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terça-feira, 6 de setembro de 2022

SERMÕES 171 - APOCALIPSE 16: NOVO CÉU E NOVA TERRA

 NOVO CÉU E NOVA TERRA

Série: Apocalipse (16 parte)

 

Chegamos a nossa última reflexão do livro do Apocalipse. Hoje iremos refletir nos dois últimos capítulos deste livro, o capítulo 21 e 22.

Depois de Jesus por fim a toda forma de mal e julgar a toda humanidade nos é apresentada nestes capítulos finais o novo céu e a nova terra. A Bíblia em todo o seu conteúdo aponta para nós a existência deste lugar de descanso, de justiça, de paz, um novo mundo onde iniciaremos uma nova vida e uma nova história. Hoje iremos conhecer algumas características deste lugar chamado novo céu e nova terra a partir de Apocalipse 21.1.

1 Então vi um novo céu e uma nova terra, pois o primeiro céu e a primeira terra tinham passado; e o mar já não existia. (Apocalipse 21.1)

João está dizendo que a antiga ordem na qual o diabo e seus servos praticavam a injustiça contra os fiéis, passou. O novo mundo já não é regido como era antes. Os valores e princípios que hoje dirigem o mundo que vivemos já não existem mais neste novo céu e nova terra que João está vendo.

O novo céu e a nova terra é a declaração de uma nova ordem, de um novo regente sobre o mundo, com novos valores e princípios.

Há dois tipos de pensamentos sobre como serão criados “o novo céu e a nova Terra”.

·    Primeiro: Alguns afirmam que Deus irá aniquilar totalmente o céu e a terra que conhecemos hoje, e criar novamente um novo céu e uma nova terra.

·    Segundo: outros afirmam que o céu e a terra que conhecemos hoje serão renovados, transformados, assim como nós seres humanos seremos transformados.

A palavra grega usada por João para o novo céu e a nova Terra é kainon  (“καινὸν”), que significa novo em qualidade, de natureza; e não a palavra neos (“νέος”), que tem a ideia de novo que não existia antes. Em outras palavras, o novo céu e a nova Terra constituem uma recriação – uma transformação a partir dos elementos existentes, e não uma criação procedente do nada. O universo passará pela renovação, pela transformação. Tudo novo se fará.

João afirma que o mar já não existia. Ele não está se referindo ao mar literalmente, aos oceanos. Ele não está dizendo que nesta nova terra não haverá mais praia. O mar para João é uma possível referência do significado que o mar representava para ele enquanto preso na ilha de Patmos. O mar o deixava isolado das demais pessoas e o mantinha prisioneiro de Roma. Com o fim da velha ordem mundial, ninguém mais seria separado pelo mar e nem mantido prisioneiro. O mar da separação, o mar do aprisionamento esse não existe na nova terra. 

2 Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus, preparada como uma noiva adornada para o seu marido. (Apocalipse 21.2)

A nova Jerusalém não se refere a uma cidade literal também. Você imagina uma cidade vestida como uma noiva? Portanto a cidade que vai descer, vestida de noiva é a Igreja, a noiva de Cristo. A figura da cidade é uma forma de descrever o encontro de Jesus com sua noiva, a Igreja.

A ideia de uma cidade literalmente descendo do céu e sendo colocada sobre a terra com tais proporções – dois mil e duzentos quilômetros de comprimento, altura e largura. A cidade era um cubo, querendo mostrar que era perfeita nas suas dimensões. A cidade era linda, de ouro puro e com pérolas únicas para os portões e pedras preciosas para os fundamentos – o texto quer mostrar toda a beleza e a pureza da Igreja de Cristo, glorificada.

 Não que Deus não possa descer uma cidade do céu, mas não parece ser algo que Deus faria. Entretanto alguns acreditam que descerá do céu uma cidade literalmente.

Contudo os versos 9 e 10 deste capítulo confirma que a cidade é uma representação da Igreja de Cristo, conforme podemos ler.

9 Um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas aproximou-se e me disse: "Venha, eu lhe mostrarei a noiva, a esposa do Cordeiro". 10 Ele me levou no Espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus. (Apocalipse 21.9,10)

A noiva que o anjo mostrou para João foi à Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus. A Igreja é a nova Jerusalém, ela é a Cidade Santa e ao mesmo tempo o Templo onde o Senhor habita.

Você ao ler este capítulo irá observar que nos doze portões da cidade estavam escritos os nomes das doze tribos de Israel (v.12); e nas doze pedras da fundação da cidade estavam escritos os nomes dos doze apóstolos (v.14). João mostra o elo entre os crentes da antiga e da nova aliança, o que ele já havia feito quando falou dos vinte e quatro anciãos. A Igreja do Antigo Testamento é unida a Igreja do Novo Testamento.

A Nova Jerusalém representa mais do que uma nova cidade, ela representa o estabelecimento da nova morada de Deus entre os homens. Ela representa o estabelecimento da nova ordem mundial de Deus. Ela representa o inicio do novo mundo, do novo céu, da nova terra, onde a perfeição, a beleza, a saúde, a justiça e a felicidade reinarão plenamente para todo o sempre, conforme podemos ler em Apocalipse 21.3,4.

3 Ouvi uma forte voz que vinha do trono e dizia: "Agora o tabernáculo de Deus está com os homens, com os quais ele viverá. Eles serão os seus povos; o próprio Deus estará com eles e será o seu Deus. 4 Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou". (Apocalipse 21.3,4)

A descrição de que não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor é a afirmação de que viveremos em um mundo perfeito, tudo será restaurado, e o mundo voltará a ser perfeito como era no Éden.

Entretanto diferentemente do Éden nesta nova Jerusalém, neste novo céu e nova terra, não será permitido à entrada de nada e de ninguém que não seja perfeito, que não esteja alinhado com os valores e princípios de Deus, conforme lemos em Apocalipse 21.8,27 e Apocalipse 22.15.

8 "Mas os covardes, os incrédulos, os depravados, os assassinos, os que cometem imoralidade sexual, os que praticam feitiçaria, os idólatras e todos os mentirosos — o lugar deles será no lago de fogo que arde com enxofre. Esta é a segunda morte". (Apocalipse 21.8)

 

27 Nela jamais entrará algo impuro, nem ninguém que pratique o que é vergonhoso ou enganoso, mas unicamente aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro. (Apocalipse 21.27)

 

15 Fora ficam os cães, os que praticam feitiçaria, os que cometem imoralidades sexuais, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a mentira. (Apocalipse 22.15)

 

REFLEXÃO FINAL

Eu quero concluir essa mensagem apresentando alguns desafios a você.

Primeiro: Diante as Palavras deste Livro do Apocalipse quero desafiar você a viver os dias atuais esperando com fé o cumprimento dessas Palavras. Caminhe dia após dia olhando para a Nova Jerusalém. Não deixe que a imagem dessa cidade, deste novo céu e nova terra se perca de sua memória, se apague da retina de seus olhos, pois elas servem para que sua fé permaneça viva diante todas as dificuldades que este mundo apresenta a você.

Segundo: Quero desafiar você, enquanto aguardamos o cumprimento das Palavras deste Livro, a se engajar dia após dia a tornar o céu visível neste mundo. Caminhe todos os dias buscando tornar o céu presente na vida daqueles que participam da sua vida, do seu mundo, da sua historia. Trabalhe para que a Jerusalém Celestial possa descer sobre o mundo que está ao seu alcance. Viva tornando a presença de Deus viva onde você estiver, por onde você andar. O céu é o lugar onde a presença de Deus é real. O céu é o lugar onde Deus reina, onde Deus é percebido. Deixe as pessoas perceberem a realidade de Deus através de você.

Terceiro: Enquanto esperamos com fé o novo céu e a nova terra, quero desafiar você a viver na presença de Deus com contentamento, independente de todas as dores que você possa experimentar neste mundo que deixará de existir. Neste mundo presente viveremos, ou talvez você já esteja vivendo, com dores irreparáveis. Dores na alma ou no corpo que você levará para o túmulo. A perda de um filho. A dor de ser violentado sexualmente. Uma doença degenerativa impedindo sua capacidade de viver bem a vida.

A realidade de Cristo Jesus estar conosco no barco hoje, não significa que tudo terminará bem neste tempo presente. A ideia de que ao declararmos nossa fé em Jesus o nosso barquinho da vida navegará por águas tranquilas, que não sofreremos ou não carregaremos conosco dores é uma ilusão pregada por muitos pastores e cantada nas muitas igrejas. A realidade de Cristo Jesus estar conosco no barco hoje, significa que tudo terminará bem quando o novo céu e a nova terra forem estabelecidos por Ele. Ter Jesus no timão do nosso barco da vida significa que ressuscitaremos para vivermos uma vida plena de beleza, de justiça, de paz, de saúde, de felicidade. Ter Jesus no timão do nosso barco significa que o nosso nome está no Livro da Vida e o céu e a nova terra é uma realidade concreta para nós e não uma utopia. Deus te abençoe!

 

 

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

14/08/2022 (noite)

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