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quarta-feira, 31 de julho de 2013

HISTÓRIA 2 - A CIVILIZAÇÃO MESOPOTÂMICA

        A Civilização Mesopotâmica 

Compreendida pelas bacias do Tigre e do Eufrates, a Mesopotâmia foi o berço de duas civilizações: a assíria e a   babilônica ou caldaica. A Mesopotâmia é uma planície formada por terrenos de aluvião dos dois grandes rios que a formam e, como o Nilo, estão sujeitos a cheias periódicas. Esta inundações, quando não ocorrem com regularidade, muitas vezes se tornam agentes de destruição. O clima mesopotâmico é um clima de contraste: invernos rigorosos com 0º de temperatura e verões que atingem a 50º, agravados pela umidade proveniente da evaporação dos pântano.

Os Sumério
Constituíram os Sumérios a base cultural da civilização mesopotâmica. Muitas instituições e conhecimentos que se atribuíam, até pouco tempo, aos babilônicos e assírios, são de origem nitidamente sumeriana.
Os Sumérios eram particularmente dedicados à agricultura e ao comércio. Usavam barras ou lingotes de metais preciosos, como peso fixo, à guia de moeda. Muitas das disposições do famoso Código de Hamurabi saio de origem sumeriana, como a chamada "lex tationis" que admitia a retaliação.
A religião suméria era politeísta e antropomórfica. Seus deuses. como Shamash - deus do Sol, Enlil - deus da chuva e Ishtar - deusa da naturaza, tinham atributos acentuadamente humanos. Seu conteúdo moral era quase nenhum. A criação do mundo teria sido feita, segundo os Sumérios, por Marduque, que, do barro, fez o homem. Admitiam ter havido um dilúvio universal, do qual somente uma família escapou por haver construído uma arca.
A escrita cuneiforme foi uma de suas mais importantes criações. Muito tempo após o desaparecimento de sua civilização, assírios e babilônicos escreviam pelo mesmo processo. As construções sumerianas feitas de argila eram naturalmente perecíveis; destacavam-se os zigurats, torres escalonadas com uma construção cúbica na parte superior.


Evolução política da Mesopotâmia
Povos de origem semita se uniram etnicamente com os Sumérios. A baixa Mesopotâmia, aproximadamente em 4000 a.C., já possuía certa uniformidade racial proveniente de miscigenação semítico-sumeriana, indicada claramente nas esculturas encontradas nas ruínas de suas cidade, que retratam um tipo humano de rosto largo, nariz saliente, pequena estatura e olha oblíquos.
Os habitantes da Caldéia, em virtude da própria fertilidade do solo, eram acentuadamente agricultores. Suas cidades, carecendo de um fator de unidade como o Nilo, eram politicamente independentes, como Ur, Ourouk, Lagash e Nippur, governadas por reis denominado "patésis". possuíam, no entanto, elementos comuns de civilização.
Atraídos pela fertilidade mesopotâmica, os acádios, povos semitas do deserto da Síria, penetraram violentamente no norte da Caldéia em virtude de sua superioridade militar, fundando cidades como Agadé, Sippar e posteriormente Babilônia. O contato dos acádios com os sumérios originou a adoção de sus costumes e de sua civilização por parte dos antigos invasores.

O 1º Império Babilônico
O maior soberano da Babilônia foi Hamurabi, famoso pelas sua conquista militares, pela abertura de um canal que ia de Babilônia até o golfo Pérsico, correndo paralelamente ao Eufrates, e pelo seu código, que é bem um reflexo da vida e dos costumes babilônicos. Segundo a legislação de Hamurabi, a injúria e os danos deveriam ser vingados com atitudes ou fatos equivalentes: olho por olho, dente por dente. Se alguém matava injustamente, deveria ser morto pela família da vítima. Além do seu aspecto penal, o código da Hamurabi era também uma regulamentação econômica-social dos domínios do rei. As diversas profissões nele se achavam minuciosamente reguladas, assim como certas instituições como o casamento e o divórcio.
O 1º Império Babilônico desapareceu no segundo milênio antes de Cristo. Toda a Mesopotâmia havia sofrido o impacto de uma invasão de povos indo-europeus, arianos, entre os quais se destacavam os mitanianos, os cassitas e os hititas. Este dois últimos povos dominaram completamente a antiga capital de Hamurabi, que caiu em um período de decadência.

Os Assírios
A decadência de Babilônia estimulou os assírios, povo semita que habitava no norte da Mesopotâmia, a libertar-se da dependência a que estavam submetidos, formando um pequeno estado independente, cuja primeira capital foi Assur e, logo depois Nínive.
Os mais importantes reis assírios foram Teglatfalasar I, que conseguiu ocupar e dominar Babilônia, por algum tempo; Sargão II (772 - 705 a.C.), que fez do exército assírio o melhor da época; Senaqueibe (705 - 681 a.C.), que mudou a capital de Assur para Nínive; e Assurbanipal (665 - 626 a.C.) que conquistou o Egito. No século VII a.C. o império assírio compreendia todo o Crescente Fértil, o Elã e a Média.
A Assíria era muito menos fértil do que a Caldéia. Compreendia uma região montanhosa na parte superior do vale do Tigre, cujos limitados recursos contribuíram para que os assírios se tornassem um povo de tendências guerreiras e imperialista. Aproveitando-se das riquezas dos vencidos, as cidades guerreiras dos assírios transformaram-se em cidades de luxo e de prazer. A indústria   e o comércio de objetos ornamentais desenvolveram-se bastante. Nínive tornou-se uma cidade magnífica, graças sobretudo a Senaqueribe e ao cruel Assurbanipal.
A arte assíria
Havia certa identidade artística entre assírios e caldeus, mas na escultura a arte assíria foi muito superior, sobretudo nos relevos, que se destacam pela impressão de movimento das cenas de caça e de guerra, temas preferidos nas manifestações artísticas dos assírios e reflexo de seu espírito bélico.

2º Império Babilônico
Com a destruição de Nínive, surgiu novamente o Império Babilônico ou Caldeu.
O sucessor de Nabopalassar, seu filho Nabucodonosor, tentou restaurar a época de Hamurabi. Reconstruiu Babilônia e cercou-a de enorme muralha com cem portas de bronze. Pelo desenvolvimento de se comércio, tornou-se, a antiga cidade caldéia, a maior cidade da Ásia. Sua beleza e poderio são referidos pelos historiadores gregos com palavras de admiração. Eram famosos os chamados jardins suspensos - uma das sete maravilhas do mundo antigo, construídos em terraços superpostos e onde vicejavam árvores exóticas.
Os refinamentos de Babilônia transformaram-na numa cidade de corrupção e, pouco a pouco, sua defesas foram-se relaxando. Em 539 a.C., Ciro, rei da Pérsia, aproveitou-se da decadência moral e militar da grande cidade e atacou-a, tornando impossível qualquer resistência. Os exércitos persas entraram na cidade sitiada sob os aplausos do povo, fato mais ou menos raro na Antigüidade; o requinte da corte de Nabonide, seu último rei, provocara o descontentamento da população, o que facilitou a conquista persa. Estava findo o poderio babilônico.

A cultura caldeia
O renascimento do Império Babilônico havia dado um novo sentido à civilização mesopotâmica.
O antigo antropomorfismo dos deuses sumerianos foi substituído por uma concepção religiosa segundo a qual os deuses eram onipotentes e profundamente distanciados do homem, simples pecador sujeito à vontade divina.
A astronomia foi o ponto alto da cultura caldaica. Calculou-se exatamente a duração do ano e a variação anual da inclinação do eixo da Terra. A grande motivação da astronomia caldaica, porém, foi a religião; daí o seu aspecto astrológico. Os sacerdotes, ou magos, pretendiam predizer o destino humano pela observação dos astros. A vida do homem dependeria da posição dos corpos celestes no dia de seu nascimento, embora pudessem ajudá-lo gênios bondosos ou os deuses, como Anu - pai de todas as divindades, Nergal - "senhor do país de onde não se volta", Ishtar - simbolizada pelo planeta Vênus e deusa do amor e da fecundidade. Durante a segunda hegemonia babilônica, Manduque foi considerado como o maior deus nacional.
A arquitetura não foi, como no Egito, orientada no aproveitamento da pedra como material de construção. Nas terras de aluvião da Mesopotâmia a pedra era rara, sendo substituída por tijolos de barro cozido. Palácios e templos constituem os temas arquitetônicos de maior destaque.
A escultura mesopotâmica, embora algumas vezes associada à arquitetura, foi, como arte autônoma, uma das mais importantes. As mulheres são raramente representadas. A cabeça é a parte mais importante das estátuas e o rosto reflete sempre uma atitude de impassibilidade. São famosos os touros alados de Corsabad, com rosto humano.

Os Hititas
Um dos grande problemas da história antiga do oriente é a civilização Hitita. Por várias vezes este povo interferiu na vida e no desenvolvimento de civilizações já estabilizadas e o encontraram representado nas paredes dos templos egípcios da XVIII e da XIX dinastias. Na batalha Kadesh, foram vencidos por Ramsés II, o qual após a grande vitoria firmou um tratado com o soberano Hitita, casando-se depois com sua filha. As crônicas assírias mencionam os hititas constantemente e a bíblia os denomina filhos Heth. Os historiadores gregos não lhe fizeram a menor referência e embora hoje as pesquisas modernas hajam delineado os seus domínios, que compreendiam cidade como Carchemish e Alepo, permanecem na obscuridade numerosos fatos de sua história.
Teriam vindo à Ásia Menor provavelmente pelo Cáucaso. Os relevos em pedras os representam calçados com grandes botas de ponta curva semelhantes aos mocassins dos índios norte-americanos. Uma crônica da época de Hamurabi diz em poucas palavras que "os homens da terra Khatti marcharam contra a terra de Acad". Após o saque de Babilônia os Hititas retiraram-se e em 1500 a.C. são encontrados formando um império cuja capital era Boghaz-Keui.
As ultimas traduções os hieróglifos hititas fizeram vir à luz também um dos aspectos culturais mais interessantes da civilização hitita que é, sem dúvida, o sistema legal. O direito hitita reflete uma sociedade de base urbana e requintada, onde o rei é o senhor absoluto. São regulados minuciosamente os preços do gêneros e dos artigos de luxo. As terras são doadas em retribuição de serviços militares prestados, sobre a condição de serem cultivadas, revertendo ao estado se não for cumprida essa exigência. A legislação penal hitita era bem mais avançada do que a dos outros povos da Mesopotâmia. Não havia punições cruéis e a pena de morte só era estabelecida em casos especiais.
A religião parece não ter nenhum sentido ético e possuir uma forte influência de cultos dos povos conquistados e de nações com as quais os hititas mantinham relações comerciais.
A história dos hititas assemelha-se à de algumas raças germânicas, como os vândalos, alanos e ostrogodos que muito posteriormente, no início da Idade Média, cresceram e desenvolveram-se rapidamente sem conseguir, no entanto, criar uma nacionalidade. A importância dos hititas decorre contudo de sua condição de intermediários entre o vale do Tigre e do Eufrates com a zona ocidental da Ásia Menor. Frígios e Lídios foram fortemente influenciados pela sua cultura.


 AUTOR DESCONHECIDO

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