11:1-6
Paulo justifica sua
loucura! Na segunda metade deste capítulo, ele usará alguns argumentos que
normalmente não empregaria. Aqui, ele explica o motivo. Ele estava agindo por
amor aos coríntios, fazendo tudo para evitar que eles caíssem no engano de
falsos apóstolos.
**Obs.: A "loucura"
de Paulo. Quando homens carnais começaram a comparar pessoas, Paulo ficou para
trás. Outros eram mais eloqüentes ou mais polidos do que Paulo. Ele disse,
ironicamente, que ele era louco e os próprios coríntios sábios (1 Coríntios
4:10). É claro que não era o caso. Em 1 Coríntios 2:16, ele disse que tinha a
mente de Cristo. No início de 1 Coríntios 3, chamou os coríntios de crianças
carnais. Do mesmo modo, ele criticou as pessoas que se julgavam sábias, dizendo
que devemos nos gloriar exclusivamente no Senhor (2 Coríntios 10:12,17-18).
Paulo não era louco, mas considerou qualquer defesa baseada nos feitos humanos
um tipo de loucura. Assim, ele respondeu com esse tipo de argumento em 1
Coríntios 4:10-13 e usará a mesma abordagem em 2 Coríntios 11:21-29.
O zelo de Paulo destaca a
importância de nos manter puros, e de ajudar outros a fazerem o mesmo. Paulo
procurava proteger os coríntios de falsos mestres para apresentar a noiva como
virgem ao seu verdadeiro esposo, Cristo.
**Obs.: A noiva de Cristo.
Paulo emprega aqui uma ilustração muito comum para descrever o povo de Deus.
Desde o Velho Testamento, a relação entre Deus e seu povo foi comparada ao
noivado e ao casamento. No Novo Testamento, encontramos a mesma figura em
vários livros (Sugestão para seu próprio estudo: faça uma lista de passagens
que usam a figura de casamento para descrever esta relação espiritual). Dessa
figura, vêm diversas aplicações: a pureza da noiva (aqui), o amor do marido e a
submissão da mulher (Efésios 5:22-33), o problema de adultério espiritual (o
livro de Oséias; Ezequiel 16); o adorno da noiva para o casamento (Apocalipse
21:2), etc.
11:7-15
Ao invés de se exaltar como outros, especialmente os falsos apóstolos (tais
apóstolos-11:5), Paulo tinha se humilhado para servir. Viveu humildemente. Não
pediu dinheiro aos coríntios, mesmo passando privações.
**Obs.: "Despojei outras
igrejas..." (8-9). Paulo recebeu seu sustento de outras congregações. Ele
não se fez pesado aos coríntios. Ele não viu o trabalho com uma igreja como
"negócio" para lucrar materialmente e, sim, como serviço e
sacrifício. Ele precisava de sustento, é claro, e o recebia de outras congregações.
Especificamente, ele cita ajuda recebida da Macedônia durante seu tempo em Corinto. Da mesma
forma, evangelistas hoje podem ser sustentados por igrejas (veja 1 Coríntios
9:11-15). Como aqui, o sustento deve ser enviado diretamente da igreja ao pregador
(Filipenses 4:15-17). Não há nenhuma autorização nas Escrituras para criar ou
manter algum tipo de sociedade missionária, nem de elevar uma congregação acima
de outras como matriz ou igreja patrocinadora.
A humildade de Paulo não
reflete falta de confiança em relação à sua mensagem ou à sua missão (10).
Por qual razão Paulo
confrontaria esses falsos apóstolos? Para destruir vidas e mostrar falta de
amor? De modo algum! Ele entrou nesta batalha espiritual para poupar os amados
coríntios dos estragos e da perdição que os falsos mestres trazem.
**Obs.: O aspecto polêmico do
nosso serviço. Qualquer servo fiel a Deus terá que enfrentar os inimigos da
cruz, e devemos nos preparar para tais confrontos (1 Pedro 3:15). Nunca devemos
esquecer que são batalhas espirituais (2 Coríntios 10:3-6) e que o propósito
não é a destruição das pessoas que se opõem a nós, e sim a salvação das mesmas.
O nosso foco não deve ser na batalha em si, mas nas pessoas que queremos
extrair dos erros perniciosos do Maligno (2 Timóteo 2:24-26).
Satanás e seus servos se
apresentam como anjos de luz, como se fossem apóstolos de Cristo e ministros de
justiça. Uma das maiores armas do diabo é a sua astúcia. Ele vende a corrupção
e a morte, mas em embalagens atraentes que parecem inocentes. Os servos do
diabo são, muitas vezes, pessoas simpáticas e prestativas que parecem tão
sinceras que outras pessoas são facilmente enganadas por elas. Temos de lembrar
que o próprio Satanás se apresenta como anjo de luz, e os seus servos são lobos
vestidos como cordeirinhos.
11:16-33
Este trecho é exemplo
da "loucura" de Paulo. Na verdade, ele jamais se defenderia com
argumentos carnais, tentando se exaltar. O ponto que ele quer ensinar aqui é
simples: Se os servos de Deus tivessem direito de se gloriar, como os falsos
apóstolos entre vocês fazem, eu poderia me defender muito bem. Mas, de fato,
não temos direito de nos exaltar. A tolerância dos falsos mestres levará vocês
à escravidão espiritual.
Os argumentos da loucura de
Paulo:
(1) A sua genealogia: de pura
linhagem dos judeus.
(2) O seu trabalho: ministro
de Cristo que sofria muito por causa da sua fé.
(3) Preocupação com as
igrejas: um peso até maior do que o sofrimento físico.
Paulo não se gloriou nestas
coisas. A única coisa dele que deu motivo para se gloriar foi a sua própria
fraqueza. Quando enfrentou perseguições intensas, foi Deus que deu livramento.
A fraqueza de Paulo, até a sua incapacidade de se defender, destacou a grandeza
de Deus e seu poder (veja 10:17). Este é o tema do início do capítulo 12.
**Obs.: Como precisamos de
homens como Paulo hoje! É triste observar a falta de humildade entre supostos
servos de Cristo. Homens procuram se glorificar, e exaltam uns aos outros,
mesmo no contexto de igrejas e trabalhos espirituais. Cultos especiais para
honrar homens, destaque dado a alguns por causa de sua formação teológica,
exaltação de pessoas que têm conquistado bens materiais ou posição social e o
uso de líderes políticos como convidados especiais são exemplos da carnalidade
que Paulo rejeitou e condenou. Um dos aspectos tristes dos desvios de igrejas e
pessoas "religiosas" é o esquecimento das qualidades que Deus quer na
vida de todos os cristãos (leia Gálatas 5:22-23; 2 Pedro 1:3-11), nos
evangelistas (1 Timóteo 4:12-16), nos diáoncos (1 Timóteo 3:8-13) e nos
presbíteros/pastores/bispos (1 Timóteo 3:1-7; Tito 1:5-9). Alguns destes
trechos falam sobre habilidade e talento, mas a grande ênfase está no caráter,
nas atitudes e na conduta das pessoas. Paulo não confiou nas coisas que ele
trouxe a Cristo, mas no que Cristo fez para ele, transformando a sua vida.
**Obs.: O cuidado de Paulo
para com as igrejas (versículos 28 e 29). Entre os pesos que ele suportava,
Paulo achou mais difícil o peso de preocupação com as igrejas. Ele não está
reclamando sobre o trabalho em si, nem o cansaço que ele sentia. Ele tinha
tanta compaixão que realmente sofria com as pessoas. Paulo sentiu as fraquezas
e escândalos dos irmãos em vários lugares, como se ele mesmo estivesse passando
pelos mesmos problemas.
Autor Desconhecido
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