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quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

RELIGIÕES 6 - A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL

A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL

1. HISTÓRICO
A Congregação Cristã no Brasil foi fundada pelo missionário, italiano, Louis Francescon. Ele era pentecostal, residia em Chicago, nos Estados Unidos. Dedicou-se ao trabalho de evangelismo, promovendo diversas conferências em várias cidades. Em todos os lugares por onde passava pregando o Evangelho, seus seguidores abriram e mantiveram Casa de Oração. Todos, especialmente os italianos, tinham grande consideração e respeito por ele, por seu trabalho e por sua vida íntegra. Viajou para Bueno Aires, juntamente com seus amigos Gugliemo Lombardi e Lucia Menma, abrindo lá uma Casa de Oração. Em 1910 foram para São Paulo fazer trabalho de evangelismo, principalmente entre os imigrantes italianos, nascendo então, a Congregação Cristã no Brasil. Em seguida, Francescon foi para o Norte do Paraná, onde deixou alguns seguidores, apesar da perseguição do catolicismo. Francescon voltou aos Estados Unidos e retornou várias vezes ao Brasil com a finalidade de supervisionar o trabalho que ele tinha iniciado.
Atualmente, o templo sede está localizado no Brás, em São Paulo, com capacidade para quatro mil pessoas. A Congregação Cristã mantém relatórios anuais com o número de batismos realizados e Casas de Oração estabelecidas. De acordo com seus relatórios, mais de uma milhão de pessoas já foram batizadas pela seita, que mantém quase oito mil Casas de Oração no país, principalmente em São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Durante vários anos a Congregação Cristã no Brasil tem se feito conhecida, não só pela doutrina que esposa, mas também pela tenacidade com que se opõe às demais igrejas evangélicas do Brasil.

2. POR QUE A CONGREGAÇÃO CRISTÃ NO BRASIL É UMA SEITA FALSA?
Existem inúmeras razões que comprovam que essa seita é falsa e anticristã, pois nega ou torce algumas doutrinas básicas e fundamentais do cristianismo.
A Congregação Cristã no Brasil jamais pode ser confundida como sendo uma religião cristã: ela é herética, confundindo os cristãos simples que pertencem a uma igreja cristã saudável. Ao se ler os artigos de fé da Congregação Cristã no Brasil, percebe-se que, no início do movimento não havia nada de herético com o grupo; entretanto, com o passar do tempo, a maioria dos propagadores do movimento não prega o que seu fundador escreveu em seus artigos de fé. Isso se deve a falta de instrução e de conhecimento bíblico, pois os membros dessa seita são desincentivados quanto ao estudo bíblico e teológico. Com isso, as idéias pregadas pelos membros dessa seita são completamente diferentes do que Francescon expunha no início do século: são idéias antibíblicas, anticristãs e heréticas, embora haja pessoas dentro da Congregação que não acreditam nas grandes heresias pregadas pela seita, sendo pessoas cristãs, comprometidas com o reino de Deus. A seguir são apresentados os erros e as heresias mais enfáticas da seita:


2.1. Orgulho religioso
Uma das características de uma seita falsa é a afirmação que só a igreja deles está certa, caracterizando-se tal igreja como um grupo sectário, orgulhoso e que despreza e critica outras igrejas cristãs. A Congregação Cristã no Brasil, como tantas outras seitas, acredita que só eles estão certos, só eles são salvos; afirmam, também, que as demais igrejas evangélicas pregam mentiras e que não há salvação para aquele que não é batizado na Congregação Cristã. Tais homens são chamados de orgulhosos e ignorantes pela Bíblia, pois apesar de nada entenderem sobre Cristo, estão envaidecidos com a idéia de serem sábios (1 Tm 6:4), fazendo com que muitos crentes abandonem a simplicidade da fé Cristã (1 Tm 6:4). Jesus classificou tais tipos de pessoas como hipócritas, que ensinam preceitos humanos ao invés da verdade divina (Mc 7:7,8).

2.2. Rebatismo em nome de Jesus
Os adeptos da Congregação rebatizam aquele que vem de outra igreja evangélica, afirmando que ele não foi batizado "em nome de Jesus". Afirmam que Pedro recebeu uma nova revelação no dia de Pentecoste (At 2:38). Obviamente, essa explicação dada por eles é absurda, visto que Jesus não seria capaz de mudar a posição sobre esse assunto, a respeito do qual se manifestara pouco dias antes (Mt 28:19). Além disso, o sentido do texto de Atos 2:38 é "seja batizado sobre o nome de Jesus", ou seja, significa que, aos judeus, a quem a mensagem foi dirigida naquele momento, repousariam sua esperança e confiança na autoridade messiânica. A literatura da Igreja primitiva, tanto do primeiro século quanto do segundo, testemunha claramente de que a Igreja sempre manteve a ordenança de Jesus em Mt 28:19, batizando "em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo". Um dos exemplos clássicos é o Didaque, também chamado de O Ensino dos Doze Apóstolos, escritos no começo do segundo século. O capitulo 7 é um manual a respeito do batismo, onde se afirma claramente que a Igreja Cristã Primitiva batizava em nome da Trindade, assim como Jesus ensinou em Mateus 28:19. Ou será que Jesus não sabia o que falava?
Ademais, rebatizar alguém nunca foi prática da Igreja Cristã. Não há em o Novo Testamento nem na história da Igreja Cristã registro de rebatismo feito ou aprovado pelo ramo oficial e tradicional da Igreja. Quem sempre rebatizou foram os grupos sectários e heréticos, como os montanistas e donatistas por exemplo, mas nunca a Igreja oficial. O único caso de rebatismo encontrado em At 19, mas naquele caso os que foram rebatizados haviam sido batizados anteriormente com o batismo de João, o qual possuía significado e aspecto até certo ponto diferentes do batismo cristão, instituído por Jesus momentos antes de subir às alturas. A Bíblia é clara quando fala de "uma só fé e um só batismo" (Ef 4:5). Além do mais, a circuncisão era um só ato sem repetição no tempo da antiga aliança e, por analogia, serve de precedente para o batismo na Nova Aliança, visto que o batismo cristão é paralelo da circuncisão judaica, segundo se aprende em Colossenses 2:11,12.

2.3. Proselitistas
Outra característica básica de uma religião falsa é o proselitismo. Os adeptos da Congregação Cristã no Brasil são essencialmente proselitistas; vivem procurando seus futuros adeptos entre os membros das igrejas evangélicas. Aproveitam-se do fato de que essas pessoas já foram evangelizadas, procurando assim, convencer tais pessoas a ingressarem na Congregação. Eles, portanto, não evangelizam, mas sim, injetam o veneno do fanatismo nos ingênuos e menos conhecedores da verdade. Para conseguir seu objetivo, os adeptos da seita são capazes de usar meios mundanos e pecaminosos, como a difamação, a calúnia e a ameaça. Essa forma de trabalho não vem de Deus. O cristão verdadeiro deve seguir o conselho da Bíblia quando diz: "evita o homem faccioso" (Tt 3:10) e "Se alguém vem ter convosco e não traz esta doutrina, não o recebais em casa, nem lhe deis boas-vindas" (2 Jo 10).

2.4. Sonhos, revelações e sentimentos ao invés da Bíblia
Os adeptos da Congregação Cristã no Brasil vivem de sentimentos, pois tudo o que fazem dentro ou fora do templo atribuem ao fato de "terem sentido pelo Espírito". Agem, dessa forma, como se fossem robôs nas mãos de Deus. Afirmam, também, ser desnecessário o estudo das Escrituras ou de assuntos religiosos, apelando para as "revelações particulares", substituindo, portanto, o conhecimento e o estudo do Livro Sagrado por seus próprios sentimentos e emoções. Usam sonhos, revelações e sentimentos apenas para defender suas práticas e seus pontos-de-vista, através de versículos descontextualizados, enganando assim, os ingênuos e os de pouco conhecimento. Jesus afirmou que haveriam de vir os falsos cristos e falsos profetas, os quais fariam sinais que enganariam muita gente (Mt 24:24). Ademais, se recebem toda a revelação necessária por sonhos, revelações e sentimentos, desprezando assim estudo, por que fazem uso de Bíblias traduzidas para o português por estudiosos das igrejas chamadas tradicionais? Por que Deus gastaria tantos anos para formar a Bíblia, se ele não pretendia que ela fosse usada como a única regra de fé e prática? Por que, então, não possuem uma versão bíblica exclusiva, baseada em suas experiências e revelações?
A única regra de prática e fé do cristão verdadeiro deve ser a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada; nunca se deve confiar em sonhos, revelações ou sentimentos, pois "enganoso é o coração, mais do que todas as coisas" (Jr 17:9). Os que são guiados por sonhos e revelações são levados de um lado para outro, pois há várias pessoas afirmando ter tido revelações especiais de Deus, revelações essas as mais contraditórias possíveis. Ademais, vários outros falsos profetas, como Ellen White, Joseph Smith, Rev. Moon e tantos outros, afirmam que tiveram revelações e todos eles andam fora da Palavra de Deus. Se tiver que escolher entre ficar com a Bíblia e ficar com sentimentos, sonhos e revelações de outras pessoas, o verdadeiro cristão sempre haverá de ficar com a Bíblia, pois ela é a fonte de autoridade para a nossa crença, e não declarações subjetivas e experiências místicas de pessoas que, na maioria das vezes, não crêem nas doutrinas básicas do evangelho de Jesus Cristo.

2.5. Cultura e Estudo
"Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade" (2 Tm 2:15).
Os adeptos da Congregação Cristã no Brasil defendem a idéia de que o ancião, que é o líder da igreja local, não precisa de nenhum tipo de estudo para pregar o evangelho. Dizem que todo o conhecimento necessário é dado diretamente pelo Espírito Santo. Afirmam que estudar é adquirir a sabedoria do mundo e não a divina. O texto básico deles é Mateus 10:19, 20, mas quando se analisa essa passagem com cuidado, dentro de seu contexto, verifica-se que não há nenhuma idéia ou sugestão para que o crente relaxe em seu estudo e em seu conhecimento da verdade. Essa passagem se refere a maneira como o cristão deve se comportar no momento da provação, no caso de vir a ser entregue aos tribunais e à presença de autoridades governamentais.
Citam o exemplo dos apóstolos, querendo afirmar com isso que eram leigos, indoutos e iletrados. Isso, entretanto, não é verdade. Pedro, um dos mais simples, não só conhecia textos do Antigo Testamento como também ouviu de Jesus Cristo, o Mestre dos Mestres, todos os ensinamentos necessários antes de iniciar o seu ministério terreno. Pedro, Tiago, João e os demais apóstolos andaram três anos estudando com Jesus. Paulo, era um dos maiores eruditos e intérpretes da lei em sua época; depois de ser batizado ele ficou por três anos em meditação e reflexão no deserto da Arábia, para depois iniciar o seu ministério (Gl 1:16-18). Quando estava preso em Roma, pediu ao seu amigo Timóteo que lhe trouxesse os livros, especialmente os pergaminhos (2 Tm 4:13). Paulo de forma alguma rejeitava consultar, além da "Bíblia" de sua época, os livros disponíveis que estavam ao seu dispor. Somente alguém dominado por pensamentos demoníacos rejeita a leitura e o estudo da palavra de Deus, pois conhecendo a verdade, a verdade o libertará! Para se conhecer a verdade é necessário estudar o livro da verdade. Jesus disse errais porque não conheceis as escrituras. Os pregadores da Congregação Cristã erram porque não conhecem as escrituras. Também diz a Bíblia que o Espírito Santo nos faria lembrar de todos os ensinamentos de Jesus. Caso você não lê a Bíblia como vai se lembrar daquilo que nunca viu e nem leu. O Espírito Santo não age através de homens tolos e estúpidos que ignoram a sabedoria, mas age através de homens humildes que valorizam a sabedoria divina, que valorizam a palavra de Deus e nela medita de Dia e de Noite.
Em 2 Tm 3:8 o apóstolo Paulo cita dois nomes que não se acham no Antigo Testamento. Onde Paulo os teria encontrado, senão na literatura extra-bíblica? Há inúmeros outros versículos bíblicos que enfatizam que o cristão deve buscar maior conhecimento através da leitura, do estudo e de outras formas de aprendizagem (Pv 9:9; Mt 13:52; 2 Tm 2:15).
Além de tudo isso, os adeptos da Congregação se esquecem que eles possuem a Bíblia em mãos hoje, é porque um grupo de homens se dedicou ao estudo, às letras, à cultura, para traduzir a Bíblia para o nosso idioma. Para traduzir a Bíblia é necessário estudar Grego, Hebraico e Português com muita profundidade. O próprio Hinário que eles usam em seus cultos contém hinos escritos por grandes estudiosos que não pertenciam a Congregação Cristã no Brasil, é claro; pertenciam a igrejas como a Metodista, Batista, Presbiteriana e Luterana, por exemplo.
É claro que Deus pode chamar uma pessoa sem estudo e sem muita cultura para pregar o evangelho; isso entretanto, não impede que ela estude e se prepare para proclamar a boa nova de salvação. Deus nos usa em nossas fraquezas e limitações, mas nunca a mente preguiçosa. A sabedoria, ungida e usada pelo Espírito Santo de Deus é uma benção; a ignorância, ao contrário, leva a erros e afirmações ridículas, rebaixando a obra do Criador e criando absurdos e heresias.

2.6. Salvação pelas obras
Os pregadores da Congregação Cristã no Brasil interpretam erroneamente doutrinas fundamentais do evangelho, especialmente a doutrina da justificação pela fé em Jesus Cristo, apesar desta doutrina ser apresentada de forma correta e bíblica em seu credo oficial. O que acontece é que os adeptos da seita estão envolvidos pelo emocionante clima das "revelações" de forma tão acirrada e cega, que deixam de apresentar à "irmandade" a verdadeira crença da seita no seu começo, em 1910. Ao invés, apresentam o ensino que determinados costumes orientais existentes nos templos bíblicos, tais como o ósculo santo e o uso de véu por parte das mulheres, são totalmente necessários para a salvação de uma pessoa. Afirmam também que quem não é batizado com o batismo ministrado pela Congregação, não será salvo jamais. Com isso, estão pregando a salvação pelas obras, ou seja, estão dizendo que as pessoas são justificadas pela observância dos costumes e práticas peculiares de sua igreja, negando assim, a graça incondicional de Deus através da obra expiatória de nosso Senhor Jesus Cristo (Gl 5:4; Gl 3:1-6; Ef 2:8-10; Rm 3:20-24). Esse ensino, na verdade, é o maior problema da Congregação Cristã no Brasil, pois uma das marcas características de uma seita é a negação ou a deturpação da doutrina da justificação pela fé em Cristo Jesus ensinada em o Novo Testamento, sistematizada por Agostinho e Zwinglio, mensagem esta que foi pregada por Calvino e também por Louis Francescon, fundador da Congregação Cristã no Brasil.
Outro fator importante é que eles afirmam que não se pode ter certeza da salvação. Isso origina-se do fato de buscarem a salvação nas obras, ou seja, em certos rituais religiosos de sua igreja. Entretanto, a Bíblia ensina que o cristão pode ter a certeza de sua salvação (Rm 8:1; Jo 3:16-18; Rm 8:16; Jo 1:12,13; 1 Jo 5:13). Paulo, João e Estevão tinham plena convicção de sua salvação antes de morrerem (Fp 1:23; At 7:59; Ap 22:20). A certeza da salvação do cristão está no fato de que ela não depende de seus méritos, mas dos méritos de Cristo Jesus alcançados na cruz do Calvário.

2.7. Oração só de Joelhos
Os seguidores da seita somente oram de joelhos, afirmando que Deus não ouve qualquer oração que se fizer de outra forma. Usam o texto de Filipenses 2:10 para embasar tal ensinamento, errando mais uma vez na interpretação bíblica, pois o contexto da passagem mostra claramente que o assunto não é a oração dos fiéis, mas sim, um acontecimento no último dia, quando todos reconhecerão o Senhorio de Jesus Cristo. Ademais, a Bíblia fala de muitas pessoas que oraram em outras posições e suas orações foram respondidas: o rei Ezequias orou deitado e Deus ouviu a sua oração (2 Re 20:1-5); o publicano orou em pé e desceu justificado para casa (Lc 18:13-14); Jonas orou no ventre do peixe (Jn 2); Jesus orou em pé junto ao túmulo de Lázaro e sua oração foi ouvida, não sendo pecado, portanto, orar em pé como afirmam os seguidores dessa seita (Jo 11:41, 42); Jesus também orou na cruz (Lc 23:34-42). Dizer que Deus não atende a oração de quem ora em pé ou que quem não ora de joelhos está em pecado, é contrariar a própria Bíblia.

2.8. O Pastor
O ensino de que a Igreja não deve ter nenhum pastor além de Jesus Cristo, está em desarmonia com o ensino do apóstolo, na sua carta aos Efésios:
"E a graça foi concedida a cada um de nós segundo o propósito do dom de Cristo. Por isso diz: Quando ele subiu às alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens... e Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres, com vista ao aperfeiçoamento dos santos para o desempenho do seu serviço para a edificação do corpo de Cristo, até que todos cheguemos à unidade da fé e ao pleno conhecimento do Filho de Deus, à perfeita varonilidade, à medida da estatura da plenitude de Cristo, para que não mais sejamos meninos, agitados de um lado para outro, e levados ao redor por todo vento de doutrina, pela artimanha dos homens, pela astúcia com que induzem ao erro" (Ef 4:7,8,11-14).
O ensino implícito no texto de Paulo é que:

a) O pastor é um dom de Deus à sua igreja (v. 8, cf. Jr 3:15).
b) A função do pastor tem propósitos específicos dentro da Igreja de Cristo: - O aperfeiçoamento dos santos;

Quanto ao pastor e sua função junto ao corpo de Cristo, que é a Igreja, declaram ainda os apóstolos Paulo e Pedro:
- "Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual Ele comprou com o seu próprio sangue" (At 20:28).
- "Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangidos, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho" (1 Pe 5:2,3).

O Sustento do Pastor
Quanto ao sustento remunerado do pastor e daqueles que dão tempo integral à obra de Deus, eis umas recomendações bíblicas. Por exemplo:
a) Paulo recebeu salário de determinadas igrejas para servir ao crentes em Corinto (2 Co 11:8).
b) O pastor que dá tempo integral na assistência à igreja é digno do seu salário (1 Tm 5:18).
c) Paulo ensinou a igreja de Corinto a sustentar os pregadores do evangelho (1 Co 9:4-14).
d) Timóteo foi advertido por Paulo a não cuidar dos negócios seculares para se sustentar (2 Tm 2:4).
e) Pedro disse que a única ocupação dele e de seus companheiros de ministério era a oração e a pregação (At 6:4).
f) Jesus e seus discipulos viviam das ofertas que recebiam (Lc 8:3). Em João 12:6 lemos que existia uma bolsa onde eram depositadas as contribuições para o sustento dos discípulos, e Judas fazia as compras com o dinheiro aí depositado (Jo 13:29).

2.9. O Problema do Véu
Em 1 Coríntios 11, Paulo escreve uma longa apologia com respeito ao véu e seu uso na comunidade cristã de Corinto.
Nos dias da igreja primitiva, a mulher que não usasse véu nos cultos públicos agia como se tivesse rapado a cabeça. Ora, a cabeça rapada era algo repugnante para os judeus, já que só as adúlteras tinham a sua cabeça rapada como castigo do seu crime (Nm 5:18). O mesmo acontecia com as escravas, e, às vezes, com as mulheres em luto, mas isso não era usual para as mulheres que estavam no seu estado normal.
A passagem de 1 Co 11, segundo o comentarista Russel Norman Champlin, "ilustra o perene problema que há entre os costumes sociais e a moralidade cristã". Segundo Champlin, Paulo escreve aqui do ponto de vista de um rabino, como representante da antiga cultura judaica. – "Porventura tais costumes continuariam sendo obrigatórios para nós hoje em dia, quando as coisas são tão radicalmente diferentes, em aspectos como o vestuário, e, sobretudo, no que tange à nossa idéia acerca da posição da mulher no dias atuais? Acreditamos que visto que os costumes sociais mudaram, as exigências deste tempo também mudaram" (O Novo Testamento Comentado, volume IV). Contudo fique bem claro que Paulo não estava obrigando o uso de véu nem para sua época, conforme verso 16.
Se nenhum estigma e impropério é lançado hoje sobre uma mulher que não usa véu, é acreditável que, se o apóstolo Paulo vivesse hoje, a questão do véu nem ao menos teria sido abordada.
Se a Congregação Cristã no Brasil diz obedecer a essa orientação de Paulo quanto ao uso do véu, suas mulheres deveriam usa-lo, não apenas no culto, mas também, e de acordo com o contexto histórico, em público, porquanto nenhuma mulher crente da época apostólica pensaria ser apanhada na rua sem véu.
Quanto a isto, a atitude da Congregação Cristã no Brasil é condenável, não pelo fato de suas mulheres usarem o véu durante o culto, mas pela maneira irracional com que condenam o seu desuso nas demais igrejas.

2.10. O Problema do Ósculo
O ósculo era uma maneira comum de saudação entre os orientais, muito antes mesmo do estabelecimento do cristianismo. Servia aos judeus nas suas saudações, tanto nas despedidas como também na forma de demonstração geral de afeto. O ósculo era entre os orientais uma expressão de saudações e respeito tão comum quanto ao aperto de mãos ou o abraço na nossa cultura.
Na igreja primitiva, o ósculo era simplesmente uma parte da saudação, quando os crentes se reuniam em seus cultos públicos. Porém, não demorou muito até que fosse transferido para a própria liturgia, primeiramente como um sinal de despedida, após a oração final, que encerrava cada reunião, mas, finalmente, como parte do rito da Santa Ceia do Senhor. Houve regiões em que esta prática perdurou até o final do Século III.
O ósculo santo entre os crentes primitivos não se limitava a ser praticado mulher com mulher e homem com homem, como hoje fazem os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil. Os costumes orientais, indicam que o ósculo santo era aplicado na testa ou na palma da mão, mas nunca nos lábios.
Nalgumas culturas ocidentais, como por exemplo o Brasil, seria imputado como algo vergonhoso um homem beijar outro homem, quanto mais beijar uma mulher que não fosse sua esposa ou sua irmã carnal dentro da comunidade evangélica ou da sociedade em geral. Por essa razão é que temos achado melhor evitar essa forma de demonstração de afeto, substituindo-a por um simples aperto de mão.
Diante do exposto, conclui-se que:
- Se os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil saúdam com o ósculo apenas homem com homem ou mulher com mulher, é que há malícia em fazer doutra forma, e, se há malícia, torna-se pecado a prática do ósculo.
- Se os irmãos membros da Congregação Cristã no Brasil se saúdam com o ósculo apenas no decorrer do culto, também está errado, já que é mostrado na Bíblia que os cristãos primitivos se saudavam assim publicamente (At 20:37).
- A saudação com ósculo é má, não em si mesma, mas pelo fato de assumir feições meramente ritualísticas, divorciadas da verdadeira piedade cristã.

2.11. A Questão do Dízimo
Só quando analisado à luz da soberania de Deus é que podemos compreender o grande significado do dízimo no contexto da adoração cristã. Quando damos o dízimo estamos com isto dizendo que Deus é dono inalienável de tudo, e que o homem é seu mordomo. O salmista disse que "ao Senhor pertence a terra e tudo o que nela se contém, o mundo e os que nele habitam".
O ensino da Congregação Cristã no Brasil, de que o dízimo foi uma prática restrita ao tempo da lei, portanto, nada tendo a ver com o crente na atual dispensação, é um ensino improcedente e não se apóia nas Escrituras. Opomo-nos a este ensino por duas razões, pelo menos:
1a. ) A prática de dizimar é bem mais antiga que a própria Lei. Abraão deu o dízimo a Melquisedeque, mais ou menos quinhentos anos antes da outorga da Lei no Sinai (Gn 14:18-20). Não muito tempo depois, lemos a respeito do patriarca Jacó, neto de Abraão, que, fugindo da presença de seu irmão, votou ao Senhor dizendo que, se Ele o fizesse prosperar na sua viagem, ao voltar daria ao Senhor o dízimo de tudo quanto dele tivesse recebido (Gn 28:20-22).
2a ) Na atual dispensação, Deus requer o dízimo e muito mais que isto, por vários motivos: a) como participantes duma superior aliança, conseqüentemente temos sido contemplados com maiores bênçãos; b) porque maiores privilégios sempre acarretam maiores responsabilidades. Isto não significa que o crente da atual dispensação seja forçado a dizimar, pelo contrário, ele é levado a fazer isto constrangido pela lei do amor e da gratidão, por estar recebendo maiores bênçãos de Deus (Sl 103:1,2).
3a ) As palavras de Cristo em Mt 22:23 e Lc 11:42 são esclarecedoras e significativas: "Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas! Porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da lei, a justiça, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas". Nas palavras finais deste texto Jesus reafirma, claramente, a prática do dízimo. Jesus disse aos fariseus que deveriam fazer estas coisas. Que coisas são estas que Jesus está se referindo? Claro que está evidente no texto que estas coisas são os dízimos.

CONCLUSÃO
Infelizmente, muitas pessoas estão cegas e enganadas pelos ensinos dessa seita, confiando em sua agremiação religiosa, em seus méritos como meio de salvação. Existem outros erros pregados pela Congregação. Os itens estudados acima já são suficientemente claros para mostrar que a Congregação Cristã é uma seita e não uma igreja cristã. A pergunta que fica é: pode alguém, em sã consciência, após analisar esses fatos, continuar a seguir cegamente os ensinos falsos, distorcidos e heréticos da Congregação Cristã no Brasil?



Bibliografia

1) OLIVEIRA, Raimundo F. Seitas e Heresias. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1999.

2) MARTINS, Jaziel Guerreiro. Seitas Heresias Do Nosso Tempo. Curitiba: A. D. Santos Editora, 1998 Vol. 1.



Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

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