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terça-feira, 1 de novembro de 2011

REFLEXÕES TEOLÓGICA 1 - LUTERO, CALVINO E A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

LUTERO, CALVINO E A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

MARTINHO LUTERO UM TEÓLOGO LIBERTACIONISTA
“Lutero Provocou um enorme processo de libertação. Ele será sempre um ponto de referência necessário para todos os que buscam a libertação e sabem como lutar e sofrer por ela”[1] (Leonardo Boff).
Lutero nasceu em 1483 e viveu intensamente agonizado em busca de viver em paz com Deus. Entrou para um mosteiro agostiniano na busca de uma solução para seu problema. Ele logo chamou a atenção pela intensidade de sua disciplina espiritual e o fervor com que buscava por segurança e paz, algo, que ele descobriria mais tarde, que estava fora de seu alcance como homem.
A igreja pregava que a salvação seria encontrada nos sacramentos, no entanto, a graça mediada pelos sacramentos, não foram suficientes para que Lutero se sentisse seguro diante a presença de Deus. Ele fazia suas confissões buscando o perdão de Deus, buscava absolvição de seus pecados através de penitências. Contudo ele tinha ciência que nenhum ato de penitencia poderia compensar o fato de que mais tarde poderia pecar novamente.
Sua vida espiritual intensa o levava a um medo terrível do pecado, medo este por causa de sua crença que Deus era justo juiz e se encontrava irado contra todo pecador. Quanto mais Lutero conhecia a Deus como um justo juiz, mais aumentava sua angustia e seu medo; e cada vez mais ele se sentia inseguro e não encontrava respostas na igreja que lhe dessem a paz desejada.
Diante a grande angustia que dominava sua alma, ele mergulha cada vez mais na Bíblia na busca da paz sonhada. Num certo dia num desses mergulhos algo extraordinário acontece com Lutero. Lendo as espistolas de Paulo, Lutero, foi tomado por uma sensação de liberdade, de paz com a qual tanta ansiava. Finalmente ele descobriu o perdão de Deus, descobriu que a justiça que Deus exigia já havia sido paga, e que o mesmo Deus que exigia a justiça, já havia providenciado o perdão. Lutero descobriu o Deus que ama, o Deus que veio a nós através de Jesus Cristo providenciando a salvação para todos os que Nele crerem.
O grande reformador alemão viveu sua vida tentando se justificar para que Deus o aceitasse em Seu Reino. No entanto nada fazia com que ele cresse que Deus o já tinha aceito, que seus grandes esforços, jejuns, penitencias, confissões, etc., haviam conquistado um lugar no Reino de Deus para ele. Lutero viveu tentando conquistar a salvação mediante esforços humanos, contudo ele descobriu que Deus oferece a nós tudo aquilo que não somos capazes de conquistar: oferece Seu perdão, Sua justificação, Sua paz, oferece a nós a vida eterna. Ao descobrir que tudo isso está disponível a nós simplesmente se crermos nas promessas de Deus, Lutero, descobriu a graça de Deus que estava disponível somente através da fé.

“Para Lutero e outros que responderam a esta mensagem, isto significou uma extraordinária experiência de libertação. Libertação do temor para com Deus e da ansiedade acerca da salvação; libertação no âmago do seu ser ao se tornarem capazes de olhar honestamente para suas fraquezas e defeitos, erros e pecados e saber que o domínio de todas essas coisas tinha sido quebrado pela dádiva do perdão de Deus; libertação do jugo da escravidão às regras e obrigações na medida em que Deus os fortalecia para amar como Jesus Cristo amou, e libertação da dominação de sacerdotes ou governantes políticos que reivindicavam poder sobre eles em nome de Deus”[2].

Nos dias de Lutero o centro da preocupação era a consciência de Deus e sua presença por toda parte. Parece estranho para nós hoje dizermos isso, mas, Deus era de uma forma um problema para o povo de sua época. Lutero e os reformadores perceberam isso. A igreja usava, manipulava o conhecimento de Deus de forma a oprimir o povo e leva-los a cumprirem seus interesses.
A igreja em sua época (século XVI) apresentava um poder pastoral de dimensão teleológica-estratégica. Este poder era usado para o enriquecimento de sua classe sacerdotal, era um poder usado com a finalidade de manter a instituição dentro das estruturas que já haviam sido firmadas. Este poder não existia para uma práxis libertadora como era o modelo de Jesus, mas pelo contrario, suas leis oprimiam cada vez mais aqueles que se sujeitavam a ela.
Não seria de estranhar que alguém que surgisse com uma proposta libertadora fosse excomungado[3] da igreja, perseguido como herege durante toda sua vida. Lutero e os demais reformadores viveram excluídos da igreja por serem considerados perigosos pelos dominadores, opressores. Os reformadores eram vistos como homens que queriam por fim a igreja.
Lutero não estava preocupado pela luta social ou em querer desmoralizar a igreja. Ele estava tão somente preocupado em reformar a igreja, traze-la de volta a Bíblia e mostrar a todos que Deus estava atuante na história como Deus de amor e misericórdia, como Deus que sempre tomou a iniciativa para perdoar, para salvar. Ele queria mostrar a todos que o medo que possuíam de Deus, medo este usado pela igreja, não tinha sentido, pois Deus era o justificador dos homens. Lutero queria gritar para o mundo que a salvação era graça de Deus alcançada pela fé.
Finalmente no dia 31 de Outubro de 1517, Lutero, afixou as suas 95 teses, contra as indulgências, na porta da capela de Wittemberg. Quando afixou suas 95 teses, sua ação, estava dando inicio a um processo de libertação de homens e mulheres que viviam atormentados pelo medo, estava também dando inicio a um processo de libertação da igreja, que talvez ainda não tenha sido nem compreendido pela própria igreja. Lutero inaugurou um novo tempo para a igreja e para a humanidade ao fazer a reforma religiosa.

“Apesar de ele ter feito isto inicialmente apenas como um exercício acadêmico, desafiando, em latim, a todos os que viessem para um debate sobre aqueles pontos, logo se tornou claro que esse gesto havia gerado um conflito, na verdade, uma revolução muito maior do que ele jamais poderia ter imaginado. Sua declaração de que a Igreja Católica e suas doutrinas estavam em conflito com os ensinamentos das Escrituras causaram tal furor, na Alemanha e além de suas fronteiras, que tanto ele quanto a Igreja foram tomados de surpresa”.[4]

Suas pregações tinham como pontos principais os seguintes tema: a Graça de Deus, A Palavra de Deus (Bíblia) como única fonte de autoridade, o sacerdócio de todos os crentes. Vejamos o que representou para a época esta nova proposta teológica de Martinho Lutero.
A Graça de Deus
As pessoas viviam atemorizadas por causa da presença de um Deus que estava pronta a condena-las por causa de seus pecados. As pessoas viviam atemorizadas com a idéia de viverem eternamente sob tormento caso não fizessem as vontades daqueles que dirigiam a igreja.
A descoberta da graça de Deus trouxe a estas pessoas uma nova forma de olhar para Deus, uma nova consciência da presença de Deus. Aquelas que compreenderam a mensagem de Lutero se viram livres do tormento do inferno através da fé em Cristo Jesus; passaram a enxergar a presença de Deus com aquele que tomava a iniciativa para salva-los.
Shaull diz que a descoberta da graça de Deus trouxe nova luz para a leitura da Bíblia:

A)                          Os reformadores compreenderam que Deus era aquele que perdoa e corrige a quem ama. Compreenderam que deveriam viver na busca da santidade, mas que não eram seus esforços que os levariam a salvação, pois esta já havia sido entregues a eles por meio de Jesus Cristo. A descoberta da graça trouxe a revelação de que Jesus é o justificador dos homens.
B)                          A partir do momento que se descobriu que Deus se aproximava da humanidade por causa de sua graça, compreendeu-se que a humanidade não precisava de intermediários para ter relação com Deus. Jesus passa a ser reconhecido como o único mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2:5). Contudo Lutero continuava a acreditar que a Palavra e os sacramentos serviam para tornar real a relação com Deus.
C)                           “Como nosso Pai Celestial em Cristo livremente veio em nosso auxílio, nós também devemos livremente auxiliar o nosso próximo com as obras do nosso corpo e cada um deveria ser como se fosse Cristo para o outro”.[5] Lutero compreendia que o cristão ao conhecer a graça de Deus, o seu amor, era dominado por este dom de Deus, e em conseqüência seria tomado por um sentimento de gratidão tão intenso, que passaria a amar os outros como Cristo o havia amado.
A Palavra de Deus como única fonte de autoridade
Ao reivindicar a Palavra de Deus como única fonte de autoridade, Lutero, estava minando toda estrutura da igreja. A igreja tinha a fonte de autoridade baseada num sistema hierárquico. Através desse sistema os sacerdotes controlavam o povo e este não ousavam questionar as autoridades que estavam sobre eles.
Lutero ao compreender que a justificação era pela fé, estava colocando a todos que sua salvação não dependiam de suas obrigações para com a igreja, este era um grande golpe contra a igreja. Para defesa de sua teologia Lutero apelava para a autoridade da Palavra de Deus. Para ele Deus falava com as pessoas através da leitura da Palavra.
Talvez não consigamos dimensionar o quanto Lutero foi radical em sua posição pela Palavra de Deus como única fonte de autoridade. No século XVI ninguém ousaria se levantar contra as autoridades estabelecidas, uma vez que eram ensinados que estas eram estabelecidas pelo próprio Deus. Para o pensamento do século dezesseis toda autoridade eclesial era legitimada pelo próprio Deus e todo aquele que se levantava contra as autoridades estabelecidas deveriam morrer. Na igreja, o papa e os bispos eram os representantes legais de Cristo e somente pessoas endemoniadas, pagãs, hereges ousariam colocar estas autoridades em duvida.
A ousadia de Lutero deu forças a novos movimentos que nasceriam por toda Europa. Sua ousadia ainda hoje tem contribuído para aqueles que lutam pela libertação dos oprimidos.
Lutero, João Calvino e os demais reformadores trouxeram a Bíblia novamente para o centro da vida espiritual e ética do crente e a colocaram como a autoridade máxima da igreja.
“Os reformadores perceberam que, se Cristo vem até nós através da Palavra Bíblica, nos oferece vida e nos chama para uma resposta, então esta experiência pessoal é essencial para todo cristão”[6].
Com certeza foi esta a razão que uma das grandes contribuições dos reformadores foi a tradução da Bíblia do hebraico e do grego para a linguagem do povo, provendo o meio para que pudessem fazer sua própria leitura da Bíblia. A tradução que Lutero fez do Novo Testamento para o alemão, em 1522, teve durante o período de vida de Lutero mais de cem mil exemplares vendidos.
Assim como Lutero e os demais reformadores buscaram na Palavra de Deus apoio para a reforma que eles desejavam fazer na igreja, muitos hoje continuam se apoiando na Palavra de Deus como instrumento para lutar contra todo tipo de opressão.
Lutero abriu as portas para o surgimento de novas comunidades, para mudanças radicais. Entretanto toda luta, toda mudança que queiram ser semelhantes a reforma de Lutero devem ter apoio da Palavra de Deus e não apenas na Palavra de Deus, isto é, devem tomar o devido cuidado de não fazerem da Palavra apenas um pretexto.
O sacerdócio de todos os crentes
 “Ao proclamar o sacerdócio universal de todos os crentes, Lutero não somente tornou impossível para um grupo na igreja manter outros em posição inferior, como também elevou a todos os fiéis, incluindo os considerados mais baixos à condição privilegiada de sacerdotes”[7].
Lutero compreendeu que através da justificação todos passaram a ter direito a entrar na presença de Deus por meio de Jesus Cristo. A proposta dele colocou todas as pessoas na mesma posição diante de Deus. Todos se tornaram sacerdotes, todos podiam falar com Deus e receber diretamente de Deus instruções.
Para Lutero todos também eram sacerdotes no sentido de poder transmitir a mensagem da Cruz, a mensagem do perdão de Deus. Sua compreensão do sacerdócio universal colocou os leigos a serviço do Reino de Deus, uma vez que a igreja os excluiu de qualquer tarefa. Qualquer leigo poderia manifestar o amor de Cristo ao próximo.
Entretanto Lutero não pôs fim a ordem sacerdotal, isto é, ele compreendia que mesmo sendo todos sacerdotes, Deus havia separado alguns para o ministério sacerdotal a fim de que a igreja funcionasse em harmonia. Estes sacerdotes separados por Deus deveriam ensinar, ministrar os sacramentos, anunciar a mensagem do perdão. Lutero entendia que estes eram chamados de uma forma especial para servir aos demais, para doar sua vida em prol de toda a igreja, ao invés de ter poder sobre os demais.
Lutero estava propondo através de sua reforma uma igreja onde os cleros estivessem preocupados em servir e não em serem servidos; onde todos vivessem “sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo” (Ef 5:21), onde os cristãos amassem ao próximo como a si mesmos, onde todos tivessem o direito de ser ouvido, onde todos tivessem o direito de falar, onde todos pudessem ter liberdade para chegar a Deus através de Jesus Cristo. Lutero estava propondo que a igreja fosse no século XVI um veículo que promovesse a liberdade espiritual. Sua proposta era totalmente religiosa, embora tenha contribuído para uma transformação social.
Segundo Richard Shaull as contribuições de Lutero para a sociedade ainda se fazem ouvir em nossos dias:

“1. Com sua ênfase na relação direta de Deus com cada pessoa individualmente e na centralidade da resposta de cada um no serviço honesto ao seu próximo, Lutero abriu o caminho para aqueles que estavam embaixo na escala social terem uma nova sensação de auto-estima e emergirem como indivíduos responsáveis.
2. Sua ênfase no direito e obrigação do crente para ouvir a Palavra e a voz da consciência conduziu à emancipação da razão humana da escravidão às autoridades religiosas e aos dogmas. Isto criou um novo espaço para mulheres e homens pensarem por si mesmos, assim como exigirem o direito de falar e tomar decisões a respeito de suas vidas e destinos, individual e coletivamente.
3. Na Alemanha, a Reforma Luterana estabeleceu a base para uma nova integração da sociedade e para a formação do estado. Antes de Lutero, a Alemanha estava dividida em unidades civis e religiosas, algumas governadas por leis canônicas, outras por leis civis. A Igreja possuía e governava vastas propriedades de terra e o clero freqüentemente disputava cargos políticos com as autoridades civis. Nesta situação, Lutero teve sucesso ao unificar o povo em torno do magistrado supremo, sob cuja lei a nação foi organizada e a sociedade integrada como nunca antes. Além do mais, com sua ênfase no chamado dos que exerciam cargos públicos, Lutero lhes assegurou um importante lugar na sociedade e proporcionou motivação religiosa para uma nova classe social: “A vida monótona e triste do burocrata medíocre foi transformada repentinamente como que por uma grande erupção vulcânica... O servidor civil se transformou em um caráter exemplar, cheio de orgulho e portador de uma forma especial de vida européia, uma unidade organizada”.
4. Tal experiência religiosa de libertação, vivida em uma nova comunidade de fé, teve enorme atração para uma nova classe social. Ao mesmo tempo, essa experiência de fé dirigiu sua atenção para o futuro e possibilitou aos protestantes responder positivamente ao novo espírito que se agitava na cultura e na sociedade. Dessa forma, muitos protestantes puderam exercer um papel criativo nas lutas que moldavam o mundo ocidental moderno, no campo da liberdade intelectual e dos empreendimentos científicos, no desenvolvimento de instituições democráticas do estado-nação e no crescimento industrial e comercial”[8].

Em outras palavras sua proposta era que a igreja deixasse de ser um instrumento opressor, deixasse de agir baseada numa ação estratégica; que sua vida normativa não fosse apenas para manter as estruturas putrificadas da igreja e da sociedade; que suas pregações deixassem de ser alienadoras, para serem curadoras de almas que se encontravam em verdadeiros tormentos; e que o poder pastoral fosse dividido com os demais membros da igreja.
Seu grito por uma nova igreja ou poderíamos dizer uma volta à igreja proposta pela Palavra afetou toda a sociedade como vimos nas palavras de Shaull, porque a igreja no século XVI estava atrelada ao poder estatal. Alguns papas possuíam mais poderes do que o rei, diante desse fato uma transformação religiosa, como a de Lutero, abriu porta para uma transformação social.
A teoria da ação comunicativa se encaixa bem dentro destas propostas de Lutero, uma vez que ela propõe o direito de todos discursarem. Para a teoria da ação comunicativa o poder pastoral correto seria aquele poder que não é imposto debaixo do medo, mas que é legitimado pelo próprio povo. Este poder pastoral não poderia jamais ser usado para manter a instituição, as estruturas, mas deveria estar aberto para novos discursos.


JOÃO CALVINO UM TEÓLOGO LIBERTACIONISTA
A reforma iniciada por Martinho Lutero, toma força e se torna mais radical a partir de João Calvino.  Diferentemente de Martinho Lutero que não tinha intenção de romper com a igreja e sim reforma-la, João Calvino, surge com a intenção de criar uma nova igreja, seu desejo era romper os laços totalmente com a Igreja Católica. Calvino não só absorve a teologia da reforma de Lutero como ele a trabalha e amplia novos conceitos para a teologia reformada.
João Calvino se diferencia de Lutero também no sentido de que suas propostas ultrapassam os limites da religião para entrar na esfera social, embora mostramos como as reformas de Lutero contribuíram para mudanças sociais, é através de Calvino que os reformadores passaram a resistir a toda e qualquer forma de sacralização. Ele compreendia que se Deus usava homens como instrumentos para alcançar seus objetivos, tal principio também era valido para a sociedade. Seu pensamento era de que nenhuma instituição política ou econômica era divina, mas todas eram por ele consideradas criações de homens e mulheres. Toda estrutura social era criação humana e, Calvino, considerava que todo ser humano era pecador, e toda obra da humanidade possuía o fermento do pecado. Diante disso qualquer estrutura social para ele poderia logo se tornar apenas um instrumento esclerosado, putrificado que serviria apenas para manutenção dos poderosos e não mais para o serviço da comunidade maior.
Nessas poucas linhas percebemos claramente que Calvino contribuiu de forma significativa para uma teologia libertacionista. O mesmo compreendia que a igreja deveria pastorear o povo de forma que desse ao povo o direito de participar do poder, de opinar, de transformar as estruturas quando necessária.
O processo de sacralização é compreendido como uso do poder estratégico e não comunicativo. A sacralização de uma instituição humana, ainda que seja ela chamada igreja, seria compreendida como idolatria. Nada poderia ser colocado acima da Palavra de Deus, até mesmo as decisões da igreja deveriam ser julgadas pela Palavra de Deus. Calvino e os reformadores tinham uma nítida percepção da diferença da Igreja invisível (sagrada), da igreja visível (sujeita aos homens), embora reconheciam que ambas deveriam ser totalmente dirigidas pelo Senhor Jesus Cristo, único cabeça da Igreja.
Não quero dizer com isto que Calvino não respeitasse as autoridades instituídas, pelo contrario, ele tinha um enorme respeito para com estas pessoas que estavam investidas de autoridade, entretanto reconhecia suas limitações.

“De fato, o respeito que Calvino tinha para com o magistrado e para com os dons de governar, era enorme. O homem é obrigado a aproximar-se de um governador como de alguém dotado, pelo Espírito do próprio Deus, de extraordinários dons que o qualificam para governar. Contudo, esta autoridade humana, conquanto seja sancionada pela autoridade divina, é sempre restrita, sendo demarcada pelos limites próprios do oficio de governador”.[9]

Sobre o fundamento da soberania de Deus, isto é, Deus é soberano sobre tudo e todos, que ele sistematiza a teologia reformada.
“O princípio material do pensamento de Calvino era a soberania de Deus. Como Criador, Sustentador, Redentor e Rei, Deus é soberano sobre todas as suas criaturas, bem como sobre as ações destas. Esta doutrina estabelece a base e o fundamento para todas as demais. Caso alguma formulação doutrinária tendesse a transgredir a Soberania de Deus, precisaria ser ou reformulada, ou rejeitada completamente”. [10]

Sua compreensão de Deus, como um ser soberano, o levou a conhecer um Deus ativo na história para a transformação do mundo, um Deus comprometido em quebrar todas as estruturas injustas, um Deus comprometido em exaltar os humildes.
Esta fé no Deus soberano e sua compreensão da igreja levaram Calvino a uma prática de fé que ultrapassou as portas da igreja. Em Genebra, ele propôs uma reforma total na igreja e nas estruturas sociais da cidade. Por causa da influência de João Calvino a cidade de Genebra passou a se tornar um lugar para os refugiados religiosos e políticos, muitos dos quais, pobres e marginalizados pelos poderosos do século XVI. “A população da cidade, cerca de nove mil habitantes, quase se duplicara pelo número de refugiados que para ali afluíam a fim de descansarem das perseguições que sofriam em seus próprios países”.[11]
Sua influência sobre o mundo foi algo extraordinário. Sua compreensão de Deus como agente da história foi um marco para as grandes revoluções. Segundo Richard Shaull:

“Esta fé influenciou diretamente a participação dos puritanos na revolução inglesa de 1648, e capacitou os calvinistas a assumirem a liderança na quebra de apoio à ordem estabelecida de poder e privilégio, abrindo, assim, o caminho para novos desenvolvimentos na indústria e no comércio, bem como na democracia parlamentar”.[12]

Calvino dedicou-se ao trabalho de organização da igreja e também aos desafios da política civil. Para ele pastorear não era somente uma práxis dentro da vida eclesiástica, mas implicava no cuidado pastoral com todas as pessoas da sociedade. Calvino não era um pastor da igreja, mas era pastor da cidade de Genebra. 

“Em seus esforços para reformar a Igreja de Genebra, Calvino estabeleceu quatro ofícios: o de pastores, de mestres (doutores), de anciãos e de diáconos. O pastor deveria pregar a Palavra de Deus, admoestar e exortar, bem como administrar os sacramentos. O mestre deveria “ensinar doutrina sólida aos fiéis” e “preparar os jovens para o ministério e para o governo civil”. As obrigações dos anciãos eram a de “vigiar a vida de cada homem, admoestar amavelmente aqueles a quem vissem levando uma vida desordeira e, quando necessário, leva-los à Assembléia, a qual estaria encarregada de aplicar a disciplina fraternal”. Os diáconos deveriam cuidar dos pobres e doentes, e pôr um fim à mendicância”. [13]

Ao fazer a reforma da Igreja dessa forma, ele estava também induzindo uma mudança na sociedade de Genebra. Seu método de reformar a cidade era pelo uso da disciplina eclesiástica.
Possivelmente este modo de ver o pastorado tenha sido influenciado em parte pelo modelo pastoral que a igreja Católica praticava no século XVI, onde a igreja estava atrelada com o poder do estado; também deve ter sido influenciada pela sua crença de que o fim principal do homem é glorificar a Deus e pela influência humanista.
João Calvino buscou em vida glorificar a Deus buscando intensamente a implantação do Reino de Deus em seus dias. Sua luta, sua determinação para implantar uma igreja onde nenhuma das congregações fossem maior do que a outra, onde a democracia pudesse existir efetivamente, onde os leigos pudessem ser ouvidos, era uma demonstração dessa sua compreensão teológica. Deus só seria glorificado na obediência a sua vontade. O objetivo da vida cristã, segundo ele, era obedecer a vontade de Deus.
John H. Leith diz que “a intenção de Calvino em Genebra não era simplesmente a de salvar almas, mas a de reformar a cidade segundo a Palavra de Deus”.[14]
Deus era soberano e deveria ser glorificado pelo homem, com este pensamento lutou para que a sociedade fosse uma extensão da igreja. O grande reformador acreditava firmemente que Deus não se preocupava somente com a salvação do indivíduo, mas em estabelecer uma comunidade santa e por meio dela glorificar Seu nome.

“Deus, o criador e governante, é senhor da história e da natureza. [...] Deus está realizando seu propósito na história. Ele chama seu povo para servir como instrumento de seu propósito. O objetivo divino não é simplesmente a salvação de almas, mas também o estabelecimento de uma comunidade santa e a glorificação de seu nome em toda a terra”.[15]

Para construir uma comunidade santa era necessário que seus membros, seus cidadãos fossem santos. “João Calvino insistia que os cristãos devem demonstrar seu cristianismo através de uma vida de santidade”.[16]
A justificação pela graça através da fé, o perdão de Deus, isto é a salvação do indivíduo significa para Calvino uma renovação de vida, que deve se manifestar em graça para com os outros, em poder para mudar as estruturas sociais. A salvação implica numa nova vida pratica. A salvação para ele não implicava somente numa nova vida espiritual que seria alcançada após a morte, mas a salvação trazia implicações na vida do dia a dia. O cristão precisa lutar pela libertação da cidade, pela justiça. O cristão era chamado para implantar o Reino de Deus. Para ele a ética de Deus deveria ser vivida pela comunidade. Uma comunidade santa teria como principio de vida a ética de Deus.
Calvino era um homem extremamente inteligente e logo percebeu que para se criar uma comunidade santa precisaria preparar as pessoas para conhecerem a Palavra de Deus, a ética de Deus, de forma que incentivou a criação de escolas.

“Em todos os lugares em que a comunidade reformada se estabeleceu, surgiram escolas ao lado dos templos não somente para o ensino da Bíblia ou para ensinar a ler a Bíblia e outras habilidades relacionadas com o seu estudo, mas também para o elenco das artes liberais, para libertar o espírito humano”.[17]

Sua preocupação não era só com o aprendizado no sentido bíblico, mas ele acreditava que o ser humano precisava aprender outras matérias para compreenderem o mundo em que vive. Calvino diz o seguinte:

“Mas, tendo em vista que somente é possível tirar proveito das aulas se houver, em primeiro lugar, o ensino de línguas e de humanidade, e também porque é necessário educar as próximas gerações, para que não se deixe a igreja deserta para nossos filhos, um colégio deve ser instituído para instruir as crianças, preparando-as para o ministério e para o governo civil”.[18]

“Como a retórica, as ciências naturais são dons de Deus, criados por Ele para o uso da humanidade”[19]


            Os reformadores que seguiram a Calvino se compreendiam como membro de uma comunidade e participantes no dialogo da comunidade. O teólogo reformado não fazia teologia apenas para si, mas para a igreja que deveria ser o instrumento de Deus para a libertação da sociedade que se encontrava presa ao poder despótico da Igreja Católica.
A teologia de Calvino era feita com a intenção de ser uma resposta ao problemas sociais de sua época. Ele estava propondo uma nova leitura da Palavra de Deus para o século XVI. Neste século todas as coisas giravam em torno da igreja Católica, esta tinha um poder centralizador, dominador. A teologia de Calvino colocava um fim a este sistema falido que reinava sobre a Europa do século XVI.
Calvino não estava propondo uma teologia final, uma teologia que deveria ser considerada como absoluta, acabada e indiscutível. Se assim fosse os reformadores não criariam a celebre frase “ecclesia reformata semper reformanda”.
A ênfase nos estudos, na criação de escolas, é um sinal evidente de que o mesmo reconhecia a necessidade de que os futuros teólogos buscassem o conhecimento das demais ciências para poderem responder as novas indagações que surgiriam a respeito da vida humana.  Parece que Calvino já compreendia que a teologia cristã precisava ser elaborada em dialogo com o mundo em que se vive. A teologia deve ser elaborada em dialogo com o mundo da cultura, com o mundo da personalidade, com o mundo social para poder responder a todos os aspectos da vida do ser humano.

“Explicar as Escrituras em “palavras mais claras” significava, na prática, expô-la em conversa com a cultura humanista e em controvérsia com a teologia escolástica. Calvino integrava a cultura humanista do seu tempo e cada parágrafo da sua teologia reflete isso. Sua teologia foi elaborada em diálogo com as formas de pensamento de sua época, [...]”.[20]

A teologia como um discurso racional precisa apresentar a sociedade respostas aos problemas da vida. Suas respostas deverão ser recebidas pela sociedade, serem avaliadas por ela e então a sociedade decidirá se as aceitam. Para isso se faz necessário um discurso eloqüente, racional e comprometido com a libertação.
Aos meus olhos Calvino compreendeu bem esta verdade e por isso foi um grande incentivador das escolas e buscou sistematizar a teologia de forma que todos pudessem compreende-la e estuda-la. 
Por causa dessa herança de Calvino os reformadores sempre deram valor a educação. Podemos ver esta herança quando visitamos as primeiras igrejas presbiterianas estabelecidas em nosso país.
Outra grande característica da tradição reformada é a disciplina, esta é um ponto marcante na vida deste homem. A comunidade cristã deveria ser caracterizada pela disciplina segundo Calvino. Suas obras já são por si um destaque de sua disciplina. Calvino também colocou a disciplina como parte da estrutura da vida organizada da igreja, com especial ênfase no trabalho dos presbíteros.

“A disciplina, segundo a tradição reformada, pode ser melhor entendida como o uso deliberado e econômico das energias e vitalidade da existência humana em busca da lealdade a Deus e do avanço do propósito divino no mundo”.[21]

A disciplina não se aplicava somente à produtividade nos negócios e no trabalho, mas também à reforma política e social.
Para Calvino a igreja deveria influenciar todo o mundo da vida. Diante disso a vida disciplinada dos cristãos era muito importante, pois cada cristão era visto como um instrumento de Deus. Toda fala, todo discurso dos cristãos deveriam levar as demais pessoas a conhecerem a Deus. Os esforços nos negócios e trabalhos não eram simplesmente para um enriquecimento sem objetivos. Calvino era um inimigo da ostentação, da pompa. Ele combatia gastos e consumos inúteis, considerando estas outras formas de desperdício. A vida de disciplina deveria ser utilizada para a glória de Deus. Podemos dizer, que Calvino esperava, que todo o lucro vindo de uma vida disciplinada, santificada, fosse de alguma forma utilizada para glorificar a Deus.

“A disciplina da tradição reformada, especialmente ilustrada por Calvino e pelos puritanos, não era vista como uma carga. Era uma maneira de vida livremente escolhida, que era considerada como forma de liberação, alegre e responsável, das energias e vitalidades da vida”.

 Calvino compreendia que era vivendo normalmente como qualquer cidadão que o cristão poderia implantar o Reino de Deus. Ele rejeitava a idéia dos mosteiros, mas fazia do mundo inteiro o lugar da vida disciplinada e do lugar para glorificar a Deus.
Possivelmente seja em sua ênfase de “glorificar a Deus” que encontraríamos a chave para que o mundo não fosse colonizado pelos sistemas que dão coesão a eles. Embora a comunidade sonhada por Calvino nunca existiu na pratica, mas a convicção da possibilidade de uma comunidade cristã ainda existe.
Embora na teoria da ação comunicativa de Jürgen Habermas, ele não pense numa comunidade cristã, sua teoria de uma comunidade traz, de uma forma oculta, um conceito de comunidade ou mundo onde todos tenham os mesmos direitos, as mesmas possibilidades de aprendizado e a liberdade de se expressar. Tal conceito se compara com a comunidade sonhada por Calvino. Portanto seria pertinente que a teoria da ação comunicativa levasse em conta que a humanidade deve viver na busca de glorificar a Deus. O homem só poderá agir de forma imparcial em suas decisões, em seus discursos, lutando assim pelo direito de todos os cidadãos sem levar em conta raça, sexo, situação financeira, etc., tendo como objetivo maior a glorificação de Deus. Segundo se faz necessário também o reconhecimento de cada indivíduo de que ele é um ser falho, pecador, fragmentado. Diante tal reconhecimento ele agirá com mais prudência ao tomar uma decisão e reconhecera que não deve ser único portador do poder uma vez que possui consciência de sua fragilidade diante as grandes tentações oferecidas pelo poder e pelo dinheiro. O reconhecimento do ser humano como ser fragmentado, volúvel, pecador leva incondicionalmente ao reconhecimento de que qualquer estrutura, instituição por melhor que seja estará sujeita a se tornar opressora, porque aqueles que a dirigem estão sujeitos a pecarem. Somente uma instituição que permita ser questionada, avaliada e transformada, se necessário, poderá se manter viva e responder as necessidades de seu povo, em cada momento de sua história.
Para que todos os cidadãos pudessem exercer seus direitos civis, desfrutar de sua cidadania, Calvino via necessário a existência de uma instituição chamada escola. Esta deveria ensinar as pessoas a obedecerem, a terem uma vida disciplinada de forma que a sociedade pudesse viver em paz. está instituição funcionaria para ensinar as pessoas a viverem debaixo de normas, pois o estado, a igreja, a comunidade sonhada por ele teria um poder normativo para que pudesse existir. Entretanto esta deveria ensinar as pessoas de forma que elas pudessem ter a liberdade de buscar novos conhecimento, de se aprofundar cada vez mais na ciência, no saber, pois estas eram importantes para a manutenção da vida. Qualquer instituição que não permitisse a pratica discursiva haveria de se tornar uma instituição de poder dominador, estratégico. Uma instituição manipuladora e opressora e era exatamente o tipo de instituição que Calvino estava combatendo.
Infelizmente parece que em nossos dias a instituição presbiteriana, da qual sou descendente, e que por sua vez é descendente da reforma, parece que não tem estado muito atenta a isto e tem se tornado uma instituição opressora. Hoje não há liberdade para determinados diálogos, não há busca de consenso. Assuntos como ordenação de mulheres, a exclusividade dos sacerdotes na ministração da ceia, participação de crianças na ceia, não são abertos para debate e quando o são não existe participação de todos os pastores da igreja e sim alguns representantes que muitas vezes representam apenas sua visão. Ai daqueles que ousam levantar alguns desses assuntos em plenário! Igreja reformada sempre reformando?
Existem na igreja aqueles que se julgam os únicos pastores da igreja, os únicos homens levantados por Deus para decidirem o futuro da igreja. As estruturas que foram criadas para a democracia se tornaram uma maquina de manutenção do poder. As igrejas com maior representatividade[22] e maior poder financeiro nos concílios decidem o futuro de todas as demais igrejas que estão em seu concilio, ou, algumas vezes de toda a instituição.
O poder pastoral que deveria trabalhar para a formação de uma vontade comum é usado de forma indevida para oprimir aqueles que algumas vezes não aceitam a forma de governo da mesma ou que acreditam que algumas de suas leis e práticas religiosas deveriam ser colocadas em discussões novamente.
O poder existe para manter a práxis da qual se originou. O poder pastoral deveria ser um mantenedor da práxis libertadora de Jesus Cristo. Um poder contra o pecado, mas não contra o indivíduo. As normas vigentes são para manter ordem e paz e não para impedir novos discursos. Uma igreja que não está aberta a reforma, não pode ser considerada herdeira da reforma. 















BIBLIOGRAFIA


CALVINO, João. As Institutas   ou  Tratados  da  Religião  Cristã.  São  Paulo:  Casa  Editora
              Presbiteriana, 1989.

CALVINO E  SUA  INFLUÊNCIA  NO  MUNDO  OCIDENTAL. São  Paulo:  Casa  Editora
Presbiteriana S/C, 1990.

LEITH, John H. A Tradição Reformada: uma maneira de ser a comunidade cristã. São Paulo:
Editora Pendão Real, 1997.

ROBERTS, W. H. O Sistema Presbiteriano. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 1999.

SHAULL, Richard. A Reforma Protestante e  a  Teologia  da  Libertação.  São Paulo: Editora
              Pendão Real, 1993.




[1] Richard SHAULL. A Reforma Protestante e a Teologia da Libertação, p. 33.
[2] Ibid., p. 39.
[3] Lutero foi excomungado pelo papa Leão X, a partir disso viu-se obrigado a romper com a sua igreja dando inicio a um novo movimento religioso conhecido como Luteranismo.
[4] W. Stanford REID. Calvino e Sua Influência no Mundo Ocidental, p. 43.
[5] Richard SHAULL, op. cit., p. 41
[6] Ibid., p. 66.
[7] Ibid., p. 45.
[8] Ibid., p. 47-48.
[9] Robert D. KNUDSEN. Calvino e Sua Influência no Mundo Ocidental, p. 26.
[10] W. Stanford REID, Calvino e Sua Influência no Mundo Ocidental, p. 48.
[11] Ibid, p. 52.
[12] Richard SHAULL, op. cit., p. 129
[13] Richard C. GAMBLÉ. Calvino e Sua Influência no Mundo Ocidental, p. 65.
[14] John H. LEITH, A Tradição Reformada: uma maneira de ser a comunidade cristã, p. 117.
[15] Ibid., p. 116.
[16] Ibid., p. 121.
[17] Ibid., p. 123.
[18] Ibid., p. 124.
[19] Robert D. KNUDSEN, op. cit., p. 13.
[20] Ibid., p. 153.
[21] Ibid., p. 130.
[22] “São membros da Sociedade todos os ministros arrolados na Secretaria Executiva e as Igrejas filiadas ao Presbitérios. As Igrejas são representadas no Presbitério por um presbítero eleito anualmente” (Art. 2o do  Modelo de Estatutos Para o Presbitério – Manual Presbiteriano).
“São membros do Presbitério os seus ministros e os presbíteros cujas credenciais a mesa considerar em ordem” (Art 1o § 2o Capitulo 1 do Modelo de Regimento Interno Para os Presbitérios – Manual Presbiteriano).
“O Presbitério é o concilio constituído de todos os ministros e presbíteros representantes de igrejas de uma região determinada pelo Sínodo” (Art. 85, Seção 3a Capitulo V – Manual Presbiteriano).
Todos estes artigos nos confirmam que as igrejas maiores possuem o privilégio de terem uma representação mais significativa no Presbitério e em conseqüência nos demais Concílios, uma vez que possui mais pastores filiados ao presbitério. Existem igrejas que chegam a ter cinco pastores e mais um presbítero representando-as no Presbitério.

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