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quarta-feira, 6 de dezembro de 2017

REFLEXÃO 374 - A PARÁBOLA DOS TRÊS SERVOS

A Párábola dos Três Servos
Mat. 25.14-30.

Pregação, ensino e curas eram as três principais áreas do ministério de Jesus.
Em tudo o que falava e fazia, o ensino estava presente. Até em silêncio ensinava.
Trabalhava com facilidade e competência todos os assuntos da vida espiritual em sua aplicação prática. Isso despertou na liderança religiosa da época um sentimento de inveja e ódio porque não possuíam o conhecimento e a autoridade de Jesus.
Jesus usava uma linguagem simples sem ser simplória e assim desvendava os mistérios de Deus a todos aqueles que estavam interessados não somente em ouvi-lo, mas em viver os seus ensinos.
Era respeitoso e honesto com os ouvintes. Não lhes sonegava o direito ao conhecimento. Essa luz era própria Dele. As palavras do apóstolo Pedro retratam bem isso: "Senhor, para que iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna". João 6. 68. Como Luz do Mundo realizava sua missão de forma natural e prazerosa. (João 8.12)
Cumpriu integralmente o papel da luz que é: iluminar, denunciando a sujeira (o pecado), e revelando o que havia de bom no ambiente e nas pessoas. Não condenava sem razão e nem elogia sem motivo. João 8. 39 – 47;
12. 1 – 8. O equilíbrio, a credibilidade e a autoridade despertaram a admiração de corações puros. Jesus é singular. A formação teológica e acadêmica não eram pré-requisitos no entendimento e aplicação dos seus ensinos. Até uma criança tinha acesso às verdades espirituais. Uma delas foi usada como instrumento na multiplicação de pães.

Ele não escolheu como seus apóstolos, os mais brilhantes alunos das sinagogas ou dos rabinos de Israel, mas homens de origem simples e isso não quer dizer que ele tinha qualquer preconceito contra os eruditos. José de Arimatéia e Nicodemos eram discípulos que ele acolheu amorosamente, mesmo não tendo feito deles, apóstolos. Sua opção foi trabalhar, a exemplo do oleiro, com a massa bruta que com o vaso já polido pelos homens. Seu poder transformador ocorreu inclusive nestes. Jesus nos ensina a quebrar os preconceitos nas suas origens e em todos os sentidos.
Foi com essa equipe heterogênea com as quais conviveu, administrando suas diferenças para que todos fosse um, que ele preparou os multiplicadores de sua mensagem. Com a competência dada pelo Espírito Santo, a mensagem chegou até nós sem qualquer alteração. Na condição de Mestre em Israel ele ensinava e fazia-se entender. Seu material didático era a realidade visível e invisível. Sabia administrar as suas emoções e a dos ouvintes.
Na parábola dos três servos que iremos considerar, além do ensino, há fortes componentes emocionais. É impossível dissociar as relações humanas das emoções.
Os Três Servos
Com o objetivo de falar sobre a confiança de Deus em nós e despertar a nossa responsabilidade, o Senhor Jesus contou uma história. Quatro sãos os personagens. Três são as oportunidades oferecidas. Duas foram aproveitadas e uma desperdiçada.
Inicialmente vemos a confiança demonstrada por aquele senhor nos três servos. Ninguém deixa a administração de sua casa e os seus bens para desconhecidos. Ele não somente confiava. Desejava conhecer mais sobre eles. Cada um recebeu uma missão adequada aos seus limites e potencialidades.
Entendemos que essa distribuição diferenciada foi feita considerando a atuação daqueles servos em experiências anteriores. Nossas ações de hoje acabam por determinar ações futuras. Não recebemos menos do que merecemos e nem mais do que esperamos.
O texto nos faz uma revelação: é na entrega de responsabilidades que conhecemos a essência de cada um; a sua mensagem não verbalizada. Essa é uma estratégia muito usada ainda hoje por nossos líderes. Aquele senhor deu tempo aos seus servos para que cada um revelasse sua fidelidade e a sua competência. A quantidade de dias foi a mesma para todos.
Na ausência do dono, cada um dos servos teve a oportunidade de operar o que recebera do seu senhor. Dois realizaram a multiplicação, mas o terceiro manteve a riqueza inerte: não a multiplicou, não a dividiu com ninguém, não somou e não subtraiu. Não quis ousar porque no seu entender havia recebido tão pouco e sido tão desconsiderado pelo seu senhor que não compensaria qualquer esforço adicional. A autocomiseração, isto é, a pena de si mesmo veio em seu socorro junto com o ressentimento e a revolta. Comportou-se como vítima na presença do seu senhor, mas em sua ausência mostrou-se vilão. Quem mais precisava foi o que menos fez. Talvez imaginasse que esse pouco não faria falta para o muito que o seu senhor possuía. Não teve, sequer a iniciativa para refletir sobre as intenções do seu patrão.
Desperdiçou o seu tempo na preguiça e na elaboração de raciocínios recheados de desculpas tecidas na amargura, rancor e revolta. Adotou a síndrome do perdedor.
Bem distante de sua casa aquele senhor dava o tempo necessário para que cada servo mostrasse sua verdadeira imagem. O teste de fidelidade fora aplicado e os frutos surgiriam. O tempo do retorno chegou. Nenhum dos servos foi avisado. O elemento surpresa foi a alternativa escolhida pelo seu senhor para o encontro.
Quando o senhor chega, chama os três para a prestação de contas. Nos olhos de cada um já se podia fazer a leitura do sucesso ou do fracasso. A leitura facial dificilmente engana. Cada um dá o seu relatório. A ordem de apresentação foi decrescente. Primeiro se apresentaram os que haviam recebido, respectivamente, cinco e dois talentos. Estes, multiplicaram os bens e foram elogiados pelo seu senhor. Quem produz tem o que mostrar.
O terceiro, dirigiu-se de forma desrespeitosa para o seu senhor fazendo acusações que não podia provar. Quem não trabalha, adota a conduta do perdedor e tem justificação para tudo. Quem erra ou perde, geralmente é o último a considerar-se culpado pelo fracasso. Gasta mais energia explicando-se do que se a tivesse usado no trabalho honesto ou na obediência. Sua irresponsabilidade na realização da tarefa decretou sua inaptidão. Recebeu a desaprovação e a severa punição do seu senhor porque além de não trabalhar ainda decidiu ser o juiz do seu senhor. Ele foi contratado para servir e não para julgar. A crise revelou sua verdadeira identidade. É interessante notar que os três servos, pelo menos em seu horário de trabalho, habitavam a mesma casa e com certeza partilhavam entre si as experiências do dia. Será que nem esse momento de comunhão afetou a disposição do terceiro servo? Há pessoas que fogem dos desafios e se afastam daqueles que honestamente servem ao Senhor.
Jesus nos ensina que é somente através do serviço realizado para Deus que provamos nosso compromisso com Ele. A prova da fé são as obras. A fé não é um edifício construído com palavras ou boas intenções; não é um exercício de conhecimento teológico ou retórico. A fé só combina com ações concretas e frutos que produz.. A verdadeira fé tem visibilidade. Fé invisível é sinônimo de religiosidade. Liturgia morta.
Aquele que nada faz revela que não tem nenhum compromisso com o Senhor. Não é pelo fato de estarmos na casa do Senhor que fazemos parte de sua família. No sermão do monte, Jesus já havia declarado : "Portanto pelos seus frutos os conhecereis". Mat. 7.20.
A história dos três servos contada por Jesus nos diz respeito. Ela tem um endereço certo . Além do desafio traz um alerta para todos nós com o objetivo de imitarmos, no caso, a maioria, isto é, os dois servos que optaram por assumir dentro de suas limitações e potencialidades o que o seu senhor esperava deles.
Deus só tem a nós para fazer-se conhecido entre os homens. Efésios 3. 10. No presente momento o Senhor está tratando com a sua Igreja e se fazemos parte dela não temos outra opção senão servir alegremente como prova de nossa gratidão por tudo aquilo que Deus tem feito por nós. O que Deus representa para nós é expresso no que fazemos para Ele. Ele nos deu o Espírito Santo e na liberdade que Lhe damos está a razão da multiplicação do que recebemos.
O terceiro servo foi um perdedor e Jesus nos chama para sermos mais do que vencedores. Deus nos deseja unidos ao seu propósito para que naturalmente expressemos o que Ele deseja. Abraão, Daniel, Ester, Pedro, Paulo e tantos outros têm os seus nomes inscritos na equipe dos vencedores porque colocaram sua vontade à disposição da Vontade de Deus e a história não os esqueceu. Cada um recebe uma missão de acordo com os seus limites e potencialidades. Deus dá-nos o tempo necessário de vida para que possamos multiplicar o que recebemos.
O retorno do Senhor é uma realidade inquestionável e ele vai acertar contas conosco, individualmente. A justiça de Deus premia e disciplina de acordo com o que foi entregue. Essa história dá-nos dois exemplos positivos e um negativo para que possamos ver que vale a pena ser fiel a Deus e imitar aqueles que por suas obras revelam o compromisso que tem com o Senhor. Não há desculpa suficientemente forte que possa convencer Deus daquilo que podíamos fazer e não fizemos.
O servo que foi punido representa aqueles que como Judas Iscariotes tiveram a oportunidade de ser uma bênção, receberam a confiança que não mereciam, mas optaram pela rebelião. Os rebeldes se indispõem para o amor de Deus. Ao resistirem, acabam por decretarem sua própria condenação. Deus é Fiel a si mesmo. Sua Justiça e Misericórdia são contempladas em suas ações.
Hoje é o melhor dia para um novo começo. A leitura disciplinada e constante da Palavra de Deus é o ponto de partida. Tudo o que Ele tem para nós está ali. É pela Palavra de Deus que começam as mudanças: de dentro para fora. Deus está interessado em nosso bem estar em todas as áreas de nossa vida. O que depender Dele será feito. Façamos parte do grupo dos dois terços. Teremos os elogios e o prêmio que Deus tem reservado para os fiéis. Esta é a bênção dos obedientes que se deixaram convencer pelo Espírito Santo na sua fidelidade a Jesus Cristo. A parábola dos três servos tem tudo a ver conosco.

AUTOR DESCONHECIDO
(Não nos responsabilizamos pelo conteúdo teológico deste material)

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