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sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

ESTUDOS 126 - A MORDOMIA DO CORPO

A Mordomia do Corpo


INTRODUÇÃO 
  
Na lição anterior, estudamos sobre o homem como um todo, constituído de corpo, alma e espírito.  
Nesta, apreciaremos a mordomia que devemos exercer sobre o nosso corpo, quanto à sua pureza, zelo, cuidado e preservação. 
  
  

I. A NATUREZA MATERIAL DO CORPO 

  
1. A estrutura do corpo humano. A Bíblia declara que Deus fez o homem do pó da terra (Gn 2.7), e a ciência afirma que o corpo é constituído de vários elementos químicos terrígenos. Tais elementos são enumerados como cálcio, carbono, cloro, flúor, hidrogênio, tintura de iodo, ferro, magnésio, manganês, nitrogênio, oxigênio, fósforo, potássio, silicone, sódio, súlfur. Juntos eles não ultrapassam 6% de todo o corpo e o restante é composto de água, carbono e gases. A Bíblia afirma que o corpo humano “é da terra, terreno” (1 Co 15.47-49). Essa é a parte material do ser humano.
  
2. Ilustrações tipológicas da natureza material do corpo. 
a) Tabernáculo ou tenda (2 Co 5.1; 2 Pe 1.13,14). Esses textos referem-se ao corpo como algo provisório, assim como o Tabernáculo o era para Israel, na sua peregrinação pelo deserto. Nosso corpo é o tabernáculo ou santuário de Deus, que é o cristão verdadeiro. O corpo é o invólucro da alma e do espírito que um dia dará lugar a um corpo espiritual, glorioso e incorruptível. Assim como o Tabernáculo de Israel exigia cuidado para a sua manutenção e preservação, nosso corpo material requer atenção, zelo, manutenção e pureza.  
b) Templo de Deus (1 Co 6.19). Nosso corpo deve ser o templo de Deus e para sua glória. A mordomia do corpo implica reconhecer que o mesmo é de Deus, e deve ser conservado santo e agradável a Ele (Rm 12.1; 1 Co 6.20).  
c) Vaso de barro (Lm 4.2;2 Co 4.7; 2 Tm 2.20,21). Essa designação tem o objetivo de mostrar a fragilidade do nosso corpo e, também, destacar a importância e utilidade desses vasos para a obra de Deus. 
  
  
II. PECADOS CONTRA O CORPO 
  
1. Pode o corpo por si mesmo pecar? Não! O corpo por si mesmo não tem poder algum nesse sentido. Porém, há uma lei que opera sob a força do pecado em todos os homens. Essa é a lei do pecado que opera nos membros do corpo para fazê-lo pecar (Rm 6.6-23). Deus estabeleceu leis naturais para a mordomia do corpo. Essas leis físicas governam o universo e a vida física de cada pessoa. Essas leis, bem como os instintos (que são forma de energia emotiva da alma) saíram perfeitos da mão do Criador no princípio, mas a queda adâmica os afetou devido à natureza humana ter se tornado pecaminosa. Os instintos têm a ver com a manutenção da nossa vida natural. Alguns deles são o da fome e da sede, da procriação e do domínio ou posse. 
2. Que significa pecar contra o corpo? Significa transgredir as leis que regem o funcionamento normal do corpo, bem como corrompê-lo pela prática do pecado (1 Jo 3.4). O pecado manifesta-se no corpo através dos sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato. Essas faculdades do corpo são distintas umas das outras e exercem suas funções pelo comando da alma e do espírito. Os sentidos e instintos naturais da alma não são em si mesmos pecado, mas são influenciados pelo poder do  
pecado inerente à espécie humana. 
  
  
III. CANAIS PARA O PECADO 
  
1) Visão. As pessoas são induzidas a pecar através da “concupiscência dos olhos” (1 Jo 2.16). Concupiscência é a força do desejo impuro e lascivo despertada através do que se vê. É pela visão de algo proibido, que muitas pessoas pecam contra “o seu tabernáculo” desonrando-o com o adultério, a fornicação, a imoralidade sexual e o furto (Êx 20.14: Gl 5.19-21).  
a) Tipos de olhos. Olhos altivos (Pv 6.17; Is 2.11), olhos malignos (Pv 23.6), o olho mau (Mt 6.23; Pv 28.22), olhos zombeteiros (Pv 30.17), olhos cheios de adultério (2 Pe 2.14). Jesus falou que os “olhos são a candeia do corpo” (Mt 6.22). Portanto, devemos cuidar dos olhos para que sejam luz e não trevas (Mt 6.23).  
b)Visão e instintos naturais. O pecado age como um “vírus contagioso” e, quando ataca a faculdade da visão, explora os instintos da aquisição, da fome, da sede e da reprodução. Vejamos como isso acontece: Primeiro, para satisfazer o instinto da aquisição, a concupiscência dos olhos conduz ao furto, ao enriquecimento ilícito, ao engano e à defraudação material (Êx 20.15; Mc 10.19; Lc 18.20; Rm 13.9; Ef 4.28). Segundo, para satisfazer o instinto de fome e sede, a concupiscência dos olhos atrai a pessoa à glutonaria e bebedice, denominadas “obra da carne” (Gl 5.21; Pv 23.2; Lc 21.34; Rm 13.13; 1Pe 4.3). Em terceiro lugar, para satisfazer o instinto da reprodução, a concupiscência dos olhos atua como força impulsora para os pecados sexuais.  
2) Olfato e paladar. São faculdades físicas ligadas aos instintos naturais da satisfação da fome e sede, os quais também podem se tornar condutores de pecado contra o corpo. Os pecados de glutonaria e embriaguez são estimulados pelo paladar (Lc 21.34). Quando o paladar está sob a força do poder do pecado o homem perde o controle desse instinto natural de sua vida (Gl 5.21).  
3) Audição. O Diabo explora os sons para perturbar a alma e o espírito. Hoje, na busca de preencher o vazio interior, os jovens são atraídos pela parafernália dos sons estridentes do rock e outros tipos similares, também repulsivos e condenáveis. Esse tipo de música escraviza, prejudica a audição, reproduz mensagens ocultas de satanás e blasfemam contra Deus.  
4) Tato. É o outro sentido corporal que se manifesta através das mãos, dos pés e outros órgãos do corpo. A Bíblia fala muito das mãos e da sua utilidade no corpo. O mordomo cristão deve administrar, tanto os pés como as mãos para a glória do Senhor. Nenhum órgão do corpo pratica qualquer ato por si mesmo, porque todos são comandados pela alma e espírito.  
a) As mãos são importantes. A Bíblia fala do valor das mãos: o fruto do trabalho das mãos (Pv 10.4); mãos que engrandecem (Pv 31.31); mãos que sustentam (Mt 14.31); mãos que abençoam (Mt 19.13); mãos que trabalham (1Ts 2.9); mãos de Judas Iscariotes (Lc 22.21); mãos do apóstolo Pedro (At 9.41); mãos de Herodes (At 12.1); mãos de Paulo (Gl 6.11). 
b) E os pés? Nossos pés devem ser consagrados para andar em retidão na presença de Deus (Gn 5.24; 6.9; 17.1). Andar com sinceridade e segurança (Pv 10.9); andar na luz do Senhor (Is 2.5); não andar em trevas (Is 50.10); andar em Espírito (Gl 5.16). Nossos pés não devem andar segundo o curso do mundo (Ef 2.2); nem andar nos desejos da carne (Ef 2.3); nem andar desordenadamente, em dissolução, concupiscência (2Ts 3.6; 1Pe 4.3). Nossos pés não devem caminhar em lugares impuros, mas devem ser santificados a Deus para levar boas novas. 
  
  
IV. CONSEQÜÊNCIAS DO PECADO CONTRA O CORPO 
  
Os pecados contra o corpo trazem conseqüências negativas tanto para a pessoa que o pratica quanto para outras que são levadas a cometer tais pecados. Sem falar nos filhos que são vítimas inocentes, herdando doenças e até deformações físicas pela imprudência dos pais. 
1. Doenças Sexualmente Transmissíveis. São resultado de uma vida promíscua e sem respeito às leis divinas. Comprovadamente, essas doenças resultam de relações sexuais ilícitas. Só o pecado pode produzir esses males contra o corpo e contra a alma. O texto de 1 Coríntios 6.12-20 exorta o crente a não expor seu corpo à prostituição por ser ele o templo do Espírito Santo. 
2. Toxicomania. É o uso de drogas narcóticas. A dependência da droga está vinculada a impulsos psicológicos e emocionais, e provoca conflitos íntimos, dando origem a neuroses, além de males de toda espécie contra o usuário, sua família, as autoridades e a sociedade em geral.  
3. Alcoolismo e tabagismo. Você poderia perguntar qual a relação desse assunto com os crentes, e eu lhe responderia que o objetivo desta lição alcança o não crente, como também busca prevenir os jovens que podem ser influenciados pela propaganda sórdida e infame. As bebidas alcóolicas e o fumo são dois grandes males da nossa sociedade que, infelizmente, fazem parte do status. A mordomia bíblica do corpo abstém-se e condena formalmente esses dois males que tanto prejudicam a pessoa no seu todo e não apenas o seu organismo e sua saúde. A Bíblia está cheia de conselhos para que o corpo humano seja mantido puro, saudável, pois nele deve habitar o Espírito Santo. A Palavra de Deus enfatiza a temperança como fruto do Espírito (Gl 5.22). Devemos cuidar de nosso corpo de modo que, através dele, glorifiquemos a Deus (1Co 6.19,20; Rm 12.1). 
  
  
CONCLUSÃO 
  
O corpo, por si mesmo, não peca. Seus membros não possuem poder algum sem a alma. Portanto, compete ao homem submeter-se à ação regeneradora do sacrifício de Cristo, para apresentar-se puro, primeiro perante Deus; depois, perante a sociedade.

AUTOR DESCONHECIDO
(não me responsabilizo pela posição e/ou leitura teológica do autor)


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