A
PÁSCOA
Êxodo
12.1-27
No texto
em tela, o Próprio Deus dá a ordem a Moisés para que preparasse a festa e que a
chamassem de Páscoa.
Páscoa no hebraico é pessach que significa passagem ou passar por cima:
"...é a páscoa do Senhor" (Ex.12:11), "Porque o Senhor passará
para ferir os egípcios..." (Ex.12:23), "É o sacrifíco da páscoa ao
Senhor que passou por cima das casas dos filhos de Israel..." (Ex.12:27).
O desenho
ao lado mostra um hebreu aspergindo o sangue de um cordeiro sobre as ombreiras
(batentes ou colunas verticais) e nas vergas da porta (Êxodo 12:7). Observe que
o sangue aspergido nas colunas e nas vergas, nos sentidos horizontal e
vertical, apontam para a cruz de Cristo.
Nela, na
Páscoa um animal seria separado, preparado e sacrifício, um cordeiro, como
figura pelo pecado (Ex.12.2,6), no dia 14 do mês de abibe. que
significa espigas verdes.
Durante o exílio fou substituído pelo nome nisã (Ne.2.1) que significa começo
ou abertrua.
Correspondendo a março-abril em nosso calendário. A páscoa foi instituída numa
sexta-feira, um dia antes dos Pães Asmos (Lv.23.6) e dois dias antes das
Primícias (Lv.23.12).
Um
cordeiro ou carneiro morreria, porém não um cordeiro comum, sua escolha seria
rigorosíssima, deveria ser de um ano, sem nenhum defeito físico (aleijado,
mancha, etc), macho, separado por um período de quatro dias nos quais seria
observado, para que não pairasse quaisquer dúvidas sobre seu estado de completa
perfeição física, após este período seria levado ao Sacerdote que com uma adaga
"pechera", que deveria estar absurdamente bem afiada, muito mais que
uma navalha - das que conhecemos hoje -, e então era cortada a jugular do
animal para que não sentisse dor, seu sangue deveria ser recolhido numa bacia e
aspergido nos umbrais das portas para que os primogênitos dos Hebreus não
morressem, seriam protegidos da morte.
O
Sacrifício do animal deveria ser a tarde, na declinação do sol e o seu ocaso.
Seus ossos não poderiam ser quebrados.
- Aquele
cordeiro/carneiro morto era um tipo de Cristo, Jesus não tinha defeito moral,
espiritual ou físico, era perfeito - Ipe.1.18-19;
- Jesus
foi separado para observação por quatro dias. Jesus entrou em Jerusalém no dia
da separação do cordeiro, e morreu no mesmo dia do sacrifício. O cordeiro
precisava ser imolado pela congregação inteira, assim como Cristo foi
sacrificado pelos líderes e religiosos de Israel e de Roma e pela vontade
(popular) da turba, em prol do mundo inteiro. Procuraram uma causa para
condená-lo mas não encontraram "... não vejo culpa neste homem para
condená-lo ...", disse Pilatos - Lc.23.4;
- Jesus foi morto a tarde, ele foi o sacrifício da tarde - Mt.27.45;
- Paulo diz aos Coríntios que Jesus é o nosso Cordeiro Pascal - Ico.5.7;
- É o Cordeiro de Deus - Jo.1.29;
- O sangue de Jesus vertido na cruz, nos purifica de todo pecado, ou seja, nos
livra da morte - Ijo.1.7;
- O primeiro cordeiro morto foi no Jardim do Éden e o próprio Deus o sacrificou
- um tipo de Cristo, para cobrir o homem da sua nudez - Gn.3.20;
- Nenhum
dos ossos de Jesus foi quebrado - Jo.19.32-36.
Era então
o cordeiro preparado, tostado ao fogo, e comido apressadamente, isto porque
deveriam sair dali muito rapidamente para não serem mortos antes da saída
(creio eu), deveriam comer prontos para viajar, tendo os pés calçados, cajado
nas mãos.
Deveriam
pedir e levar tudo quanto pudessem carregar, Deus disse peçam tudo, jóias de
prata e de ouro e roupas, peçam que os egípcios lhes darão, "dito e
feito".
Foram
enriquecidos da noite para o dia e quando comessem algo lhes aconteceria.
- Em tudo
foram enriquecidos - Prova: Êxodo 12.35-36; Salmos 105.37;
- Saíram com suas ovelhas, cabras, gado e outras riquezas;
- No Egito, a despeito de sua vida árdua, os israelitas, cativos, contavam com
boa variedade de alimentação, que relembravam com saudades quando vagueavam por
40 anos andando em círculos pelo deserto (o tempo normal para o mesmo percurso
seria de aproximadamente 15 dias) - peixe em abundância, pepinos, melões, alhos
pôrros, cebolas, alhos - Ex.16.3; Nm.11.5. Esta alimentação farta não os eximia
de outros problemas de saúde, afinal, foram escravizados por "430
anos" - Êx.13.40; moravam como escravo, eram tratados como escravos, não
tinham salário. Segundo alguns comentadores, tinham várias doenças de pele, e
problemas respiratórios, pois viviam na lama e no pó das palhas amassando barro
para o fábrico e colocação de "tijolos" - principalmente nos últimos
dias pelo furor do Suberano Faraó -, haviam entre eles muitos velhos, pessoas
doentes, afinal eram cerca de 3 milhões de pessoas, segundo nos informa a
tradição judaica - 600.000 homens multiplicado por pelo menos cinco pessoas em
cada família: (600.000x5=3.000.000), considerando a ordem do Senhor
"multiplicai e enchei a terra" - Gn.1.28; Êx.12.37, e ainda a outra
promessa de que o salvador nasceria de uma mulher - "todas queriam ter
muitos filhos, "quem sabe um deles fosse o Cristo", seria uma honra
regar o salvador do mundo".
- Mas quando comeram daquele cordeiro, todos, absolutamente todos os doentes
foram imediatamente curados de toda e qualquer doenças, enfermidades ou males,
os cochos, aleijados, paralítico, todos foram instantaneamente sarados - prova
textual: Êxodo 15.26; Salmos 105.37; Salmos 107.19-20, Deus, sendo onisciente
não dispensaria aquela multidão para perambular por 40 anos pelo deserto sem as
mínimas condições físicas;
- Paulo diz que em tudo fomos enriquecidos - ICo.1.5; Pv.10.22.
- A obrigatoriedade em observar ou guardar a Páscoa era tanta, que o não
cumprimento acarretaria em condenação à morte - Nm.9.13.
NA ERA CRISTÃ
A liturgia
pascal incluía uma doxologia, vários cálices de vinho veja Vinho nos tempos de Jesus
distribuídos entre os comensais, a refeição da história do êxodo, pelo
hospedeiro, durante a refeição, a ingestão do cordeiro assado, juntamente com
pão sem fermento e ervas amargosas, tudo concluído com o cântico de Salmos.
Eram consonância com as expectações judaicas sobre um banquete messiânico,
Jesus já havia comparado o Reino de Deus com um banquete. Também já havia
descrito os seus sofrimentos com a metáfora de um cálice a ser bebido.
Outrossim, a Páscoa comemorava a redenção dada por Deus à nação de Israel,
antes escravizada pelos egípcios, em conexão com o sacrifício do cordeiro
pascal.
O Novo Testamento
ensina que os cristãos devem participar de Cristo, na Ceia do Senhor COMENDO -
Mt.26.26-29; Lc.22.14-23; Mc.14.22-25.
Num
discurso notável, Jesus disse que os Seus discípulos teriam de alimentar-se
dEle se quisessem ter a vida eterna - "Quem de mim se alimenta, por mim
viverá" - Jo.6.53-57.
Dizia Jesus quando da multiplicação dos pães que não deveriam preocupar-se com
a comida que perece, mas sim com a comida que dura para sempre, que ele lhes
dá; Tal comida é ele mesmo, o Seu corpo e o Seu sangue. Aqueles que crêem nEle
devem comer a sua carne e beber o seu sangue - tal afirmação de Jesus foi
recebida com estranheza por sua platéia, pois eram todos judeus e seguidores da
Lei de Moisés, o que gerou a seguinte dificuldade, tratada no ponto a seguir.
CANIBALISMO
Esta
possibilidade irracional é impossível de ser até mesmo pensada - como
poderíamos comer, mastigar o corpo de Cristo, sendo nós milhões? - Esta idéia
berrante foi aventada por alguns comentadores, quando consideravam a expressão
usada por Jesus no livro de Jo.6.53-56, quando arrazoava com alguns Judeus e
dizia: "... quem comer a minha carne e beber o meu sangue ...".
Santo
Agostinho, Bispo de Hipona, explica-nos a linguagem de Jesus como sendo: "uma
figura que quer nos comunicar a paixão do nosso Senhor, e entesourar de maneira
secreta e proveitosa em nossas memórias o fato de que ele foi crucificado e
traspassado por nós".
- Moody dá sua contribuição
para a compreensão do texto: Os Judeus discutiam entre si sobre a
possibilidade de Jesus lhes dar a sua carne para comer. Tornando o assunto
ainda mais complicado, nosso Senhor indicou que seu sangue além de sua
carne, devia ser aceito se alguém quisesse ter vida. A vista da proibição
do Velho Testamento contra a ingestão de sangue, a ofensa contida: essas
palavras parecem antecipar o significado da Ceia do Senhor.
"O alimento e a bebida da Ceia são, fisicamente, o pão e o
vinho, veja Vinho
nos tempos de Jesus e espiritualmente, a carne e o sangue
do filho do homem: o verdadeiro alimento e a verdadeira bebida porque efetuam a
sagrada união do filho de Deus com aqueles que crêem nEle, comunicando assim a
vida eterna e garantindo a imortalidade. A união do Pai com o Filho e,
portanto, estendida enlaçando também os crentes.
Assim como o Pai comunica vida ao filho, assim o filho comunica vida àqueles
que se alimentam dele, concedendo-lhes a imortalidade."
- Bernardo de Claraval também dá suas impressões: "... quem comer a minha carne ..." assim: "Aquele que medita em minha morte, e seguindo o meu exemplo, mortifica seus membros que estão sobre a terra, tem a vida eterna - em outras palavras, quem sofrer comigo, também reinará comigo".O verdadeiro sustendo e refrigério da nossa vida espiritual só pode ser encontrado naquele que morreu para que nós pudéssemos viver. Em todas as maneiras pelas quais seu povo se alimenta dEle pela fé - não só na Ceia, mas ao ler e ouvir a Palavra de Deus, ou em oração solitária ou coletiva, ou em meditação, etc - está cumprindo as condições que ele estabelece aqui, e recebe a bênção prometida.
- Comer o corpo (a carne) de
Cristo literalmente é uma heresia gritante.
A história relata casos de canibalismo, a chamada antropofagia,
prática mais comum entre os índios. Os índios tupis do litoral brasileiro
devoravam seus inimigos - século XVI em cerimônias coletivas, já os Yanomamis
praticavam a antropofagia funerária, comiam as cinzas dos mortos com purê de
banana como forma de homenegea-los e ajudar a alma daquele que morreu, para
este grupo tribal, comer cinzas de um amigo morto é uma prova de respeito e
afeto, não é um gesto de ódio, mas de amor. Os Yanomanis guardam as cinzas dos
mortos em cabaças lacradas dentro de cestos. São consumidas aos poucos em
sucessivas cerimônias.
O canibalismo garante a ida para o céu de quem é comido.
Aqui porém, nos ateremos aos relatos Bíblicos de ocasiões em que
houve a prática do "canibalismo", ou simplesmente é assim, conforme
segue abaixo:
Lv.26.29 - "Comereis a carne de vossos filhos e de vossas
filhas."
Dt.28.53 - "Comerás o fruto de teu ventre, a carne de teus
filhos e de tuas filhas, que te der o Senhor teu Deus, na angústia e no aperto
com que os teus inimigos te apertarão".
IIRs.6.24 -30 - v. 28 - "Perguntou-lhe o rei: Que tens?
Respondeu ela: Esta mulher me disse: Dá teu filho, para que hoje o comamos, e
amanhã comeremos o meu".
Jr.19.9 - "Fa-los-ei comer a carne de seus filhos, e as
carnes de seu próximo, no cerco e na angústia em que os apertarão os seus
inimigos, e os que buscam tirar-lhes a vida".
Lm.2.20 - "Vê, ó Senhor, e considera a quem fizeste assim!
Hão de as mulheres comer o fruto de si mesmas, as crianças do seu carinho? Ou
se matará no santuário do Senhor o sacerdote e o profeta?".
Lm.4.10 - "As mãos das mulheres outrora compassivas cozeram
seus próprios filhos: estes lhes serviram de alimento na destruição da filha do
meu povo".
Ez.5.10 - "Nossa pele de esbraseia como um forno, por causa
da ardor da fome".
Ainda Canibalismo
Por não aceitarmos a interpretação literal da passagem em tela, refutamos
a seguir a afirmação dos tais comentadores, analisando cuidadosamente o texto.
- Jo.52-55 - A congregação judia foi tumultuada pelas palavras que
Jesus lhes dirigia, pois não pensaram que Jesus estivesse falando seriamente de
canibalismo. Mas este era o sentido natural das suas palavras. Era uma maneira
ofensiva de falar;
- Era por demais difícil aos ouvintes (Judeus) assimilarem tal
afirmação de Jesus. A Lei de Moisés previa uma maldição para quem bebesse uma
gota de sangue somente (o que inclui comer carne com sangue), a idéia de beber
o sangue do Filho do homem era complemente odiosa e berrante;
- No versículo 54 o verbo comer não é pagein = phagein, usado até
este ponto do texto, mas agora Jesus usa trogein = trogein, uma palavra mais
grosseira que significa: "beliscar, triturar, ruminar de boca aberta ou
mastigar ruidosamente, usada no grego clássico para indicar animais no ato de
comer;
- A linguagem de Jesus se utiliza fala da união de fé que
estabelece uma presença de um no outro, uma "co-inerência", de Jesus
e seu povo. Nos escritos de João, esta experiência é expressa diversas vezes
através do verbo grego meno = meno que significa: "habitar, permanecer,
morar".
DESCRIÇÃO DE UMA CERIMÔNIA INDÍGENA
O preso circulava pela aldeia e era exibido aos vizinhos. A
execução atraía convidados, em festas e danças regadas a cauim (uma bebida
fermentada à base de mandioca). O preso recebia a chance de vingar sua morte,
antecipadamente. Pintado e decorado, era amarrado pelo ventre com a mussurama
(uma corda de algodão) e recebia pedras para jogar contra a audiência.
Insultava a todos, provando sua coragem.
O carrasco vestia um manto de penas, imitava uma ave de rapina e
usava uma ibirapema (borduna). O padre José de Anchieta conta, em suas Cartas , Informações,
Fragmentos Históricos e Sermões, que viu um preso desafiar o algoz, aos gritos:
"Mata-me! Tens muito que te vingar de mim! Comi teu pai. Comi teu
irmão!
Comi teu filho! E meus irmãos vão me vingar e comer vocês todos."
Muitos insultos, segundos antes do golpe fatal. Um golpe na nuca
rompia o crânio. Acudiam mulheres velhas, com cabaças, para recolher o sangue.
Tudo era consumido por todos. As mães besuntavam os seios de sangue para os
bebês também provarem do inimigo. O cadáver era esquartejado, destrinchado,
assado numa grelha e disputado por centenas de participantes que comiam
pedacinhos. Se fossem muito numerosos, fazia-se um caldo dos pés, mãos e tripas
cozidas. Os hóspedes retornavam às aldeias levando pedaços assados.
Só o carrasco não comia. Entrava em resguardo, em jejum, e, após a
reclusão, adotava um novo nome. O acúmulo de nomes era sinal de bravura:
indicava o número de inimigos abatidos. Grandes guerreiros tinham até 100
apelidos. Comer o inimigo era afirmar potência. "O canibalismo exprimia
a força do predador, na sua capacidade máxima", diz Carlos Fausto. "Para
eles, os seres potentes eram devoradores. Como o jaguar."
Fonte: Revista
Superinteressante - resumo da matéria veiculada no mês de Agosto de 1997.
VETERANOS CONFESSAM
Um grupo de veteranos do Exército Imperial Japonês confessou publicamente esta
semana - agosto de 1997 - ter cometido terríveis atrocidades durante a guerra.
Os ex-soldados decidiram quebrar o silêncio e descrever sua participação em
assassinatos, estupros e canibalismo durante a ocupação da China.
"Pretendemos dividir nossas experiências com os jovens antes
de morrer", "São coisas que eles não encontrarão nos livros
censurados pelo governo" - (comunismo).
Um sargento confessou que estuprou e assassinou várias chinesas.
Por causa da falta de alimentos, ele cortou pedaços da carne das coxas das
mulheres, fritou e serviu como refeição a membros da sua unidade.
"Coisas terríveis como essas aconteciam diariamente em nossa
divisão", disse Ebato. "Não podemos mais ficar em silêncio, pois
alguns historiadores estão dizendo que essas atrocidades jamais
ocorreram".
AUTOR DESCONHECIDO
(Não nos responsabilizamos pelo conteúdo teológico deste material)
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