REMANDO CONTRA A MARÉ DA MORNIDÃO
Mornidão é o estado daquilo que nem é quente e
nem é frio. É a característica daqueles que não tem vigor, que não tem
entusiasmo. Caracteriza as pessoas que estão acomodadas ao estado em que se
encontram. Precisamos remar contra a falta de entusiasmo espiritual. Não estou
falando de pessoas que de vez em quando não querem ir à igreja. Que às vezes
não sentem desejo de orar ou de ler a Bíblia. Não é dessa mornidão que trata o
texto que iremos ler! Mas de uma mornidão que impede as pessoas de se
libertarem completamente da segurança e dos prazeres que o mundo lhes proporciona. Que
as impedem de viverem verdadeiramente confiadas e descansadas em Deus.
A Igreja de Laodicéia é a última das
Sete Igrejas do Apocalipse, situada na Ásia Menor, à qual Jesus dirige uma
carta pessoal através do apóstolo João. Para uma melhor compreensão do que Deus
deseja nos falar vamos conhecer o contexto da cidade de Laodicéia antes de
lermos o texto bíblico.
CONTEXTO DA CIDADE DE LAODICÉIA
Laodicéia era uma cidade estabelecida próxima do
rio Lico, rodeada por terras férteis e ficava no entroncamento de três estradas
que atravessavam a Ásia Menor. A cidade ficava localizada na região de Pérgamo,
atualmente corresponde a parte ocidental da Turquia, conforme vocês podem ver
nos mapas.
Os romanos dominaram essa região no ano 133 a.C.
e fizeram da cidade um grande centro judicial e administrativo. Três fatos que
se conhece a respeito dessa cidade são: 1) Ela era um centro bancário de
fabulosas reservas financeiras; 2) Suas indústrias principais eram de tecidos e
tapetes de lã; 3) Ela possuía uma faculdade de medicina, com uma escola de
oftalmologia e comercializava muitos produtos medicinais, incluindo um colírio
para os olhos.
Embora a cidade fosse estabelecida próxima ao rio
Lico, não havia água pura e fresca na cidade. Laodicéia estava situada numa
região que tinha águas termais, contudo suas águas eram mornas e salobre para
beber. Essa água morna e salobre causava ânsia de vomito nos moradores. Ela
servia somente para produção de medicamentos e banhos termais. Diante disso a
cidade recebia água da cidade de Hierápolis que ficava a nove quilômetros de
distância, e que também possuía águas termais quentes, e também recebia água de
Colosso que ficava quatorze quilômetros de distância e que possuía água fresca,
mas ambas as águas chegavam através de aquedutos (canos) e não chegavam tão
limpas e frescas a cidade.
Laodicéia quando ainda pertencia a Grécia se
chamava Dióspolis (Cidade de Zeus) e ela possuía um grande templo para Zeus
antes de ser reconstruída pelo rei da Síria, Antíoco II Theos. Ainda hoje é
possível encontrar as ruínas deste templo de Zeus na cidade. A cidade passou a
ser chamada
de Laodicéia em homenagem a Laódice, esposa de Antíoco II, rei da
Síria que reconstruiu a cidade. Laodicéia significa o “povo que julga” ou “o
povo julgado”.
A mudança de nome da cidade foi aceita facilmente
pelo povo grego porque Antíoco II revitalizou toda cidade. Os cidadãos de
Laodicéia abriram mão de “Zeus”, de sua fé em Zeus, de sua religião em troca
dos benefícios de uma vida próspera e confortável oferecida pelo rei da Síria.
Esta parece ser a grande característica do povo e da igreja de Laodicéia. Uma
igreja que transita facilmente entre a fé e a comodidade; entre a fé e a
prosperidade; entre a fé e a segurança oferecida pelos homens.
A carta à igreja de Laodicéia nada revela sobre a
presença judaica, o que poderia significar que essa igreja pregava um evangelho
que de modo algum ameaçava os judeus. Tampouco os cristãos laodicenses tinham
que enfrentar alguma perseguição por parte da população gentílica. A igreja de
Laodicéia estava contente com a calmaria em que estavam vivendo. Era uma igreja
politicamente correta, não incomodava grupo algum.
Uma vez que já vimos o contexto da cidade de
Laodicéia, gostaria de ver o contexto teológico da igreja de Laodicéia.
O CONTEXTO TEOLÓGICO DA IGREJA DE
LAODICÉIA
Ao falar do contexto teológico da
Igreja de Laodicéia eu quero falar do significado dela para os nossos dias.
Será que a igreja de Laodicéia é uma simbologia da igreja dos últimos dias? Basicamente
existem três interpretações sobre este assunto.
·
Primeira Interpretação – Defende
que as sete igrejas do Apocalipse e seus conteúdos
representam sete períodos sucessivos da História da Igreja. Essa interpretação
é conhecida como “As Sete Eras da Igreja”. Nessa interpretação cada uma das
sete igrejas do Livro do Apocalipse representa um período histórico da Igreja
de Cristo. Sendo divididas pelos teológos da seguinte forma:
▪
Éfeso
representa a igreja apostólica (30 – 100 d.C.);
▪
Esmirna
representa a igreja perseguida, a igreja dos mártires (100 – 312 d.C.);
▪
Pérgamo
representa a igreja que se uniu ao estado, Constantino (313 – 590 d.C.);
▪
Tiatira
representa a igreja da Idade Média, corrupta e idólatra (590 – 1517 d.C.);
▪
Sardes
representa a igreja da reforma - um movimento que lutava contra a morte da
igreja (1517- 1730 d.C.);
▪
Filadélfia
representa a igreja missionária (1730-1900 d.C.);
▪
Laodicéia
representa a igreja apóstata (1900 d.C. até a volta de Cristo).
·
Segunda Interpretação – Defende que as igrejas do Apocalipse e o conteúdo de suas
cartas, representam condições que se repetem muitas vezes durante a História da
Igreja, ou seja, não descrevem um período especifico da História, mas
realidades que sempre estiveram presentes na Igreja.
·
Terceira Interpretação – Compreende
que as setes cartas foram escritas literalmente para igrejas existentes no
tempo de João e que não fazem relação alguma com as igrejas posteriores a elas.
Particularmente, creio que todas as
posições possuem verdades. Acredito que as sete igrejas do Apocalipse
representam sete períodos da era da igreja; contudo acredito que em toda a
história da igreja as sete igrejas sempre estiveram presentes na história. O
que determinou a identificação das divisões da história da igreja com as sete
igrejas do Apocalipse foram o predomínio na vida da igreja de algumas
características identificadas em cada uma das sete igrejas. Também acredito que
as sete cartas foram direcionadas primeiramente para sete igrejas literais,
isto é, igrejas reais no tempo
de João, mas que proféticamente
simbolizam períodos da história da igreja.
Ainda que você não creia como eu.
Ainda que para você estas cartas foram tão somente escritas para as igrejas
reais no tempo de João, sem dúvida a igreja de Laodicéia apresenta muitas
semelhanças com nossas igrejas atuais. Por isso eu quero convidar você para
junto comigo ler a carta de Jesus para a igreja de Laodicéia e buscarmos
através dela lições para nós remarmos contra a maré da mornidão (Apocalipse
3.14-22).
14 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreva: Estas são as
palavras do Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de
Deus. 15 Conheço as suas obras, sei que você não é
frio nem quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! 16 Assim, porque você é morno, nem frio nem
quente, estou a ponto de vomitá-lo da minha boca. 17 Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de
nada. Não reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e
que está nu. 18 Dou-lhe este aconselho: Compre de mim
ouro refinado no fogo e você se tornará rico; compre roupas brancas e vista-se
para cobrir a sua vergonhosa nudez; e compre colírio para ungir os seus olhos e
poder enxergar. 19 Repreendo e disciplino aqueles que eu
amo. Por isso, seja diligente e arrependa-se. 20 Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha
voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo. 21 Ao vencedor darei o direito de sentar-se
comigo em meu trono, assim como eu também venci e sentei-me com meu Pai em seu
trono. 22 Aquele que tem ouvidos ouça o que o
Espírito diz às igrejas. (Apocalipse 3.14-22)
Vamos analisar detalhadamente cada um desses
versículos. Iniciamos destacando que está é uma carta para o anjo da igreja.
1 – UMA CARTA PARA O ANJO DA
IGREJA
14 Ao anjo da igreja em Laodicéia escreva: Estas são as
palavras do Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o soberano da criação de
Deus. (Apocalipse 3.14)
A carta da igreja é dirigida ao anjo da igreja em
Laodicéia. Muitos consideram que o termo “anjo da igreja” é uma forma figurada
para se dirigir ao pastor da igreja, ao líder da igreja. Desta forma
acredita-se que a carta é direcionada àquele que é responsável pelo rebanho de
Cristo na cidade de Laodicéia. Segundo os historiadores o provável fundador
desta igreja foi Epafras.
Quando se diz a igreja em Laodicéia, em Corinto,
em Éfeso, não se trata de uma igreja com endereço, com CEP, pois essas igrejas
não tinham um lugar fixo de encontro como nós temos hoje. Trata-se de todos
aqueles que professavam a fé em Cristo nestas cidades e que se reuniam de casa
em casa, muitas vezes escondidos em cavernas ou em locais ermos. Não existiam
ainda templos e organizações como temos em nossos dias. Entretanto nos parece
que eles conseguiam se organizar e se ajudarem mesmo não tendo templos como os
nossos.
Nos últimos dias devido ao coronavírus nós temos
vivenciado a fé cristã sem templos. Hoje temos o recurso da internet que no
passado nossos irmãos não tinham e que nos facilita em nossa comunicação. Penso
que estamos iniciando uma nova era para a vida da igreja. Logo voltaremos a nos
reunirmos em nossos templos, mas acredito que estamos entrando em uma nova
ordem mundial e que tudo que estamos vivendo hoje é uma preparação para um
maior controle do estado sobre nós e sobre nossos encontros nos templos. Talvez
num futuro breve tenhamos que reaprender a nos reunirmos fora dos templos.
Uma vez que Jesus dirige sua carta “ao anjo da
igreja” ele se apresenta da seguinte forma:
Estas são as palavras do Amém – Jesus se
apresenta para o “anjo da igreja” como o “Amém”. Esta palavra vem de origem
hebraica e traz a ideia de finalização, assim como também daquilo que é
verdadeiro. Jesus está reivindicando para si a palavra final e a autoridade
absoluta sobre tudo. Depois Jesus diz ser...
A testemunha fiel e verdadeira – Ele está afirmando ser a testemunha fiel
e verdadeira do Pai. Ele traz o verdadeiro
testemunho de Deus. Jesus tornou o Pai conhecido de todos. E por fim termina
sua apresentação afirmando ser...
O soberano da criação de Deus – Com isso ele está dizendo ser o criador
de todas as coisas. Como afirma João em seu evangelho, “todas as coisas foram
feitas por intermédio dele; sem ele nada do que existe teria sido feito” (João 1.3).
Após sua
apresentação, no verso seguinte, Jesus passa a falar a respeito da situação
espiritual da igreja de Laodicéia. Jesus afirma conhecer sua mornidão.
2 – CONHEÇO SUA MORNIDÃO
15 Conheço as suas obras, sei que você não é frio nem
quente. Melhor seria que você fosse frio ou quente! (Apocalipse 3.15)
Jesus usa uma metáfora para descrever um problema
espiritual. Ele usa da água morna para que os cristãos de Laodicéia pudessem
entender claramente o que ele sentia com relação a eles, uma vez, que eles
mesmos viviam a experiência de beberem água morna todos os dias.
Jesus sabia que tipo de vida levava os membros
dessa igreja. Esta era uma igreja nem fria, nem quente, isto é, não era cheia
de vida, mas também não era morta. Como disse anteriormente, Jesus não está
tratando de uma mornidão no sentido de que algumas vezes eles não sentiam
vontade de ir ao culto, ou de orarem. Não é desse tipo de mornidão. Jesus se
refere a algo pior, eles iam aos cultos, eles oravam, eles se ajudavam uns aos
outros, eles chamavam Jesus de Senhor, pareciam crentes fervorosos, mas não
davam lugar para Jesus em seus corações. Jesus estava do lado de fora na vida
da igreja de Laodicéia.
Viviam no ambiente da igreja, falavam entre si
como crentes, vestiam-se como crentes, mas não eram cristãos de fato. E por
serem crentes de aparência, mornos segundo a palavra de Jesus, que não
produziam frutos para a eternidade, cristãos apáticos à realidade em que
estavam vivendo, são duramente repreendidos por Jesus.
3 – JESUS SENTE ÂNSIA DE VOMITO
POR CAUSA DE SUA MORNIDÃO
16 Assim, porque você é morno, nem frio nem quente, estou a
ponto de vomitá-lo da minha boca. (Apocalipse 3.16)
As águas quentes de Hierápolis ajudavam pessoas
no tratamento de alguns problemas de saúde. As águas frias de Colossos eram
boas para refrescarem aqueles que tinham sede. Mas as águas mornas de Laodicéia
basicamente não serviam para nada. Só causavam ânsia de vómito naqueles que a
bebiam! Era isso que Jesus sentia com relação a essa igreja. Ela não servia
para nada, embora parecesse que faziam muitas coisas.
Que palavra dura, talvez a mais dura já recebida
por uma igreja. Falar de vomito é algo repulsivo, entretanto Jesus usa essa
expressão porque quer chamar a atenção da igreja de Laodicéia. Essa palavra é
para eles, contudo é para nos chocar também.
Até quando você vai ficar em cima do muro vivendo
uma vida politicamente correta? Até quando você vai ficar se escondendo de sua
responsabilidade para com Deus em nome do respeito ao outro? Até quando você
vai se calar diante as injustiças e imoralidades deste mundo? Até quando você
vai ignorar as necessidades e direitos de seu irmão? Até quando você vai viver
para si mesmo buscando o que tão somente lhe satisfaz?
Quando você deixará Jesus viver através de sua
vida? Quando você deixará Jesus comandar de verdade sua vida? Quando você
permitirá Jesus dirigir sua igreja, seus negócios e sua família? Jesus está te
perguntando: Quando você se tornará de fato minha igreja?
Estou a ponto de vomitá-lo da minha
boca
– Gosto dessa palavra. Ela me traz conforto, sabe
por quê? Porque Jesus ainda não nos vomitou. Ele está nos dando uma
oportunidade, há uma esperança para mim e para você. Há uma esperança para nós
igreja brasileira nestas palavras. Jesus ainda nos dá uma chance.
Portanto precisamos entender qual a acusação que
está sobre nós para que possamos mudar nosso proceder. Jesus aponta o pecado de
Laodicéia e creio que seja o nosso pecado de hoje também. Este pecado é a razão
pela qual ele estava a ponto de vomitar aquela igreja. E é contra essa maré que
causou a mornidão daquela igreja e que tem causado a mornidão de nossas igrejas
que temos que remar contra. Vejamos então o pecado que causou e que causa a
mornidão de nossos dias.
4 – A CAUSA DA MORNIDÃO
17a Você diz: Estou rico, adquiri riquezas e não preciso de
nada. (Apocalipse 3.17a)
A terrível condenação se devia a autossatisfação
que essa igreja possuía - Estou
rico, adquiri riquezas e não preciso de nada. Esta autossatisfação a levou a se enfraquecer em sua comunhão com
Jesus. Uma igreja que não precisa de recursos provindos diretamente de Jesus,
não necessita de Jesus. Ela é independente de Jesus, embora pense servi-lo.
Creio que este seja o grande pecado de nossos dias.
Nossas igrejas estão satisfeitas com tudo que
adquiriram e com os recursos que hoje possuem através dos grandes coaching e
gurus evangélicos. Elas não percebem, mas inconscientemente estão dizendo para
si mesmas: “Para que precisamos de Jesus se basta lermos um bom livro sobre
liderança ou sobre como estimular nossos voluntários? Para que precisamos orar
a Jesus se temos grandes estratégias para alcançarmos o coração de nossos
membros e movê-los para aquilo que desejamos realizar? Para que dependermos da
ação do Espírito Santo se temos um eficiente ministério de marketing?”.
Muitas igrejas estão crescendo hoje em dia e
tendo sucesso entre os homens, assim como a igreja de Laodicéia, contudo Jesus
está do lado de fora dessas igrejas. Elas confiam em suas riquezas humanas e
materiais já adquiridos. Oração já não é uma prática fervorosa de seus líderes.
Muitos deles já nem participam das reuniões de oração de suas igrejas. Alguns
deles oram, mas oram como quem lê uma lista de pedidos de mercado. Seus
corações estão de fato confiados nas estratégias e experiências de outros
homens.
O mais triste da igreja de Laodicéia é que ela
era totalmente cega, incapaz de reconhecer suas próprias falhas e de perceber
sua vergonha espiritual. Não conseguia se ver realmente como era, assim como
muitas de nossas igrejas de hoje. Jesus diz para o pastor desta igreja: 17b Não
reconhece, porém, que é miserável, digno de compaixão, pobre, cego e que está
nu. (Apocalipse 3.17b)
Quando Jesus
se dirige ao líder da igreja, ele está se dirigindo também a toda igreja, a
todos seus membros, pois estes são reflexos de seu líder, e estes se sentem
seguros com aquilo que seus líderes lhes apresentam e se acomodam debaixo dessa
liderança, muitas vezes servindo-os cegamente. Assim como seus líderes não
conseguem ver que estão espiritualmente nus, os membros da igreja também não
conseguem ver sua miserabilidade. Acham que estão arrebentando a boca do balão
quando na verdade são dignos de compaixão.
O grande pecado desta igreja era sua
autossuficiência. A apostasia característica identificada por muitos teólogos ao
estudar esta igreja era fruto desta autossuficiência. Na autossuficiência
existe uma apostasia velada, uma transferência inconsciente da fé. A fé em
Jesus Cristo e dependência total Dele são transferidas para a fé nos recursos
adquiridos sejam eles humanos ou materiais, ainda que você continue orando em
nome de Jesus. É mais ou menos como orar para que Jesus te cure, mas de fato
você está confiando no seu plano de saúde e na palavra de seu médico e não em
Jesus. Não é errado usar o plano de saúde e ouvir o que seu médico tem a dizer,
pois Jesus os usa como instrumento para abençoá-lo, mas se torna errado quando
sua fé está na verdade depositada nestes recursos. Assim são os diversos
recursos oferecidos pelos coaching e gurus evangélicos. Você pode usá-los!
Jesus pode usá-los para abençoar sua igreja! Mas se tornam ídolos quando você
realmente confia plenamente nestes recursos, de tal forma que falar de seus
planos com Jesus é apenas um ato religioso de sua parte. Talvez uma forma de
tranquilizar sua consciência. No verso dezoito Jesus mostra o caminho para a
salvação.
5 – JESUS MOSTRA O CAMINHO PARA A
SALVAÇÃO
18 Dou-lhe este aconselho: Compre de mim ouro refinado no
fogo e você se tornará rico; compre roupas brancas e vista-se para cobrir a sua
vergonhosa nudez; e compre colírio para ungir os seus olhos e poder enxergar. (Apocalipse 3.18)
Jesus aponta o caminho para a salvação da igreja
de Laodicéia. Era necessário que o “anjo da igreja”, assim também toda a igreja
deixasse sua autossuficiência de lado. Era hora de olhar para Jesus, de comprar
Dele ouro refinado pelo fogo (ouro se refere a fé. A fé deles precisava ser
provada para que se tornasse pura), vestes brancas (eles precisavam se vestir
da justiça de Cristo para que seus pecados não ficassem expostos), de colocar
colírio nos olhos para enxergar o caminho (estavam cegos em sua
autossuficiência e precisavam da ação do Espírito Santo em suas vidas para ver
com os olhos de Deus). Jesus estava dizendo para aquela igreja: “Eu sou o
caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim”.
Jesus é o único caminho para o céu. Não confie em
suas obras, não confie em seus esforços, não confie nos recursos que você
possui, não confie na tecnologia, não confie na sabedoria e experiências de
homens, não confie em mim que estou lhe falando agora. É preciso confiar
plenamente em Jesus e se tornar inteiramente dependente Dele e de seus
recursos. Se lance nos braços de Jesus.
Saiba que ele pode usar homens para falar com
você e dirigir sua vida, mas quando você se torna dependente da fala de homens
para ouvir Deus, para ter direção em qual caminho andar, você está trilhando um
caminho perigoso, o caminho da autossuficiência. Um caminho sem dúvida mais
fácil e rápido para alcançar respostas, mas este é o caminho da transferência
da fé total em Jesus Cristo para a fé nos recursos humanos e materiais. Aqueles
que trilham este caminho tendem a colocar Jesus para fora de suas vidas,
contudo continuam acreditando que ainda estão andando com ele.
Não se vive uma espiritualidade sadia quando
Jesus não é a única fonte de nossa segurança, quando Jesus não é nossa única
voz para as decisões de nossas vidas. Não se vive uma espiritualidade sadia
quando Jesus não é o alvo único de nossa fé, não é o único Senhor de nossa
adoração. Não se vive uma espiritualidade sadia quando nossos corações estão
divididos entre viver dependente inteiramente de Deus, reconhecendo-O como
sustentador de toda vida e vivermos confiantes nos recursos oferecidos a nós
pelo mundo, ainda que você diga que foi Jesus que te deu estes recursos.
A questão é onde você está colocando sua fé? Em
Jesus ou nos recursos que você diz que Jesus te deu? A fé nos recursos não é a
mesma coisa que a fé em Jesus.
Jesus diz compre de mim os recursos que você
precisa. É preciso buscá-lo primeiramente e deixar que Ele nos dê ou nos
direcione aos recursos que necessitamos e não buscarmos os recursos e depois
encaixarmos Jesus neles. A ordem de nossas ações demonstra onde está depositada
nossa fé.
CONCLUSÃO
Quero concluir com as palavras finais da carta
direcionada a Laodicéia.
19 Repreendo e disciplino aqueles que eu amo. Por isso,
seja diligente e arrependa-se. 20 Eis que estou à porta e bato. Se alguém ouvir a minha
voz e abrir a porta, entrarei e cearei com ele, e ele comigo. 21 Ao vencedor darei o direito de sentar-se
comigo em meu trono, assim como eu também venci e sentei-me com meu Pai em seu
trono. 22 Aquele que tem ouvidos ouça o que o
Espírito diz às igrejas. (Apocalipse 3.19-22)
Vimos que a igreja de Laodicéia era rica, seus
membros possuíam muitos recursos materiais, portanto a igreja se achava
abastecida, se julgava abençoada por causa de sua prosperidade. Ela possuía um
belo telão, tinha um ministério de louvor onde todos seus membros recebiam para
tocar, eram verdadeiros profissionais na adoração. Tinha muito para doar em
bens materiais. Tinha uma estrutura invejável a qualquer mega igreja de nossos
dias. Contudo ela confiava em suas obras e em seus recursos. Pensava que possuía
a misericórdia de Deus através deles. Diante disso ela foi transferindo aos
poucos sua fé em Jesus para fé nos recursos que possuía ou que podia adquirir.
Entretanto Jesus mostra a realidade da igreja:
infeliz, miserável, pobre, cega e nua.
Quantos de nós nos achamos autossuficientes.
Quantos de nós oramos apenas por dever religioso, pois no fundo confiamos em
nossas decisões e nos recursos que possuímos. Confiamos na tecnologia e no que
ela nos oferece. Confiamos no que os livros nos ensinam.
Nestes versos finais Jesus mostra o seu amor
novamente a sua igreja. Embora Ele estava a ponto de vomitá-la, Ele oferece a
ela uma nova oportunidade. Se a igreja se arrependesse de sua autossuficiência
e abrisse a porta para Jesus entrar, Ele sentaria a mesa com ela e juntos
comeriam.
Que maravilha sabermos que nós temos uma nova
chance, não é o fim para mim, não é o fim para você. Se você se perdeu na
caminhada da vida, Jesus te chama novamente. Arrependa-se, abra a porta do seu
coração, deixe-O entrar na sua vida e governá-la. Jesus quer se tornar Senhor
sobre você novamente e sentar a mesa com você. Ele quer cear com você. Você
quer cear com ele? Se você está ouvindo sua voz neste momento, abra seu
coração. Chame Jesus e apenas diga: “Jesus eis me aqui, toma o controle de
minha vida novamente. Aqui estou, livre de toda autossuficiência para te
servir”.
Você que se arrependeu, que se entregou novamente
a Jesus, ou você que se entregou pela primeira vez a Jesus, saiba que Ele te
premiará. Você é um vencedor. Continue firme em sua fé na pessoa de Jesus.
Guarde a fé até o dia em que ele voltar quando então ele te conduzirá para
sentar-se com ele no seu trono.
Oremos...
Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
26/04/2020
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