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terça-feira, 8 de maio de 2018

SERMÕES 22 - A MINHA RESPONSABILIDADE NA VIDA COLETIVA DA IGREJA


A MINHA RESPONSABILIDADE NA VIDA COLETIVA DA IGREJA

Objetivo: Levar cada membro a perceber sua responsabilidade na missão da Igreja.

14"E também será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e confiou-lhes os seus bens.
15A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um; a cada um de acordo com a sua capacidade. Em seguida partiu de viagem.
16O que havia recebido cinco talentos saiu imediatamente, aplicou-os, e ganhou mais cinco.
17Também o que tinha dois talentos ganhou mais dois.
18Mas o que tinha recebido um talento saiu, cavou um buraco no chão e escondeu o dinheiro do seu senhor.
19"Depois de muito tempo o senhor daqueles servos voltou e acertou contas com eles.
20O que tinha recebido cinco talentos trouxe os outros cinco e disse: ‘O senhor me confiou cinco talentos; veja, eu ganhei mais cinco’.
21"O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!’
22"Veio também o que tinha recebido dois talentos e disse: ‘O senhor me confiou dois talentos; veja, eu ganhei mais dois’.
23"O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor! ’
24"Por fim veio o que tinha recebido um talento e disse: ‘Eu sabia que o senhor é um homem severo, que colhe onde não plantou e junta onde não semeou.
25Por isso, tive medo, saí e escondi o seu talento no chão. Veja, aqui está o que lhe pertence’.
26"O senhor respondeu: ‘Servo mau e negligente! Você sabia que eu colho onde não plantei e junto onde não semeei?
27Então você devia ter confiado o meu dinheiro aos banqueiros, para que, quando eu voltasse, o recebesse de volta com juros.
28" ‘Tirem o talento dele e entreguem-no ao que tem dez.
29Pois a quem tem, mais será dado, e terá em grande quantidade. Mas a quem não tem, até o que tem lhe será tirado.
30E lancem fora o servo inútil, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes’ " (Mateus 25.14-30).

Introdução: No texto talento se refere a uma quantia de dinheiro, isto é, um talento equivalia a trinta e cinco ou trinta e dois quilos de prata. Um talento equivaleria algo semelhante a R$ 60.000,00 hoje. Podemos perceber que o senhor desta história era alguém muito rico.
Apesar do talento mencionado no texto se tratar de dinheiro, podemos sem dúvida, interpretar que talento pode significar além de dinheiro, dons e habilidade para usarmos e multiplicarmos em nossa vida e, principalmente, para o beneficio do Reino de Jesus. Podemos assim considerar porque o “senhor” dessa história é o próprio Jesus que nos abençoa com dons e habilidades.  
Quero destacar alguns ensinamentos a partir dessa Parábola dos Talentos:


1 – UMA MISSÃO NOS FOI DADA (v.14)
14"E também será como um homem que, ao sair de viagem, chamou seus servos e confiou-lhes os seus bens.
O proprietário de uma empresa foi viajar e confiou os seus bens nas mãos de três servos ou empregados. Estes assumiram a responsabilidade de administrar os bens de seu senhor.
Da mesma forma que o proprietário, Jesus viajou para as regiões celestiais e nos confiou seus bens. Jesus deixou para nós seus discípulos, a sua Igreja, a tarefa de administrar seus bens.
Hoje não vou focar na missão que nos foi dada, pois falamos dela no domingo passado e vimos que nossa missão é estabelecer o Reino de Deus na terra. Se você deseja saber mais sobre a missão da Igreja, visite nosso canal no YouTube – PIB Itapevi.

2 – DEUS NOS DÁ TALENTOS CONFORME A NOSSA CAPACIDADE (v. 15)
15A um deu cinco talentos, a outro dois, e a outro um; a cada um de acordo com a sua capacidade. Em seguida partiu de viagem.
O texto diz que o proprietário antes de viajar deu a cada um de seus servos uma quantidade de talentos conforme a sua capacidade. Como surge a nossa capacidade?
Nossa capacidade vai sendo construída ao longo dos anos por meio de diversas formas de aprendizado:

·        Familiar – adquirimos conceitos morais,
·        Acadêmico – adquirimos conhecimentos científicos,
·        Profissional – adquirimos conhecimento profissional de uma determinada área,
·        Religioso – adquirimos conhecimento sobre Deus e seus valores,
·        Experiências da vida – adquirimos resiliência, confiança, ou insegurança, medo, etc.

O que determina se uma experiência é positiva ou negativa não é a experiência vivida em si, mas como lidamos com ela. Dependendo de como lidamos com as experiências da vida, elas serão positivas ou negativas em nossas vidas.
Este conjunto de aprendizados ao longo da vida vai despertando em nós paixão por alguma área ou por alguma atividade específica. Somando todo nosso aprendizado e unindo a paixão que nos foi despertada, descobrimos que somos capacitados para uma determinada tarefa. Há em nós uma capacidade para realização de algo. 
Jesus nos deu talentos e dons conforme a nossa capacidade. Mas todos receberam a responsabilidade de estabelecer o Reino de Deus ao receber um talento ou mais. Um talento era algo muito valioso.

3- OS TALENTOS/HABILIDADES PODEM E DEVEM SER MULTIPLICADOS (vs.16-17)
16O que havia recebido cinco talentos saiu imediatamente, aplicou-os, e ganhou mais cinco.
17Também o que tinha dois talentos ganhou mais dois.
O texto diz que um homem recebeu 5 talentos e ganhou mais cinco; outro recebeu dois talentos e ganhou mais dois. Os dois homens conseguiram multiplicar seus talentos ou ganharam mais talentos.
No acerto de contas vemos que aquele senhor se alegra com os servos que multiplicaram o talento que receberam, sem distinção. O que recebeu menos foi honrado do mesmo jeito que o que recebeu mais. O que o senhor viu foi a fidelidade no uso daqueles talentos: 
20O que tinha recebido cinco talentos trouxe os outros cinco e disse: ‘O senhor me confiou cinco talentos; veja, eu ganhei mais cinco’.
21"O senhor respondeu: ‘Muito bem, servo bom e fiel! Você foi fiel no pouco; eu o porei sobre o muito. Venha e participe da alegria do seu senhor!’ (Mt 25.20-21)
Deus espera que nós invistamos o que Dele recebemos tanto melhorando em nossa capacidade, quanto investindo o que recebemos na melhora da capacidade de outras pessoas. Temos a responsabilidade de investirmos o que nos foi confiado. Devemos ser intencionais neste sentido, pois isto alegra o coração de Jesus. Fazemos isso quando servimos as pessoas com nossos dons e habilidades e quando usamos nossos recursos financeiros para promover o crescimento de outros.
O texto nos ensina que a fé deve ser vivida de modo coletivo. Jesus nos vê como membros de um mesmo corpo, por isso, quando nos dá dons e recursos, Ele está contando que nós iremos compartilhar com outros, e quando compartilhamos com outros multiplicamos, pois mais pessoas poderão replicar o que dividi com eles.
Portanto somos responsáveis pela ausência de cuidados médicos do outro, ausência de alimento do outro, ausência de educação do outro. Porque se mais talentos nos foi dado, maior nossa responsabilidade, mais temos para dividir. Se mais poder me foi dado, mais eu devo servir. Infelizmente, na medida, que as pessoas recebem mais poder, mais se corrompem e outros pagam por sua corrupção e ganância. Mas um dia serão descobertas.

4 – DEUS NOS DESCOBRIRÁ QUANDO FORMOS PRESTAR CONTA (v.30)
Preste atenção que eu não disse que Deus nos cobrará, mas nos descobrirá. Vivemos sob uma pressão religiosa que nos impõe um sentimento de culpa. Vivemos assim porque sempre achamos que Deus irá nos cobrar de tudo que fazemos, falamos, pensamos, como se Deus estivesse buscando em nós algo para nos recriminar.
É verdade que a Bíblia nos ensina que prestaremos conta, prestar conta não é o mesmo que ser cobrado, mas é uma atitude que devemos àquele que nos deu a vida. Em nossa prestação de contas, nossas palavras, intenções e ações serão pesadas. E nesse dia seremos descobertos por Deus e saberemos quem realmente somos.
Dois homens ouviram “servo bom e fiel”, mas um ouviu de Jesus as palavras:
30E lancem fora o servo inútil, nas trevas, onde haverá choro e ranger de dentes’ " (Mateus 25.30)
O que não usou o talento foi jogado nas trevas, isto significa que foi lançado fora da presença de Deus, mandado para o inferno, onde habita Satanás o senhor das trevas. Portanto este homem não teve salvação, não recebeu de Deus vida eterna. Sua existência foi inútil.
Você deve estar se perguntando: “Então podemos perder a salvação? Não!”. O texto não está tratando disso, mas nos mostrando que aquele que não usa os dons e habilidades que lhes foram dados por Deus para servir ao próximo e desta forma implantar o Reino de Jesus, não pertence a Ele.
Aquele que tem uma fé autônoma, isto é, individualista que não compartilha dos recursos que Deus lhe concedeu – sejam financeiros, dons ou habilidades –, não pertence ao Reino de Deus. A fé cristã é fé coletiva que nos convoca para uma vida coletiva.
A unidade que Cristo deseja e tanto orou está na coletividade. Essa unidade se faz de fato quando vivemos compartilhando tudo que nos é doado por Deus.
 Quem não se vê sendo “um” com os demais irmãos, quem não estende o braço para abraçar o que necessita (algumas vezes até recolhe o braço), que não se compadece e chora na dor vivenciada pelo irmão, que não se alegra com a bênção recebida pelo outro (às vezes até inveja e faz beiço para Deus porque a bênção dele ainda não chegou), não está integrado na vida do Espírito. Não está vivendo sob a direção do mesmo Espírito.  
Uma fé centrada em si mesma pode ser um forte indicio de que você não nasceu de novo. Você pode se dizer filho de Deus, chamar Jesus de Senhor, mas os frutos revelarão quem você de fato é e a quem serve de verdade.
A comunidade de Jesus é um movimento na contramão do individualismo e da fé autônoma. Somos chamados para suprir a carência daqueles que estão ao nosso alcance. Somos chamados para uma fé viva e não morta, uma fé que produz obras.

Conclusão: Há uma diferença entre escolher “servir” e reconhecer-se como “servo”. Quando eu escolho “servir”, eu me mantenho na direção, escolho quem eu vou servir e quando vou servir. Quando me reconheço como “servo”, entrego a Jesus a direção, vivo sob nova direção, e desisto de todos os meus direitos (Parafraseando Richard Foster).
Estou pronto a servir qualquer um em qualquer tempo. Assumo minha responsabilidade na vida coletiva da Igreja. Coloco meus dons, habilidades e finanças a serviço de todos.

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
25/04/2018

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