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sábado, 19 de setembro de 2020

SERMÕES 147 - SER INFRUTÍFERO

 

TRABALHANDO COM DEUS NÃO PEGA BEM...

SER INFRUTÍFERO

 

O tema de nossa mensagem é “Trabalhando Com Deus Não Pega Bem Ser Infrutífero”. Acredito que todo ser humano produz frutos, uns poucos outros muitos, mas todos produzem frutos. A questão é que tipo de fruto você está produzindo? No Evangelho de Mateus 7.20 está escrito: pelos seus frutos os conhecereis.

Quando uma árvore não produz bons frutos ela é considerada infrutífera, apesar de produzir frutos ruins. Estamos chamando de infrutífero um cristão que produz frutos ruins, pois se espera dele que produza frutos bons e não ruins.

Ao longo dos últimos anos temos assistido diversos homens públicos, que se dizem cristãos como Anthony Garotinho, Eduardo Cunha e mais recentemente Pr. Everaldo, Pra. Flordelis, Bispo Marcelo Crivella, Padre Robson de Oliveira e muitos outros, envolvidos em escândalos de desvio de verba pública, pornografia, pedofilia, homicídio e outros crimes.

Possivelmente muitos pastores e igrejas se beneficiaram e estão se beneficiando ainda hoje dos crimes destes homens e de outros que se escondem atrás de uma Bíblia para venderem uma imagem de pessoas corretas, de caráter, de pessoas do bem.

Estas igrejas e estes pastores que estão se beneficiando dos crimes destes homens estão trazendo para dentro de suas igrejas dinheiro sujo, cheio de sangue, fazendo com que suas orações e seus louvores subam a Deus como insulto, pois vem junto com o clamor daqueles que choram a morte de seus entes queridos porque não conseguiram ser atendidos no pronto socorro; vem junto com as lágrimas dos pais que clamam pela falta da merenda escolar de seus filhos para alimentá-los, pois esta era a única refeição que podiam oferecer a eles.

Estes homens ditos cristãos assumiram cargos públicos com o fim de servirem a sociedade brasileira, entretanto usaram destes cargos para interesses privados, pessoais. Ao fazerem isso se tornaram enganadores, pois não cumpriram o fim para o qual foram eleitos, servirem ao bem comum de todos os cidadãos, seja na esfera municipal, estadual ou federal.

Diante disso eles dão margem para se levantar a pergunta: “São eles de fato cristãos?” De um cristão se espera honestidade, integridade, caráter, lealdade, compaixão; frutos que correspondam aos valores do Reino de Deus. Não se espera de pessoas que se dizem cristãs ações corruptas, mentira, desonestidade, vaidade, prostituição, imoralidade e outros frutos que correspondem aos valores do reino das trevas.

Trabalhando com Deus não pega bem ser infrutífero, não produzir frutos da luz. Como filhos de Deus, nós cristãos devemos praticar as mesmas obras do nosso Pai Celestial.

Todo cristão esta sujeito a pecar, a errar em qualquer momento de sua vida. Mas nenhum cristão pode permanecer vivendo no pecado. Quando este cristão se dá conta de que pecou, que errou, ele procura pedir perdão e sendo possível restituir aos que prejudicou.

Não estou aqui julgando o destino eterno destes homens citados, mas julgando suas obras, pois a Bíblia diz pelos seus frutos serão conhecidos. Como profetas de Deus não podemos nos silenciar diante as injustiças e pecados cometidos contra toda sociedade brasileira, pois cada ser humano de nosso imenso Brasil é alvo do amor de Deus.

Quando Jesus nos diz “pelos seus frutos os conhecereis”, ele está nos dizendo que precisamos ter um censo crítico. Este censo crítico, de avaliação serve primeiramente para que possamos discernir quem são as pessoas que ouvimos, que influenciam nossas vidas, o nosso saber e a nossa espiritualidade. Em segundo lugar ele serve para apontar caminhos de salvação a fim de que possamos dar frutos melhores.

Essa questão dos frutos é muito importante, por isso Jesus enfatizou essa verdade “pelos seus frutos os conhecereis”. Vamos ler Mateus 7.15-20 e refletirmos neste ensino de Jesus a respeito dos frutos.

15 Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. 16 Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? 17 Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. 18 Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. 19 Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. 20 Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. (Mateus 7.15-20)

Se você prestou atenção no texto percebeu que por duas vezes, nos versos 16 e 20 Jesus diz “pelos seus frutos os conhecereis”. A palavra “fruto(s)” aparece sete vezes neste texto que lemos. Mas a que frutos Jesus se refere? Para respondermos esta pergunta precisamos olhar para o Evangelho de Mateus e compreendermos o significado da palavra fruto ou frutos dentro da visão deste Evangelho. Vejamos então o significado da palavra fruto(s) no Evangelho de Mateus.

 

1 – O SIGNIFICADO DA PALAVRA FRUTO(S)

A palavra fruto(s) aparece no Evangelho de Mateus através de dois personagens João Batista e Jesus. Veremos primeiro o significado da palavra fruto para João Batista.

 

1.1 – Fruto Para João Batista

A primeira vez que esta palavra aparece no Evangelho de Mateus é no capítulo 3.8-10. Este texto é uma fala de João Batista direcionada aos fariseus e saduceus que tinham ido até o local onde ele estava batizando. João Batista após chamá-los de raça de víboras, diz as seguintes palavras a eles:

8 Dêem fruto que mostre o arrependimento! 9 Não pensem que vocês podem dizer a si mesmos: ‘Abraão é nosso pai’. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão. 10 O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo. (Mateus 3.8-10)

A palavra fruto está associada a palavra arrependimento. João Batista diz que o fruto esperado por Deus é um fruto gerado como consequência do arrependimento. A palavra arrependimento, do grego metanoia, significa mudança de mente, mudança de atitude, de cosmovisão a respeito da vida e de Deus. Uma pessoa que experimentou o arrependimento produz bons frutos. Essa é a expectativa de João Batista, por isso ele diz “dêem fruto que mostre o arrependimento” em outras palavras que mostre a mudança de mente de vocês.

João Batista estava dizendo para os fariseus e saduceus que eles precisavam mudar de mente, de atitude, de postura diante a relação deles com Deus e consequentemente com o povo a quem deviam servir. Eles acreditavam ter uma relação segura com Deus baseada na herança genética que possuíam. Pensavam que por serem descentes sanguíneos de Abraão eram filhos de Deus. Entretanto João Batista se opõe a este pensamento e os avisa que o machado já está posto à raiz das árvores, isto é, o julgamento esperado já estava muito próximo – muito provavelmente João Batista está se referindo ao ministério de Jesus, que está se iniciando e trazendo juízo a Israel. Segundo João Batista o que definiria quem seria lançado ao fogo era o fruto produzido por essa pessoa e não sua herança genética. O fruto autentica o arrependimento, assim como as obras autentica a fé. Portanto eles precisavam dar fruto que mostrasse o arrependimento, uma nova atitude, uma nova mentalidade, resultado de um coração transformado pelo poder de Deus.

João Batista está falando de fruto gerado pelo reconhecimento de quem são: “pecadores” necessitados da graça de Deus. Ao mesmo tempo um reconhecimento de quem Deus é: “santo, santo, santo” e “misericordioso”.

Podemos concluir que João Batista fala de fruto como uma mudança de mente e atitude que se inicia a partir de uma compreensão nova na relação pessoal com Deus. Vejamos o significado de fruto(s) para Jesus.

 

1.2 – Frutos Para Jesus

33 "Considerem: uma árvore boa dá bom fruto; uma árvore ruim, dá fruto ruim, pois uma árvore é conhecida por seu fruto. (Mateus 12.33)

Jesus havia libertado um homem que se encontrava endemoninhado, e também o curou, pois este era cego e mudo, e, passou a ver e falar. Os fariseus o acusaram de fazer aquela cura pelo poder de Belzebu. Jesus então afirmou para eles que uma árvore boa dá bom fruto, uma árvore ruim, dá fruto ruim, assim eles conheciam uma árvore por seu fruto.

Jesus estava dizendo a eles que se uma árvore é definida pelo seu fruto, eles deviam defini-lo pelo fruto que ele apresentava. Se ele curava pessoas e libertava os endemoninhados, então ele dava bons frutos, consequentemente Jesus era bom e enviado por Deus. A origem de seu poder era boa.

Portanto podemos concluir que Jesus nos ensina aqui que o fruto que produzimos define quem somos. Neste contexto o fruto é a obra que realizamos, são as nossas ações e escolhas que fazemos todos os dias. Elas dizem quem somos de verdade.

Há uma outra passagem no Evangelho de Mateus que Jesus lida novamente com essa questão do fruto, Mateus 21.19.

19 Vendo uma figueira à beira do caminho, aproximou-se dela, mas nada encontrou, a não ser folhas. Então lhe disse: "Nunca mais dê frutos!" Imediatamente a árvore secou. (Mateus 21.19)

Quando você se aproxima de uma figueira, você espera encontrar figos. Uma figueira só tem sentido de existir se produzir figos, ela não existe para produzir folhas. As folhas existem nela para que ela produza figos. Não encontrando figos Jesus ordenou que aquela árvore deixasse de existir. Ele faz isso para mostrar seu direito como Criador de exigir da criatura o que lhe foi designado a fazer.

A figueira, assim como a videira, eram figuras usadas para representar a nação de Israel. Essa passagem é uma confirmação das palavras de João Batista, o machado foi posto a raiz da árvore. O julgamento de Israel chegou. Israel foi cortada como a nação que tinha a missão de tornar Deus conhecido e adorado por todas as nações. Essa missão foi transferida para a Igreja de Cristo.

A grande lição aqui é que uma árvore existe para um fim, mas se ela não produzir o fruto esperado, ela não tem sentido de existir, por isso será cortada. Isso significa dizer que existimos para Deus e para glorificá-lo. Um dia Deus virá ao nosso encontro. Ele virá ao seu encontro e irá procurar frutos e será bom que você tenha frutos para lhe oferecer. Se não encontrar frutos em você que o glorifique e justifique sua existência, você será cortado de sua presença eternamente.

A realidade de que Israel perderia o privilégio de ser o povo de propriedade exclusiva de Deus para anunciar as maravilhas de Deus aos outros povos é apresentada por Jesus através de uma parábola, chamada de parábola dos lavradores maus, conforme podemos ler em Mateus 21.33-43.

33 "Ouçam outra parábola: Havia um proprietário de terras (Deus Pai – proprietário de todo universo) que plantou uma vinha. Colocou uma cerca ao redor dela, cavou um tanque para prensar as uvas e construiu uma torre. Depois arrendou a vinha a alguns lavradores (o povo de Israel) e foi fazer uma viagem. 34 Aproximando-se a época da colheita, enviou seus servos (profetas) aos lavradores, para receber os frutos que lhe pertenciam. 35 "Os lavradores agarraram seus servos; a um espancaram, a outro mataram e apedrejaram o terceiro. 36 Então enviou-lhes outros servos em maior número (mais profetas), e os lavradores os trataram da mesma forma. 37 Por último, enviou-lhes seu filho (Jesus), dizendo: ‘A meu filho respeitarão’. 38 "Mas quando os lavradores viram o filho, disseram uns aos outros: ‘Este é o herdeiro. Venham, vamos matá-lo e tomar a sua herança’. 39 Assim eles o agarraram, lançaram-no para fora da vinha e o mataram (assim se deu com Jesus na cruz). 40 (Jesus pergunta) "Portanto, quando vier o dono da vinha, o que fará àqueles lavradores?" 41 Responderam eles: "Matará de modo horrível esses perversos e arrendará a vinha a outros lavradores, que lhe dêem a sua parte no tempo da colheita". 42 Jesus lhes disse: "Vocês nunca leram nas Escrituras? ‘A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se a pedra angular; isso vem do Senhor, e é algo maravilhoso para nós’. 43 Portanto eu lhes digo que o Reino de Deus será tirado de vocês e será dado a um povo que dê os frutos do Reino. (Mateus 21.33-43)

A parábola termina declarando que o Reino de Deus seria tirado do domínio de Israel e entregue a outro povo, que é a Igreja de Jesus Cristo. Isso não significa que o povo de Israel não possa pertencer ao Reino de Deus. Os judeus podem fazer parte pelo mesmo caminho que nós podemos fazer parte.

O Reino de Deus deixou de pertencer exclusivamente a uma nação, a uma etnia para pertencer a todos os povos, a todas as etnias, passou a pertencer a um novo povo formado por todos os povos. Todos que como nós confessam Jesus Cristo como Senhor e Salvador são inseridos neste povo, chamado Igreja povo de Deus. Jesus é o caminho, o único caminho, para entrar no Reino de Deus.

A parábola termina mostrando a expectativa de Deus em nós o seu povo, a expectativa que demos os frutos de Seu Reino – está escrito (v.43): “será dado a um povo que dê os frutos do Reino”. Ela também nos mostra que recebemos o Reino de Deus pela graça, não por nosso mérito – o Reino nos foi dado (v.43).

A salvação nos foi dada por meio do sacrifício de Jesus Cristo na cruz e pela fé nos apropriamos dela. Mas Deus espera encontrar frutos em nós, isso porque embora sejamos salvos pela fé, não por nossas obras, o verdadeiro nascido de Deus produz fruto de arrependimento, de uma nova consciência, de uma nova percepção da vida e de Deus. Essa mudança de mente faz com que este nascido de novo, se reconheça como filho de Deus e passe a viver de forma a glorificar seu Pai Celestial. Como? Vivendo inteiramente rendido a Jesus Cristo, produzindo pelo poder do Espírito Santo obras para glorificar o Pai, não para salvar a si mesmo, pois ele já sabe que é filho de Deus e que está eternamente ligado ao Pai e que nada mais poderá separá-lo do amor de Deus e de seu Filho Jesus Cristo, mas para que o Pai por ele seja honrado.

 

REFLEXÃO FINAL

Podemos concluir afirmando que precisamos dar bons frutos, pois se somos de fato filhos de Deus, se estamos enxertados na videira verdadeira nossa vida precisa ser frutífera, carregada de bons frutos. Mas talvez você ainda esteja se perguntando o que são bons frutos? Vamos tentar esclarecer um pouco mais isso olhando para o texto de Mateus 7.20-23

20 Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. 21 Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! Entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. 22 Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? 23 E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade. (Mateus 7.20-23)

Eu quero pontuar algumas coisas a partir destes versos e tentarei ser breve.

1.    Seremos conhecidos pelos nossos frutos (v.20). Tanto os homens como Deus nos medirão a partir de nossos frutos. Quais são seus frutos? Eles são frutos da vontade do Pai ou frutos da iniquidade?

2.    Ninguém entrará no Reino de Deus só porque chama Jesus de Senhor (v.21). Aqueles homens que vimos no início de nossa mensagem, assim como muitos outros, chamam Jesus de senhor, pregam a Palavra de Deus e oram agradecendo suas riquezas alcançadas de forma ilícita. Mas Jesus diz que não os conhece, pois ele só conhece os que fazem a vontade de Seu Pai, que ouvem a sua voz. Discípulos de Jesus não são caracterizados por se dizerem ser discípulos ou por proclamarem seu nome, mas por obedecerem a vontade de Seu Pai, assim como Ele obedeceu.

3.    Os frutos desejados por Deus é que sua vontade seja feita (v.21). Você precisa chamar Jesus de Senhor e viver seus ensinos. Não roubar, não mentir, não colar, não prostituir, não matar, não roubar sinal de TVs e wi-fi, e por outro lado, pregar o evangelho, ajudar o necessitado, não dar mal testemunho, honrar aos seus pais, amar sua mulher e honrá-la, amar seu marido e honrá-lo, ser um excelente profissional, ser competente no que faz, honrar o salário que recebe, ser honesto, íntegro, ter caráter, amar seus amigos e também os inimigos, em fim viver os princípios e valores do Reino de Deus na vida pública e privada.

4.    Frutos da iniquidade podem ter aparência de obras santas (vs.22,23). Profetizar, expulsar demônios e realizar maravilhas pode estar associado a obras de iniquidade. Isto acontece quando a motivação daqueles que as praticam é ruim. O interesse não é a libertação do individuo e muito menos a glorificação de Deus, mas o que podem adquirir com a manipulação destas obras sobrenaturais. Existe uma manipulação do transcendental por parte de muitos homens a favor de seus interesses pessoais. Estas pessoas trabalham com algo santo, mas não tem caráter. E você que investe nestes ministérios, que alimenta esses líderes religiosos é participante dos pecados deles. Mas eu gostaria que você avaliasse sua vida espiritual para ver quais são as motivações que te fazem buscar a Deus e se elas são legitimas aos olhos de Deus ou estão associadas a obras de iniquidade.

 

Como disse no início todo ser humano produz fruto. Ou produz fruto bom ou ruim. Qual fruto você está produzindo? Se você não estiver produzindo fruto bom, fruto de arrependimento, fruto da vontade de Deus, você é uma árvore infrutífera e precisa mudar essa realidade urgentemente. Faça isso colocando Jesus no centro de sua vida e deixando que Ele reine sobre seus sonhos, seus negócios, sua carreira profissional, sua família, seu coração, sobre tudo. Entrega tudo a Ele e Ele te tornará uma árvore frutífera. Deus te abençoe.

 

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

20/09/2020 (manhã)

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