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quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

ESTUDOS 164 - A PEDAGOGIA DE JESUS (1 parte)

A PEDAGOGIA DE JESUS

I . INTRODUÇÃO
Nos relatos sobre o ministério de Jesus, não nos é possível demarcar uma separação nítida entre pregação e ensino, tão entrelaçados que um não pode ser totalmente separado do outro.
Marcos, constantemente descreve Jesus ensinando: Mc.4:1-2; 6:2; 8:31; 9:31; 12:35. Para as multidões que se amontoavam ao redor de Jesus, Ele era mais um mestre do que um profeta. Ele era constantemente chamado "Mestre" ou "rabino" porque seu ensino tinha em si uma autoridade e um poder tal que o diferenciava claramente dos rabinos da época.
Depois da ressurreição, os discípulos e apóstolos foram igualmente pregadores e mestres ( Mt. 28: 19-20; Mc.16:15; At. 5:42 ). Isto evidentemente significa que para os homens que conheciam Jesus pessoalmente, o ensinar e o pregar não eram idênticos, mas interdependentes, ao ponto de um não ser superior ao outro.
Paulo, considerando Jesus a essência da mensagem, também utilizava todos os meios possíveis de comunicação para transmitir suas idéias. Ele pregava e ensinava em todas as igrejas por onde passava.
Assim, constatamos que pregação e ensino fazem parte essencial do ministério de Jesus, da Igreja primitiva e da Igreja dos nossos dias.
Jesus tem consciência de que sua prática é a culminância da história do povo de Israel. Essa consciência é precisamente sua consciência messiânica de ser o revelador pleno e último da vontade do Pai e a vitória definitiva de seu Reino. Esta perspectiva histórica permite que Jesus viva, na encruzilhada das contradições, o tempo do presente singular, tempo do companheirismo, da amizade e da solidariedade horizontal, onde se manifestam a fé, a esperança, o amor e a misericórdia. Jesus toma uma posição radical que lhe vale a morte de cruz, aceita com a coerência que sua prática determina.
Vamos focalizar nosso olhar sobre o cotidiano de Jesus, seus gestos e sua prática pedagógica em seus contatos criadores da vida e da esperança.

II . FUNDAMENTOS DA PEDAGOGIA DE JESUS
II.1- A prática
Jesus fez uma clara opção pela prática em relação ao discurso e à fala. Este dado tem enorme relevância para os obreiros cristãos que costumam eleger a fala como principal instrumento de ensino.
Tomamos o Sermão da Montanha, onde Jesus inicia o ensino centrado no discurso ( Mt. 5, 6 e 7:1-23 ). O desfecho do sermão é onde Jesus privilegia a prática (Mt.7:24-27 ). Ele não apenas recomenda a prática de seus ensinos como também põe em prática, à vista de todos, a sua graça e sua misericórdia. Vemos isto através das curas que realizou:
Mt. 8:1-4 ........ A cura de um leproso.
Mt. 8:5-13 ........ A cura do criado de um centurião.
Mt. 8:14-15 ........ A cura da sogra de Pedro, etc...
Com a prática das curas Jesus devolve a dignidade aos pobres, aos marginalizados ( mulher adúltera, leprosos ) e outras categorias oprimidas pelo sistema social daquela época.
Com a prática das curas Ele restaura a saúde física, mental e espiritual do povo: deficientes (cego, mudo, surdo, paralítico), enfermos (febre, hemorragia, mão ressequida, lepra, etc.) e endemoninhados.
O Reino não chega apenas através da palavra falada, ou por adesão exclusivamente intelectual, emocional, espiritual e moral. O Reino de Deus surge através da prática da misericórdia de Jesus. Por isso, a multidão à qual Ele devolveu a dignidade e a esperança reconhece nEle o Messias.
João Batista, preso, tem dúvida a respeito da messianidade de Jesus e lhe envia mensageiros ( Mt. 11:2-6 ). A resposta de Jesus não se traduz propriamente em discurso, Ele manda que os mensageiros voltem e anunciem a João o que estão vendo e ouvindo, ou seja a comprovação de sua prática.
As parábolas de Jesus, veículo fundamental para seu ensino, se inspiram nas mais variadas práticas da vida cotidiana:
Mt. 13:4-8........A parábola do semeador.
Mt. 13:24-30........ A parábola do joio e do trigo.
Mt. 13:33........ A parábola do fermento.
Mt. 13:44....... A parábola do tesouro escondido.
Mt. 13:45........ A parábola da pérola.
Mt.18:10-14.......A parábola da ovelha perdida, etc....
Na verdade, todo o discurso de Jesus é, antes de tudo a explicitação de sua prática. Ele é coerente porque sua prática é o ponto de partida de seu discurso. Esta é uma das razões pelas quais Ele foi rejeitado. A liderança dominadora não conhecia a pedagogia da misericórdia, aquela que, diante dos abandonados e sofridos, começa com atos libertadores.

A prática pedagógica de Jesus exige que a sociedade humana seja colocado ao avesso. Ela só tem sentido na lógica do Reino. Não basta que uma pedagogia se concentre na prática para que venha a merecer o qualificativo de cristã. Para ser cristã é fundamental que esta pedagogia esteja comprometida com os valores do Reino.


AUTOR DESCONHECIDO
(Não nos responsabilizamos pelo conteúdo teológico deste material)

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