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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

HISTÓRIA DE ISRAEL 5 - A HISTÓRIA DO ANTIGO TESTAMENTO 4

A História do Antigo Testamento - 4
(Continuação)

4.1- No período dos últimos reis e no cativeiro - Durante o último período do reino de JUDAH, a Palavra esteve tão esquecida que os sacerdotes não sabiam mais onde encontrá-la. Por isso, quando o rei Josias, o último dos grandes reis, empreendia uma obra de restauração no templo, em 630 a.C. aproximadamente, ficou muito espantado com a notícia que lhe trouxe Hilquias, o sacerdote, que disse: "Achei o livro da lei na casa do Senhor. E Hilquias deu o livro a Safan, o escrivão, e ele o leu. Sucedeu pois que, ouvindo o rei as palavras do livro da lei, rasgou os seus vestidos. E o rei mandou a Hilquias, o sacerdote... dizendo: Ide, e consultai ao Senhor por mim e pelo povo, e por todo o JUDAH, acerca das palavras deste livro que se achou." (II Re. 22:8,11- 13). O rei Josias então determinou reformas radicais a fim de restaurar o culto ao Deus verdadeiro, JEHOVAH. O livro encontrado era, possivelmente, toda a coleção dos rolos sagrados, incluindo os Salmos, pois todos esses escritos foram conhecidos pelos últimos profetas. Esses profetas certamente os liam em suas "escolas dos profetas".
Mas as reformas instituídas por Josias e pela profetisa Hulda não foram suficientes para impedir a decadência da Igreja Judaica e a destruição de Jerusalém pela mão do rei babilônico Nabucodonosor por volta do ano 600 a.C. Esse rei não só levou toda a nação judaica ao cativeiro, como também despojou o templo de seus bens sagrados. templo foi incendiado, mas os antigos escritos não foram destruídos, porque Daniel, que viveu no cativeiro na Babilônia, tinha esses escritos ou, pelo menos, tinha acesso a eles, o que prova, obviamente, a sua preservação. Com efeito, Daniel fez referência à lei de Moisés e às profecias de Jeremias, de sorte que se pode deduzir que ele tinha consigo a coleção dos livros: "No primeiro ano do seu reinado (de Dario), eu, Daniel, entendi pelos livros que o número de anos, de que falou o Senhor ao profeta Jeremias, em que haviam de acabar as assolações de Jerusalém, era de setenta anos. ...Sim, todo o Israel transgrediu a Tua lei, desviando-se, para não obedecer a Tua voz; por isso a maldição, o juramento que está escrito na lei de Moisés, servo de Deus, se derramou sobre nós..." (Daniel 9:2,11).


4.2- A restaraução - Passado o cativeiro, ao retornar a Jerusalém, o povo "como um só homem" pediu a Esdras, o sacerdote, que lesse o livro da lei de Moisés; e Esdras e outros sacerdotes, "leram no livro, na lei de Deus; e declarando e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse" (Neemias 8:8). Dia após dia, da manhã à noite, eles liam. E, enquanto liam, iam possivelmente interpretando para o povo a antiga língua hebraica. Pois o fato é que, no cativeiro, o povo tinha assimilado a língua aramaica. Era, portanto, necessário que se traduzisse ou se explicasse a língua original para o povo. Já as pessoas cultas e os doutores da religião e das leis continuaram usando o hebraico.
Depois desse período, com a influência da língua aramaica, o alfabeto hebraico se modificou quanto à forma das letras, ou seja, de forma arredondada passou à forma "quadrada" ou das "letras quadradas" como hoje o vemos. A partir de 500 a.C., aproximadamente, o aramaico veio a se tornar como que a língua oficial da Palestina. Entretanto, sendo da mesma família semítica, o hebraico e o aramaico eram línguas mais parecidas entre si do que o são o português e o espanhol. Mesmo assim, após o exílio na Babilônia, o hebraico continuou sendo a língua em que foram escritos os livros posteriores, como os dos profetas Ageu, Zacarias e Malaquias. Escrito no cativeiro, o livro de Daniel teve uma pequena parte, alguns capítulos, redigida em aramaico.
De acordo com uma passagem do livro dos Macabeus, o governante que empreendeu a restauração, chamado Neemias, "encontrou uma biblioteca" que, além de outros documentos, incluía "os livros sobre os reis, os profetas e os de David" (II Macabeus 2:13). Na época de Esdras e Neemias, o cânon ou coleção do Velho Testamento se findava com a maioria dos livros que hoje temos. Somente foram acrescentados depois alguns livros proféticos escritos entre 540 e 440 a.C., dos quais Malaquias é o último. Esse livro é por isso chamado de "selo dos profetas".

4.3 - No período dos Macabeus - Quando, mais tarde, as Escrituras do Antigo Testamento foram traduzidas para o grego pelos "Setenta", elas se tornaram universalmente conhecidas no mundo clássico da época. Isto estimulou o orgulho nacional dos judeus e valorizou o estudo de seus fatos históricos. Esse sentimento foi fortalecido quando ocorreu a perseguição movida pelos greco-sírios. Os opressores inimigos procuraram eliminar o espírito nacionalista judaico através da destruição de sua principal fonte de inspiração e força, as Escrituras. Antíoco Epifânio, imperador greco-sírio, em 168 a.C. "buscou os livros da Lei e os queimou". Também decretou que seria considerado crime possuir cópias dos rolos da Aliança (I Macabeus 1:56).
Depois de longas guerras pela independência, os judeus passaram a considerar as Escrituras como a sua mais preciosa posse nacional. Dali em diante passaram a preservar, com ainda maior zelo, uma cópia completa dos livros, que ficava encerrada no templo, além de outras cópias espalhadas nos locais mais seguros. Para leitura e consulta pública utilizavam apenas as cópias em grego da tradução chamada "Septuaginta", que foram distribuídas às sinagogas de várias regiões. É por esse motivo que a maioria das citações de passagens do Velho Testamento que aparecem no Novo é tomada não do texto original hebraico, mas da versão grega dos Setenta.
Vem também do grego a modificação dos nomes próprios hebraicos, especialmente aqueles que terminavam em "jah" ou "iah", que passaram a terminar em "ias", em grego (por exemplo: Elijah => Elias).

4.4 - Na era cristã - Depois, já na Era Cristã, por volta do ano 70, sob o domínio dos romanos, Jerusalém volta a sofrer a destruição. O templo é arrasado e, de acordo com o historiador Josephus (37-95 AD), os códices ou coleções de cópias da Lei foram tomados das ruínas do templo por Tito, imperador romano, e levados para Roma junto com outros despojos de guerra. Entretanto, nessa época já havia muitíssimas outras cópias igualmente fiéis dos livros sagrados, e elas se multiplicavam rapidamente, sendo enviadas às diversas colônias judaicas fora da Palestina.
No decorrer do segundo século da Era Cristã, importantes escribas e rabinos se reuniram na Palestina e, após várias conferências, estabeleceram uma escola rabínica que veio, depois, a fixar o primeiro texto e o primeiro cânon oficial das Escrituras em hebraico.

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Reflexões sobre os temas do Capítulo 4

1. Quando os rolos da Lei foram encontrados no templo, que medidas foram tomadas pelo rei?
2. Que aconteceu aos livros durante o cativeiro babilônico?
3. Qual era o sentimento dos que voltaram a Judá, em relação à Lei da Deus?
4. O que fortaleceu o sentimento nacional judaico, antes da Era Cristã?
5. Que importante decisão os rabinos da Palestina tomaram no segundo século da Era Cristã? 


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