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quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ENCONTROS 1 - UM ENCONTRO TRANSFORMADOR

UM ENCONTRO TRANSFORMADOR
Lc 19:1-9

Este texto conta à história de Zaqueu. Essa é uma linda história. Mostra a transformação de um homem como resultado de seu encontro com Jesus.

1 – Quem era Zaqueu? (Lc 19:2)
Zaqueu era um homem que se sentia rejeitado, condenado, e sem direito de se aproximar de Jesus? Para a sociedade de sua época era um pecador, maioral dos publicanos. Isso significava dizer, que Zaqueu era responsável pelos cobradores de impostos da cidade de Jericó. Ele era um coletor de impostos para os romanos, o que o fazia ser mal visto entre os judeus.
Alguma vez você sentiu que apesar de todos os bens materiais que conseguiu na vida, continua havendo uma espécie de vazio interior que não o deixa ser feliz? Então sua vida tem muito a ver com a história de Zaqueu.
Zaqueu é apresentado na Bíblia como um símbolo do homem pecador. A história diz que ele era rico. Homens ricos geralmente usam roupas finas e caras. É interessante notar que às vezes, o pecador é simbolizado na Bíblia por um homem pobre, mal vestido ou quase nu, como no caso do filho pródigo, que voltou para casa vestindo trapos de imundícia e cheirando a porco. Como na história da mulher que foi pega em flagrante adultério, que foi arrastada pelos cabelos, seminua, até Jesus; ou como no caso do cego de nascença, que ficava na porta do templo pedindo esmolas; ou ainda o gadareno que vivia nos sepulcros.
Já outras vezes o pecador é simbolizado por um homem rico e bem vestido, como no caso de Naamã, o capitão do exército sírio, que por trás de suas vestes finas e suas condecorações gloriosas escondia a miséria de uma lepra consumindo sua vida. Este também é o caso de Zaqueu, que aparentemente tinha tudo para ser feliz: usava roupas finas, seus filhos talvez estudassem em escolas particulares de primeira classe, morava numa das mansões da cidade de Jericó, mas não era feliz. Sentia-se rejeitado pela sociedade e atormentado pela própria consciência.
Por que o pecador é às vezes simbolizado por um homem pobre e quase nu, e em outras por alguém rico e bem vestido? O que Deus está querendo nos dizer é que perante Seus olhos, todos os seres humanos são pecadores, com apenas uma diferença: uns são flagrados em seu erro, e seu pecado é descoberto e exposto para vergonha pública. Dedos acusadores levantam-se muitas vezes para apontá-los e condená-los; estão nus. Outros, perante os olhos divinos, são tão pecadores como os primeiros, mas a lepra do pecado está oculta embaixo das vestes de uma imagem brilhante. Podem passar pela vida sem que nunca alguém descubra seu erro, vestindo sempre roupas finas, mas infelizes, desprezados e vazios por dentro, como Zaqueu.
Ambos os grupos precisam de Jesus. Ambos precisam entender que aos olhos da igreja e da sociedade podem ser diferentes, mas aos olhos de Deus são iguais. Não importa se você é rico ou pobre, você meu amigo precisa de Jesus.

2 – Quem era Jesus? (Lc 19:3)
Zaqueu procurava ver “quem era Jesus”. Ele estava certo de que Jesus devia ser diferente de todos os que o desprezavam por ser um coletor de imposto, um pecador e também diferente de todos que buscavam sua amizade apenas com o interesse de serem recompensado de alguma forma por ele na hora da coleta dos impostos.
Muito possivelmente, Zaqueu, vivia em pecado, usando para proveito próprio a posição que o governo tinha lhe confiado, mas estava certo em sua busca. Cristianismo não é moralismo. A nossa primeira pergunta nunca deveria ser quanto ao que farei ou não farei, e sim, quem é Jesus, a quem amarei e a quem servirei.
No caminho de Damasco a primeira pergunta de Saulo não foi: “Que quere que eu faça?” mas “Quem és, Senhor?”
Cristianismo nunca foi apenas o cumprimento dos quês da igreja, mas acima de tudo fidelidade Aquele que nos achou, nos amou, nos perdoou e nos transformou.
Zaqueu estava certo. Procurava saber quem era Jesus.

3 – A multidão um obstáculo a ser vencido (Lc 19:3)
Zaqueu não conseguia se aproximar de Jesus, nem vê-lo por causa da multidão. Diante disso resolveu subir num sicômoro, numa árvore.
Qual era a grande dificuldade? Sua pequena estatura? Seu peso? Sua raça? Sua posição social? O que fazia sentir-se indigno? Sua vida cheia de erros? Sua pouca ou muita instrução? Não, isso nunca foi problema para chegar a Jesus. Era a multidão que não lhe permitia se aproximar do único capaz de preencher-lhe o coração e transformar-lhe a vida. A multidão o fazia sentir-se indigno de aproximar-se de Jesus.
Você já percebeu que durante o ministério de Cristo na Terra, as multidões sempre atrapalham a obra da redenção?
Lembra do paralítico que um dia precisava desesperadamente de Jesus para ser curado, mas não podia chegar perto DELE por causa da multidão? Os amigos tiveram que fazer um buraco no teto para que pudesse chegar ao Salvador.
Já leu a história da mulher com fluxo de sangue que teve que abrir caminho em meio da multidão para poder tocar o manto de Cristo?
Consegue imaginar o cego que precisava de visão clamando em alta voz: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!”? As multidões ordenaram-lhe guarda silencio, mas ele continuou gritando.
As multidões sempre se consideram fiscais da salvação. “Você não, porque é leproso”. “Você sim, passe adiante”. “Você espere, está imundo; primeiro tome um banho, está cheirando mal para chegar perto de Jesus”.
Certo dia as multidões queriam impedir que as crianças se aproximassem do Mestre. A voz doce de Jesus disse então: “Deixai vir a MIM os pequeninos, não os embaraceis, porque dos tais é o reino de Deus”.
Multidões! Deus tenha misericórdia das multidões que andam com uma vara de medir a fé para dizer que é digno e quem não é. Que Deus nos ajude a mostrar ao mundo quem é Jesus. Que nos ensine a tomar a mão dos que se sentem derrotados, tristes, frustrados e rejeitados. Que nos mostre como segurar o braço dos que pensam que nunca conseguirão. Que nos ajude a amá-los, a compreendê-los e levá-los a Jesus.

4 – Jesus te chama para o compromisso (Lc 19:5)
Zaqueu sentia-se indigno e pecador, porem as multidões fizeram-no sentir mais indigno e mais pecador ainda. Então o homem rico de Jericó pensou que o melhor seria ficar de fora e limitar-se a olhar Jesus de longe, e aí caiu no erro de muitos, hoje; porque cristianismo não é seguir Jesus de longe. Cristianismo é relacionamento diário e permanente com Jesus. Não importa se as multidões dificultam sua aproximação DELE. Faça como o paralítico, que entrou pelo teto, ou como a mulher com um fluxo de sangue, que abriu espaço entre a multidão, ou então clame como o cego: “Jesus, filho de Davi, tem compaixão de mim!” Mas não fique em cima da árvore. Não existem desculpas para ficar longe, na passividade de um sicômoro ou na indiferença de quem vê Jesus passar. Cristianismo é compromisso com Jesus, é envolvimento com sua igreja, é participação com SUA Missão. Cristianismo nunca foi contemplação cômoda de um sicômoro, enquanto se ruminam mágoas e ressentimentos e se é consumido por lembranças tristes que as multidões imprimiram dolorosamente em nossas vidas. Não, cristianismo é chegar perto de Jesus, apesar das multidões.
Jesus atravessava a cidade, seguido pelas multidões, e lá estava Zaqueu em cima de um sicômoro. Por que será que nós, seres humanos, estamos sempre plantando árvores para ficarmos em cima, vendo Jesus passar? Zaqueu estava em cima de um sicômoro. Mas podia ter sido uma árvore de preconceitos, temores ou dúvidas. Quem sabe uma árvore de mágoas, ressentimentos ou simplesmente de orgulho e incredulidade. Tanto faz.
De repente, Jesus parou e, em meio a tanta gente, olhou para Zaqueu: “Zaqueu, desce depressa, pois me convém ficar hoje em tua casa”.
Tenho tentado muitas vezes imaginar aquela cena. Imagino Zaqueu olhando desconcertado para todo lado e perguntando, com aquela ansiedade de querer que seja, mas tendo medo de que seja: “É comigo, Senhor? Não está equivocado? Eu sou Zaqueu, um ladrão para todos, um homem injusto. É comigo que vai jantar esta noite?”
(Lc 19:6) - Sim, Jesus queria tirar Zaqueu daquela situação cômoda, ele precisava descer da árvore e assumir diante a multidão o compromisso de andar com Jesus, de abrir a porta de sua casa e de seu coração para Jesus. É hora de você descer de sua árvore sair de seu comodismo e se comprometer com Jesus diante de todos, vivendo uma fé viva entre os irmãos, entre os amigos, entre os colegas de trabalho. Jesus te chama para uma vida de compromisso com Ele.

5 – Jesus te conhece em meio a multidão (Lc 19:5)
Você já pensou, meu amigo? Naquele dia havia milhares de pessoas junto a Jesus. Centenas de homens e mulheres que lutavam um contra o outro, e de repente o Mestre olha para quem nada esperava, olha para quem se sentia indigno, para um homem insignificante, de pequena estatura (física e moral), perdido lá entre os galhos de um sicômoro, e o chama pelo nome: “Zaqueu”.
Assim são as coisas com Jesus. Para Ele não existem multidões, existem pessoas. Para Ele você não é apenas uma ordem de produção ou um número na estatística. Você é gente. Ele se preocupa com você, com seus sentimentos, com seus sonhos, alegrias e tristezas. Ele chora com sua dor e se alegra com seu sorriso. Você é tão importante para Ele que um dia Ele deixou tudo e veio a este mundo para buscá-lo. Ele sabe seu nome, onde você mora, conhece suas ansiedades, sabe que você pode estar tentando ser um homem difícil ao apelo divino, dizendo para si mesmo: “Eu só quero vê-lo de longe”. Mas na realidade você é um homem solitário e sincero, que precisa DELE como todo ser humano.
“É comigo, Senhor?” pergunta você. “Sim, é com você, Henrique, Francisco, Isaura, Aparecido, Maria, ...” “Mas, Senhor! Eu fumo, bebo, tenho uma vida irregular, eu sou indigno”. “Não importa, é com você”, diz o Senhor, “É por você que Eu vim, Eu o amo, não pelo que você faz ou deixa de fazer, mas pelo que você é: um ser humano maravilhoso, apenas isso. Eu o amo, e por você morri na cruz”.

6 – Jesus trata o pecador com graça (Lc 19:7)
A multidão não ficou contente com a atitude de Jesus. “Ah”, pensaram no coração, “Ele dava a impressão de ser o Messias, mas em lugar de condenar os pecadores, recebe-os, se junta com eles, e não os repreende”.
A maneira como Jesus tratou a Zaqueu é a maneira como Ele quer levar Sua igreja ao reavivamento.
Veja que Jesus não olhou para Zaqueu e disse: “Zaqueu, você é ladrão, e o que você faz é uma vergonha. Estou disposto a lhe dar o privilégio de hospedar-me, mas antes quero que você confesse publicamente que é ladrão, e que devolva o dinheiro que roubou dos outros”.
Eu imagino que era isso que as multidões estavam esperando. Mas Jesus não fez nada disso. Havia algo de maravilhoso com Ele. Os pecadores sentiam-se amados na Sua presença. Quer dizer que Ele apoiava a vida errada dos homens? Não. A conduta deles é que mudava.
Mas Ele nunca os fazia sentir mais pecadores do que já eram. Não precisava agredi-los para inspirar neles o desejo de mudar de vida.
E agora vejamos a atitude de Zaqueu. O que foi que ele fez? Será que ele desceu do sicômoro e disse para Jesus: “Obrigado, Senhor, por lembrar-te de mim. Eu nunca poderei agradecer-te pelo fato de olhares para mim em meio a tanta gente. Agora fica um pouco aqui. Deixa-me ir e arrumar a casa. As coisas não estão bem por lá. Deixa-me fazer uma faxina completa e preparar uma refeição gostosa, então voltarei e iremos juntos”.
Foi assim que Zaqueu falou? Não. Por que não? Porque se pudéssemos deixar Jesus aguardando para primeiro limpar a casa, não precisaríamos mais DELE.
Aqui está envolvido o maravilhoso principio da justificação, que é pela fé, e da santificação, que também é pela fé. É Ele que limpa a vida. É Ele que corrige, que conserta, que purifica. Nunca cometamos a tolice de agradecer a Deus pelo perdão e depois sozinhos, tentarmos pôr a vida em ordem.

7 – Zaqueu se rendeu ao amor de Jesus (Lc 19:8-9)
O que foi que Zaqueu fez? Acho que ele colocou sua mão na de Jesus. Era um homem solitário, rejeitado pela sociedade, que precisava de alguém que lhe restaurasse o senso de humanidade. Ali estava uma mão estendida com amor, e ele agarrou-se a ela, apesar de ser publicano, um ladrão, um pecador.
Você já pensou que enquanto Jesus esteve na Terra nunca condenou os derrotados, os marginais, os ladrões ou as prostitutas?
As poucas vezes que Ele condenou alguém, foram aqueles que achavam que tudo estava bem com eles, aqueles que se consideravam os guardiães da fé, a norma de vida de seus semelhantes.
Graças a Deus porque Jesus veio a este mundo buscar os perdidos, os derrotados, os cansados de lutar sem nunca conseguir. Se você é um deles, alegre-se e louve o nome do Senhor, porque foi por você que Ele veio.
Ele o está procurando, não importa onde você está, onde se escondeu, ou para onde fugiu. Um dia a voz de Deus o alcançará e o chamará pelo seu nome, e talvez isso esteja acontecendo neste momento, enquanto você ouve esta mensagem.
Você está tremendo em cima do sicômoro da vida. Sente-se rejeitado, triste, frustrado? Sente-se que nunca vai conseguir? Ouça então a voz do Mestre dizendo: “Filho, Eu amo você. Desça daí quero ficar com você, quero entrar em sua vida e colocar cada coisa em seu lugar. Deixa-me limpar o que tem que ser limpo, consertar o que tem que ser consertado”.
Olhe agora para Jesus e Zaqueu. Nenhuma palavra. Apenas caminhavam juntos, e a atitude de amor de Jesus, penetrou na vida daquele publicano. Enquanto caminhavam juntos, a vida de Jesus, Seu poder, Sua vitória, transmitiu-se para o pobre homem, gerando nele o desejo de mudar de vida.
Não resistindo ao amor de Jesus, levantou-se e disse: “Mestre, se em alguma coisa defraudei alguém, estou disposto a restituir quatro vezes mais, e o que sobrar estou disposto a repartir com os pobres”.
Este é o resultado inevitável de estar em Jesus e andar com Ele. É impossível andar com Jesus e conviver com o pecado ao mesmo tempo. Ambas as coisas não combinam.
Que dia extraordinário aquele. No inicio, Zaqueu não passava de um homem solitário, frustrado e vazio apesar de sua invejável posição social e financeira. No fim do dia era um homem feliz, completo, transformado em Cristo. Zaqueu conhecia os dois lado da vida. O desespero e a esperança, a tristeza e a alegria, a condenação e o perdão, a derrota e a vitória. Certamente ele podia dizer: “Jesus tu és minha vida”.


Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
Baseado no livro TU ÉS A MINHA VIDA – Pr. Alejandro Bullón

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