A
Plenitude do Espírito Santo
Efésios 5.18-21
Introdução
Pregamos há um tempo atrás sobre o Batismo com o Espírito Santo como sendo
uma experiência única que acontece no ato do pecador se arrepender e crer sendo
então batizado no corpo de Cristo.
Porém se há apenas um batismo no Espírito Santo podemos observar pelas
Escrituras que um mesmo cristão pode ser cheio do Espírito Santo várias vezes e
é sobre esse assunto que desejamos falar hoje.
Se o batismo do Espírito Santo é um ato único já a plenitude do Espírito Santo
é um estado contínuo como norma de vida para todos os cristãos.
Como acontecimento inicial de conversão e novo nascimento, o batismo não pode
ser perdido nem repetido mas a plenitude recebida neste batismo precisa ser
conservada e se for perdida precisa ser recuperada. Há casos em que a plenitude
do Espírito Santo é perdida por causa do pecado mas também há casos na bíblia,
que mesmo sem a evidência de pecado, pessoas foram cheias do Espírito Santo
mostrando que em certos momentos de crise precisamos de um novo revestimento de
poder.
a.. Atos 2.4 – “todos ficaram cheios do Espírito Santo”.
b.. Atos 4.8 – “Pedro, cheio do Espírito Santo, falou às autoridades”, e não
somente Pedro mas as Escrituras dão testemunho de Barnabé (At 11.24) , Estevão
(At 6.5 e 7.55) e de Paulo (At 13.9).
c.. Atos 4.31 – “todos ficaram cheios do Espírito Santo”.
d.. Atos 9.17 – “para que fiques cheio do Espírito Santo”.
e.. Atos 13.52 – “Os discípulos transbordavam de alegria e do Espírito
Santo”.
A plenitude do Espírito Santo não pode ser descrita cientificamente em uma
definição, mas pode ser explicada por algumas passagens que a Bíblia nos
descreve como sendo a supremacia do Espírito Santo sobre a natureza pecaminosa
e caída dos homens. Passagens como Romanos 8. Gálatas 5; Efésios 5; Colossenses
3; são passagens que falam de características de uma vida cheia do Espírito
Santo.
Somos batizados com o Espírito Santo porque fazemos parte do corpo de Cristo.
Quem é batizado com o Espírito Santo é batizado no corpo de Cristo.
Porém devemos entender o porque da ordem de sermos cheios do Espírito Santo:
a.. O Espírito Santo é o elo entre Cristo e o Cristão – Cristo subiu aos céus e
vive nos seus discípulos através do seu Espírito Santo que em nós habita.
b.. O Espírito Santo manifesta a vida de Cristo em nós – Já não sou mais eu
quem vive mas Cristo vive em mim.
c.. O Espírito Santo controla nossa natureza pecaminosa – Se pelo Espírito
mortificardes a carne então vivereis.
d.. O Espírito Santo glorifica a Jesus em nossa vida – Ele me glorificará
porque receberá do que é meu.
e.. O Espírito Santo é nosso intercessor – Não sabemos orar como convém mas o
Espírito Santo intercede por nós.
f.. O Espírito Santo é nosso Consolador, Auxiliador – Eu rogarei ao Pai e ele
vos dará um outro consolador.
g.. O Espírito Santo nos ajuda em nossas fraquezas – O poder de Deus se
aperfeiçoa na fraqueza.
Sem dúvidas poderíamos duplicar esta lista várias vezes mas o que dissemos até
aqui é suficiente para concluirmos que sem o Espírito Santo não pode haver vida
cristã autêntica, ou vivemos na esfera do Espírito ou da carne, a carne milita
contra o Espírito e o Espírito contra a carne, quem está na carne não pode
agradar a Deus, somente podem agradar a Deus aqueles que vivem no Espírito.
O exemplo da Igreja de Corinto não pode deixar de ser citado. Era uma Igreja
que Paulo testemunhou não faltar nenhum dom (I Co 1.7), eles haviam sido
dotados pelo Espírito Santo, ricamente dotados, mas Paulo em I Co 3 os chamam
de carnais. Isso nos mostra duas coisas:
Que é possível ter um dom e não ser cheio do Espírito Santo, e ai pergunto como
fica a nossa tradição que acredita que pessoas cheias do Espírito Santo são
somente as pessoas que possuem dons e trabalham na Igreja?
Que os dons não são prova de que alguém é cheio do Espírito Santo. Ninguém
possui um certo dom porque é mais espiritual do que o outro.
Na carta de I Coríntios, Paulo não faz distinção entre batizados ou não com o
Espírito Santo mas sim entre cristãos espirituais e carnais, entre os que são
controlados pelo Espírito Santo e aqueles que são controlados pela sua natureza
humana.
O texto de Efésios nos apresenta uma ordem, um imperativo contínuo: “Enchei-vos
do Espírito”. Essa é uma ordem na qual não há outra alternativa. Porém a ação
contínua do verbo não nos dá a entender o caso de um caminhão tanque que é
cheio de água e sai para sua viagem e que depois de vazio volta para ser
novamente cheio, uma figura que pode ilustrar a idéia de Paulo é quando
colocamos um copo debaixo da torneira, logo o copo se enche e começa a
transbordar e o copo vai sendo cheio continuamente. É exatamente essa a idéia
de Paulo, o Espírito Santo enche a nossa vida, ficamos cheios do Espírito Santo
e vamos sendo enchidos cada vez mais, transbordamos e continuamos sendo
enchidos numa ação contínua. Essa é a vontade de Deus para todos os seus
filhos, essa é a vontade de Deus para todos os crentes em Cristo Jesus, que
sejam cheios do Espírito Santo. Hoje olhamos para os crentes e infelizmente
constatamos que ser cheio do Espírito Santo é exceção e não a regra, mas o
normal do cristão é ser cheio do Espírito Santo. Mas Deus continua querendo
encher seus filhos com o seu Espírito Santo, essa é boa noticia para nós.
Depois disso, depois desse tremendo desafio de ser cheio do Espírito Santo,
Paulo nos fala de algumas evidências que acompanham a vida daqueles que são
cheios do Espírito Santo. Quem é cheio do Espírito Santo vive:
1.. vs 19 – Falando entre vós.
O primeiro sinal da plenitude do Espírito Santo é a comunhão. É a
capacidade de falar uns aos outros em amor. Esse é um paralelo interessante com
Atos 2. Segundo o Pr David Alencar em Atos 2 eles falavam línguas estranhas
para poder falar uns aos outros, para falar ao coração uns dos outros, eles
possuíam línguas e culturas diferentes, porém hoje não precisamos falar línguas
estranhas para isso, porém, precisamos aprender a falar ao coração do nosso
irmão, ministrar sobre ele a palavra de Deus. A plenitude do Espírito Santo não
é tanto uma experiência mística e particular mas sim um relacionamento moral
com Deus e com as pessoas ao nosso redor (Stott).
2.. vs 19 – Adorando de todo coração.
O Espírito Santo veio para glorificar a Jesus e uma pessoa cheia do
Espírito terá uma postura de louvor e adoração. Paulo afirma que uma pessoa
cheia do Espírito louvará o Senhor de todo o coração. O louvor aqui não deve
ser entendido apenas como música mas toda e qualquer manifestação de louvor.
3.. 3-vs 20 – Agradecendo por tudo.
Stott diz que alguns crentes dão graças a Deus por algumas coisas, mas o
cheio do Espírito Santo agradece sempre. A murmuração é um pecado que está
ligado a descrença, porém o cheio do Espírito Santo sabe que não mais se
pertence e sim pertence a Cristo e sabe que todas as coisas cooperam para o bem
daqueles que amam a Deus.
4.. 4-vs21 – Sujeitando por amor de Cristo.
A submissão é tão importante que o verbo aparece trinta e duas vezes no NT.
Parece-nos que a marca registrada do cristão cheio do Espírito Santo é a
submissão a Deus e às autoridades constituídas, tudo porque um cristão cheio do
Espírito Santo não será levado por esse Espírito a se opor à autoridade
levantada pelo mesmo Espírito. Todo o cristão cheio do Espírito Santo vê a
rebelião e insubordinação da mesma forma como Deus vê. Para o Senhor Deus
rebelião é igual ao pecado de feitiçaria, rebelião é obra de Satanás, é o
inicio do caos.
Porém o principio de Paulo aqui ensinado como evidência da plenitude do
Espírito Santo não é a submissão às autoridades e sim a submissão mútua, de uns
para com os outros.
Com isso não queremos dizer que devemos nos calar quando um princípio moral ou
teológico está em jogo, Paulo deu um destacado exemplo de firmeza diante de
Pedro numa confrontação pública e direta em Antioquia. Stott afirma que devemos
tomar cuidado para que nossa firmeza aparente não seja uma exibição
desagradável de orgulho e rebeldia. O teste é se essa submissão é feita no amor
de Cristo. Nossa submissão é a Cristo e devemos ser submissos aos outros até o
ponto em que ela não implicar deslealdade a Cristo.
Essas são evidências de uma vida cheia do Espírito Santo.
Talvez a grande pergunta que você me faz é a seguinte: Como ser cheio do
Espírito Santo. Se você pensa que eu tenho uma receita para te dar eu lamento
te desapontar. Não existem receitas. O que pode existir são disposições que
facilitem o enchimento do Espírito Santo.
1.. Crer que podemos ser cheios do Espírito Santo.
Essa é a vontade de Deus para sua vida, e para a vida de todos os cristãos.
Deus quer nos encher com seu Espírito.
2.. Pedir a Deus que o encha do Espírito Santo.
Precisamos pedir pois a palavra diz que Deus dará o Espírito a todos que
lhe pedir. O quanto oramos para sermos cheios aponta o quando desejamos de fato
sermos cheios.
3.. Desejar a Plenitude para a glória de Jesus e não para a própria
exaltação.
Somos cheios ou enchidos com o Espírito Santo com um propósito e o
propósito é glorificar a Cristo. Muitos cristãos desejam ser cheios do Espírito
Santo por várias razões, mas o Espírito veio para glorificar a Cristo.
4.. Obedecer a direção do Espírito Santo.
Muitos cristãos desejam ser cheios do Espírito Santo mas não seguem suas
orientações, assim não apenas cauterizamos nossa mente como apagamos o Espírito
que também pode ser entristecido.
Eu não sei se são apenas essas disposições necessárias para o enchimento do
Espírito Santo mas também sei que diante dessas disposições o Espírito Santo
pode nos guiar a todos os caminhos necessários para que cheguemos a fonte da
água viva que é Jesus.
Deus abençoe a sua Palavra!
Amém!
AUTOR DESCONHECIDO
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