A EXPERIÊNCIA DA VIDA NO ESPÍRITO
Após a ressurreição de Jesus Cristo os apóstolos se reúnem em Jerusalém para esperar o cumprimento da promessa do Pai, segundo fora ordenado por Jesus (At 1:4). Esta promessa se cumpriu sobre a vida dos discípulos de Jesus no dia de Pentecostes. A partir de então os seguidores de Jesus Cristo começaram a viver uma nova experiência de vida. É sobre essa nova experiência de vida que eu quero hoje falar com vocês: A EXPERIÊNCIA DA VIDA NO ESPÍRITO.
1) O Espírito dá liberdade ante a lei
A característica mais notável desta vida era a sua liberdade. “O Senhor é Espírito e onde está o Espírito do Senhor há liberdade” (2 Co 3:17). “O Espírito sopra onde quer e lhe ouves a voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai” (Jo 3:8). Portanto, a nova experiência religiosa que foi vivida nas igrejas presididas pelos apóstolos foi experimentada como libertação e liberdade.
Toda liberdade pura que carecer de conteúdo próprio produz mais angustia que alegria. A liberdade da opressão produz euforia (alegria momentânea), mas logo se torna amarga se não existirem elementos para se dar forma à nova vida. Pense em um escravo fugitivo, ele é alguém livre do domínio do seu senhor, contudo se não tem respaldo da sociedade, não consegue trabalho, não tem comida, ou vai roubar para comer e vai parar na cadeia, ou volta a ser escravo para poder comer. Toda liberdade ela precisa de conteúdo para ter sentido.
Há igreja teve que enfrentar este problema? A experiência da vida no Espírito os libertará da lei de Moisés. E agora, podemos viver no pecado já que não sou condenado pela lei? Houve os que viveram a libertação espiritual como dissolução de todas as normas, exprimindo sua liberdade no desenfreamento sexual. Paulo condenou isto como impróprio para aqueles cujos corpos eram templos do Espírito (1 Co 6:12-20). Para ele não foi fácil condenar isso sem pôr em perigo a liberdade sem a qual não haveria vida espiritual.
Paulo enfrentava este mesmo problema (obediência à lei ou liberdade espiritual) com as igrejas da Galácia, por cujo motivo escreve a epistola. Vejamos como Paulo soluciona este problema.
Em (Gl 5:1) ele diz que fomos libertados em Cristo. A libertação nos tira do domínio do pecado que nos mantinha escravizados às paixões da carne. Para Paulo o convertido a Cristo não vivia mais sob o domínio do pecado. Ele era livre do jugo do pecado. Também entendia que se algum cristão se colocasse sob o jugo da lei, isto é, se ele se circuncidasse ele estava renunciando sua salvação em Jesus, no messias libertador. Se o Espírito é liberdade de modo algum pode ser canalizado pela lei, embora seja a boa lei de Deus.
Então o cristão pode fazer o que quiser? Absolutamente não. O Espírito Santo não deixa o cristão sem direção porque o Espírito, embora livre, não é desordenado. Não vivemos mais debaixo da lei do pecado e da morte, não vivemos mais debaixo da lei de Moisés, mas vivemos na lei do Espírito (Rm 8:1-2).
“Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito” (Gl 5:25). Para preservar a liberdade que recebemos em Cristo, precisamos seguir ativamente o Espírito para que este dê em nós o seu fruto que é “amor, alegria, paz, paciência, afabilidade, bondade, fidelidade, mansidão, continência” (Gl 5:22-23). De modo que somente preservaremos nossa liberdade da carne se permitirmos que o Espírito encaminhe nossa vida. Procurar orientar sua vida pela lei é cair da “graça” (Gl 5:4), é viver numa nova servidão. Muitos cristãos vivem assim, não pode cortar o cabelo, não pode usar brinco, não pode ir ao cinema, não pode isso, não pode aquilo, se tornaram escravos de seus usos e costumes (Gl 5:1). Caíram da graça.
Devemos viver a vida no Espírito e nós que vivemos no “Espírito aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. Porque em Cristo Jesus , nem a circuncisão, nem a incircuncisão tem valor algum, mas a fé que atua pelo amor” (Gl 5:5, 6). Você entendeu o que Paulo está dizendo? Ele está dizendo, em outras palavras, que nem a lei e nem a liberdade da lei tem valor algum, mas a fé que temos em Jesus Cristo nosso Senhor que atua pelo amor. Isto significa que nossa fé, nossa liberdade espiritual tem que se manifestada pelo amor. Então quer comais ou não; quer você corte o cabelo ou não; ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para glória de Deus (1 Co 10:31). Não fique julgando os outros que não fazem o que você faz, pois eles podem estar servindo mais a Deus do que você que não corta o cabelo, que não usa batom, que não vestes calças, que não joga bola e se acha santo por causa disso. Não fique julgando o seu irmão ou sua irmã porque você ora em línguas e ele não, porque você não corta o cabelo e ela corta, porque você tem liberdade para usar a roupa que quer e ela não, e com isso você se acha mais santa, mais sabia por não estar presa à lei de homens. Tudo tem que ser feito pelo amor (1 Co 13:1-8).
O Espírito é liberdade, mas essa liberdade está condicionada ao amor, que é fruto do Espírito (Gl 5:22). Viver no espírito é amar de todo o seu coração a Deus e ao próximo.
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