguir.
III. A RELAÇÃO ENTRE O CRIADOR E O HOMEM
Deus criou o homem, ser racional
e espiritual, e capacitou-o para pensar, sentir, raciocinar e decidir.
Após criá-lo, Ele o fez seu
mordomo sobre tudo quanto estabelecera. Concedeu-lhe poderes para dominar
(Gn 1.28) sobre as demais criaturas do mundo animal. O homem, ao cair em pecado
no Éden, perdeu todos os seus direitos de domínio. Contudo, o amoroso
Criador não desistiu de sua criatura especial, mas providenciou a sua
restauração através de Jesus Cristo, seu Filho Amado. Tal restauração
inicia-se imediatamente, sempre que o homem crê em Jesus como seu Salvador
e serve-o de todo o seu coração.
1. O homem pertence a Deus por direito de criação (Gn 1.27; Is
43.1; 45.12; Ez 18.4).
Ao criá-lo, o Eterno
concedeu-lhe uma estrutura física: seu corpo fora formado do pó da terra. O
verbo formou, em Gênesis 2.7 referente a Deus quando da formação de Adão,
confere um sentido dinâmico à sua criação, indicando que ele não é só
constituído de espírito e alma, mas também de materiais preexistentes. A forma
material e a espiritual resultaram de um ato completo do poder criador de Deus,
como está declarado nas Escrituras; e não de um processo gradual evolucionista até
chegar ao macaco. Enquanto Deus o eleva, criando-o perfeito e completo, como
declara a Bíblia, ele próprio se degrada, aparentando-se com os animais
irracionais.
A distinção da criação especial do homem por Deus está no fato declarado pela Bíblia em Gênesis 2.7 que diz: e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.
A distinção da criação especial do homem por Deus está no fato declarado pela Bíblia em Gênesis 2.7 que diz: e soprou em suas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente.
Esse fato nos mostra que o homem
tem mais que vida física; possui vida espiritual. Ele é também um ser
pessoal com consciência de si mesmo e dotado de livre-arbítrio, o que o torna
altamente responsável, além de revelar em parte o seu caráter.
2. O homem pertence a Deus por direito de preservação (At. 14.17;
17.28; Cl 1.17). Deus não só criou o homem, mas também o sustenta por sua
divina providência. Essa providência é inicialmente conhecida pelo
oxigênio que respiramos, pelo vestuário e pelo alimento que a terra produz
para nós.
Ele é criação especial de Deus
que o preserva por meio de suas leis espirituais e naturais expressas na
própria vida física e espiritual do homem. No que se refere à mordomia de sua
própria vida, o homem deve obedecer e respeitar essas leis para ter uma
vida feliz e abençoada (Dt 33. 12-16, Ne 9.6, At 17.28).
3. O homem pertence a Deus por direito de redenção (1 Co 6.20; Tt 2.14;
Ef 1.7). Por causa da sua queda no Éden, o homem perdeu seu rumo e,
portanto, o alvo para o qual foi criado. Perdeu, de igual modo, a preciosa
e imprescindível comunhão com o seu Criador. A palavra hamartia define o pecado
como desvio do alvo, ilustrado pela flecha do atirador, disparada, mas sem
rumo, sem alvo, perdida. Esse é o estado atual do homem sem Deus por causa
do pecado. Entretanto, o Todo-Poderoso não desistiu de sua criatura e, enviou
seu Único Filho, o qual se fez carne e, habitou entre nós para redimir a
humanidade e restaurá-la à comunhão com o Criador.
O preço da redenção foi pago com
o sangue inocente e imaculado de Cristo. Por meio desta maravilhosa obra
redentora, o homem é restaurado à sua condição original de comunhão com
Deus.
O agente regenerador, nesta obra
salvífica, é o Espírito Santo, que nele opera a regeneração e a santificação
(Tt 3.5; 2 Ts 2.13). É imperioso afirmar que a condição essencial da redenção é
a fé em Jesus Cristo, nosso Senhor (Rm 3.21-26; At 26.18).
CONCLUSÃO
Nesta lição, aprendemos
essencialmente que todas as coisas existentes no universo foram por Deus
criadas e, portanto, tudo lhe pertence. Ele é o Senhor de tudo e de todos. Como
guardiões de Deus na terra, devemos exercitar a nossa mordomia sobre todas as
coisas. Em síntese, a palavra mordomia fala da consciência que o crente
deve ter de que tudo quanto possui é, acima de tudo, um bem proveniente de Deus
(Tg 1.17).
Livre-arbítrio à
Liberdade de escolha. Capacidade que possui o ser humano de pensar ou agir
tendo como única motivação a sua vontade.
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