A Párábola dos Três Servos
Mat. 25.14-30.
Pregação,
ensino e curas eram as três principais áreas do ministério de Jesus.
Em tudo o que
falava e fazia, o ensino estava presente. Até em silêncio ensinava.
Trabalhava
com facilidade e competência todos os assuntos da vida espiritual em sua
aplicação prática. Isso despertou na liderança religiosa da época um sentimento
de inveja e ódio porque não possuíam o conhecimento e a autoridade de Jesus.
Jesus usava
uma linguagem simples sem ser simplória e assim desvendava os mistérios de Deus
a todos aqueles que estavam interessados não somente em ouvi-lo, mas em viver
os seus ensinos.
Era
respeitoso e honesto com os ouvintes. Não lhes sonegava o direito ao
conhecimento. Essa luz era própria Dele. As palavras do apóstolo Pedro retratam
bem isso: "Senhor, para que iremos nós? Tu tens as palavras da vida
eterna". João 6. 68. Como Luz do Mundo realizava sua missão de forma
natural e prazerosa. (João 8.12)
Cumpriu
integralmente o papel da luz que é: iluminar, denunciando a sujeira (o pecado),
e revelando o que havia de bom no ambiente e nas pessoas. Não condenava sem
razão e nem elogia sem motivo. João 8. 39 – 47;
12. 1 – 8. O
equilíbrio, a credibilidade e a autoridade despertaram a admiração de corações
puros. Jesus é singular. A formação teológica e acadêmica não eram
pré-requisitos no entendimento e aplicação dos seus ensinos. Até uma criança
tinha acesso às verdades espirituais. Uma delas foi usada como instrumento na
multiplicação de pães.
Ele não
escolheu como seus apóstolos, os mais brilhantes alunos das sinagogas ou dos
rabinos de Israel, mas homens de origem simples e isso não quer dizer que ele
tinha qualquer preconceito contra os eruditos. José de Arimatéia e Nicodemos
eram discípulos que ele acolheu amorosamente, mesmo não tendo feito deles,
apóstolos. Sua opção foi trabalhar, a exemplo do oleiro, com a massa bruta que
com o vaso já polido pelos homens. Seu poder transformador ocorreu inclusive
nestes. Jesus nos ensina a quebrar os preconceitos nas suas origens e em todos
os sentidos.
Foi com essa
equipe heterogênea com as quais conviveu, administrando suas diferenças para
que todos fosse um, que ele preparou os multiplicadores de sua mensagem. Com a
competência dada pelo Espírito Santo, a mensagem chegou até nós sem qualquer
alteração. Na condição de Mestre em Israel ele ensinava e fazia-se entender.
Seu material didático era a realidade visível e invisível. Sabia administrar as
suas emoções e a dos ouvintes.
Na parábola
dos três servos que iremos considerar, além do ensino, há fortes componentes
emocionais. É impossível dissociar as relações humanas das emoções.
Os Três
Servos
Com o
objetivo de falar sobre a confiança de Deus em nós e despertar a nossa
responsabilidade, o Senhor Jesus contou uma história. Quatro sãos os
personagens. Três são as oportunidades oferecidas. Duas foram aproveitadas e
uma desperdiçada.
Inicialmente
vemos a confiança demonstrada por aquele senhor nos três servos. Ninguém deixa
a administração de sua casa e os seus bens para desconhecidos. Ele não somente
confiava. Desejava conhecer mais sobre eles. Cada um recebeu uma missão
adequada aos seus limites e potencialidades.
Entendemos
que essa distribuição diferenciada foi feita considerando a atuação daqueles
servos em experiências anteriores. Nossas ações de hoje acabam por determinar
ações futuras. Não recebemos menos do que merecemos e nem mais do que
esperamos.
O texto nos
faz uma revelação: é na entrega de responsabilidades que conhecemos a essência
de cada um; a sua mensagem não verbalizada. Essa é uma estratégia muito usada
ainda hoje por nossos líderes. Aquele senhor deu tempo aos seus servos para que
cada um revelasse sua fidelidade e a sua competência. A quantidade de dias foi
a mesma para todos.
Na ausência
do dono, cada um dos servos teve a oportunidade de operar o que recebera do seu
senhor. Dois realizaram a multiplicação, mas o terceiro manteve a riqueza
inerte: não a multiplicou, não a dividiu com ninguém, não somou e não subtraiu.
Não quis ousar porque no seu entender havia recebido tão pouco e sido tão
desconsiderado pelo seu senhor que não compensaria qualquer esforço adicional.
A autocomiseração, isto é, a pena de si mesmo veio em seu socorro junto com o
ressentimento e a revolta. Comportou-se como vítima na presença do seu senhor,
mas em sua ausência mostrou-se vilão. Quem mais precisava foi o que menos fez.
Talvez imaginasse que esse pouco não faria falta para o muito que o seu senhor
possuía. Não teve, sequer a iniciativa para refletir sobre as intenções do seu
patrão.
Desperdiçou o
seu tempo na preguiça e na elaboração de raciocínios recheados de desculpas
tecidas na amargura, rancor e revolta. Adotou a síndrome do perdedor.
Bem distante
de sua casa aquele senhor dava o tempo necessário para que cada servo mostrasse
sua verdadeira imagem. O teste de fidelidade fora aplicado e os frutos
surgiriam. O tempo do retorno chegou. Nenhum dos servos foi avisado. O elemento
surpresa foi a alternativa escolhida pelo seu senhor para o encontro.
Quando o
senhor chega, chama os três para a prestação de contas. Nos olhos de cada um já
se podia fazer a leitura do sucesso ou do fracasso. A leitura facial
dificilmente engana. Cada um dá o seu relatório. A ordem de apresentação foi
decrescente. Primeiro se apresentaram os que haviam recebido, respectivamente,
cinco e dois talentos. Estes, multiplicaram os bens e foram elogiados pelo seu
senhor. Quem produz tem o que mostrar.
O terceiro,
dirigiu-se de forma desrespeitosa para o seu senhor fazendo acusações que não
podia provar. Quem não trabalha, adota a conduta do perdedor e tem justificação
para tudo. Quem erra ou perde, geralmente é o último a considerar-se culpado
pelo fracasso. Gasta mais energia explicando-se do que se a tivesse usado no
trabalho honesto ou na obediência. Sua irresponsabilidade na realização da
tarefa decretou sua inaptidão. Recebeu a desaprovação e a severa punição do seu
senhor porque além de não trabalhar ainda decidiu ser o juiz do seu senhor. Ele
foi contratado para servir e não para julgar. A crise revelou sua verdadeira identidade.
É interessante notar que os três servos, pelo menos em seu horário de trabalho,
habitavam a mesma casa e com certeza partilhavam entre si as experiências do
dia. Será que nem esse momento de comunhão afetou a disposição do terceiro
servo? Há pessoas que fogem dos desafios e se afastam daqueles que honestamente
servem ao Senhor.
Jesus nos
ensina que é somente através do serviço realizado para Deus que provamos nosso
compromisso com Ele. A prova da fé são as obras. A fé não é um edifício
construído com palavras ou boas intenções; não é um exercício de conhecimento
teológico ou retórico. A fé só combina com ações concretas e frutos que
produz.. A verdadeira fé tem visibilidade. Fé invisível é sinônimo de
religiosidade. Liturgia morta.
Aquele que
nada faz revela que não tem nenhum compromisso com o Senhor. Não é pelo fato de
estarmos na casa do Senhor que fazemos parte de sua família. No sermão do
monte, Jesus já havia declarado : "Portanto pelos seus frutos os
conhecereis". Mat. 7.20.
A história
dos três servos contada por Jesus nos diz respeito. Ela tem um endereço certo .
Além do desafio traz um alerta para todos nós com o objetivo de imitarmos, no
caso, a maioria, isto é, os dois servos que optaram por assumir dentro de suas
limitações e potencialidades o que o seu senhor esperava deles.
Deus só tem a
nós para fazer-se conhecido entre os homens. Efésios 3. 10. No presente momento
o Senhor está tratando com a sua Igreja e se fazemos parte dela não temos outra
opção senão servir alegremente como prova de nossa gratidão por tudo aquilo que
Deus tem feito por nós. O que Deus representa para nós é expresso no que
fazemos para Ele. Ele nos deu o Espírito Santo e na liberdade que Lhe damos
está a razão da multiplicação do que recebemos.
O terceiro
servo foi um perdedor e Jesus nos chama para sermos mais do que vencedores.
Deus nos deseja unidos ao seu propósito para que naturalmente expressemos o que
Ele deseja. Abraão, Daniel, Ester, Pedro, Paulo e tantos outros têm os seus
nomes inscritos na equipe dos vencedores porque colocaram sua vontade à
disposição da Vontade de Deus e a história não os esqueceu. Cada um recebe uma
missão de acordo com os seus limites e potencialidades. Deus dá-nos o tempo
necessário de vida para que possamos multiplicar o que recebemos.
O retorno do
Senhor é uma realidade inquestionável e ele vai acertar contas conosco,
individualmente. A justiça de Deus premia e disciplina de acordo com o que foi
entregue. Essa história dá-nos dois exemplos positivos e um negativo para que
possamos ver que vale a pena ser fiel a Deus e imitar aqueles que por suas
obras revelam o compromisso que tem com o Senhor. Não há desculpa
suficientemente forte que possa convencer Deus daquilo que podíamos fazer e não
fizemos.
O servo que
foi punido representa aqueles que como Judas Iscariotes tiveram a oportunidade
de ser uma bênção, receberam a confiança que não mereciam, mas optaram pela
rebelião. Os rebeldes se indispõem para o amor de Deus. Ao resistirem, acabam
por decretarem sua própria condenação. Deus é Fiel a si mesmo. Sua Justiça e
Misericórdia são contempladas em suas ações.
Hoje é o
melhor dia para um novo começo. A leitura disciplinada e constante da Palavra
de Deus é o ponto de partida. Tudo o que Ele tem para nós está ali. É pela
Palavra de Deus que começam as mudanças: de dentro para fora. Deus está
interessado em nosso bem estar em todas as áreas de nossa vida. O que depender
Dele será feito. Façamos parte do grupo dos dois terços. Teremos os elogios e o
prêmio que Deus tem reservado para os fiéis. Esta é a bênção dos obedientes que
se deixaram convencer pelo Espírito Santo na sua fidelidade a Jesus Cristo. A
parábola dos três servos tem tudo a ver conosco.
AUTOR DESCONHECIDO
(Não nos responsabilizamos pelo conteúdo teológico deste material)
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