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sexta-feira, 25 de julho de 2014

ESTUDOS 52 - MARAVILHOSA GRAÇA


MARAVILHOSA GRAÇA

Graça que maravilhosa graça

É imensurável e sem fim

É maravilhosa
É tão grandiosa
É suficiente para mim
É maior que a minha iniquidade
É revelação do amor do Pai...




DA PROVIDÊNCIA


I. - Deus, o grande Criador de todas as coisas, sustenta, dirige, dispõe e governa todas as criaturas, todas as suas ações e todas as coisas, das maiores até às menores, por meio de sua sapientíssima e santa providência, segundo sua infalível presciência e o livre e imutável conselho de sua própria vontade, para o louvor da glória de sua sabedoria, poder, justiça, bondade e misericórdia.

Nee, 9:6; Sal. 145:14-16; Dan. 4:34-35; Sal. 135:6; Mat. 10:29-31; Prov. 15:3; II Cron. 16:9; At.15:18; Ef. 1:11; Sal. 33:10-11; Ef. 3:10; Rom. 9:17; Gen. 45:5.
II. - Ainda que, em relação à presciência e decreto de Deus, que é a causa primária, todas as coisas aconteçam imutável e infalivelmente, todavia, pela mesma providência, ele ordena que elas sucedam segundo a natureza das causas secundárias, ou necessária, ou livre ou contingentemente.
Jer. 32:19; At. 2:13; Gen. 8:22; Jer. 31:35; Isa.10:6-7.
III - Deus, em sua providência ordinária, faz uso de meios, todavia ele é livre para operar sem eles, acima deles e contra eles, como lhe apraz.
At. 27:24, 31; Isa. 55:10-11; Os.1:7; Rom. 4:20-21; Dan.3:27; João 11:34-45; Rom. 1:4.
IV. - O onipotente poder, a imutável sabedoria e a infinita bondade de Deus, de tal maneira se manifestam em sua providência, que seu conselho determinado se estende até mesmo à primeira queda e a todos os demais pecados dos anjos e dos homens (e isso não por uma mera permissão) que ele também limita de maneira sapientíssima e poderosa, bem como regula e governa, numa múltipla dispensação para os seus próprios e santos propósitos; mas de tal modo que a pecaminosidade dessas transgressões procede tão-somente da criatura, e não de Deus, e que sendo ele santíssimo e justíssimo, nem é e nem pode ser o autor ou o aprovador do pecado.
Isa. 45:7; Rom. 11:32-34; At. 4:27-28; Sal. 76:10; II Reis 19:28; At.14:16; Gen. 50:20; Isa. 10:12; I João 2:16; Sal. 50:21; Tiago 1:17.
V. - O sapientíssimo, justíssimo e graciosíssimo Deus com frequência deixa, por algum tempo, seus próprios filhos à mercê de multiformes tentações e da corrupção de seus próprios corações, com o fim de castigá-los pelos seus pecados anteriores, ou levá-los a descobrirem a força oculta da corrupção e fraudulência de seus corações, a fim de serem humilhados, e a fim de elevá-los a uma dependência mais íntima e a uma confiança mais constante no apoio dele, e fazê-los mais vigilantes contra toda e qualquer ocasião futura de pecar, e para vários outros fins justos e santos.
II Cron. 32:25-26, 31; II Sam. 24:1, 25; Luc. 22:31-32; II Cor. 12:7-9.
VI. - Quanto àqueles homens perversos e ímpios a quem Dem, como justo Juiz, cega e endurece em razão dos pecados anteriores, deles ele não só retém sua graça pela qual poderiam ter sido iluminados em seus entendimentos e transformados em seus corações; mas às vezes também ele subtrai os dons que eles possuíam, e os deixa expostos a tais coisas que se lhes tornam em ocasião de pecado pela sua própria corrupção; outrossim, os entrega às suas próprias concupiscências e às tentações do mundo e ao poder de Satanás; e assim sucede que eles se endurecem, até pelos mesmos meios que Deus usa para o amolecimento de outros.
Rom. 1:24-25, 28 e 11:7; Deut. 29:4; Mar. 4:11-12; Mat. 13:12 e 25:29; II Reis 8:12-13; Sal.81:11-12; I Cor. 2:11; II Cor. 11:3; Exo. 8:15, 32; II Cor. 2:15-16; Isa. 8:14.
VII. - Visto que a providência de Deus, em geral, se estende a todas as criaturas, assim, de uma maneira muito especial, ela cuida de sua Igreja e tudo dispõe para o bem dela.
Amós 9:8-9; Mat. 16:18; Rom. 8-28; I Tim. 4: 10.



DA QUEDA DO HOMEM, DO PECADO E DE SUA PUNIÇÃO




I. - Havendo Deus feito um pacto de obras e de vida com os nossos primeiros pais e, neles, com toda sua posteridade, eles, sendo seduzidos pela astúcia e tentação de Satanás, deliberadamente transgrediram a lei de sua criação, e quebraram o pacto ao comerem do fruto proibido.

Gen. 3:13; II Cor. 11:3; Rom. 11:32 e 5:20-21.
II. - Por este pecado eles, e nós neles, caíram de sua justiça original e de sua comunhão com Deus, e assim se tornaram mortos em pecado, e totalmente corrompidos em todas as faculdades e partes da alma e do corpo.
Gen. 3:6-8; Rom. 3:23; Gen. 2:17; Ef. 2:1-3; Rom. 5:12; Gen. 6:5; Jer. 17:9; Tito 1:15; Rom.3:10-18.
III - Sendo eles a raiz, e pela ordenança de Deus representantes de toda a humanidade, a culpa deste pecado foi imputada, e a natureza corrompida comunicada a toda a sua posteridade, que deles descende por geração ordinária.
At. 17:26; Gen. 2:17; Rom. 5:17, 15-19; I Cor. 15:21-22,45, 49; Sal.51:5; Gen.5:3; João3:6.
IV. - Desta corrupção original, pela qual nos tornamos totalmente indispostos, incapazes e antagónicos a todo bem, e totalmente inclinados a todo mal, procedem todas as transgressões atuais.
Rom. 5:6, 7:18 e 5:7; Col. 1:21; Gen. 6:5 e 8:21; Rom. 3:10-12; Tiago 1:14-15; Ef. 2:2-3; Mat. 15-19.
V. - Durante esta vida esta corrupção de natureza permanece naqueles que são regenerados; e ainda que, através de Cristo, ela seja perdoada e mortificada, contudo tanto ela quanto todos os seus impulsos são real e propriamente pecado.
Rom. 7:14, 17, 18, 21-23; Tiago 3-2; I João 1:8-10; Prov. 20:9; Ec. 7-20; Gal.5:17.
VI. - Todo pecado, tanto original quanto atual, sendo uma transgressão da justa lei de Deus, e a ela contrário, traz, em sua própria natureza, culpa sobre o pecador, e por essa culpa ele está sujeito à ira de Deus e à maldição da lei, e assim feito sujeito à morte, com todas as infelicidades espirituais, temporais e eternas.
I João 3:4; Rom. 2: 15; Rom. 3:9, 19; Ef. 2:3; Gal. 3:10; Rom. 6:23; Ef. 6:18; Lam, 3:39; Mat. 25:41; II Tess. 1:9.



DO PACTO DE DEUS COM O HOMEM



I. - A distância entre Deus e a criatura é tão grande que, embora criaturas racionais lhe devam obediência como seu Criador, contudo nunca poderiam ter alcançado o galardão da vida, senão por alguma condescendência voluntária por parte de Deus, a qual agradou ele expressar por meio de pacto.

Jó 9:32-33; Sal. 113:5-6; At. 17:24-25; Luc. 17: 10.
II. - O primeiro pacto feito com o homem foi um pacto de obras, no qual a vida foi prometida a Adão e,nele, à sua posteridade, sob a condição de obediência perfeita e pessoal.
Gal. 3:12; Rom. 5: 12-14 e 10:5; Gen. 2:17; Gal. 3: 10.
III. - Havendo-se o homem tornado, por sua queda, incapaz de ter vida por meio daquele pacto, ao Senhor aprouve fazer um segundo [pacto], comumente chamado Pacto da Graça; por meio do qual ele gratuitamente oferece aos pecadores vida e salvação mediante Jesus Cristo, requerendo deles fé nele, para que possam ser salvos; e prometendo dar o Espírito Santo a todos quantos são ordenados para a vida, a fim de dispô-los e habilitá-los a crer.
Gal. 3:21; Rom. 3:20-21 e 8:3; Isa. 42:6; Gen. 3:15; Mat. 28:18-20; João 3:16; Rom. 1:16-17 e 10:6-9; At. 13:48; Ezeq. 36:26-27; João 6:37, 44, 45; Luc. 11: 13; Gal. 3:14.
IV. - Este pacto da graça é frequentemente apresentado na Escritura pelo nome de um Testamento, em referência à morte de Jesus Cristo, o testador, e à herança eterna, com todas as coisas a ela pertencentes, legadas neste pacto.
Hb. 9:15-17.
V. - Embora este pacto com suas ordenanças e instituições, tenha sido administrado de maneira diferente e variada no tempo da lei, e desde a vinda de Cristo em carne, mesmo assim, no que diz respeito à substância e à eficácia do mesmo, e a todos seus fins espirituais salvíficos, é um e o mesmo pacto; por causa das diversas dispensações do mesmo, chama-se Velho e Novo Testamento.
II Cor. 3:6-9; Rom. 6:7; Col. 2:11-12; I Cor. 5:7 e 10:14; Heb. 11:13; João 8:36; Gal. 3:7-9, 14.



DE CRISTO O MEDIADOR



I. - Aprouve a Deus, em seu eterno propósito, e conforme um pacto feito entre eles dois, escolher e ordenar o Senhor Jesus, seu unigénito Filho, para ser o Mediador entre Deus e o homem; o Profeta, Sacerdote e Rei; o Cabeça e Salvador de sua Igreja; o Herdeiro de todas as coisas e Juiz do mundo; a quem Ele, desde toda a eternidade, deu um povo para ser sua descendência, e para ser por meio dele, e no tempo, redimido, chamado, justificado, santificado e glorificado.

Isa. 42: 1; I Ped. 1: 19-20; I Tim. 2:5; João 3:16; Deut. 18:15; At. 3:20-22; Heb. 5:5-6; Isa. 9:6-7; Luc. 1:33; Heb. 1:2; Ef. 5:23; At. 17:31; II Cor.5:10; João 17:6; Ef. 1:4; I Tim. 2:56; I Cor. 1:30; Rom.8:30.
II. - O Filho de Deus, a segunda Pessoa da Trindade, sendo vero e eterno Deus, de uma só substância com o Pai e igual a ele, chegada a plenitude do tempo, assumiu a natureza humana, com todas as propriedades essenciais e fraquezas comuns a ela, contudo sem pecado; sendo concebido pelo poder do Espírito Santo, no ventre da Virgem Maria, e da substância dela: de modo que duas naturezas inteiras, perfeitas e distintas, a Deidade e a humanidade, foram inseparavelmente unidas em uma só pessoa, sem conversão, composição ou confusão; Pessoa esta verdadeiro Deus e verdadeiro homem, contudo um só Cristo, o único Mediador entre Deus e o homem.
João 1:1,14; I João 5:20; Fil. 2:6; Gal. 4:4; Heb. 2:14, 17 e 4:15; Luc. 1:27, 31, 35; Mat. 16:16; Col. 2:9; Rom. 9:5; Rom. 1:3-4; I Tim. 2:5.
III. - O Senhor Jesus, em sua natureza humana assim unida à divina na Pessoa do Filho, foi santificado e ungido com o Espírito Santo sem medida, possuindo em si mesmo todos os tesouros de sabedoria e conhecimento, e em quem aprouve ao Pai habitasse toda a plenitude; a fim de que, sendo santo,inculpável, imaculado e cheio de graça e verdade, fosse perfeitamente habilitado para exercer o ofício de Mediador e Fiador. Esse ofício ele não tomou para si, mas para ele foi chamado por seu Pai, o qual pôs em suas mãos todo o poder e juízo e lhe deu ordem para que os exercesse.
Sal. 45:5; João 3:34; Heb. 1:8-9; Col. 2:3, e 1:9; Heb. 7:26; João 1: 14; At. 10:38; Heb. 12:24, e 5:4-5; João 5:22, 27; Mat. 28:18.
IV. - Esse ofício o Senhor Jesus exerceu mui voluntariamente; e, para que pudesse dele desincumbir-se, ele se fez sujeito à lei, e a cumpriu perfeitamente e suportou o castigo devido a nós, aquilo que nós deveríamos ter suportado e sofrido, sendo feito ele pecado e maldição em nosso lugar; ele suportou diretamente em sua alma os mais severos tormentos da parte de Deus, e em seu corpo os mais dolorosos sofrimentos; foi crucificado e morto; foi sepultado e permaneceu sob o poder da morte, contudo não viu corrupção. Ao terceiro dia ressuscitou dos mortos, com o mesmo corpo no qual sofreu; com o qual também subiu para o céu e assentou-se à destra de seu Pai para fazer intercessão; e voltará no fim do mundo para julgar homens e anjos.
Sal. 40:7-8; Heb. 10:5-6; João 4:34: Fil. 2-8; Gal. 4:4; Mat. 3:15 e 5:17; Mat. 26:37-38; Luc.22:24; Mat. 27.46; Fil 2:8; At. 2:24, 27 e 13:37; I Cor.15:4; João 20:25-27; Luc. 24:50-51; II Ped. 3:22; Rom. 8:34; Heb. 7:25; Rom. 14:10: At. 1:11, João5:28-29; Mat. 13:40-42.
V. - O Senhor Jesus, por sua perfeita obediência e pelo sacrifício de si mesmo, sacrifício este que, pelo Espírito eterno, ele ofereceu uma vez a Deus, tem satisfeito plenamente a justiça de Deus, e adquiriu não só reconciliação, mas também uma herança eterna no reino do céu para todos aqueles que o Pai tem dado a ele.
Rom. 5: 19 e :25-26; Heb. 10: 14; Ef. 1: 11, 14; Col.1:20; II Cor.5: 18; 20; João 17:2; Heb.9:12,15.
VI. - Ainda que a obra da redenção não fosse de fato operada por Cristo até após sua encarnação, contudo a virtude, a eficácia e os benefícios dela foram comunicados aos eleitos em todas as épocas, sucessivamente, desde o princípio do mundo, em e através daquelas promessas, tipos e sacrifícios, por meio dos quais ele foi revelado e tipificado como a Semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente, e como o Cordeiro morto desde a fundação do mundo, sendo ele o mesmo ontem e hoje e para sempre.
Gal. 4:45; Gen. 3:15; Heb. 3:8.
VII. - Cristo, na obra de mediação, age em consonância com as duas naturezas, fazendo através de cada natureza o que lhe é próprio; contudo, por razão da unidade da Pessoa, aquilo que é próprio de uma natureza é, às vezes, nas Escrituras, atribuído à Pessoa denominada pela outra natureza.
João 10:17-l8; I Ped. 3:18; Heb. 9:14; At. 20:28; João3:13
VIII. - A todos aqueles para quem Cristo comprou a redenção, ele, infalível e eficazmente, aplica e
comunica a mesma; fazendo intercessão por eles; e revelando-lhes, na Palavra e pela Palavra, os mistérios da salvação; persuadindo-os eficazmente, por meio de seu Espírito, a crer e obedecer; e governando seus corações por meio de sua Palavra e seu Espírito; subjugando a todos os seus inimigos pelo exército de seu infinito poder e sabedoria, da maneira e pelos meios mais consoantes com sua maravilhosa e insondável dispensa.
João 6:37; 39 e10:15-16; I João 2:1; João 15:15; Ef. 1:9; João 17:6; II Cor. 4:13; Rom. 8:9, 14 e 15:18-19; João 17:17; Sal. 90:1; I Cor. 15: 25-26; Col. 2:15; Luc. 10: 19.



DO LIVRE-ARBÍTRIO



I. - Deus dotou a vontade do homem com aquela liberdade natural e poder para agir conforme suas escolhas, que ela nem é forçada, nem determinada por qualquer necessidade absoluta de sua natureza, ou para o bem ou para o mal.

Tiago 1:14; Deut. 30:19; João 5:40; Mat. 17:12; At.7:51; Tiago 4:7.
II. - O homem, em seu estado de inocência, tinha a liberdade e o poder de querer e fazer aquilo que era bom e agradável a Deus, porém com possibilidade de mudar de estado, e de maneira tal que pudesse cair desse estado.
Ec. 7:29; Col. 3: 10; Gen. 1:26 e 2:16-17 e 3:6.
III. - O homem, com sua queda num estado de pecado, perdeu toda a capacidade de vontade quanto a desejar qualquer bem espiritual que acompanhe a salvação; de tal maneira que o homem natural, sendo totalmente desinclinado no tocante àquele bem, e morto em pecado, não é capaz, por sua própria força, de se converter nem de se preparar para isso.
Rom. 5:6 e 8:7-8; João 15:5; Rom. 3:9-10, 12, 23; Ef.2:1, 5; Col. 2:13; João 6:44, 65; I Cor. 2:14; Tito 3:3-5.
IV. - Quando Deus converte um pecador e o traslada para o estado de graça, ele o liberta de sua natural escravidão ao pecado e, pela exclusiva instrumentalidade de sua graça, o capacita a querer livremente e a fazer aquilo que é espiritualmente bom; mas isso de tal modo que ele, em razão da corrupção que nele permanece, não faz e nem deseja perfeitamente somente o que é bom, senão que também deseja aquilo que é mal.
Col.1: 13; João 8:34, 36; Fil. 2:13; Rom. 6:18, 22; Gal.5:17; Rom. 7:15, 21-23; I João 1:8, 10.
V. - É somente no estado de glória que a vontade do homem é perfeita e imutavelmente livre para fazer o bem.
Ef. 4:13; Judas, 24; I João 3:2.


DA VOCAÇÃO EFICAZ



I. - Todos aqueles a quem Deus predestinou para a vida, e somente esses, aprouve ele, no tempo por ele determinado e aceito, chamar eficazmente, por sua Palavra e por seu Espírito, daquele estado de pecado e de morte em que estão por natureza, à graça e à salvação por meio de Jesus Cristo; iluminando suas mentes espiritual e salvifícamente para entenderem as coisas de Deus; tirando-lhes o coração de pedra e dando-lhes um coração de carne; renovando sua vontade e, por seu infinito poder, determinando-os ao que é bom, e eficazmente atraindo-os a Jesus Cristo; mas de tal forma que eles vêm mui livremente, sendo para isso dispostos por sua graça.

João 15:16; At. 13:48; Rom. 8:28-30 e 11:7; Ef. 1:5,10; I Tess. 5:9; 11 Tess. 2:13-14; IICor.3:3,6; Tiago 1:18; I Cor. 2:12; Rom. 5:2; II Tim. 1:9-10; At. 26:18; I Cor. 2:10, 12: Ef. 1:17-18; II Cor. 4:6; Ezeq. 36:26, e 11:19; Deut. 30:6; João 3:5; Gal. 6:15; Tito 3:5; I Ped. 1:23; João 6:44-45; Sal. 90;3; João 9:3; João6:37; Mat. 11:28; Apoc. 22:17.
II. - Este chamamento eficaz provém unicamente da livre e especial graça de Deus e não de coisa alguma prevista no homem, que, quanto a este chamamento, é totalmente passivo, até que, sendo vivificado e renovado pelo Espírito Santo, seja desse modo capacitado a responder a este chamamento e a abraçar a graça oferecida e comunicada nela.
II Tim. 1:9; Tito 3:4-5; Rom. 9:11; I Cor. 2:14; Rom. 8:7-9; Ef. 2:5; João 6:37; Ezeq. 36:27; João5:25.
III. - Crianças eleitas que morrem na infância, são regeneradas e salvas por Cristo, o qual opera quando, onde e como lhe apraz. Assim também se dá com todas as demais pessoas eleitas que são incapazes de ser exteriormente chamadas pelo ministério da Palavra.
Gen. 17:7; Sal. 105:8-10; Ezeq. 16-20-21; Luc. 18:1516; At. 2:39; Gal. 3:29; João 3:8 e 16:7-8; I João 5: 12; At. 4:12.
IV. - Os demais, que não são eleitos, ainda que sejam chamados pelo ministério da Palavra, e recebam algumas operações comuns do Espírito, contudo, não sendo eficazmente chamados pelo Pai, nem vão a Cristo e nem podem ir a ele, e, portanto, não podem ser salvos; muito menos poderão ser salvos por qualquer outro meio aqueles que não professam a religião cristã, por mais diligentes que sejam em moldar suas vidas em consonância com a luz da natureza, e com a lei daquela religião que professam; asseverar e manter que o podem, é muito pernicioso e algo a ser abominado.
Mat. l3:14-15; At. 28:24; Mat. 22:14; Mat. 13:20-21, e 7:22; Heb. 6:4-5; João 6:64-66, e 8:24; At. 4:12; João 14:6 e 17:3; Ef. 2:12-13; II João 10: l 1; Gal. 1:8; I Cor. 16:22.



DA JUSTIFICAÇÃO



I. - Aqueles a quem Deus eficazmente chama, ele também justifica livremente; não por infundir neles a justiça, mas por perdoar seus pecados, e por considerar e aceitar suas pessoas como justas; não em razão de qualquer coisa neles operada ou neles feita, mas unicamente por causa de Cristo; não por imputar-lhes a própria fé, o ato de crer, ou qualquer outra obediência evangélica, como se estes pudessem justificar; mas por imputar-lhes a obediência ativa de Cristo a toda a Lei, bem como sua obediência passiva na ocasião de sua morte em prol da justiça total e única deles, que recebem a ele e a sua justiça e descansam neles pela fé; fé esta que não possuem em si mesmos, pois que é o dom de Deus.

Rom. 8:30 e 3:24, 27-28; II Cor. 5:19, 21; Tito 3:5-7; Ef. 1:7; Jer. 23:6; João 1:12 e 6:44-45; At. 10:43-44; Fil. 1:20; Ef. 2:8.
II. - A fé que desta maneira recebe e repousa em Cristo e em sua justiça, é o único instrumento de justificação; ela, contudo, não está sozinha na pessoa justificada, mas é sempre acompanhada de todas as demais graças salvíficas; não é uma fé morta, mas uma fé que atua pelo amor.
João 3:16, 18, 36; Rom. 3:28, e 5: I; Tiago 2:17, 22, 26; Gal. 5:6.
III. - Cristo, através de sua obediência e morte, quitou plenamente a dívida de todos aqueles que são justificados, e através do sacrifico de si mesmo, pelo sangue de sua cruz; sofrendo em seu lugar a penalidade devido a eles, prestou uma correta, real e plena satisfação à justiça de seu Pai, em favor deles. Todavia, porquanto ele foi entregue pelo Pai em prol deles, e sua obediência e satisfação foram aceitas em lugar deles, e ambas gratuitamente, não por causa de algo neles; sua justificação é tão-somente da livre graça; para que tanto a exata justiça quanto a rica graça de Deus fossem glorificadas na justificação de pecadores.
Rom. 5:8, 9, 18; II Tim. 2:5-6; Heb. 10:10, 14; Rom. 8:32; II Cor. 5:21; Mat. 3:17; Ef. 5:2; Rom. 3:26; Ef. 2:7.
IV. - Deus, desde toda a eternidade, decretou justificar todos os eleitos; e Cristo, na plenitude do tempo, morreu pelos pecados deles e ressuscitou pela sua justificação. Não obstante, não são justificados pessoalmente até que o Espírito Santo, no devido tempo, de fato aplique Cristo a eles.
Gal. 3:8; I Ped. 1:2, 19-20; Gal. 4:4; I Tim. 2:6; Rom. 4:25; I Ped. 1:21; Col. 1:21-22; Tito 3:4-7.
V. - Deus continua a perdoar os pecados daqueles que são justificados; e ainda que não poderão jamais cair do estado de justificação, poderão, contudo, em decorrência de seus pecados, cair no desprazer paternal de Deus: e naquela condição normalmente não gozarão de novo da luz de seu rosto, até que se humilhem, confessem seus pecados, supliquem o perdão e renovem sua fé e seu arrependimento.
Mat. 6:12; I João 1:7, 9, e 2:1-2; Luc. 22:32; João 10:28; Sal. 89:31-33; e 32:5.
VI. - A justificação dos crentes sob o Velho Testamento era, em todos esses aspectos, uma e a mesma justificação com a dos crentes sob o Novo Testamento.
Gal. 3:9, 13-14; Rom. 4:22, 24.



DA ADOÇÃO


I. Todos quantos são justificados, Deus, em e para seu único Filho Jesus Cristo, se digna fazer participantes da graça da adoção; por meio da qual são eles recebidos no número e desfrutam das liberdades e privilégios dos filhos de Deus; têm sobre si o nome dele, recebem o Espírito de adoção; têm acesso, com ousadia, ao trono da graça; são capacitados a clamar: Aba, Pai; são tratados com piedade, protegidos, sustentados e corrigidos por ele como por um pai; Com tudo, jamais abandonados, mas selados para o dia da redenção, e herdam as promessas, como herdeiros da eterna salvação.

Ef. 1:5; Gal. 4:4-5; Rom. 8:17; João 1: 12; Jer. 14:9; II Cor. 6:18; Apoc. 3:12; Rom. 8:15; Ef. 3:12; Gal. 4:6; Sal. 10313; Prov. 14.26; Mat. 6:30, 32; Heb. 12:6; Lam. 3:31-32; Ef. 4:30; Heb. 6:12; I Ped. 1: 3-4; Heb. 1: 14.


DA SANTIFICAÇÃO



I. - Aqueles que são unidos a Cristo, eficazmente chamados e regenerados, e possuindo um novo coração e um novo espírito criados neles em virtude da morte e ressurreição de Cristo, são, além disso, santificados genuína e pessoalmente, pela mesma virtude, por sua Palavra e seu Espírito neles habitando; o domínio de todo o corpo do pecado é destruído e suas diversas concupiscências mais e mais enfraquecidas e mortificadas; e eles mesmos são mais e mais vivificados e fortalecidos em todas as graças salvíficas para a prática da genuína santidade, sem a qual ninguém verá ao Senhor.

I Cor. 1:30; At. 20:32; Fil. 3:10; Rom. 6:5-6; João 17:17, 19; Ef. 5-26; II Tess. 2:13; Rom. 6:6, 14; Gal. 5:24; Col., 1:10-11; Ef. 3:16-19; II Cor. 7:1; Col. 1:28, e 4:12; Heb. 12:14.
II. - Esta santificação permeia o homem todo, contudo ela é imperfeita nesta vida; permanecem ainda alguns resíduos de corrupção em cada parte; daí suscita-se uma guerra contínua e irreconciliável, a carne militando contra o Espírito e o Espírito contra a carne.
I Tess. 5:23; I João 1:10; Fil. 3:12; Gal. 5:17; I Ped.2:11.
III. - Nessa guerra, ainda que a corrupção restante prevaleça, e muito, por algum tempo, contudo, através do suprimento contínuo de forças por parte do Espírito santificador de Cristo, a parte regenerada vence; e assim os santos crescem na graça, aperfeiçoando santidade no temor de Deus.
Rom. 7:23, e 6:14; I João 5:4; Ef. 4:15-16; II Ped. 3:18; II Cor. 3:18, e 7: 1.



DA FÉ SALVÍFICA



I. - A graça da fé, por meio da qual os eleitos são capacitados a crer para a salvação de suas almas, é a obra do Espírito de Cristo em seus corações, e é ordinariamente operada pelo ministério da Palavra; também por meio da qual, e pela administração dos selos [sacramentos - nota do tradutor] e através da oração, e de outros meios, ela se desenvolve e se fortalece.

Heb. 10:39; II Cor. 4:13; Ef. 1:17-20, e 2:8; Mat. 28:19-20; Rom. 10:14, 17: I Cor. 1:21; I Ped. 2:2; Rom. 1:16-17; Luc. 22:19; João 6:54-56; Rom. 6:11; Luc. 17:5, e 22:32.
II. - Por esta fé o cristão crê ser verdadeiro tudo quanto está revelado na Palavra, pois a autoridade do próprio Deus fala em sua Palavra; e age de conformidade com o que cada trecho específico da mesma contém, obedecendo aos mandamentos, tremendo ante suas ameaças, e abraçando as promessas de Deus para esta vida e a vida por vir. Os principais atos da fé salvífica, porém, são: aceitar, receber e descansar unicamente em Cristo para a justificação, a santificação e a vida eterna, em virtude do pacto da graça.
João 6:42; I Tess. 2:13; I João 5:10; At. 24:14; Mat. 22:37-40; Rom. 16:26; Isa. 66:2; Heb. 11:13; I Tim. 6:8; João1:12; At. 16:31; Gal. 2:20; At. 15: 11.
III. - Esta fé, embora de diferentes graus, podendo ser fraca ou forte, é, (como é também toda e qualquer graça salvífica) por menor que seja, de uma qualidade ou natureza diferente da fé e graça comum de crentes temporários; por isso, embora, muitas vezes, seja ela assaltada e enfraquecida de diversas maneiras, ela logra vitória, desenvolvendo-se em muitos até atingir uma plena segurança através de Cristo, que é tanto o autor quanto o consumador de nossa fé.
Rom. 4:19-20; Mat. 6:30, e 5: 10; Ef. 6:16; I João 4:5; Heb. 6:11, 12, 10:22 e 12:2.



DO ARREPENDIMENTO PARA A VIDA



I. - Aqueles eleitos que se convertem com uma certa idade, tendo vivido um bom tempo no estado de sua natureza pecaminosa, e tendo servido a ela por meio de diversas concupiscências e prazeres, a estes Deus, ao chamá-los eficazmente, dá o arrependimento para a vida.

Ez. 36:31-32 e 16:63; Os. 14:2, 4; Rom. 3:24; Ef. 1: 7; Luc. 13:3, S; At. 17:30,31.
II. - Embora não haja ninguém que faça o bem e que não peque, e embora os melhores dos homens possam, devido ao poder e ao engano das corrupções que neles habitam e à tentação que prevalece, cair em grandes pecados e provocações, Deus por meio do pacto da graça, tem providenciado de maneira misericordiosa que crentes que assim pecam e caem sejam renovados através do arrependimento para a salvação.
Sal. 32:5-6; Prov. 28:13; I João 1:9; Tiago 5: 16; Luc. 17:3-4; Josué 7:19; II Cor. 2:8
III. — Este arrependimento salvífico é uma graça evangélica, por meio da qual uma pessoa, sendosensibilizada pelo Espírito Santo dos múltiplos males do seu pecado, pela fé em Cristo se humilha com tristeza segundo Deus, abominando seu pecado, e se abominando, orando pedindo perdão e o fortalecimento da graça, com a finalidade de andar perante Deus.de maneira a agradá-lo em tudo, para tal se esforçando no suprimento do Espírito. 
At. 11: 18; Luc. 24:47; Mar. 1: 15; At. 20:21.
IV. - Visto que o arrependimento deve ser constante durante todo o curso de nossas vidas, por causa do corpo da morte e as atuações do mesmo, é o dever de cada um se arrepender particularmente daqueles pecados específicos que ele mesmo reconhece.
Sal. 19:13; Luc. 19:8; I Tim. 1:13, 15.
V. - Tal é a provisão que Deus, por meio de Cristo no pacto da graça, tem feito para preservar os crentes para a salvação, que, embora não haja pecado tão pequeno que não mereça condenação, também não há pecado tão grande que traga condenação àqueles que se arrependam verdadeiramente; o que torna necessária a pregação constante do arrependimento.
Rom. 6:23; Mat. 12:36; Isa. 55: 7; Rom. 8:1; Isa. 1: 18.,



DAS BOAS OBRAS



I. - Boas obras são somente aquelas que Deus ordenou em sua santa Palavra, e não aquelas que, sem a autorização dela, são inventadas por homens movidos por um zelo cego ou por alguma pretensão de boas intenções.

Miq. 6:8; Rom. 12:2; Heb. 13:21; Mat. I5:9; Isa. 29:13; I Ped. 1:18; João 16:2; Rom. 10:2;1 Sam. I5:22; Deut. 10:12-13; Col. 2:16, 17, 20-23.
II. - Essas boas obras, feitas em obediência aos mandamentos de Deus, são os frutos e evidências de uma fé viva e verdadeira; por elas os crentes manifestam sua gratidão, fortalecem sua certeza, edificam seus irmãos, adornam a profissão do evangelho, fecham a boca dos adversários e glorificam a Deus, de quem são feitura, criados em Cristo Jesus para isso mesmo, a fim de que, tendo seu fruto para a santidade, tenham no final a vida eterna.
Tiago 2:18, 22; Sal. 116-12-13; I Ped. 2:9; I João 2:3,5; II Ped. 1:5-10; II Cor. 9:2; Mat. 5:16; I Tim. 4:12; Tito 2:5, 912; I Tim. 6:1; I Pedro. 2:12, 15; Fil. 1,11; João 15:8; Ef. 2:10; Rom. 6:22.
III. - A capacidade de realizar boas obras de modo algum emana dos crentes, mas inteiramente do Espírito de Cristo. E para que possam ser efetivamente capacitados para isso, além das graças que já receberam, é indispensável que haja uma real influência do Espírito Santo a operar neles tanto o querer quanto o realizar, segundo a sua boa vontade; contudo, não devem, por isso, tornar-se negligentes como se não tivessem a obrigação de realizar qualquer dever senão pelo impulso especial do Espírito; ao contrário, devem ser diligentes em reavivar a graça de Deus que está neles.
João I5:4-6; Luc. 11:13; Fil. 2:13, e 4:13; II Cor. 3:5; Ef. 3:16; Fil. 2:12; Heb. 6:11-12; Isa. 64:7.
IV. - Os que, mediante sua obediência, alcançam a maior perfeição possível nesta vida estão tão longe de exceder e de fazer mais do que Deus requer, que de fato deixam de cumprir muito daquilo que deveriam cumprir.
Luc. 17: 10; Gal. 5: 17.
V. - Nós não podemos, por meio de nossas melhores obras, merecer da mão de Deus o perdão de pecado, ou a vida eterna, em razão da imensa desproporção que há entre elas e a glória por vir; e a infinita distância que há entre nós e Deus, a quem por nossas obras não podemos ser úteis, nem quitar a dívida de nossos pecados anteriores; mas quando tivermos feito tudo quanto pudermos, outra coisa não fizemos senão nosso dever, e somos servos inúteis; e porque, sendo boas as obras, elas provêm do Espírito; e, como são realizadas por nós, elas são manchadas e misturadas com tantas fraquezas e imperfeições, que elas não podem suportar a severidade do juízo divino.
Rom. 3:20, e 4:2,4, 6; Ef. 2:8-9; Luc. 17:lO;Gal. 5:2223; Isa. 64-6; Sal. 143, 2, e 130:3.
VI. - Não obstante, sendo a pessoa do crente aceita através de Cristo, suas boas obras são também aceitas nele; não como se fossem, nesta vida, perfeitamente inculpáveis e irrepreensíveis à vista de Deus; mas porque ele, contemplando-as em seu Filho, se agrada de aceitar e recompensar aquilo que é feito com sinceridade, ainda que seja acompanhado de muitas fraquezas e imperfeições.
Ef. 1:6; I Ped. 2:5; Sal. 143:2; II Cor. 8:12; Heb. 6:10; Mat. 2,5:21, 23.
VII. - As obras realizadas pelos não-regenerados, ainda que sejam, quanto à matéria, coisas que Deus ordena e de bom proveito tanto a eles mesmos quanto a outros, contudo, porque não procedem de um coração purificado pela fé, e não são praticadas de uma maneira correta, segundo a Palavra, e nem têm a finalidade correta, qual seja a glória de Deus; são, portanto, pecaminosas, e não podem agradar a Deus, tão pouco tornar um homem apto para receber graça de Deus. Mesmo assim, negligenciá-las é ainda mais pecaminoso e ofensivo a Deus.
II Reis 10:30, 31; Fil. 1:15-16, 18; Heb. 11:4, 6; Mar. 10:20-21; I Cor. 13:3; Isa. 1:12; Mat. 6:2, 5, 16; Ag. 2:14; Amós 5:21-22; Mar. 7:6-7; Sal. 14:4; e 36:3; Mat. 2,5:41-45, e 23:23.



DA PERSEVERANÇA DOS SANTOS



I. - Aqueles a quem Deus aceitou em seu Amado, eficazmente chamou e santificou por seu Espírito, não podem, nem totalmente nem finalmente, decair do estado de graça; mas com toda a certeza, perseverarão nele até ao fim e serão eternamente salvos.

Fil. 1: 6; João 10: 28-29; I Ped. 1:5, 9.
II. - Esta perseverança dos santos depende, não de seu próprio livre-arbítrio, mas da imutabilidade do decreto da eleição, do gracioso e imutável amor de Deus o Pai; da eficácia do mérito e da intercessão de Jesus Cristo, e união com ele; do juramento de Deus; da habitação do seu Espírito; da semente divina em seu interior; e da natureza do pacto da graça; de tudo isso procedem também a certeza e infalibilidade desta perseverança.
II Tim. 2:19; Jer. 31:3; João 17:11, 24; Heb 7:25; Luc. 22:32; Rom. 8:33, 34, 38-39; João 14:16-17; I João 2:27 e 3:9; Jer. 32:40; II Tess. 3:3; I João 2:19; João 10:28.
III. - Não obstante ser possível, por causa da tentação de Satanás e do mundo, do predomínio da corrupção que neles continua, e da negligência dos meios de sua preservação, eles caírem em pecados graves; e por algum tempo continuarem neles, incorrendo, assim, no desprazer de Deus e entristecendo seu Espírito Santo; e chegarem a ser privados de suas graças e confortos; e terem seus corações empedernidos e suas consciências feridas; e ferirem e escandalizarem outros e trazerem juízos temporais sobre si próprios; mesmo assim eles são e serão guardados pelo poder de Deus mediante a fé para a salvação.
Sal. 51:14; Mat. 26:70-74; II Sam. 12:9, 13; Isa. 64:7, 9; II Sam. 11:27; Ef. 6:30; Sal. 51:8, 10, 12; Apoc. 2:4; Isa. 63:17; Mar. 6:52; Sal. 32:3-4; II Sam. 12:14; Sal. 89:31-32; I Cor. 11:32.



DA CERTEZA DA GRAÇA E DA SALVAÇÃO



I. - Ainda que crentes temporários, bem como outros homens não regenerados, inutilmente se enganem com falsas esperanças e presunções carnais de estarem no favor divino e em estado de salvação, esperança esta que perecerá, contudo os que realmente crêem no Senhor Jesus e o amam sinceramente, envidando todo esforço por andar em toda a boa consciência diante dele, podem nesta vida estar plenamente assegurados de que estão no estado de graça, e podem regozijar-se na esperança da glória de Deus, esperança essa que jamais os envergonhará.

Deut. 29:19; Miq. 3:11; João 5:41; Mat. 8:22-23; I João 2:3 e 5: 13; Rom. 5:2, S; II Tim. 4:7-8.
II. - Esta certeza não é uma mera persuasão conjecturai e provável, fundada numa esperança falível, mas uma infalível segurança de fé, fundada no sangue e na justiça de Cristo, revelada no evangelho, bem como na evidência interna daquelas graças para as quais as promessas são feitas, no testemunho imediato do Espírito que testifica nossa adoção, e, como fruto, deixa o nosso coração mais humilde e santo. 
Heb. 6:11, 17-19; I Ped. 1:4-5, 10-11; I João 3:14; Rom.8:15-16; Ef.1: 13-14, e 4:30; II Cor.1:21-22.
III. - Esta segurança infalível não pertence tanto à essência da fé que um crente genuíno pode esperar muito, e enfrentar muitas dificuldades antes que participe dela; todavia, sendo capacitado pelo Espírito a conhecer as coisas que lhe são graciosamente dadas por Deus, ele pode, sem revelação extraordinária, pelo uso correto dos meios ordinários, tomar posse dela. Portanto, é o dever de cada um ser diligente para confirmar sua vocação e eleição; para que dessa forma seu coração seja dilatado em paz e alegria no Espírito Santo, em amor e gratidão a Deus, e em vigor e deleite nos deveres da obediência, os frutos próprios desta segurança. Isso está muito longe de predispor os homens à negligência. 
I João 5:13; I Cor. 2:12; I João 4:13; Heb. 6:11-12; II Ped. 1:10; Rom. 5:1-2, 5. 14:17, e 15:13; Sal. 119:32; Rom. 6:1-2; Tito 2:11-12, 14; II Cor. 7: 1; Rom. 8: 1; 12; I João 1:6-7, e 3:2-3.
IV. - Os verdadeiros crentes podem ter, de diversas formas, a segurança de sua salvação abalada, diminuída e interrompida; como pela negligência da preservação dela; pela queda em algum pecado específico, o qual fere a consciência e entristece o Espírito; por alguma tentação súbita e veemente; por desviar Deus a luz de seu rosto, permitindo até mesmo que aqueles que o temem andem em trevas sem nenhuma luz. Contudo jamais serão totalmente destituídos daquela semente de Deus e da vida de fé, daquele amor a Cristo e aos irmãos, daquela sinceridade de coração e consciência do dever, donde, pela operação do Espírito, esta segurança, no devido tempo, seja revitalizada, e, por meio da qual, nesse interino, eles são amparados a fim de não caírem no desespero total.
Sal. 51: 8, 12, 14; Ef. 4:30; Sal. 77: 1-10, e 31:32; I João 3:9; Luc. 22:32; Miq. 7:7-9; Jer. 32:40; II Cor. 4:8-10.



DA LEI DE DEUS



I. - Deus deu a Adão uma lei de obediência universal escrita em seu coração, bem como um preceito específico para que não comesse do fruto da árvore do bem e do mal, como um pacto de obras, pelo qual Deus obrigou a ele e a toda a sua posteridade a uma obediência pessoal, inteira, exata e perpétua; prometeu-lhe a vida sob a condição de a cumprir, e o ameaçou com a morte se a violasse; e dotou-o com poder e capacidade para guardá-la. 

Gen. 1:26, e 2:17; Ef. 4:24; Rom. 2:14-15, e 10:5, e 5:12, 19.
II. - Esta lei, assim escrita no coração, continuou a ser uma norma perfeita de justiça depois da queda dohomem; e foi entregue por Deus no Monte Sinai em dez mandamentos e escrita em duas tábuas; os primeiros quatro mandamentos contêm nosso dever para com Deus, e os outros seis, nosso dever para com o homem.
Tiago 1:25 e 2:8, 10; Deut. 5:32, e 10:4; Mat. 22:37-40.
III. - Além dessa lei, comumente chamada moral, aprouve a Deus dar ao povo de Israel leis cerimoniais, contendo diversas ordenanças típicas: em parte referentes ao culto, prefigurando Cristo, suas graças, ações, sofrimentos e benefícios; e em parte apresentando diversas instruções de deveres morais. Todas essas leis cerimoniais sendo instituídas somente até o tempo da antiga aliança, são, por meio de Jesus o Messias verdadeiro e o único legislador, a quem o Pai concedeu poderes para tal finalidade, ab-rogadas e removidas.
Heb.10:1; Gal. 4:1-3; Col. 2:17; Exo. 12:14; I Cor.5:7; II Cor. 6:17; Col. 2:14, 16-17; Ef. 2:15-16.
IV. - A eles Deus também deu diversas leis judiciais que expiraram juntamente com o estado daquele povo, e que agora não obrigam a ninguém em virtude daquela instituição, somente sua equidade geral possuindo um valor moral.
Exo. 21, e 22:1-29; Gen. 49:10; Mat. 5:38-39.
V. - A lei moral obriga para sempre a todos a prestar-lhe obediência, tanto as pessoas justificadas quanto as demais, e isso não só em consideração à matéria nela contida, mas também pelo respeito à autoridade de Deus, o Criador, que a deu. Tampouco Cristo no evangelho de modo algum desfaz essa obrigação, antes muito a fortalece.
I João 2:3-4, 7; Rom. 3:31; Tiago, 2:8, 10, 11; Rom-. 3:19- Mat. 5:18-19.
VI. - Embora os verdadeiros crentes não estejam debaixo da lei como um pacto de obras, para serem por ela justificados ou condenados, contudo ela é de grande proveito tanto para eles quanto para os demais. Como norma de vida, ela os informa da vontade de Deus e de seus deveres, os dirige e os obriga a andarem convenientemente; descobre-lhes também as poluições pecaminosas de sua natureza, de seus corações e vidas; de maneira que, examinando-se à luz dela, podem chegar a uma convicção mais profunda do pecado, a uma mais profunda humilhação e aversão por ele e, ao mesmo tempo, a uma visão mais clara da necessidade que têm de Cristo e da perfeição de sua obediência. Ela é igualmente de utilidade aos regenerados, para refrear suas depravações, pois proíbe o pecado; e suas ameaças servem para demonstrar o que seus pecados merecem, e quais as aflições que podem esperar nesta vida por causa deles, ainda que estejam livres da maldição ameaçada na lei. As promessas dela, de igual modo, lhes mostram que Deus aprova sua obediência, e quais as bênçãos que podem esperar do cumprimento dessa obediência, ainda que essas bênçãos não lhes sejam devidas pela lei como um pacto de obras; de modo que fazer um homem o bem, e refrear-se do mal, porque a lei estimula isso e proíbe aquilo, não é evidência de estar ele debaixo da lei, e não debaixo da graça.
Rom. 6:14,e 8:1; Gal. 3:13; Rom. 7:12, 22, 25; Sal.119:5; I Cor. 7:19; Rom.7:7, e 3:20; Tiago 1:23, 25; Rom. 7:9,14, 24; Gal. 3:24; Rom. 8:3-4; Rom. 7:25; Tiago 2:11; Esdras 9:13-14; Sal. 89:30-34 e 37:11, e 19:11; Gal. 2:16; Luc. 17:10; Rom. 6:12,-14; Heb. 12:28-29; I Ped. 3:8-12; Sal. 34:12, 16.
VII. - Nem são os supracitados usos da lei contrários à graça do evangelho, senão que suavemente se harmonizam com ela; o Espírito de Cristo subjugando e capacitando a vontade humana a fazer livre e alegremente aquilo que a vontade de Deus, revelada na lei, requer que se faça.
Gal. 3:21; Ezeq. 36:27; Heb. 5:10.

AUTOR DESCONHECIDO

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