Translate

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

SERMÕES 173 - UM DIÁLOGO SOBRE COMUNHÃO

 UM DIÁLOGO SOBRE COMUNHÃO

Série: Diálogos Com o Pai

 

Daremos hoje continuidade a nossa série do mês “Diálogos Com o Pai”. O tema de nossa mensagem é “Um Diálogo Sobre Comunhão”. Quando falamos de diálogos com o Pai estamos falando de orações dirigidas ao Pai. Iremos refletir a partir da oração de Jesus registrada no Evangelho de João, no capítulo 17.

Este diálogo com o Pai marca o fim dos conselhos de despedida que Jesus iniciou no cenáculo com o lava-pés e que continuou entregando-os aos seus discípulos a caminho do Getsêmani. Esta é a última oração que Jesus faz junto com os seus discípulos.

Esta oração de Cristo é a mais longa registrada por seus discípulos. Nela, Jesus pede ao Pai para ser glorificado, guardar do maligno a todos que creram e que vierem a crer Nele e ora insistentemente pela unidade da igreja, pela comunhão da igreja.

Não iremos ler toda oração, apenas vou destacar o pedido insistente de Jesus pela unidade de seu povo, o que nos mostra o quanto a comunhão de sua comunidade é importante para ele.

20 "Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles, 21 para que todos sejam um, Pai, como tu estás em mim e eu em ti. Que eles também estejam em nós, para que o mundo creia que tu me enviaste. 22 Dei-lhes a glória que me deste, para que eles sejam um, assim como nós somos um: 23 eu neles e tu em mim. Que eles sejam levados à plena unidade, para que o mundo saiba que tu me enviaste, e os amaste como igualmente me amaste. (João 17.20-23)

Diante a ênfase de Jesus na unidade é indiscutível sua preocupação com a comunhão dos irmãos. Por que Jesus demonstra tanta preocupação com a comunhão dos irmãos? Vou apontar dois fatores:

·      Primeiro: A comunhão entre os irmãos torna visível a obra de Cristo na cruz.

·      Segundo: A comunhão entre os irmãos promove cura e libertação em nossas almas.

 

1 – A COMUNHÃO ENTRE OS IRMÃOS TORNA VISÍVEL A OBRA DE CRISTO NA CRUZ

O apóstolo Paulo ao escrever a igreja de Colosso ele fala da comunhão que a cruz de Cristo realizou entre os homens (Colossenses 3.11).

11 Nessa nova vida já não há diferença entre grego e judeu, circunciso e incircunciso, bárbaro e cita, escravo e livre, mas Cristo é tudo e está em todos. (Colossenses 3.11)

Você consegue perceber o tamanho da grandeza de Deus e da obra realizada em Cristo, na cruz, nestas palavras de Paulo? Talvez você não tenha percebido ainda. Paulo está dizendo que povos distintos, muito diferentes, como os gregos e os judeus se tornaram um por meio de Cristo; ele está dizendo que religiosos que guardavam a lei de Moisés (circuncisos) e religiosos de religiões pagãs (incircuncisos) se tornaram um em Cristo; está dizendo que pessoas de culturas violentas e sanguinárias, como eram definidos os bárbaros se tornaram um em Cristo com pessoas de cultura de pastoreio como os citas. Ele está afirmando que pessoas de classes sociais tão distintas que nunca se sentariam na mesma mesa, como escravos e livres se tornaram um em Cristo. Poderíamos dizer que hoje Paulo incluiria nesta lista negros e brancos, heterossexuais e homossexuais, lulistas e bolsonaristas, russos e ucranianos, pois em Cristo todos se tornaram um.

Entenda que Paulo está dizendo que não importa de onde você veio, como você chegou, o que você praticava ou acreditava antes de Cristo, mas ao se render ao amor de Cristo e ao seu Senhorio você foi perdoado e se tornou um com todos que confessam a mesma fé, batizados no mesmo Espírito.

Ser igreja é viver essa comunhão realizada em Cristo na cruz. Isso é sensacional! É maravilhoso demais! Só Cristo pode fazer esse milagre em nós. Só Cristo pode unir povos e pessoas inimigas e torná-los irmãos. Só Cristo pode unir pessoas tão diferentes e torná-las um. Quando vivemos essa comunhão entre nós tornamos visível esse milagre realizado na cruz.

 

2 – A COMUNHÃO ENTRE OS IRMÃOS PROMOVE CURA E LIBERTAÇÃO PARA NOSSAS ALMAS

16 Portanto, confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados. A oração de um justo é poderosa e eficaz. (Tiago 5.16)

Este verso é lindo, ele fala de cura promovida pela confissão de pecados entre nós. Ele não está falando de cura física, mas de cura da alma. A confissão de pecados promove cura e libertação de sua alma.

Quando nos convertemos a Jesus recebemos libertação da condenação eterna, da segunda morte. Nossos pecados foram todos perdoados na cruz por Jesus. Não existe mais condenação sobre nós. Estamos livres de qualquer culpa com relação aos nossos pecados. Estamos em paz com Deus. A salvação está consumada em Cristo.

Entretanto no ato de nossa conversão ou do nosso novo nascimento não somos libertos dos traumas emocionais, de nossos medos, dos valores e princípios que trazíamos em nossos corações antes de nossa conversão. Precisamos continuar nos santificando e nos ajudando uns aos outros de forma a promovermos cura e libertação as nossas almas e consciências.

Quando lemos “confessem os seus pecados uns aos outros e orem uns pelos outros para serem curados” pensamos que o texto está dizendo para confessarmos pecados como prostituição, adultério, roubo, fofoca, calúnia, pecados onde nos vemos como o agente do mal. Pode o texto se referir a isso. Entretanto pecado é qualquer transgressão a vontade de Deus. Quando eu não consigo perdoar e passo alimentar em meu coração a amargura, a ira, eu estou pecando, pois estas coisas não provêm de Deus e elas são contrárias à vontade de Deus.

Se eu não consigo perdoar, devo confessar isso e encontrar no abraço do irmão o refrigério e em suas orações o sustento para que eu consiga prosseguir para o alvo. A comunhão com meu irmão promove a oportunidade de confessar meus pecados e minhas falhas por não conseguir viver o que Cristo espera de mim. A comunhão promove um lugar de refrigério onde eu possa perceber que não estou só, que eu não sou o único que falho. A comunhão é o grito que estamos todos aqui! Juntos daremos suporte uns aos outros e nos fortaleceremos para chegarmos ao prêmio separado para nós em Cristo Jesus. Isso é sensacional! Isso é maravilhoso!

Eu não sou o melhor! Eu não sou o pior! Eu sou mais um nessa jornada, tentando vencer o mal que quer me dominar. Isso é libertador. Eu sou um pecador, lavado pelo sangue do Cordeiro, como todos, caminhando rumo ao alvo. 

Ser Igreja é isso! É viver em comunhão com pecadores buscando promover cura e libertação para a alma dos meus irmãos, e eles para a minha alma. Viver em comunhão é você ser igreja para mim e eu ser igreja para você. É isso que torna a igreja lugar de vida, de cura, de libertação e de amor. Amém!

Veremos no terceiro ponto que seguir a Jesus é viver em Comunidade.

 

3 – SEGUIR A JESUS É VIVER EM COMUNIDADE

1 Depois disso Jesus ia passando pelas cidades e povoados proclamando as boas novas do Reino de Deus. Os Doze estavam com ele, 2 e também algumas mulheres que haviam sido curadas de espíritos malignos e doenças: Maria, chamada Madalena, de quem haviam saído sete demônios; 3 Joana, mulher de Cuza, administrador da casa de Herodes; Susana e muitas outras. Essas mulheres ajudavam a sustentá-los com os seus bens. (Lucas 8.1-3)

Logo no início de seu ministério, Jesus chamou doze homens para andar com ele, dando início a sua pequena comunidade. Não demorou muito algumas mulheres se uniram a essa comunidade. Aonde Jesus ia, essa comunidade formada pelos doze homens e mais algumas mulheres, que sustentavam o ministério de Jesus, o seguiam. Jesus era o centro dessa pequena comunidade. A vida dessa comunidade se movia conforme Jesus se movia.

Isso é viver Igreja. Ninguém segue a Jesus sozinho. Não existe um Jesus só para você e outro só para mim. Todos nós seguimos o mesmo Jesus. Portanto seguir a Jesus é viver em comunidade.

Viver em comunidade está intrínseco em nossa natureza, é parte de nossa constituição, por termos sido criados a imagem e semelhança de Deus. Assim como Deus vive em comunidade: Pai, Filho e Espírito Santo; nós necessitamos viver em comunidade.

Deus nos dotou da capacidade de amarmos e o amor é uma força que nos impulsiona para o outro, que nos lança em direção ao outro. Mesmo com o pecado operando em nós, ainda sentimos o desejo de amar e ser amado. Contudo amar e ser amado plenamente só são possíveis numa relação com outro ser semelhante a nós. Ao nos unir a outro ser humano damos origem a uma pequena comunidade. Portanto formamos comunidade porque precisamos uns dos outros. Não conseguimos viver independentes.

Uma vez que nos juntamos porque necessitamos amar e ser amados, precisamos negar a nós mesmos para vivermos em comunidade. Precisamos aprender a vivermos em prol do outro e do bem comum de todos, do contrário nos feriremos e nos destruiremos.

Duas forças contrárias operam em nós. Uma é o amor e a outra é o pecado. O amor não nos deixa viver no individualismo e o pecado não nos deixa viver em comunidade. Como podemos resolver este problema? Não podemos resolver. Nós seres humanos não temos meio, força, capacidade e nem poder para resolvermos este problema. Entretanto, Jesus resolveu este problema para nós na cruz, conforme lemos em Romanos 6.6.

6 Pois sabemos que o nosso velho homem foi crucificado com ele, para que o corpo do pecado seja destruído, e não mais sejamos escravos do pecado; (Romanos 6.6)

Na dimensão espiritual a força do pecado que operava em nós foi vencida na cruz por Jesus. Ao crermos em Cristo somos batizados com o Espírito Santo e recebemos Dele poder para vivermos a nova vida de Cristo que passa a operar em nós. O Espírito Santo de Deus nos capacita a sermos seguidores de Jesus Cristo. Uma vez que cremos em Cristo, somos imersos na comunidade de Jesus Cristo através do Espírito Santo.

Veremos no quarto e último ponto que a comunidade de Cristo é a comunidade do Espírito de Deus.

 

4 – A COMUNIDADE DE CRISTO É A COMUNIDADE DO ESPÍRITO DE DEUS

No pentecostes quando o Espírito Santo foi derramado sobre os discípulos de Jesus aconteceu um milagre maior do que o som que encheu a casa e que o falar em línguas estranhas. Vamos ler o texto para descobrirmos que milagre é este (Atos 2.5-12).

5 Havia em Jerusalém judeus, tementes a Deus, vindos de todas as nações do mundo. 6 Ouvindo-se este som, ajuntou-se uma multidão que ficou perplexa, pois cada um os ouvia falar em sua própria língua. 7 Atônitos e maravilhados, eles perguntavam: "Acaso não são galileus todos estes homens que estão falando? 8 Então, como os ouvimos, cada um de nós, em nossa própria língua materna? 9 Partos, medos e elamitas; habitantes da Mesopotâmia, Judéia e Capadócia, Ponto e da província da Ásia, 10 Frígia e Panfília, Egito e das partes da Líbia próximas a Cirene; visitantes vindos de Roma, 11 tanto judeus, como convertidos ao judaísmo (não judeus convertidos ao judaísmo); cretenses e árabes. Nós os ouvimos declarar as maravilhas de Deus em nossa própria língua!" 12 Atônitos e perplexos, todos perguntavam uns aos outros: "Que significa isto?" (Atos 2.5-12)

A comunidade de Jesus Cristo girava em torno dele e se movia conforme Ele se movia na história. Após sua morte e ressurreição a comunidade de Cristo passou a ser a comunidade do Espírito de Deus.

Estes versos do livro de Atos registram o cumprimento da promessa do Pai de que enviaria o Seu Espírito sobre todos os povos, sobre toda a terra. O Espírito Santo veio para nos apontar Jesus como nosso Salvador e nos capacitar a vivermos hoje a unidade que na cruz Jesus realizou.

Estes versos iniciais do derramamento do Espírito nos mostra que a unidade, a comunhão entre nós não é estabelecida por nossas afinidades com o outro, mas pelo poder do Espírito de Deus que opera em nós. Diversos judeus das mais diversas regiões e prosélitos, pessoas que não falavam a mesma língua, que não foram educados na mesma cultura, que nunca se imaginaram sentar na mesma mesa estavam todas atônitas e perplexas ouvindo a mesma mensagem, cada um na sua língua materna. Algumas eram pescadores, outros comerciantes, pastores, cobradores de impostos (funcionários públicos), soldados, ali estava uma multidão que não tinham nada de afinidade uns com os outros. Contudo um milagre aconteceu que os tornou uma comunidade, que passaram a viver em torno de algo comum, conforme podemos ler em Atos 2.41-44.

41 Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas. 42 Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações. 43 Todos estavam cheios de temor, e muitas maravilhas e sinais eram feitos pelos apóstolos. 44 Todos os que criam mantinham-se unidos e tinham tudo em comum. (Atos 2.41-44)

Isso é maravilhoso demais! Muitas dessas pessoas eram de terras distantes, mas parece que venderam tudo e passaram a viverem em plena união uns com os outros. Abriram mão de suas vidas passadas, de suas conquistas, de suas famílias e se uniram todas em torno da mesma fé, se ajudando umas as outras, não porque tinham afinidades, mas porque morreram para si mesmas e viveram para Cristo. O que as unia era o Espírito de Deus e não suas afinidades culturais, de idade, de músicas, de classes sociais, de raças, todas se mantinham unidas e tinham tudo em comum. Isso era um verdadeiro milagre. Isso é Igreja de Cristo! Isso é a comunidade que sonhamos viver em nossa igreja. Isso é o Espírito Santo que faz em nós.

O amor entre eles era algo impressionante de forma que muitos se achegavam e se uniam por causa do testemunho deles como corpo de Cristo e não somente pelo testemunho individual. O Espírito Santo os uniu ao ponto de se tornarem um só povo, terem uma só mente e um só coração. Amo essas palavras que Lucas registrou no livro de Atos 4.32.

32 Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham. (Atos 4.32)

Essa é a igreja com que sonho. Essa é a igreja que Jesus orou insistentemente para o Pai.

Uma igreja que constrói comunhão baseado em afinidades subjetivas e sociais está produzindo alguma coisa que não é igreja de Cristo. Uma igreja que faz isso está ensinando as pessoas a somente conviverem com aqueles que são parecidos com elas. Não são ensinadas a amar aqueles que pensam diferentes, a conviver com aqueles que estão em classes sociais diferentes, que estão em estágios da vida diferentes. Uma igreja que faz isso está trabalhando pela polarização de ideias, está fundamentando o distanciamento e a existência de grupos diferentes dentro da igreja. Estão construindo não a Igreja de Cristo, mas uma diversidade de grupos que se reúnem em um lugar que eles chamam de igreja.

Os fariseus tinham comunhão somente com aqueles que o amavam, que o aceitavam. Nós estamos construindo uma igreja baseada nos princípios dos fariseus. Nossa comunhão é somente com aqueles que têm o mesmo carro que o nosso, que torce para o mesmo time que o nosso, que tem a mesma ideologia política que a nossa, que nos trata com honra. Esse modelo de comunhão não exige de nós negação alguma, doação alguma de amor da nossa parte. Pelo contrário ela exclui de nossas relações todos que não pensam como nós, que não somos como nós. Ela exclui o outro, mas o outro é alvo do amor de Jesus.

A comunhão da Igreja de Jesus Cristo é construída pelo Espírito Santo de Deus e não por afinidades de dons, de ideias, de sentimentos, de raças, de classes sociais, de ideologias políticas, ela é construída de forma milagrosa e unicamente pelo poder do Espírito de Deus.

A comunhão do Espírito é construída a partir daqueles que escolheram livremente seguir a Jesus Cristo e conscientemente decidiram morrer para si mesmos e viverem exclusivamente para Cristo.

A comunhão do Espírito é construída por aqueles que optaram escolher pessoas e não ideias, não instituições religiosas e não o poder.

A comunhão do Espírito é construída por mim e por você quando trabalhamos visando o bem do outro e não o nosso, quando escolhemos fazer o bem para os nossos irmãos e não para nós mesmos. Ao negarmos a nós mesmos e busca do bem maior do Corpo de Cristo, fortalecemos a comunhão e tornamos visível o amor de Cristo em nós.

A comunhão do Espírito é construída em nossas ações terapêuticas quando nos dispomos a levarmos as cargas uns dos outros, a nos tornarmos uma igreja para o outro, um lugar de refrigério, onde o pecador e o ferido possam encontrar suporte e não julgamento para continuarem sua jornada de fé. A comunhão entre nós deve ser o lugar onde o amor e o perdão extrapolam os erros e as culpas dos outros.

 

REFLEXÃO FINAL

Eu quero concluir apresentando um exemplo bíblico de como o Espírito de Deus nos cura e nos transforma quando conscientemente decidimos seguir a Cristo e negarmos a nós mesmos para que a Comunhão do Espírito exalte o amor de Cristo entre nós.

Onésimo e Filemom dois homens opostos em tudo. Um era escravo fugitivo, o outro era o seu Senhor; um era oprimido, o outro o seu opressor; um era de nenhuma posse, o outro era de muitas posses; um era possivelmente sem cultura alguma, o outro culto. Nos dias de Onésimo e Filemom um escravo jamais poderia tomar assento na mesa do seu Senhor. Contudo Onésimo, o escravo passa a chamar Filemom, seu senhor, de irmão. Esse é o milagre que só o Espírito Santo pode fazer.

Eu imagino Onésimo chegando com a carta do apóstolo Paulo e a entregando a Filemom. Ele a lê e após ler a carta, olha para Onésimo e o abraça, o perdoa por ter fugido, e chora de felicidade e ao mesmo tempo de vergonha, imediatamente pede perdão por tê-lo tratado não como um ser humano, mas apenas como um escravo. Onésimo retribui o abraça, perdoa Filemom, e chorando também pede perdão por não ter sido um bom servo e por ter fugido. Tudo novo se fez entre eles.

No outro dia Onésimo foi trabalhar e no final do seu trabalho, Filemom o chama para receber o pagamento do dia trabalhado. Onésimo já não é mais um escravo, mas é tratado como um ser humano, um irmão em Cristo. Eu imagino Filemom chamando-o para entrar em sua casa e participar de sua mesa. Isto é Igreja! Isto é Evangelho de Cristo! Isto é comunhão produzida pelo Espírito de Deus. Onésimo foi curado, Filemom foi curado, ambos foram libertos de erros e culpas na comunhão do Espírito. É isso que acontece quando vivemos a comunhão do Espírito. Isso é a beleza da Igreja de Cristo. As diferenças todas se acabaram, sem força, sem violência, sem politicagem. Onésimo nunca mais será infiel ao seu senhor. Filemom nunca mais tratará um ser humano como escravo, porque o amor de Deus inundou aquelas vidas. Agora eles enxergam o mundo a partir da cruz de Jesus. O amor de Deus quer inundar a sua vida hoje e fazer você enxergar a vida a partir da cruz de Jesus.

Em Jesus pontes são construídas e o Espírito Santo nos faz atravessá-las e abraçar o outro que estava do outro lado, distante. Somos curados na nossa essência e o resultado é que tudo vai se curando ao nosso redor.

Jesus quer te curar e te libertar. Mas é preciso que você viva em Sua comunidade por meio do Espírito Santo. É preciso que você se esvazie de você mesmo, tome sua cruz e negue-se a si mesmo, para que na comunhão do Espírito, que é a comunhão dos irmãos, você encontre cura, libertação, apoio, cuidado, ensino que te conduza a vencer e alcançar o prêmio que Cristo preparou para você. Venha ser curado. Venha fazer parte da comunidade de Jesus Cristo. Deixe o Espírito Santo construir pontes na sua vida. Abra mão de sua vida e ore entregando-se a Ele. Deus te abençoe!

 

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

18/09/2022 (noite)

 

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário