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quinta-feira, 16 de outubro de 2014

HISTÓRIA DE ISRAEL 6 - A HISTÓRIA DO ANTIGO TESTAMENTO 3

A História do Antigo Testamento - 3

3.1 - As primeiras referências - No segundo livro da Bíblia, chamado Êxodo, lemos no capítulo 40, versículos 17, 20 e 21: "E aconteceu no mês primeiro, no ano segundo, ao primeiro dia do mês, que o tabernáculo foi levantado... E (Moisés) tomou o testemunho e pô-lo na arca... E levou a arca ao tabernáculo... como o Senhor ordenara a Moisés".
Esta é a notícia mais antiga que encontramos na própria Bíblia a respeito dos registros da Lei Divina, a Revelação escrita. O "testemunho" mencionado nesta passagem é, evidentemente, a parte da Palavra que já estava entre os homens. O fato de ter sido depositado no interior de uma arca que era forrada de ouro e ficava no lugar mais íntimo do tabernáculo, demonstra a reverência de que era digna a santidade da Palavra Divina.
Mais tarde, após uma peregrinação de quarenta anos no deserto, guiado por Moisés, o povo chega aos limites da terra de Canaan. Ali Moisés recebe instrução de Deus para que escreva as leis que deverão ser lidas pelo povo (ou ao povo) de sete em sete anos: "E aconteceu que, acabando Moisés de escrever as palavras desta lei num livro, até de todo as acabar, deu ordem Moisés aos levitas que levavam a arca do concerto do Senhor, dizendo: Tomai este livro da lei, e ponde-o ao lado da arca do concerto do Senhor vosso Deus, para que ali esteja por testemunha contra Ti" (Deuteronômio 31:9, 24-26).
A "lei" citada neste versículo era, provavelmente, todo o conjunto de estatutos que tinham sido dados em complementação aos Dez Mandamentos (veja-os em Êxodo 20). Essa coleção de preceitos, certamente escrita em rolos de peles de animais, foi posta ao lado da arca da aliança. No interior da arca ficavam somente as duas tábuas de pedra com os Mandamentos ou Decálogo, conforme se lê em I Reis 8:9: "Na arca nada havia, senão só as duas tábuas de pedra, que Moisés ali pusera junto a Horebe, quando o Senhor fez aliança com os filhos de Israel, saindo elas da terra do Egito".


3.2 - Na peregrinação pelo deserto e na nova terra -  Podemos seguir a história dos livros sagrados, acompanhando a sua viagem pelo deserto, atravessando o rio Jordão, quando as águas desse rio se dividiram à presença da arca santa. Depois vemos a arca com a lei Divina ser conduzida à frente do povo, na marcha dos israelitas em volta das muralhas da cidade de Jericó, que foi vencida miraculosamente. Em seguida a arca é levada a outras guerras, até que, finalmente, após a conquista da terra de Canaan, a arca, com o Decálogo e os outros livros dos estatutos, é depositada em Siló. E ali os livros sagrados, na forma de tábuas de pedra e rolos de peles de animais, ficaram até o tempo do sacerdote Eli, ou seja, até 1.140 a.C., aproximadamente.
Mais ou menos por esta época houve uma guerra entre os israelitas e os habitantes da costa mediterrânea, os filisteus, um povo muito poderoso. Os filisteus venceram essa guerra e levaram para a sua terra a arca da aliança como despojo, e puseram-na no templo do deus Dagon. Entre os filisteus, porém, a arca causou grandes aflições (veja I Samuel caps.4 a 6), sendo por esse motivo devolvida a Israel, após sete meses: "E tomaram os filisteus a arca de Deus... E enviaram, e congregaram a todos os príncipes dos filisteus, e disseram: Enviai a arca do Deus de Israel, e torne para o seu lugar, para que não mate nem a mim nem ao meu povo. Porque havia mortal vexação em toda a cidade, e a mão de Deus muito se agravara ali" (I Samuel 5:2, 11).
Na volta, a arca foi deixada em Quiriate Iearim, separada do tabernáculo. Ali ficou, até que que o rei David fez a primeira tentativa para conduzi-la a Jerusalém. Todavia, por causa de um incidente durante o transporte, resolveu David deixá-la em casa de um certo Obed-Edom, onde a arca permaneceu por três meses. Finalmente David a transportou para o Monte Sião. Isto se deu por volta do ano 1.040 a.C.

3.3- No templo - O sucessor de David, seu filho, chamou-se Salomão. Ele construiu um templo em Jerusalém e para lá levou a arca juntamente com as tábuas e os rolos, agora acrescentados com os rolos dos livros de Josué, Juizes e os dois livros de Samuel. Salomão também determinou que todas as revelações futuras fossem preservadas num mesmo lugar, isto é, o lugar do templo chamado "santo dos santos". 
A remoção da Lei e dos outros livros para o santuário recém construído por Salomão foi celebrada no Salmo 132: "Se os teus filhos guardarem o Meu concerto, e os Meus testemunhos, que Eu lhes hei de ensinar, também os seus filhos se assentarão perpetuamente no teu trono. "Porque o Senhor elegeu a Sião; desejou-a para Sua habitação, dizendo: Este é o Meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei" (132:12-14).
3.4- No período dos reis de Israel e Judah - Assim preservados, os livros ficaram sob a custódia dos sacerdotes. Estes, como todos os homens, foram algumas vezes muito zelosos, mas outras vezes negligentes e indiferentes. Não somente deixaram de ler as leis para o povo a cada sete anos como havia sido ordenado, mas também não se importaram com o fato de a Lei estar sendo esquecida pelo povo. Em certas ocasiões o zelo para com a Lei era nacionalmente avivado, como aconteceu nos dias do rei Jeosafá. Ele, no terceiro ano de seu reinado (914 a.C.) enviou levitas às várias partes do reino, "E ensinaram em JUDAH e tinham consigo o livro da lei do Senhor; e rodearam todas as cidades de JUDAH, e ensinaram entre o povo" (II Crônicas 17:7).

Reflexões sobre os temas do Capítulo 3
1. Que referência mais antiga temos na própria Bíblia a respeito de seus livros?
2. As tábuas do Decálogo ou Dez Mandamentos foram depositadas na arca. Em que livro da Bíblia encontramos os Dez Mandamentos?
3. A lei deveria ser lida ao povo a cada sete anos. Qual a finalidade dessa leitura periódica?
4. Que proveito há para nós na leitura periódica e regular das Escrituras?
5. Faça um resumo desta primeira parte da história dos textos sagrados.


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