A Educação dos
Filhos
Como
se formam os filhos? Qual é a responsabilidade específica dos pais? Uma vez que
os objetivos estejam definidos, como agir para estar seguros de alcançar estas
metas importantes?
Há
três áreas específicas da responsabilidade dos pais: amar, instruir e
disciplinar.
1.
Amar. "Herança do Senhor são os
filhos, o fruto do ventre seu galardão." (Salmo 127:3) Parece que o
natural é amar nossos filhos, no entanto, em alguns lares são cometidos as mais
terríveis agressões, brutalidades e crimes contra os filhos. Amá-los significa
uma completa aceitação de suas pessoas, como dádivas recebidas das mãos de
Deus. Isto inclui a disposição de nos sacrificar para o seu bem. Implica um
compromisso constante com Deus a fim de criá-los para a glória do Senhor.
Precisamos
de mais virtudes e recursos do que temos para poder cumprir fielmente esta
tarefa digna. Portanto, temos que depender de Deus constantemente. Esta
dependência dele nos levará a exercer fé e fará possível sua participação com
graça na vida de nossos filhos, o que contribuirá para sua formação.
Devemos
aceitar os filhos tal como são, com seu próprio sexo, defeitos, cor de cabelo,
pele, personalidade, etc. Os filhos percebem desde cedo na vida se são aceitos
ou recusados por seus pais.
É
muito importante que a mãe tenha seu filho nos braços constantemente, e que
além disso, tenha o costume de cantar e falar com ele, mesmo antes que possa
entender completamente suas palavras. O pai também deve ser afetuoso e dedicar
tempo a seus filhos pequenos. O contato físico é uma expressão muito importante
de amor e carinho.
Os
filhos devem se sentir confortáveis e felizes no lar. É dever dos pais prover
um ambiente que conduza a sua adequada formação (isto não significa luxo, mas
atenção, esmero e constância).
2.
Instruir. "Ensina a criança no
caminho em que deve andar, e mesmo velho não se desviará dele." (Pv. 22:6)
Instruir significa ensinar, doutrinar, capacitar, comunicar. Da mesma forma que
o amor provê o ponto de partida para a formação da vida dos filhos, a instrução
articula e mostra como deve ser essa formação.
Os
filhos não aprendem apenas por absorção ou imitação. É necessário instruí-los.
A instrução deve servir especialmente para formar um caráter moral no filho:
honestidade, justiça, perdão, generosidade, respeito pelos outros, critérios,
pudor, modéstia, operosidade, diligência, etc.
Devemos
aproveitar todas as circunstâncias para reafirmar e reforçar estes valores
morais, éticos e espirituais. Também é tarefa dos pais, incentivar os filhos a
desenvolver sensibilidade espiritual, docilidade e boa disposição diante de
Deus.
As
crianças devem chegar aos 6 anos pensando em Deus de uma maneira natural, como
parte integrante de sua vida cotidiana. Para conseguir isso, os pais devem
falar das coisas de Deus com naturalidade, levar seus filhos a ter fé e
confiança no Senhor orar com eles regularmente, contar-lhes histórias bíblicas
e relatos contemporâneos que destaquem o valor de um caráter nobre e da
confiança no Senhor.
Devemos
tomar as particularidades de cada filho como algo positivo e ajudá-lo em seu
desenvolvimento, respeitando sua própria personalidade. Cada filho tem sua
própria modalidade e é dever dos pais descobri-la para poder encaminhá-lo de
modo adequado.
Ao
instruir, os pais devem prestar atenção especial àquelas áreas que são
fundamentais, tais como:
o
Realizar trabalhos e
cumprir ordens (primeiro nas tarefas domésticas). - Ajudar os outros.
o
Concentrar-se em seus
estudos. - Resolver problemas e discordâncias sociais. - Formar amizades.
o
Vencer a tentação e
desenvolver um sentido de dignidade moral.
o
Administrar o dinheiro
e o tempo.
o
Encontrar e conservar
um emprego.
o
Desenvolver uma boa
relação com o sexo oposto.
o
Descobrir sua vocação.
É
importante elogiar os filhos quando cumprem bem com um trabalho ou levam a bom
termo um projeto. A aprovação dos pais ajuda a firmar os valores positivos do
caráter; faz com que os filhos se sintam reconhecidos e apreciados, e reforça
sua auto-estima.
Este
é um elemento essencial para que alcancem sucesso posteriormente na vida. Os
filhos precisam conhecer os limites de sua liberdade.
Por
isso é necessário estabelecer algumas regras para o bom funcionamento e ordem
na casa. Estas devem ser poucas e razoáveis, e seu cumprimento deve ser
exigido.
À
medida que os filhos vão crescendo é necessário determinar regras claras e
justas no que diz respeito a diversões e vida social. Enquanto são pequenos, é
aconselhável manter as "rédeas" bem curtas, e ir afrouxando-as
gradativamente à medida que forem crescendo.
Tenhamos
em mente que é melhor enfatizar princípios do que estabelecer regras rígidas. É
necessário explicar bem as coisas aos adolescentes; isso também é melhor do que
adotar uma atitude impositiva.
Isto
os ajuda a desenvolver critério e bom juízo, mesmo que resistam às normas
estabelecidas. Em relação à instrução, nada é mais importante que o bom exemplo
dos pais. Muitos descuidam disso, e "borram com o braço o que escreveram
com a mão".
3.
Disciplinar. "Vós, filhos, obedecei
em tudo a vossos pais; porque isto é agradável ao Senhor. Vós, pais, não
irriteis a vossos filhos, para que não fiquem desanimados." (Colossenses
3:20,21) "Porque o Senhor repreende a quem ama, assim como o pai ao
filho." (Provérbios 3:12) "O que retém a vara aborrece a seu filho,
mas o que o ama cedo o disciplina." (Provérbios 13:24) "Castiga o teu
filho enquanto há esperança, mas não te exceda ao ponto de matá-lo."
(Pv.19:18) "A estultícia está ligada ao coração da criança, mas a vara a
afastará dela." (Provérbios 22:15) "Não retires da criança a
disciplina; Porque, fustigando-a tu com a vara, nem por isso morrerá. Tu a
fustigarás com a vara e livrarás sua alma do inferno." (Provérbios 23:13,14)
"A vara e a disciplina dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma
vem envergonhar sua mãe." (Provérbios 29:15) (Ver também Provérbios
4:20-23; 6:20-22; 20:30 Deuteronômio 6:6-7; Salmo 78: 5-7)
A
relação de uma criança com Cristo, prospera em proporção direta à sua
obediência aos pais. Jesus Cristo vive e trabalha na vida de um filho
obediente. A obediência não é opcional, nem se limita ao que se considera
justo.
Em
relação à sua conduta, os filhos precisam saber até onde podem chegar. Deus
dotou os pais com autoridade para formar e disciplinar seus filhos e contam com
seu respaldo para exercê-la de maneira satisfatória.
Em
algumas ocasiões, os pais se enganam. Quando isso acontecer, devem admitir seus
erros e, ao fazer isso, demonstram ser a classe de pessoas que Deus pode
respaldar. Sua autoridade não deriva de estar sempre certos, mas provêm de Deus
que a delegou a eles.
O
uso da vara. Nas passagens citadas, repetidamente é mencionado o uso da vara na
disciplina. A vara, diferentemente da mão ou do cinturão do pai, é um
instrumento impessoal que arde e dói sem fazer dano a criança.
Uma
varinha qualquer que seja flexível servirá de forma admirável. A área carnuda
das nádegas constituem o ponto mais adequado para aplicá-la. A vara é utilizada
quando a criança não acata uma ordem, por rebelião, ou outra ofensa séria.
Não
se usa para corrigir faltas menores ou falhas próprias da criança (como deixar
cair coisas, por descuido). Deve ser aplicada de maneira sóbria e sem ira. De
outra forma, os pais transmitiriam seus sentimentos negativos aos filhos. Se
estão alterados, é importante acalmar-se antes de aplicar a disciplina. Os
filhos não devem receber um único golpe violento, mas duas ou três varadas bem
aplicadas.
Quando
a falta é mais grave, podem ser acrescentadas uma ou duas a mais. O pai deve
usá-la nas nádegas da criança e não em qualquer lugar. A vara, de modo
diferente da correia, permite medir a intensidade do golpe, que vai variar de
acordo com a idade.
Lembremos
que procuramos infundir respeito e não temor. Os filhos precisam aprender a
obedecer a palavra de seus pais; e a palavra de Deus para eles. Os pequenos
sofrem pela falta da disciplina paterna.
A
correção justa alivia seu sofrimento, já que os libera da culpa ou do peso na
consciência. A rebelião contra a autoridade legítima é um terrível pecado aos
olhos de Deus.
Os
pais não devem permitir a rebelião no lar. Leiamos com cuidado a passagem de
Deuteronômio 21:18-21, e observemos o que ela diz a respeito do filho rebelde.
É responsabilidade dos pais livrar seus filhos de atitudes semelhantes.
Normas
importantes na disciplina. Deus
estabeleceu os pais como responsáveis diretos da conduta de seus filhos (ver
Provérbios 4:1-9; I Samuel 3:13-14). A figura principal na disciplina é a do
pai. Ainda que ela seja aplicada pela mãe, o filho deve saber que a mãe conta
com o apoio de seu marido. Isso facilita a tarefa da mãe.
Os
pais tem que mostrar unanimidade em relação à disciplina. A mulher deve ter o
cuidado de não contradizer seu marido, e o homem deve dar respaldo a esposa,
principalmente na presença dos filhos. Os pais não devem dizer ameaças nem
expressões de desagrado.
Uma
vez que advertiram os filhos sobre as conseqüências de certa conduta, a
disciplina deve ser aplicada imediatamente se desobedecerem (ver Eclesiastes
8:11).
A
disciplina deve ser aplicada:
o
Com firmeza e decisão.
o
De acordo com
critérios estabelecidos (não deve variar segundo as emoções do momento).
o
De maneira
proporcional à ofensa.
o
Sem ira ou amargura;
do contrário, esse sentimento será transmitido à criança e se reproduzirá nela
(ver Colossenses 3:21).
Reconciliação. É importante o processo de reconciliação. Lembremos do
lugar transcendente que tem a oração e o perdão; não prolonguemos
excessivamente na correção.
A ordem correta da disciplina é a seguinte: Explicação è
Correção è Oração è Perdão è Reconciliação
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