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terça-feira, 23 de novembro de 2010

APOSTILA 3 - HOMILÉTICA 1

 
HOMILÉTICA 1
Prof. Cornélio Póvoa de Oliveira



INTRODUÇÃO

Texto: Romanos 10.13-15
            “Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como, porém, invocarão aquele em que não creram? E como crerão naquele de quem nada ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão se não forem enviados? Como está escrito: Quão formosos são os pés dos que anunciam cousas boas!”

O que á homilética?
É uma ciência cuja arte é a pregação, e que busca como resultado o preparo de um sermão bem elaborado e apresentado.

Origem da palavra
Homilética é palavra de origem grega - “homiletikos” (ato de pregar sermões, homílias, de falar elegantemente na oratória eclesiástica). É a arte de falar bem.




1 – PREGAÇÃO
1.1 – A Pregação
            De maneira simples, é falar um sermão, é fazer uma prédica (latim “pregationis”).

1.2 – O Objeto da Pregação
O objeto da pregação é a Palavra de Deus. Toda pregação precisa ser bíblica.
Então podemos afirmar que pregação é a comunicação ou transmissão oral da verdade divina com a finalidade de persuadir os ouvintes. Pregar é anunciar a salvação de Deus em Jesus Cristo.
A base da mensagem ou o seu fundamento é a Palavra de Deus, a verdade divina que precisa ser proclamada, pregada e não discutida.
A mensagem é o Evangelho (a boa notícia) em sua plenitude: a salvação e os princípios do Reino de Deus.

1.3 – O Valor da Pregação
A pregação é coisa importantíssima na história da Igreja. Deus usou os profetas na Velha Dispensação e os apóstolos na Nova Dispensação. Da Reforma até os nossos dias, temos tido pregadores que têm abalado a sua época (Is 52:7). A pregação deve ocupar o centro do culto, isto é, o espaço mais importante do culto.
Por meio da pregação a graça de Deus se manifesta sobre a vida dos homens. “Como crerão se não há quem pregue?” Rm 10.14.
Se a pregação é tão importante, quem prega deve aprender como melhor se preparar para transmitir a mensagem de Deus. Para isto, precisa estudar homilética e desta forma conhecer a arte da homília.

1.4 – A Eficácia da Pregação
A eficácia da pregação depende principalmente da obra do Espírito, que ocorre em três instâncias: na preparação do sermão, na entrega da mensagem e na recepção da mensagem por ocasião da pregação.
A eficácia da pregação depende da capacitação do Espírito para a tarefa (2 Co 3.5-6). É o Espírito Santo quem confere poder à pregação (1 Co 2.4-5 e 1 Ts 1.5).
A eficácia da pregação depende da ação iluminadora do Espírito Santo na preparação do sermão e da unção do Espírito na entrega da mensagem.




2 – O PREGADOR

2.1 – O Agente da Pregação
A palavra grega correspondente a pregador é “keryx” – arauto. A palavra “kerygma” designa proclamação ou anúncio do Reino de Deus. Portanto o pregador é aquele que anuncia o Evangelho de Cristo. O pregador é o arauto, a voz de Deus para os homens.

2.2 – A Eficácia da Pregação Com Relação ao Pregador
Se o Espírito Santo não assistir o pregador no seu labor exegético, o resultado do seu trabalho será insuficiente, por maior que seja o seu conhecimento e por mais diligente que seja o seu trabalho.
Diante disso o pregador deve:
·        Consagrar-se – Preparar-se para a pregação do Evangelho é dever sagrado. Para isso o pregador deve dedicar-se ao máximo, para que possa alcançar os melhores resultados. Separar tempo para reflexão, oração e jejum se lhe for possível.
·        Estudar a mensagem – Uma das maiores tragédias nos púlpitos de nossas igrejas é a má preparação dos pregadores, especialmente daqueles que, além de não estudarem, deixam de se dedicar à pregação. Sua mensagem, consequentemente, é desorganizada, sem nexo, perdida em uma Bíblia tão grande, perfeita e boa, deixando o público ouvinte carente de compreensão da Palavra de Deus.

2.3 As Qualidades do Bom Pregador
Para que a verdade divina seja transmitida com resultados é necessário para o pregador:
a)    Ter íntima comunhão com Deus – Um ardente amor ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo manterá o pregador ligado ao Céu e “as coisas que são de cima” (Cl 3.1). Ter amor a Palavra de Deus e temor.
b)    Ser cheio do Espírito – O pregador deve viver com o coração cheio de amor pelas almas. Somente alguém cheio do Espírito é capaz de manifestar a graça e o poder de Deus. Ser cheio do Espírito é viver na dependência de Deus todos os dias.
c)    Ter certeza de seu chamado – Quando se sabe para que Deus o chamou, se tem autoconfiança para cumprir seu propósito.
d)    Ter vida de oração – A oração deve fazer parte da vida de todo crente, quanto mais da vida do pregador.  O pregador deve orar como se tudo dependesse de Deus e trabalhar como se tudo dependesse dele;
e)    Ser ele mesmo – Nada de imitação. Ex.: Davi rejeitou as armas de Saul, na sua luta contra Golias, porque não sabia manejá-las, preferiu as suas, ainda que simples (1 Sm 17:39);
f)     Deve conhecer profundamente a palavra de Deus – Aquele que prega a Palavra de Deus deve conhecê-la bem (2 Timóteo 2:15);
g)    Ser culto (Leitor compulsivo) – È necessário não conhecer apenas teologia, mas ter conhecimento em outras áreas como: psicologia, filosofia, sociologia, direito, geografia, história, etc.
h)    Conhecer o povo a quem está pregando - Estar atento a necessidade da comunidade na escolha e transmissão da mensagem. Não se faz uma mensagem relevante sem ter conhecimento da realidade do povo a quem está pregando.
i)     Humildade – Não seja o pregador excessivamente humilde. Precisa crer no sucesso de seu trabalho e naquilo que defende. Deve pregar com confiança, sabendo que Deus o usará apesar de ser falho. Não pense o pregador que é infalível.
j)      Ser corajoso – Não deve ter medo de pregar a Palavra de Deus. Deve crer sempre que Deus o capacitará em qualquer situação.
k)    Desejo de sempre melhorar – Corrija-se, procure melhorar, dedique-se aos estudos seculares e teológicos, busque melhorar na arte da homilia a cada dia. Ouça outros pregadores. Não seja perfeccionista, pois isto é doença.

2.4 – Pregando com Propósito
Qual é o alvo da pregação? O alvo da pregação é salvar ou é edificar os ouvintes. Conforme o propósito de sua mensagem ela será:
a)    Evangelística – apelo para salvação. Busca a salvação dos não-regenerados.
b)   Doutrinária – edificação do corpo de Cristo que é a Igreja. Instruir a igreja.
c)    Confortadora/devocional – busca imprimir força, fé, graça e consolo aos corações turbados.
d)   Ética – busca o aperfeiçoamento da conduta cristã.
e)    Missionária – busca despertar novos apaixonados por missões.
f)     Pastoral – busca levar orientação a igreja em momentos especificios.
O pregador deve manter um equilíbrio, não caindo em extremos, isto é, só pregando um tipo e esquecendo-se do outro.

2.5 – Pregando com Postura
A postura do pregador, à frente do trabalho, tem muita importância. A sua linguagem, os seus métodos também. Nunca se deve pregar sem estar preparado intelectualmente, moralmente e espiritualmente. Nada de improvisações.
O que falamos no púlpito marca de tal modo a vida dos ouvintes que o pregador tanto pode ajudar na restauração de vidas como prejudicar os que atravessam crises e precisam de todo carinho e brandura.

2.6 – O Pregador e as Formas de Comunicação
Pregar o Evangelho é comunicar as boas novas ao mundo. É ensinar as verdades divinas através da comunicação. E comunicação é o resultado da interação de três elementos básicos: emissor, mensagem e receptor.
Para se comunicar o pregador pode fazer uso de diversos veículos de comunicação e também de uma variedade de modos ou métodos de comunicação.
·         Comunicação Sonora;
·         Comunicação Visual;
·         Comunicação Olfativa;
·        Comunicação Gustativa;
·        Comunicação Táctil.




3 – DESENVOLVENDO UM BOM SERMÃO

3.1 – Oração Fundamento Imprescindível Para o Pregador
Como Começar e Terminar um Sermão?
No que se refere a pregação no púlpito, NÃO fugir desta regra: começar e terminar com oração.
No que se refere a construção do sermão antes de ser pregado, NÃO fugir desta regra: começar, prosseguir e terminar com oração.

3.2 – Três Passos Iniciais Para se Desenvolver um Bom Sermão
Cada sermão será diferente do outro. Varia de acordo com os objetivos da mensagem e o material à disposição.

·        A primeira coisa é saber o que se quer pregar. Muitos sobem no púlpito sem saber o que realmente querem falar para a comunidade.
o   Precisa-se conhecer a realidade da Igreja e seu contexto social.
o   Qual o tema se quer abordar?

·        A segunda coisa é analisar o texto bíblico que será tomado como base para a pregação. O texto realmente fundamenta o que deseja pregar?
o   Precisa-se estudar bem o texto. Conhecer o contexto do mesmo.
o   Ele fundamenta o seu tema?

·        A terceira coisa é desenvolver o sermão.
o   Deve-se ter em mãos bons materiais para estudos aprofundados. Exemplos: Bíblias de estudos, comentários bíblicos, livros que abordam o tema proposto, etc.

3.3 – A Bíblia Fundamento Imprescindível Para o Sermão
            A Bíblia é o ponto de partida de um sermão. É ela a única fonte autêntica e infalível de revelação de Deus ao homem. É dela que sai a idéia bem fundamentada para o sermão, pois contém mensagem para todos os homens, de todos os níveis sociais, culturais e étnicos, bem como para qualquer de suas necessidades. De seu texto extrai o pregador seu sermão.
           
            3.3.1 – Outras áreas que fundamentam um bom sermão
·        As necessidades da congregação – sua realidade e necessidades.
·        A inspiração inesperada – uma palavra gerada de modo sobrenatural pelo próprio Deus, mas que deve ter base bíblica.
·        A experiência pessoal do pregador – ajuda a dar crédito na mensagem.
·        Um planejamento ou plano de trabalho – dá direção a igreja.

3.4 – O Que é Texto Bíblico?
            A palavra texto vem do latim “textus” que significa “tela ou ponto” – termo este que vem da palavra “texcere” que significa “tecer”.
            Texto Bíblico é as palavras bíblicas usadas pelo orador, tornando-as base do seu sermão. Pode ser uma frase (Deus é amor. Jesus chorou, etc.), um versículo, um capitulo, uma perícope[1] ou um livro da Bíblia.
            Segundo Egger "o próprio vocábulo "texto" (do latim textus = tecido, entrançadura) diz que se trata de um conjunto de elementos ligados entre si pela unidade e pela coerência da expressão... quando as palavras e as frases estão interligadas a expressão é definida como um texto (unitário); quando ao contrário, alguns elementos carecem de conexão, estamos na presença de diversos textos, ou de seguimentos fragmentados de texto, ou de uma sucessão sem sentido de palavras."[2]

3.4.1 – O Valor do Texto Bíblico
Na leitura bíblica, assumimos o compromisso com a explanação do texto em epígrafe. O ouvinte fica frustrado quando ouve a leitura do texto bíblico e constata que ele não foi nada mais que um pretexto.

·        Para o pregador:
a)    Dá-lhe garantia e autoridade;
b)    Leva-o à oração e pesquisa para descobrir o seu significado.

·        Para o ouvinte:
a)    Desperta o seu interesse;
b)    Ajuda-o na compreensão da mensagem e dá-lhe crescimento espiritual.

3.4.2 – Como Escolher o Texto Bíblico?
a)    De acordo com o objetivo do sermão;
b)    Que seja claro;
c)    Curto – textos longos tornam a leitura enfadonha. Pode-se selecionar uma parte menor para leitura, e os outros detalhes da história ficam para serem narrados ao longo da mensagem;
d)    Em geral positivo e não negativo;
e)    Evitar conteúdo pomposo e repugnante;
f)     Não desprezar os muitos conhecidos (Bartimeu, Zaqueu, Filho Pródigo, etc.)

3.4.3 – Como Interpretá-lo?
a)    De acordo com o sentido geral da Bíblia (lembre-se a Bíblia interpreta a si mesma);
b)    De acordo com o seu contexto;
c)    Encarando o sentido gramatical, lógico, histórico e figurado.



3.5 – Materiais Para o Desenvolvimento do Sermão.
            3.5.1 – Adquiridos com antecipação:
a)    Conhecimento das Escrituras;
b)    Cultura geral;
c)    Cultura teológica;
d)    Outros conhecimentos.

3.5.2 – Adquiridos na preparação da mensagem:
São oferecidos pelas fontes que estão sendo consultadas na hora, tais como: dicionários, comentários bíblicos, etc.

3.5.3 – Adaptados durante a construção da mensagem:
Diz-se que mais da metade das mensagens pregadas em nossos púlpitos são adaptados. Trata-se do aproveitamento das idéias e pensamentos alheios não literais, porém modificados ou aperfeiçoados pelo pregador, no preparo do sermão. Isto é comum no mundo cientifico. O pregador deve, na medida do possível citar as fontes consultadas.




4 – CONSTRUINDO O SERMÃO

4.1 – Divisões do Sermão
Um sermão bem organizado, dividido corretamente com linhas claras e definidas, é preferível a um que divague por toda a Bíblia, e aborde vários pontos teológicos. Para facilitar a exposição da mensagem, adotam-se divisões na construção do sermão.
Um sermão é dividido da seguinte maneira:
·        Introdução.
·        Transição
·        Título – (nome que se dá a mensagem).
·        Divisões do Tema
o   Título 1 – (deve estar ligado ao título dá mensagem)
§  Subtítulo (deve estar ligado ao título 1).
o   Título 2 - (deve estar ligado ao título dá mensagem)
§  Subtítulo (deve estar ligado ao título 2).
o   Título 3 - (deve estar ligado ao título dá mensagem)
·        Conclusão

4.2 – As Divisões do Sermão

4.2.1 – Introdução:
A)   É a entrada do sermão;
B)   O anúncio do que se pretende dizer;
C)   Preparada com antecipação;
D)   Apresentada com firmeza, segurança e clareza;
E)   Breve e interessante;
F)   A última parte do sermão a ser feito.

Pode-se introduzir com uma ilustração, com uma manchete de jornal, com a declaração direta dos objetivos, ou seja, a necessidades elementares dos ouvintes.
Fontes para ilustração: Texto, contexto, ilustração, testemunho, etc.

4.2.2 – Transição:
Explicação do texto básico (pano de fundo do texto escolhido) e passagem para o tema.

4.2.3 – Título:
Deve ser o resultado do tema (assunto) que deseja falar.
Um título bem elaborado atraí o ouvinte. É lamentável quando o título deixa de cumprir sua função e, em vez de anúncio adequado passa a servir tão-somente de chamariz, isso acontece quando a mensagem não corresponde ao título. Outras vezes o título cai no esquecimento, não tem nada a ver com a mensagem.



4.2.4 – Divisões:
A)   As divisões devem ser lógicas, relacionadas com o texto e o tema, separadas umas das outras.
B)   Quanto a quantidade? Duas no mínimo e quatro ou cinco no máximo. Melhor que sejam sempre três.
C)   Quanto a ordem? Começar do argumento mais fraco.
D)   Nesta parte do sermão são apresentadas as provas da verdade que se pretende ensinar.
E)   A passagem de uma divisão para outra deve ser feita de maneira sutil. As divisões devem adaptar-se perfeitamente uma à outra e, se possível, proceder uma da outra, em desenvolvimento natural.

Muitos costumam anunciar minuciosamente as divisões do sermão. Não é obrigatório, embora seja importante ter essa divisão em mente quando se está pregando.

4.2.5 – Conclusão:
A)   É o desfecho final, portanto deve ser muito bem preparada;
B)   Deve ser breve;
C)   Preparada antecipadamente;
D)   Deve apresentar uma recapitulação das divisões;
E)   Deve apresentar uma aplicação final e prática.
F)   Deve concluir através de apelos veemente para aceitação da verdade;
·        Apelo pode ser direto. Afirmação ou pergunta: Ex.: “Você precisa...” “Você que precisa...”.
·        Apelo pode ser indireto. Reflexivo: “Gostaria que você pensasse...”.

Obs.: Aplicação "é a arte de persuadir e levar o ouvinte a não só entender a verdade, mas, sobretudo, pô-la em pratica com sua própria vida".
Como e quando usá-la? No final do sermão ou no fim de cada divisão.




5 – O PREGADOR E O PÚLPITO

5.1 – A Duração do Sermão
Não pode ser muito curto e nem muito comprido. O melhor tempo gira em torno dos (30) trinta minutos. Cuidado para não cansar os ouvintes.
Um sermão é dividido da seguinte maneira com relação ao tempo:
·        Introdução – 3 à 5 minutos aproximadamente
·        Transição – 1 ou 2 minutos aproximadamente
·        Divisões do Tema - 20 minutos aproximadamente
·        Conclusão – 2 à 4 minutos

5.2 – O Decoro no Púlpito
Ao ocupar o púlpito, conscientize-se o obreiro de que está num lugar santo; que dali ele vai orientar a adoração e ministrar a santa Palavra de Deus; que todos estão com a atenção voltada para ele. Por conseguinte, deve portar-se com dignidade e reverência, para que receba de Deus as bênçãos, e contribua para que outros sejam abençoados, e também seja exemplo a todos.

5.2.1 – Cuidados que o pregador deve ter no púlpito
·        Apresentação pessoal – o pregador deve apresentar-se bem vestido (sem exageros). Barbeado, cabelos feitos, sapatos limpos, gravata e colarinhos bem ajeitados.
·        Ao assentar-se – Quando assentar-se atrás do púlpito, seja discreto, a fim de dar exemplo a fiéis e infiéis. Não fique alheio ou distraído com relação ao que se passa ao redor.
·        Com relação aos companheiros – Havendo no púlpito companheiros ou visitantes, deve o pregador evitar distraí-los, conversando ou dando atenção demasiada à conversa deles, pois além de parecer mal, tal procedimento prejudica grandemente os trabalhos e tira a autoridade do obreiro para advertir aos infratores da ordem.
·        Ao mostrar fraquezas morais e espirituais do auditório – Inclua-se entre os faltosos, usando o pronome “nós”, para evitar ressentimentos e resultados danosos.
·        Aceite com naturalidade e considerações os elogios que lhe forem dirigidos, não dando respostas jocosas ou repreensivas.

5.2.2 – O Que Não se Deve Fazer no Púlpito
·        Nunca pedir desculpas. Mas para isso precisa estar inspirado por Deus e ter cuidado com as palavras;
·        Jamais levar suas dúvidas para o púlpito. Nossa missão é compartilhar a fé e nunca abalar a fé dos ouvintes.
·        Olhar várias vezes no relógio;
·        Fechar a Bíblia antes de terminar o sermão;
·        Contar anedotas ou piadas;
·        Se mover demasiadamente;
·        Pregar com as mãos no bolso;
·        Assentar-se de maneira deselegante: pernas abertas, braços estendidos para os lados, pernas cruzadas com joelhos elevados;
·        Mexer-se ou coçar em demasia, como se estivesse em um lugar privativo;
·        Ficar ajeitando as calças, como se estivessem caindo;
·        Com o olhar voltado para o teto, para a Bíblia ou qualquer outro lugar que não o auditório;
·        Ficar preso ao esboço do sermão;
·        Preencher espaços com “améns” e “aleluias”, de maneira descabida.
·        Não inclua no sermão testemunhos absurdos para explorar a sensibilidade ou emoção dos ouvintes.
·        Dar murro no púlpito.





6 – TIPOS DE SERMÕES

6.1 – Temático ou Tópico
É aquele cujas divisões são extraídas do tema. Dividi-se o tema e não o texto de onde é tirado. Está ligado obrigatoriamente ao título, isto é, ao assunto. Tudo que esse sermão recebe do texto é sua idéia central. Exemplo:

Texto: Lucas 24:13-35
INTRODUÇÃO.
TRANSIÇÃO.
TEMA: Bênçãos Da Presença De Cristo (v.29).
DIVISÕES:
1 – (está oculta a palavra – tem) PAZ – Estavam tristes e abatidos (v.17).
           2 – (tem) CORAGEM – Fugiam de Jerusalém (v.13) e agora voltavam imediatamente (v.33).
3 – (tem) VITÓRIA – (1 Co 15:57).
CONCLUSÃO.

6.1.1 – Vantagens ao elaborar um sermão temático
ü  Permite que se discuta qualquer assunto julgado necessário;
ü  Possui maior amplitude de desenvolvimento;
ü  Permite ao pregador prosseguir rumo ao alvo do sermão;
ü  Contribui para desenvolver no pregador a criação literária;
ü  Ajuda a sequência de argumentos lógicos;
ü  Possui mais harmonia entre as partes por ser mais lógico;
ü  É geralmente mais claro, mais fácil de ser compreendido.

6.1.2 – Desvantagens ao elaborar um sermão temático
ü  Pode encorajar o pregador a enveredar por assuntos seculares, perdendo de vista o objetivo;
ü  Pode não despertar interesse no ouvinte (especialmente o inculto) pela mensagem;
ü  Por não exigir muito esforço, pode levar o pregador ao comodismo e à superficialidade, pela não-aplicação aos estudos;
ü  Pode introduzir o pregador a divagações e generalidades;
ü  Exige estilo mais acurado, não se prestando muito a pregador de pouca cultura;
ü  Exige maior imaginação e vigor intelectual, visto ser nele indispensável o emprego de figuras de linguagem ou pensamentos;
ü  Exige maior conhecimento de lógica e dialética, uma vez que se presta muito aos assuntos apologéticos;
ü  Exige do pregador comprovações escriturísticas ou bíblicas em todas as suas afirmações ou negações, o que não é fácil.



6.2 – Textual
É aquele cujas divisões são tiradas do texto. Dividi-se o texto e não o tema. Tanto o tema quanto as divisões são derivadas do texto e seguem rigorosamente sua ordem natural. Embora as divisões sejam extraídas do texto, devem ficar intimamente relacionadas com o assunto e uma com as outras. Exemplo:

A) Texto: 1 Pedro 2:9-10.
INTRODUÇÃO.
TRANSIÇÃO.
TEMA: Privilégios Dos Crentes.
DIVISÕES:
            1 – (está oculta a palavra – ser) GERAÇÃO ELEITA;
            2 – (ser) SACERDÓCIO REAL;
            3 – (ser) NAÇÃO SANTA;
            4 – (ser) POVO ADQUIRIDO.
CONCLUSÃO.

B) Texto: João 14:1-6.
INTRODUÇÃO.
TRANSIÇÃO.
TEMA: O Que É Jesus Para O Homem? (v.6)
DIVISÕES:
            1 – (estão ocultas as palavras – Ele é o) CAMINHO;
            2 – (Ele é a) VERDADE;
            3 – (Ele é a) VIDA.
CONCLUSÃO.

C) Texto: Apocalipse 1:1-3
   INTRODUÇÃO.
   TRANSIÇÃO.
   TEMA: Atitudes Do Homem Com A Bíblia.
   DIVISÕES:
               1 – (Estão ocultas as palavras – o homem deve) LER;
               2 – (o homem deve) OUVIR;
               3 – (o homem deve) GUARDAR.
   CONCLUSÃO.


6.3 – Expositivo
É o resultado da exegese ou exposição completa de um texto das Escrituras. A essência da exposição é a explicação. A pregação expositiva é explicação aplicada.
O sermão é expositivo quando, independentemente do tamanho da passagem bíblica em pauta, tem não apenas as divisões principais procedendo do texto, mas todo material sermônico explanando constantemente o texto escolhido.
O selo de garantia de um sermão expositivo não é o tamanho do texto básico, mas a profundidade com que ele é tratado.
A natureza essencial da pregação expositiva, portanto, é pregação que aplica a passagem de uma maneira que leve a igreja a uma aplicação verdadeira e prática da passagem.
Uma mensagem expositiva trata de uma só passagem básica da escritura. Referencias a outros versículos sempre apontam diretamente para a passagem em destaque, ilustram-na e confirmam seu ensino.
Uma mensagem expositiva tem integridade hermenêutica. Ela é fiel ao texto. Isto quer dizer que ela repete os elementos importantes do texto com o mesmo equilíbrio e a mesma intenção do autor original.
Uma mensagem expositiva tem aplicação, que não viole o propósito, o significado ou a função do texto em seu contexto original. Repetindo: sem aplicação não há pregação expositiva, só exposição. Só informação, não mensagem.
O aspecto mais importante da pregação expositiva é que ela combina a revelação de Deus e Sua vontade. Considerando a subjetividade do pregador, as limitações da mente humana, os efeitos do pecado até sobre os nossos melhores pensamentos, e os danos que o subjetivismo está causando na teologia moderna, é mais provável que um sermão contenha algum erro, de julgamento ou sobre um fato, do que não o tenha. Por esta razão, quanto mais perto nos ativermos à Palavra revelada de Deus, menos suscetíveis seremos ao erro. Com isto não quero dizer que a mensagem expositiva é o único tipo válido de sermão. Só estou dizendo que, quanto mais próximo nos mantivermos da Escritura em seu contexto, menos probabilidades teremos de errar, e tanto mais certa será a declaração da verdade divina.
Outro aspecto importante da pregação expositiva é que ela ensina a Palavra de Deus no contexto escolhido pelo Espírito Santo.

6.3.1 – Vantagens ao elaborar um sermão expositivo
ü  Poderemos estar mais confiantes de estar pregando a vontade de Deus ao expormos sua Palavra.
ü  Na pregação expositiva ficamos limitados à verdade bíblica. O subjetivismo fica minimizado. O medo que todos temos (ou deveríamos ter) ao subir ao púlpito, de nos tornarmos portadores do erro, é diminuído quando sabemos que nosso sermão é um veículo para a verdadeira Palavra de Deus.
ü  À medida que pregamos através da Escritura, nós proclamamos "todo o conselho de Deus", e não somente nossos assuntos preferidos.
ü  Geralmente o contexto da passagem inclui sua própria aplicação.
ü  Freqüentemente a Bíblia fornece uma estrutura literária que pode servir de base para o esboço do sermão.
ü  Podemos inserir assuntos delicados na seqüência expositiva sem sermos inoportunos. Todo pastor sabe como é difícil tratar de certas questões melindrosas, em especial quando a comunidade as identifica com certos membros.
ü  Dá ao pregador uma oportunidade muita boa de fornecer um modelo de estudo bíblico.

6.3.2 – Desvantagens ao elaborar um sermão expositivo
ü  A mais óbvia é que ela torna necessária um estudo profundo do texto.
ü  Não nos é permitido pinçar um versículo já usado antes, nem tirar algumas doutrinas que vislumbramos aqui e acolá. 
ü  Somos obrigado a batalhar por um entendimento da passagem toda.
ü  Não podemos deixar de lado palavras significativas, construções sintáticas ou doutrinas.
ü  É necessário conhecer bem os princípios hermenêuticos.
Exemplos:

A)   Texto: Ester 4:1 a 5:3.
INTRODUÇÃO.
TRANSIÇÃO.
TEMA: O Que Fez Ester Para Chegar À Presença Do Rei?
DIVISÕES:
            1 – DECRETOU UM JEJUM (4:16a);
            2 – ARRISCOU A VIDA (4:16b);
            3 – PREPAROU-SE DIGNAMENTE (5:1).
CONCLUSÃO.

B)   Texto: Mateus 15:21-28
INTRODUÇÃO.
TRANSIÇÃO.
TEMA: Como Alcançar As Bênçãos Divinas?
DIVISÕES:
            1 – CLAMANDO A JESUS (v. 22);
            2 – HUMILHANDO-SE DIANTE DE JESUS (v. 26 e 27);
            3 – TENDO FÉ EM JESUS (v. 28).
CONCLUSÃO.




7 – ILUSTRAÇÕES E FIGURAS DE LINGUAGEM

7.1 – Seu valor
·        Necessárias pelo interesse que despertam nos ouvintes;
·        Quebra a monotonia;
·        Embeleza o estilo e facilita a compreensão (ajuda na comunicação);
·        Método usado por Jesus em Mt 6:25-34. Jesus também usou em outras ocasiões como a cruz, o batismo, a ceia do Senhor;
·        Esclarece a verdade apresentada.

7.2 – Fontes
·        Lar;
·        Igreja;
·        Sociedade;
·        Campo;
·        Cidade;
·        Trabalho;
·        Viagens;
·        História da humanidade;
·        História bíblica;
·        História imaginária (contudo histórias reais sempre são melhores);
·        Testemunho (depoimento próprio ou de outros a favor do evangelho).

7.3 – Como usá-las
·        Limitar o número;
·        Ter variedade;
·        Ser claro;

7.4 – Onde usá-las no sermão
·        Na introdução;
·        Nas divisões;
·        Podendo ser relembrado na conclusão.

7.5 – Principais figuras de linguagem
·        Comparação ou símile – Consiste em comparar uma coisa a outra. Jesus usou este critério: “O reino dos céus é semelhante a...” (Mt 13.44, etc.);
·        Metáfora – Neste tipo dizemos que uma coisa é a outra – uma comparação na qual não se usam as palavras “como” e “semelhante”. O Senhor Jesus usou esta forma: “Vós sois a luz do mundo” (Mt 5.14).
·        Metonímia – Esta figura consiste em tomar a parte pelo todo e vice-versa; o geral pelo particular e o particular pelo geral. “Rachel chora pelos seus filhos” (representando os filhos de Israel); “Pregar a Israel” (ao povo, não a Jacó). “Pregar o Evangelho a toda a criatura” (humana, não a todos os seres vivos).
·        Hipérbole – Esta figura engrandece ou diminui exageradamente o valor real das coisas ou idéias. O apóstolo João utilizou-a: “Nem todo o mundo poderia conter os livros que se escrevessem” (Jo 21.25).
·        Parábola – É uma narração alegórica que encerra doutrina moral. Pode ter valor ou sentido celestial, como vemos na Bíblia. Uma forma de narrar uma verdade através de uma história.
·        Fábula – É uma narração alegórica, cujos personagens geralmente são animais, e encerra sentido moral. Por exemplo: “O Lobo e o Cordeiro”, “O Elefante e a Formiga”.
·        Alegoria – Funciona à base de personificação. Não deixa de ser uma forma de metáfora quanto ao sentido que imprime ao caso.
·        Analogia – Em literatura, analogia é a semelhança entre duas coisas sob certos aspectos. É o processo pelo qual o espírito, observando as relações e semelhanças das coisas, se eleva ao descobrimento da razão dessas relações e semelhanças. Por exemplo, as relações que existem entre as línguas neolatinas.
·        Anedota – É conto sucinto, rápido, de uma particularidade histórica ou aventura curiosa e divertida. A anedota precisa ser bem escolhida.
·        Prosopopéia – É a figura de retórica onde falam pessoas ausentes ou mortas, e coisas inanimadas. Encontramos esta figura na Bíblia: “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra de suas mãos” (Sl 19.1).
·        Episódio biográfico – É um tipo muito utilizado para ilustrar sermões. São pequenos testemunhos de alguém conhecido por todos.
·        Pleonasmo – Emprego desnecessário de uma palavra. Uma ênfase desnecessária. Ex.: “Ele desceu para baixo”. “Ela cantou uma canção”.




8 – A ORATÓRIA CRISTÃ E SUA HISTÓRIA
8.1 – Definição
Retórica à Arte de falar bem.
Oratória à Arte de falar em público.

8.2 – A História
É a homilia o mais antigo dos tipos de discursos cristãos. Pouco sabemos de sua história. No entanto, podemos apontar alguns registros dignos de aceitação.
Prevalecia entre os judeus a prática de explicar em forma popular as lições das Escrituras lidas nas sinagogas, entretanto ainda não existia a retórica, isto é uma preocupação em como transmitir este discurso.
Desde o início do Cristianismo esta prática judaica foi adotada pelas congregações cristãs.
Com exceção dos atribuídos a Hipólito, não temos nenhum exemplo deste tipo de atividade mais antigo que as homilias de Orígenes, que datam do Século III. Tomando estas como modelo, a homilia cristã primitiva pode ser descrita como a exposição popular de uma porção das Escrituras Sagradas, acompanhada de reflexões e exortações morais. Distingui-se do sermão, cuja forma reflete mais a influência da retórica das escolas; segue mais a ordem do texto ou da narração bíblica, e não o estilo retórico ou ensaio didático do sermão.

8.3 – A Origem da Palavra
O nome parece ser o mais adequado. A conversação era chamada pelos gregos “homilia” e pelos romanos “sermo”, e assim foi adotado para a comunicação da mensagem cristã. Era uma conversa com os ouvintes, como um diálogo em família, informal. Por isso o nome homilética parece bem apropriado.

8.4 – A Origem da Retórica (A homilia como arte de falar bem)
Os gregos são os criadores, os donos da retórica, mas de fundo exclusivamente político, forense (relativo aos tribunais) e filosófico. Haja vista que Sócrates, Platão e Aristóteles, considerados luminares da filosofia grega, não nos transmitiram religião, embora fossem religiosos.
Aristóteles – assim como Sócrates – era da opinião que a retórica, como arte de falar em público, devia estar a serviço da verdade.

8.5 – O Desenvolvimento da Oratória Cristã
A mensagem hebraica era a Palavra de Deus, transmitida pelos profetas, rabinos, sacerdotes, escribas e outros ao povo hebreu. Não havia preocupação com a oratória, mesmo sob influência dos romanos. Chega o Cristianismo, e as coisas mudam, face aos novos objetivos. A retórica vai contribuir com a forma, isto é, com as regras.
·        Os primeiros cristãos – apresentavam o Evangelho na forma simples de homilia, dado o tamanho das congregações, como as nossas menores de hoje. Entretanto, já procuravam os pregadores cristãos estruturar suas mensagens nas bases da retórica grega e oratória romana. Nos sermões de Paulo, pelo que se lê em Atos dos Apóstolos e em seus escritos epistolares, encontramos evidências de que ele conhecia bem retórica.
·        O segundo século – encontramos ainda a influência da retórica nas mensagens cristãs de Clemente de Alexandria (160-220), Tertuliano (150-220), comprovada através de seus escritos. É, contudo, Orígenes (185-250) quem dá início à aplicação da retórica nos sermões, ou oratória sacra. Sendo ele grande hermeneuta (intérprete de textos), começa uma dissertação formal, que muito contribui para o discurso cristão.
·        O Renascimento e a Reforma – o retorno ao estudo do grego e do latim, pelos humanistas, teve início uma nova era nos estudos da homilética, desenvolvendo-se o método escolástico (princípios filosóficos de grande efeito didático na época). O mais importante foi o famoso e erudito Desidério Erasmo (1457-1536), com o livro O Pregador do Evangelho, publicado em 1535, que muito adicionou à arte de pregar.
·        A homilética moderna – começa a desenvolver-se e expandir-se em todos os campos no Século XIX, junto com a literatura de vasto alcance. Hoje, abrange todo o mundo civilizado e cristão. O livro mais destacado sobre o assunto foi A Arte de Pregar, de John A. Broadus, em 1870, nos Estados Unidos. Esta obra é grandemente utilizada ainda hoje.

8.6 – A Pregação e a Retórica
Pregar é falar, obviamente. Assim, pregar bem é falar bem. Os pregadores de renome souberam usar, com muita eficácia, a voz e os recursos naturais, intelectuais e retóricos. George Whitefield foi um grande pregador, orador de muita retórica, e influenciou grandes auditórios com sua poderosa e eloqüente mensagem. Fazia-se entender até pela expressão do rosto; diziam que sua voz parecia música, e seus gestos, paixão. Por isso afirmamos que a técnica da eloqüência não deve ser descuidada pelo pregador.

·        O uso da voz e a fala em público:
o   Não principie o pregador sua mensagem em tom demasiadamente alto – especialmente ao ar livre, em ambiente muito espaçoso ou que não lhe seja familiar; e maior ainda deve ser o cuidado se não houver bom sistema acústico ou eletrônico para difusão da voz. É difícil abaixar a voz, mesmo quando se percebe que o tom está muito alto.
o   Não permita que a voz decaia repentinamente na primeira ou última sílaba das palavras ou no final do período – para que não se tornem as últimas palavras inaudíveis.
o   Lembre-se de abastecer cuidadosamente os pulmões – evitando falar enquanto estão vazios.
o   Mantenha sempre a cabeça erguida – e não permita que nada (colarinho, gravata, posição do pescoço) oprima sua garganta.
o   Fixe frequentemente a vista nos ouvintes – mudando de direção normalmente, modificando a voz e o olhar discretamente para os distraídos.
o   Procure variar o tom de voz – para evitar a monotonia e não causar sono no público. Às vezes imprima força na voz e velocidade.
o   Não se descuide do auditório – não se distraia com nada.

·        O uso excessivo ou descuidado do órgão fonador:
o   O descuido no uso ou o abuso da voz pode causar laringite (inflamação da laringe) – Pode causar debilidade à saúde o falar muito, falar muito alto ou com a cabeça curvada para baixo; falar ou cantar quando se está rouco ou quando os órgãos fonadores estão cansados.

·        Expressão Corporal – É o que o famoso orador e político Cícero chama de “sermos corporis” (sermão do corpo ou fala do corpo). Inclui a expressão do rosto e a postura. A expressão corporal deve ser sugestiva, mais que imitativa. Jamais deve o pregador fazer o gesto antes de falar. O movimento corporal não deve ser excessivo, com muita freqüência. Isto leva também a monotonia. Em todos estes atos deve haver vida e liberdade para que as atitudes se revistam de poder comunicativo. Às vezes um gesto é mais expressivo que muitas palavras. Por exemplo: o dedo colocado nos lábios para pedir silêncio. É melhor, mais expressivo do que dizer: “Não fale!” Os gestos incluem:
o   A expressão do rosto – tristeza, alegria, entusiasmo, angústia, etc.
o   Postura – em pé parado, andando, sentando-se, pondo-se de pé, dirigindo, etc.
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·        Evite o nervosismo – Um pouco de nervosismo até pode ajudar a emoção, mas o excesso traz desequilíbrio emocional capaz de comprometer a atuação do pregador.
o   Pode tirar a voz – prejudicando o funcionamento dos órgãos fonadores.
o   Pode tornar o corpo rígido – especialmente na zona do peito e da garganta, em prejuízo da boa fonação.
o   Atrapalha a respiração – causa fadiga e impede a adequada irrigação do cérebro com oxigênio, podendo até provocar desmaio.

·         A postura emocional é fundamental – A humildade, como sentimento natural do homem falível, deve combinar-se com a posição de um embaixador do Reino de Deus. O pregador pode e deve deixar transparecer suas emoções quando o Espírito Santo lhe tocar o coração. Deixá-las vir a tona é sinal de honestidade. Pregador que não tem sentimento é superficial. O pregador manifesta o que á através da mensagem que prega. Crê no que prega, e prega o que vive, e vive o que crê.



Bibliografia
BLACKWOOD, Andrew W. A Preparação de Sermões. São Paulo: ASTE.
BRAGA, James. Como Preparar Mensagens Bíblicas. São Paulo: Vida.
CRANE, James D. O Sermão Eficaz. Rio de Janeiro: JUERP.
DANTAS, Anísio Batista. Como Preparar Sermões. Rio de Janeiro: CPAD, 1999.
FREEMAN, Harold Nuevas. Alternativas en La Predicación Bíblica. El Paso: C.B. de Publicações.
KOLLER, Charles. Pregação Expositiva Sem Anotações. São Paulo: Mundo Cristão.
LACHLER, Karl. Prega a Palavra. São Paulo: Vida Nova.
LIEFELD, Walter L. Exposição do Novo Testamento. São Paulo: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova, 1988.
LLOYDE-JONES, D. Martyn. Pregação e Pregadores. São José do Campos: Fiel.

STOTT, John R. W. O Perfil do Pregador. São Paulo, Sepal.



[1] Perícope à Passagem da Bíblia utilizada para leitura durante culto ou sermão. O vocábulo remonta ao termo grego ‘perikopês; "ação de cortar em volta; divisão dos capítulos dos livros santos; capítulo determinado", o qual derivou do verbo ‘perikóptó’, "cortar em volta
[2] EGGER, Wilhelm. Metodologia do Novo Testamento. São Paulo: Ed. Loyola, 1983, p.23

8 comentários:

  1. Boa tarde meu irmão, a Paz do Senhor! Gostaria de saber se posso usar este artigo para aplicar como um curso aos obreiros da nossa congregação? Deus abençoe!

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    1. Oi Ricardo! Fico feliz que este material possa ser usados para o aperfeiçoamento de sua liderança. Sinta-se a vontade para usa-lo. Deus o abençoe.

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    2. Amém! Deus abençoe grandemente sua vida. Sua pagina é muito boa, parabéns.

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  2. Boa noite teria como vc me manda esse materia pra pode usa pra da um curso na minha congregação para obreiros.

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  3. Saudações em Cristo pastor!
    Temos uma escola EAD para obreiros, onde já atingimos mais de 30 mil alunos, gostaríamos de utilizar vosso material, o irmão poderia me enviar uma forma de contato, whatsapp, etc por e-mail?
    Meu e-mail é contato@portaldavitoria.com
    Deus abençoe ricamente!

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  4. Graça e paz meu irmão!
    Parabenizá-lo pelo conteúdo,contido neste material. Ultilizarei como fonte, para um curso que irei lecionar na igreja que faço parte. Gostaria de fazer um pedido,é possível me dizer algumas fontes de pesquisa que usou?
    Abraço!

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  5. Graça e paz pastor.
    Parabéns pelo material.
    Coopero com a Escola Bíblica e gostaria de saber se posso utilizar este material junto aos nossos obreiros para aperfeiçoamento dos mesmos.
    Deus continue te abençoando ricamente!

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