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sexta-feira, 30 de abril de 2021

SERMÕES 177 - UMA FAMÍLIA EXTRAORDINÁRIA (1 parte)

 UMA FAMÍLIA EXTRAORDINÁRIA

Série: Casos de Família (1 parte)

 

Neste mês de Maio estamos iniciando uma nova série “Casos de Família”. O tema de nossa mensagem de hoje é “Uma Família Extraordinária”. Quero convidá-los a lerem comigo o texto de João 12.1-3.

1 Seis dias antes da Páscoa Jesus chegou a Betânia, onde vivia Lázaro, a quem ressuscitara dos mortos. 2 Ali (na casa de Simão, o leproso) prepararam um jantar para Jesus. Marta servia, enquanto Lázaro estava à mesa com ele. 3 Então Maria pegou um frasco de nardo puro, que era um perfume caro, derramou-o sobre os pés de Jesus e os enxugou com os seus cabelos. E a casa encheu-se com a fragrância do perfume. (João 12.1-3)

Nestes versos encontramos três personagens além de Jesus, são eles: Lázaro, Marta e Maria. Nossa reflexão de hoje estará focada na vida destes três personagens. Vamos iniciar nossa reflexão conhecendo um pouco mais sobre Lázaro, Marta e Maria.

 

1 – CONHECENDO UM POUCO MAIS SOBRE LÁZARO, MARTA E MARIA

Não encontramos muitas informações a respeito de Lázaro, Marta e Maria. Tudo que temos são as informações registradas na Bíblia e que não são muitas.

Lázaro, Marta e Maria, eram irmãos, moravam em Betânia, uma vila que ficava a cerca de três quilômetros de Jerusalém. Jesus sempre foi muito bem recebido por eles quando os visitava. Nessa residência Jesus e seus discípulos geralmente se reuniam para refeições e ensino da Palavra. Ali ele passou os últimos momentos de tranquilidade e paz de Sua vida.

As narrativas bíblicas dão a entender que estes três irmãos eram órfãos. A casa onde moravam é apresentada como a casa de Marta, possivelmente indicando que ela era a irmã mais velha e responsável por eles. Os pais não aparecem recebendo Jesus em suas casas como faria qualquer bom anfitrião. Também não são mencionados na morte de Lázaro. Estes fatos indicam que eles já não estavam vivos quando ocorreram os eventos descritos na Bíblia.

Creio que seja relevante dizer que estes três irmãos órfãos eram muito amados por Jesus e o apóstolo João fez questão de deixar isto registrado em seu evangelho (Jo 11.5).

Nós temos três narrativas bíblicas inspiradas por essa família extraordinária.

·         Marta acolhendo Jesus e seus discípulos (Lucas 10.38-42).

·         A morte e ressurreição de Lázaro (João 11).

·         Maria ungindo os pés de Jesus (João 12.1-8).

Há muitas lições que podemos aprender com esta família extraordinária. Contudo hoje iremos nos prender a duas lições somente e que se encontram na mesma narrativa bíblica, no texto de João 11.

As duas lições que podemos aprender com esta família extraordinária é que precisamos viver a vida amando os nossos e crendo em Deus em todo tempo.

 

DUAS LIÇÕES: Viver a Vida Amando os Nossos e Crendo em Deus em Todo Tempo

Nós podemos ver o amor e fé desta família quando Lázaro adoece (João 11.1-3).

1 Havia um homem chamado Lázaro. Ele era de Betânia, do povoado de Maria e de sua irmã Marta. E aconteceu que Lázaro ficou doente. 2 Maria, sua irmã, era a mesma que derramara perfume sobre o Senhor e lhe enxugara os pés com os cabelos. 3 Então as irmãs de Lázaro mandaram dizer a Jesus: "Senhor, aquele a quem amas está doente". (João 11.1-3)

A doença de Lázaro revela o amor existente entre ele e suas irmãs. A doença também revela a fé que eles tinham em Jesus. Marta e Maria preocupadas com o irmão mandam mensageiros até Jesus, com o fim de que ele tomasse conhecimento da situação de Lázaro, seu amigo, a quem ele (Jesus) não escondia seu amor.

Elas mandam avisá-lo porque acreditavam que Jesus poderia curá-lo, entretanto ele não as atende de imediato. Quando Jesus chega a casa  de seu amigo Lázaro ele já tinha sido sepultado há quatro dias. O relato bíblico é que ele já cheirava mal, deixando claro que ele se encontrava morto quando Jesus chegou.

As irmãs desapontadas dizem a Jesus “se o Senhor estivesse aqui meu irmão não teria morrido”. Ambas expressam esse sentimento de desapontamento pela certeza que possuíam que se Jesus tivesse chegado em tempo Lázaro estaria vivo. Elas estavam sofrendo pela perda do irmão amado, mas também se encontravam em um conflito interior com relação a Jesus. Certas de que Jesus poderia ter curado seu irmão e certas do amor que Jesus sentia por Lázaro, sem dúvida se perguntavam: “Por que ele demorou tanto?” “Por que Jesus não veio enquanto havia tempo para curá-lo?”

Hoje quando lemos essa história nós sabemos que Jesus demorou porque desejava realizar algo extraordinário na vida dessa família. Ele deixou que Lázaro morresse para ressuscitá-lo e dessa forma mostrar a todos que Ele é o Salvador, aquele que tem o poder sobre a vida e a morte. Através da ressurreição de Lázaro, Jesus estava mostrando a todos que Ele é a ressurreição e que todo aquele que Nele crer não morrerá, mas viverá eternamente, conforme lemos em João 11.21-26.

21 Disse Marta a Jesus: "Senhor, se estivesses aqui meu irmão não teria morrido. 22 Mas sei que, mesmo agora, Deus te dará tudo o que pedires" (“mesmo agora” estas palavras evidenciam a fé de Marta, ela esperava um milagre). 23 Disse-lhe Jesus: "O seu irmão vai ressuscitar". (Marta achou que Jesus estava falando da ressurreição escatológica) 24 Marta respondeu: "Eu sei que ele vai ressuscitar na ressurreição, no último dia". 25 Disse-lhe Jesus: "Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá; 26 e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente. Você crê nisso?" (João 11.21-26)

Jesus não chegou atrasado como as irmãs estavam supondo, Ele chegou na hora certa para tornar incontestável a realidade de que o choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. O sofrimento experimentado por Marta e Maria naqueles quatro dias que antecederam a ressurreição de seu irmão Lázaro era apenas um anúncio, de que o sofrimento que nos faz chorar hoje pode durar alguns dias ou mesmo alguns anos, neste Kronos finito, mas a alegria virá transbordante, quando no toque da última trombeta ressuscitarmos em glória para vivermos eternamente no reino do Cristo ressurreto.

 

Aplicação 1: O cuidado e a preocupação de Marta e Maria demonstrada diante a doença de seu irmão, Lázaro, nos ensina que precisamos cuidar de nossa família com amor. Possivelmente a realidade de serem órfãos fez com que eles cuidassem ainda mais uns dos outros e dedicassem maior amor uns pelos outros.

Nós precisamos nos amar e nos sensibilizarmos com o sofrimento dos nossos. O amor começa na relação familiar e precisa se estender as demais relações sociais. É no lar que começamos aprender a amar de verdade. É no lar que começamos a aprender a nos dar ao outro, a confiar no outro, a lidar com as decepções que o outro pode nos causar, a perdoar quando o outro nos fere, a acolher o outro mesmo quando este não nos compreende e nos rejeita. No lar aprendemos que a vida do outro é parte de nossa vida. No lar sentamos na mesma mesa e conversamos os diversos temas da vida abertamente, sem julgamento, sem expulsar o outro porque ele tem opinião diferente, porque fez escolhas sexuais ou ideológicas das quais não concordamos.

Em casa aprendemos que devemos ouvir os conselhos dos mais sábios, dos mais experientes, que precisamos dividir nossas vidas com aqueles que vivem conosco na mesma casa. Em casa aprendemos que nossa vida não pode ser vivida trancada no quarto. Precisamos interagir com nossa família, dividir a comida, a televisão, o sofá, o dinheiro, em fim a vida. Em casa aprendemos que nossa família pode se intrometer em nossa vida, que não existe esse negócio “a vida é minha e faço dela o que eu quiser” ou “não se mete na minha vida”. A sua vida terrena só existe porque a vida de seus pais foram compartilhadas com você. Eles doaram a genética que você possui, eles te sustentaram e te protegeram ao longo dos anos; e isso possibilitou você a existir. Portanto não existe esse negócio “cuida da sua vida que eu cuido da minha”. Suas escolhas erradas na vida trazem consequências a toda sua família. Consequências emocionais, financeiras e espirituais. Ninguém vive sozinho neste mundo. É claro que mesmo dentro de nossa família sanguínea, se meter na vida do outro deve ser feito com respeito, amor e sempre com a intenção de ajudar. Nessa dinâmica do convívio familiar aprendemos a amar e a exercitar nossa fé.

Agora tudo que eu disse a respeito dessa realidade do convívio familiar você deve aplicar no convívio da família da fé, no convívio com os irmãos da igreja local que você faz parte. Da mesma forma que através da dinâmica do convívio familiar aprendemos a amar e a exercitar a nossa fé, também através da dinâmica do convívio com nossa família da fé, com nossos irmãos em Cristo, aprendemos a amar e a exercitar a nossa fé.

A família da fé é uma extensão de nossas casas. Os órfãos e as viúvas desamparadas, que não tem renda para se manterem ou que não tem familiares com quem passar o domingo, a ceia de Natal e outras datas festivas devem ser cuidadas por nós como se fossem nossos próprios filhos ou pais.

 

Aplicação 2: Diante a decepção e tristeza para com Jesus aprendemos com Marta e Maria que devemos confiar Nele, sem medo de ser feliz, ainda que nossos sentimentos estejam confusos.

Estamos vivendo um quadro epidêmico que tem causado grande dor a todas as pessoas do mundo. Diversas famílias estão em luto, assim como se encontrava Marta e Maria. Espero que você e sua casa não estejam em luto, mas é muito possível que você tenha familiares ou amigos próximos que estejam vivenciando a dor do luto; e que neste momento estejam se perguntando: “Por que Deus não curou minha esposa, meu marido, minha mãe, meu pai, meu irmão, meu amigo?” “Por que não os curou?”

Se você hoje está tomado pela decepção e tristeza, se encontra desapontado com Jesus, porque acredita que Ele não agiu no tempo certo ou não ouviu sua oração, como aconteceu com Marta e Maria; traga a sua memória em quem tem crido, lembre-se do que Jesus fez por você na cruz e confie Nele porque certamente os planos Dele são melhores que os seus.

Saiba que Jesus não chegou atrasado para salvar os seus familiares, os seus amigos, o seu negócio, o seu casamento, o seu filho; seja da morte, das drogas, da crise ou da insensatez. Jesus não fechou os ouvidos para sua oração. Quando Jesus trouxe Lázaro da morte, ele estava dizendo a você o que ele fará por você.

Lázaro é hoje uma referência da vitória que Jesus te deu ao morrer a sua morte na cruz, a morte de seu cônjuge, de seu filho, da sua filha, a morte de todos os seres humanos. Assim como Lázaro se levantou da morte, se você crer que Jesus Cristo é o Filho de Deus que morreu por você na cruz, pagando o preço dos seus pecados, e que ao terceiro dia ressuscitou dentre os mortos, você também ressuscitará como ele, quando soar a última trombeta para viver eternamente no reino do Cristo ressurreto. Assim também todo aquele que morreu em Cristo, que morreu crendo que Jesus é o Filho de Deus, o Salvador e Redentor de sua vida, ressuscitará para a vida eterna. Portanto não é Jesus que chegou atrasado, são nossas orações que estão atrasadas, pois na cruz todas elas já foram respondidas.

Jesus Cristo já consumou a obra que Ele precisava realizar para que você pudesse viver a vida plena prometida por Ele.

A vida aqui neste mundo é como uma nuvem que logo some diante os nossos olhos! Ela é breve, por isso não se apegue a ela. Você foi feito por Deus para viver eternamente com Ele.

A justiça perfeita você encontrará no Reino de Deus. A paz mais doce você encontrará no Reino de Deus. A alegria transbordará sem cessar do seu interior no Reino de Deus, pois a morte, nem tristeza, nem choro e nem dor já não existirão mais.

Assim como Jesus transformou o luto na casa de Marta e Maria em choro e abraços de alegria, ele transformará o luto, a dor, a perda, a decepção, o desapontamento, a tristeza de sua casa, de sua vida em alegria eterna. Confie Nele, ainda que seus sentimentos estejam confusos. Confie Nele como Marta e Maria confiaram e verás a glória de Deus.

Deus te abençoe!

 

 

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

02/05/2021 (noite)

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