Translate

terça-feira, 28 de novembro de 2023

SERMÕES 212 - A EXPERIÊNCIA DA VIDA IMERSA NO ESPÍRITO DE DEUS (1 parte)

 A EXPERIÊNCIA DA VIDA IMERSA NO ESPÍRITO DE DEUS (1 parte)

Série: Identidade 2023

 

Estamos na série “Identidade 2023”. O tema de nossa mensagem de hoje é: “A Experiência da Vida no Espírito de Deus (1 parte)”. Meu objetivo é abordarmos a experiência de nossas vidas imersas na vida do Espírito de Deus.

No último domingo começamos esta mensagem esclarecendo quem é o Espírito Santo de Deus. Verificamos na bíblia que ele é Deus, é a terceira pessoa da Trindade Santíssima. Também aprendemos que ele é o outro Conselheiro, enviado por Jesus para substituí-lo, nos ajudando a vivermos hoje de forma a realizarmos a vontade do Pai celestial. Por fim vimos algumas das ações do Espírito Santo em nossas vidas. Tudo que vimos foi uma introdução.

Agora que já conhecemos mais sobre o Espírito Santo de Deus e sua obra, iremos aprofundar nossa reflexão sobre a experiência de nossas vidas imersas na vida do Espírito de Deus.  Conforme falei no último domingo, eu vou dividir essa reflexão em três partes, a fim de que possamos ter uma melhor compreensão do significado prático e das implicações em nossas vidas ao sermos imersos na vida do Espírito.

·            Primeira parte: O Espírito pneumatiza nossas vidas.

·            Segunda parte: O Espírito nos liberta da Lei de Moisés.

·            Terceira parte: O Espírito nos torna uma comunidade de crentes.

O primeiro significado prático em nossas vidas da vida do Espírito Santo e que gera profundas implicações as nossas vidas está na realidade de que ao sermos imersos na vida do Espírito, Ele pneumatiza nossas vidas.

 

1 – O ESPÍRITO SANTO PNEUMATIZA NOSSAS VIDAS

Quando falo que o Espírito de Deus pneumatiza nossas vidas, estou dizendo que ele dá vida a nós, nos tornando espirituais.

Por causa do pecado de Adão e Eva, no Éden, todos nós seres humanos herdamos uma natureza pecaminosa, destituída da vida de Deus e condenada a morte eterna, a uma separação eterna de Deus.

A primeira ação do Espírito sobre nós com o fim de nos inserir na comunidade de Cristo ocorre quando ainda somos pecadores, destituídos da vida de Deus. O Espírito de Deus começa a trabalhar para nos convencer que somos pecadores, que estamos condenados a vivermos eternamente separados de Deus e que necessitamos confiar plenamente na graça de Deus oferecida a nós em Cristo Jesus. Podemos dizer que o Espírito nos leva a Jesus.

Quando chegamos até Jesus e o reconhecemos como nosso Salvador, Jesus nos batiza com o Espírito Santo. Portanto podemos dizer que o Espírito Santo no leva a Jesus e Jesus imerge a vida do Espírito em nós, a partir deste momento nossas vidas foram pneumatizadas, isto é, passamos a ter uma nova vida, nos tornamos espirituais e não mais carnais. Em 2 Coríntios 5.17 lemos:

17 Portanto, se alguém está em Cristo, é nova criação. As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas! (2 Coríntios 5.17)

Paulo está dizendo que aquele que está em Cristo, que foi batizado com o Espírito Santo é nova criação. Este é possuidor de uma nova existência, de uma existência espiritual.

Quando o Espírito é derramado sobre nós, isto é, ele é imerso em nós pelo batismo de Jesus, nós somos imersos na vida do Espírito. O Espírito Santo passa a habitar em nós e nós passamos a habitar na vida do Espírito, de forma que já não vivemos mais para os desejos de nossa carne e sim para os desejos do Espírito de Deus, conforme lemos em Romanos 8.5:

5 Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acordo com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. (Romanos 8.5)

Uma vez pneumatizados, isto é, vivificados pelo Espírito de Deus seremos levados a abandonarmos nossos desejos pecaminosos e egoístas, que visam somente à glória deste mundo, para vivermos os desejos gerados pelo Espírito de Deus em nós, que certamente nos conduzirão a escolhas e decisões que nos levarão a abrirmos mão da glória deste mundo com o fim de testemunharmos o amor de Jesus Cristo.

Ao sermos batizados por Jesus com o Espírito Santo iniciamos um processo de santificação de nossas vidas. O Espírito nos levou a Jesus, ao crermos em Jesus como nosso único e suficiente Salvador, recebemos Dele a justificação, o perdão de nossos pecados, não por obras ou mérito de nossa parte, mas mediante a fé nos apropriamos dessa graça que nos foi concedida no derramar do sangue de Jesus na cruz. Neste momento de nossas vidas, somos santificados para Deus, entretanto a santificação continua em nossas vidas, e tudo começa com o batismo do Espírito Santo, portanto vamos dedicar um tempo para falarmos sobre o batismo do Espírito Santo.

 

2 – O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO

Existem algumas divergências no entendimento a respeito do batismo do Espírito Santo entre nós cristãos, o que torna este tema um pouco delicado. Entre estas divergências está a discussão em que momento ocorre o batismo com o Espírito Santo em nossas vidas? Em que momento de nossas vidas recebemos o batismo de fogo de Jesus anunciado por João Batista?

 

2.1 – Em Que Momento Ocorre o Batismo Com o Espírito Santo em Nossas Vidas?

Os cristãos de linha pentecostal e neopentecostal costumam defender a ideia de que o batismo com o Espírito Santo é uma segunda bênção experimentada por aqueles que já são crentes. É chamada de segunda bênção por eles, por ser distinta da conversão, do recebimento inicial do Espírito.

A primeira bênção com o Espírito Santo se dá quando o crente é levado a Jesus e o reconhece como seu salvador. Neste momento o Espírito passa a habitar no crente, mas não se manifesta de forma poderosa sobre a vida deste crente. Somente quando este recebe o batismo do Espírito Santo, a segunda bênção, este crente passa a vivenciar o poder do Espírito, a ser revestido pelo poder do Espírito Santo em sua vida.

Particularmente, creio que o batismo com o Espírito Santo acontece no momento em que a pessoa é levada pelo Espírito Santo a Jesus, e uma vez que ela O reconhece como seu Salvador, neste momento Jesus imerge o Espírito na vida dela e ela é imersa na vida do Espírito de Deus.

Embora eu não acredite no batismo do Espírito como uma segunda bênção, eu acredito que podemos viver diversas experiências de manifestações do poder do Espírito Santo em nossas vidas. Quantas ele desejar e quando desejar. Creio que o poder do Espírito na vida do crente seja uma experiência natural daqueles que vivem imersos na vida do Espírito de Deus – que vivem no Espírito e andam no Espírito.

A ausência da manifestação dos dons espirituais entre nós se deve porque não buscamos ser cheios do Espírito como deveríamos buscar. Paulo diz: “Enchei-vos do Espírito”. Não nos esvaziamos e nos submetemos ao Espírito como deveríamos. A ideia de ser cheio do Espírito, não está em você buscar mais dele para se encher como quem enche um copo de água, Ele já está em você, Ele habita em você, mas está em você deixar Ele ter mais domínio sobre você. É você que se entrega mais para ele e não ele que te possui mais.

Quanto mais o Espírito Santo tem domínio de você, mais cheio dele você estará. Os frutos do Espírito se tornarão mais presentes e visíveis em sua vida, assim como as manifestações dos dons espirituais.

No livro de Atos (1.4) lemos que Jesus ordenou aos discípulos que esperassem em Jerusalém para receberem a promessa de seu Pai.

4 Certa ocasião, enquanto comia com eles, deu-lhes esta ordem: "Não saiam de Jerusalém, mas esperem pela promessa de meu Pai, da qual lhes falei. (Atos 1.4)

Jesus estava se referindo a promessa do derramamento do Espírito Santo, conforme lemos no verso oito, deste mesmo capítulo do livro (Atos 1.8).

8 Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra. (Atos 1.8)

Jesus afirma que eles receberiam poder ao descer sobre eles o Espírito Santo para serem suas testemunhas. Jesus não menciona que primeiro o Espírito Santo habitaria neles e depois receberiam em uma segunda experiência o poder do Espírito. Na primeira experiência descrita no livro de Atos tudo aconteceu no mesmo instante nos 120 discípulos que estavam em Jerusalém, no dia de pentecostes (Atos 2.1-4).

O texto está falando de uma experiência vivida por estes 120 discípulos e que descreve a inauguração do ministério do Espírito Santo na nova aliança. O texto não tem um fim doutrinário. Tudo nos indica que é um momento muito especial, pois é um marco de mudança do ministério do próprio Espírito Santo, e a inauguração do período que chamamos da graça.

Neste mesmo dia aproximadamente três mil pessoas se converteram ao evangelho de Jesus, mas sobre estes não desceram línguas estranhas e nenhum outro tipo de acontecimento extraordinário ocorreu. Nesta segunda experiência a bíblia apenas diz que eles creram, foram batizados nas águas em nome de Jesus e dá a entender que receberam o dom do Espírito, conforme lemos em Atos 2.38,39,41.

38 Pedro respondeu: "Arrependam-se, e cada um de vocês seja batizado em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados, e receberão o dom do Espírito Santo. 39 Pois a promessa é para vocês, para os seus filhos e para todos os que estão longe, para todos quantos o Senhor, o nosso Deus chamar". [...] 41 Os que aceitaram a mensagem foram batizados, e naquele dia houve um acréscimo de cerca de três mil pessoas. (Atos 2.38,39,41)

Entendemos que eles receberam o Espírito Santo, pois o mesmo estava condicionado, segundo o texto, ao arrependimento de seus pecados. Uma vez que foram batizados nas águas, podemos afirmar que eles creram na mensagem e se arrependeram de seus pecados, portanto receberam o Espírito Santo. Contudo não temos menção alguma de qualquer manifestação de poder.

Estes versos assim como o anterior (Atos 1.8) narram somente uma experiência histórica ocorrida naquele dia de pentecostes. O texto não tem como objetivo criar ou explicar alguma doutrina.

Vejamos a experiência de Filipe em Samaria (Atos 8.12,14-17).

12 No entanto, quando Filipe lhes pregou as boas novas do Reino de Deus e do nome de Jesus Cristo, creram nele, e foram batizados, tanto homens como mulheres. [...] 14 Os apóstolos em Jerusalém, ouvindo que Samaria havia aceitado a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. 15 Estes, ao chegarem, oraram para que eles recebessem o Espírito Santo, 16 pois o Espírito ainda não havia descido sobre nenhum deles; tinham apenas sido batizados em nome do Senhor Jesus. 17 Então Pedro e João lhes impuseram as mãos, e eles receberam o Espírito Santo. (Atos 8.12,14-17)

Nesta terceira experiência o texto nos apresenta uma nova experiência totalmente diferente das duas anteriores. Os samaritanos creram na pregação de Filipe e foram batizados em nome de Jesus, assim como na experiência dos três mil. Contudo o Espírito não desceu sobre nenhum deles, não fez habitação imediata neles. Eles foram batizados nas águas em nome de Jesus, mas não receberam o batismo dado por Jesus.

Assim como os anteriores este texto não serve para nós formularmos uma doutrina, ele apenas narra à experiência vivida pelos samaritanos. Mas podemos observar que quando Pedro e João lhes impuseram as mãos, eles receberam o Espírito Santo. Neste momento foram habitados pelo Espírito e experimentaram o poder do Espírito.

O que esta experiência parece querer nos ensinar é que naquele momento inicial da Igreja e do ministério dos apóstolos, Deus estava confirmando através do batismo com o Espírito Santo a autoridade dos apóstolos, aqui representados por Pedro e João, para a edificação da igreja de Jesus Cristo.

Construir doutrinas em cima de experiências é muito perigoso. As experiências não devem ser descartadas, mas não devem ser o fundamento para a construção de uma doutrina.

Aqueles que defendem o batismo com o Espírito Santo como segunda bênção costumam se apegar ao texto de João 20.21,22 que diz:

21 Novamente Jesus disse: "Paz seja com vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio". 22 E com isso, soprou sobre eles e disse: "Recebam o Espírito Santo". (João 20.21,22)

Mais uma vez temos um texto, onde um acontecimento histórico é narrado, sem a intenção de produzir uma doutrina, um ensino sobre o acontecimento.

Este é um texto muito difícil de entender. O evento mencionado neste texto aconteceu antes do pentecostes, logo após a ressurreição de Jesus. Contudo o texto não diz e não indica que o Espírito Santo passou a habitar nos discípulos de Jesus, como os pentecostais e neopentecostais costumam considerar. Parece que Jesus estava somente simbolizando o que ele faria assim que subisse aos céus.

O Espírito Santo não podia começar seu ministério na nova aliança, antes de Jesus ser glorificado, conforme lemos em João 7.38,39.

38 "Quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva". 39 Ele estava se referindo ao Espírito, que mais tarde receberiam os que nele cressem. Até então o Espírito ainda não tinha sido dado, pois Jesus ainda não fora glorificado. (João 7.38,39)

Também lemos este ensino em João 16.7.

7 Mas eu lhes afirmo que é para o bem de vocês que eu vou (para o Pai). Se eu não for, o Conselheiro não virá para vocês; mas se eu for, eu o enviarei. (João 16.7)

Estes dois textos deixam claro que o Espírito Santo só viria iniciar o seu ministério na nova aliança quando Jesus fosse para a presença do Pai. Portanto o Espírito Santo não veio habitar antes do pentecostes na vida dos discípulos de Jesus.

Outro texto também usado para defender o Batismo do Espírito Santo como uma segunda bênção é o texto de Lucas 11.11-13.

11 "Qual pai, entre vocês, se o filho lhe pedir um peixe, em lugar disso lhe dará uma cobra? 12 Ou se pedir um ovo, lhe dará um escorpião? 13 Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está no céu dará o Espírito Santo (Πνεῦμα Ἅγιον – Pneuma Hagion) a quem o pedir!" (Lucas 11.11-13)

Encontramos diversas interpretações para este versículo. Se lermos este texto sem fazermos o comparativo com o texto de Mateus, onde ele descreve esta mesma fala de Jesus, não veja neste texto nenhuma referência que nos indique que Jesus estaria falando do pedir com o sentido de ser revestido do Espírito Santo como uma segunda bênção, nem mesmo como insentivo a buscar o dom de línguas. Muitos usam este texto com este fim, no meu entender, é forçar demais o texto.

Eu diria que Jesus está falando a judeus, homens e mulheres que tinham conhecimento da promessa do Pai que derramaria do seu Espírito sobre toda carne. Baseado somente neste texto, eu entendo que Jesus está instigando seus discípulos a pedirem para o Pai o Espírito Santo. Da mesma forma que Ele pede a nós hoje que oremos “Venha o Teu Reino e Seja feita a tua vontade”. Ele nos instiga a orarmos pela sua segunda vinda, pelo estabelecimento do Seu Reino sobre toda a terra. Ele nos pede isso, embora independetemente de nossas orações o Seu Reino virá e Sua vontade se estabelecerá sobre toda terra, pois Ele já nos prometeu, assim como Ele havia prometido o Espírito Santo.

Vamos unir este texto ao de Mateus (Mateus 7.11).

11 Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas (ἀγαθὰ - agatha) aos que lhe pedirem! (Mateus 7.11)

Você percebeu a mudança? Mateus não diz que o Pai dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem, mas sim dará coisas boas aos que lhe pedirem. Devemos considerar que Lucas escreveu seu Evangelho baseado nos relatos de testemunho que ouviu e nas informações contidas no Evangelho de Marcos. Lucas escreveu seu Evangelho por volta do ano 85 d.C., muitos anos depois da experiência do pentecostes. Parece que ele entendeu que Jesus ao dizer “coisas boas” se referia ao Espírito Santo. Não aos dons do Espírito ou fruto do Espírito, mas a pessoa do Espírito Santo.

Não podemos desconsiderar a experiência de Lucas com relação ao Espírito Santo. Ele viveu no início da afirmação do ministério apostólico. Em Samaria ele viu o Espírito Santo descer somente depois que Pedro e João impuseram as mãos sobre os samaritanos. Na casa de Cornélio, o Espírito Santo desceu somente depois que Pedro começou a pregar para eles. Em Éfeso o Espírito Santo desceu somente depois que Paulo orou pelos irmãos daquela cidade. Por isso, Lucas compreendeu que o Espírito Santo era a melhor coisa que se podia pedir ao Pai Celestial.

Paulo parece compreender que o batismo com o Espírito não era uma experiência separada da conversão, mas que acontecia a todos que criam em Jesus Cristo como seu salvador. Podemos afirmar isto baseado em suas palavras aos irmãos de Corinto (1 Coríntios 12.13).

13 Pois em um só corpo todos nós fomos batizados em um único Espírito: quer judeus, quer gregos, quer escravos, quer livres. E a todos nós foi dado beber de um único Espírito. (1 Coríntios 12.13)

Agora estamos diante de um texto claramente doutrinário, que tem como objetivo ensinar. Paulo neste texto está se referindo ao batismo com o Espírito, o batismo de Jesus e afirma que todos nós, se referindo a todos os crentes, não somente a um grupo de crentes. TODOS nós fomos batizados em único Espírito e todos nós bebemos da vida do Espírito. A ideia literal é que todos nós fomos saturados com um só Espírito.

Devemos considerar também que o próprio apóstolo Paulo, neste mesmo capítulo desta carta aos Coríntios ensina que nem todos falam em línguas, que nem todos são profetas, etc. (1 Coríntios 12.28-30). Embora nem todos falem em línguas, todos são batizados em um único Espírito, segundo Paulo.

Neste verso de 1 Coríntios 12.13 vemos claramente a realidade de que quando Jesus nos dá o Espírito Santo, somos imersos no corpo de Cristo, consequentemente na vida do Espírito Santo. Ao mesmo tempo em que o Espírito Santo é imerso em nós, nós somos imersos nele. Isso ocorre no ato da conversão ou logo após como consequência da conversão.

Embora eu defenda o batismo com o Espírito Santo como uma experiência única após a conversão, respeito àqueles que acreditam no batismo do Espírito Santo como uma segunda bênção. Este é um tema que não interfere em nossa salvação individual, mas nos mostra que um dos lados está interpretando o ensino do Espírito de Deus de forma errada, pois o Espírito Santo não pode dar diversos ensinos diferentes a nós, pois dessa forma ele contribuiria para a divisão do corpo de Cristo.

Existe ainda outra divergência com relação ao batismo com o Espírito Santo e está relacionado com o dom de línguas. A questão é: “O dom de variedade de línguas (línguas estranhas) é uma evidência do batismo com o Espírito Santo”?

 

2.2 – O Dom de Línguas Estranhas é Uma Evidência do Batismo Com o Espírito Santo?

Eu não vou me deter nesta divergência uma vez que não creio no batismo do Espírito como segunda bênção e também porque os que creem no batismo como segunda bênção, divergem entre si a respeito deste tópico.

Alguns dos grupos pentecostais e neopentecostais acreditam que o dom de línguas estranhas é a evidência do batismo com o Espírito Santo, outros destes mesmos grupos acreditam que a pessoa pode ser batizada com o Espírito Santo sem necessariamente manifestar o dom de línguas.

Eu já citei que o próprio apóstolo Paulo afirma em sua carta aos Coríntios que nem todos falam em línguas, mas que ele considera que todos são batizados no Espírito e participam da vida do Espírito. Portanto penso que não há necessidade de maiores estudo sobre esta divergência.

 

REFLEXÃO FINAL

Eu vou concluir esta mensagem retornando ao foco central de nossa mensagem de hoje: O Espírito pneumatiza nossas vidas. Vimos que Ele inicia esse processo de pneumatização de nossas vidas, nos convencendo do pecado, da justiça e do juízo, isto é, nos levando a crermos em Jesus Cristo e em sua obra redentora.

Uma vez que nos rendemos a Jesus e o reconhecemos como nosso Salvador, o Espírito de Deus passa a habitar em nós. Nosso espírito é vivificado pelo Espírito Santo. Uma vez imersos no corpo de Cristo, somos imersos na vida do Espírito. A partir dessa imersão Ele inicia em nós um processo de santificação, nos aperfeiçoando para Cristo Jesus. Nossas mentes são transformadas pela Palavra de Deus e passamos a mortificar as obras da carne, nos despojando do velho homem e nos revestindo do novo homem. Com o auxílio do Espírito Santo passamos a praticar as obras do Espírito, dando testemunho de Jesus.

Esse processo de pneumatização realizada pelo Espírito Santo em nós culmina com a ressurreição corpórea de nossas vidas.

21 Visto que a morte veio por meio de um só homem, também a ressurreição dos mortos veio por meio de um só homem. 22 Pois da mesma forma como em Adão todos morrem, em Cristo todos serão vivificados. (1 Coríntios 15.21,22)

 

42 Assim será com a ressurreição dos mortos. O corpo que é semeado é perecível e ressuscita imperecível; 43 é semeado em desonra e ressuscita em glória; é semeado em fraqueza e ressuscita em poder; 44 é semeado um corpo natural e ressuscita um corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual (πνευματικόν – pneumatikon). (1 Coríntios 15.42-44)

 

11 E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vocês, aquele que ressuscitou a Cristo dentre os mortos também dará vida a seus corpos mortais, por meio do seu Espírito, que habita em vocês. (Romanos 8.11)

 

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

26/11/2023 (manhã)

Nenhum comentário:

Postar um comentário