A CHEGADA E SAÍDA DE ISRAEL
DO EGITO
Esta data histórica 537 a.C. comprovada do decreto do rei
Ciro determinando o fim do cativeiro dos judeus na Babilônia, serve para
calcular a cronologia da Bíblia, e reajustar a do Egito fornecida por Maneto,
historiador egípcio do III século a.C..
As datas da cronologia de Maneto podem até não serem corretas. Porem podemos
admitir pelo menos que os intervalos entre as mesmas sejam verdadeiros.
Pela cronologia da Bíblia a dispersão dos povos por ocasião da construção de
Babel, aconteceu em 2258 a.C.. Nesta ocasião segundo a cronologia de Maneto no
ano 3200 a.C. deve ter chegado ao Egito, Menes (Mizraim), filho de Cam,
considerado o primeiro faraó. Há pois uma diferença de 942 anos entre as duas
cronologias.
Em 1758 a.C., quinhentos anos depois, corrigida a cronologia
de Maneto conforme a da Bíblia, Imhotep, o primeiro grande arquiteto da
história construiu a primeira pirâmide chamada Pirâmide Escalonada de Sakara ao
sul perto de Menfis para o Faraó Zoser. José, o filho caçula de Jacó, chegava
então ao Egito vendido como escravo. Quatro anos depois já era nomeado primeiro
ministro deste faraó, porque interpretou um sonho seu predizendo uma seca de
sete anos no Egito. E lhe deu ainda sábios conselhos que cativaram a sua
simpatia e confiança (Gen 41:25-37). Estes sete anos de fome segundo a
cronologia da Bíblia se iniciaram em 1733 a.C..
Ora, uma tradição da época dos Ptolomeus relata que no governo do Faraó Zóser,
o Egito passou por uma grande penúria porque durante sete anos o rio Nilo não
transbordou. A agricultura dependia totalmente destas inundações. Então o Faraó
se dirigiu a Imhotep e perguntou pela nascente do Nilo e pelo o Deus desta
nascente. Seguindo conselhos do sábio, Faráo por meio de sacrifícios conseguiu
induzir o Deus a fazer o rio voltar a inundar periodicamente. Logo, fica
comprovado que foi realmente no governo do Faraó Zóser que os israelitas vieram
para o Egito. E também este relato nos leva a uma suspeita de que este Imhotep
tão importante para o Faraó é o mesmo José do Egito. É um caso a ser
investigado.
Então Jacó, chamado também de Israel, e sua família composta de setenta pessoas
(Gen 46:27) a convite do seu filho José emigraram para o Egito em 1731 a.C.
para fugir da fome. Os filhos de Israel eram chamados de hebreus porque viviam
antes em Hebrom.
No ano 1714 a.C. em que faleceu Jacó, inicia o reinado de Queóps, o construtor
da grande pirâmide.
Assim pois pela cronologia da Bíblia adaptada à de Maneto, a
época da construção das grandes pirâmides coincide com a chegada da família de
Israel ao Egito. Certamente não colaboraram nestas obras pois eram
privilegiados pastores razão pela qual receberam a terra de Gósen no Delta do
Nilo a mais de 200 quilômetros distante das pirâmides (Gen 46:34), com exceção
de José por ser autoridade do mais alto escalão abaixo de Faraó.
Em 1887 foram descobertas umas tabuinhas de argila em Tel el Amarna (hoje
Et-Tell) uma cidade fundada segundo a cronologia de Maneto em 1370 a.C. por
Amenotepe IV (Aknaton) para ser a sua capital à qual deu o nome de Akhetaten,
tendo este Faraó reinado de 1387 a 1366 a.C.. Logo após sua morte, esta cidade
foi abandonada e se transformou em ruína soterrada.
Estas tabuinhas escritas em cuneiforme acadiano, a linguagem diplomática
internacional naquela época, eram parte dos arquivos reais, cartas dirigidas
pelos reis e governadores dos países vassalos da Síria e da Palestina ao Faraó.
Uma delas, a do rei de Biblos, Síria, diz: "Os habiru conquistaram as
fortalezas de Faraó. Nem um governador sequer ficou nela; todos pereceram.
Zimrida de Láquis foi morto. Que o rei mande reforços. Se não vierem este ano,
todos os países do meu Senhor, o Rei, ficarão complemente destruídos ... A
terra do Rei foi perdida aos habiru. Procuram agora tomar Urusalim (Jerusalém)
... Labaya e a terra de Siquém entregaram tudo aos habiru".
Este relato refere-se evidentemente às conquistas de Canaã pelos israelitas
chamados também de hebreus ou "habiru" em egípcio. Na época em que
esta carta foi escrita, os habirus procuravam consquistar Jerusalem. Esta
invasão começou 66 anos após o Êxodo.
Se o Êxodo aconteceu 66 anos antes de esta carta ser escrita quando Jerusalém
estava sendo atacada durante o reinado de Amenotepe IV entre 1387 e 1366 a.C.,
o Êxodo se deu entre 1453 a.C. e 1432 a.C, 66 anos antes do seu começo ( =1387
+ 66) , 66 anos antes do do seu fim (=1366 + 66) a.C.. Pelas Tábuas de Maneto, quem
reinava neste período entre 1453 e 1432 era o Faraó Amenetepe II, cujo reinado
foi de 1450 a 1425 a.C..
Ora, Deus apareceu a Moisés no ano em que morreu o Faraó da opressão como diz a
Bíblia: "E aconteceu, depois de muitos destes dias, morrendo o rei do Egito,
que os filhos de Israel suspiraram por causa da servidão e clamaram; e o seu
clamor subiu a Deus por causa de sua servidão. E ouviu Deus o seu gemido e
lembrou-se Deus do seu concerto com Abraão, com Isaque e com Jacó; e atentou
Deus para os filhos de Israel e conheceu-os Deus" (Exo 2:23-25). E no ano
seguinte houve o êxodo de Israel.
Portanto, o Faraó que morreu no ano anterior ao êxodo era Thutmose III. Ora, o
êxodo aconteceu no ano 1516 a.C conforme a cronologia bíblica. Portanto o
reinado de Amenotepe II começou no ano 1517 a.C.. Porém como pela Tábua de
Maneto este reinado iniciou em 1450 a.C., o erro nesta parte desta cronologia
se reduz a 67 anos.
Pouco tempo depois da chegada dos israelitas, vieram também os hicsos, povo
semita, estabelecendo um governo em Avaris no Delta do Nilo, na mesma região em
que viviam os israelitas. Por serem da mesma estirpe, estes dois povos se
entenderam muito bem. A razão da invação deste povo deve ter sido a mesma da
imigração dos hebreus, a penúria na terra natal e a fama de fartura no Egito.
A prova de que quando os israelitas chegaram ao Egito, os hicsos, tradução de
"reis pastores", não tinham ainda invadido e dominado o Delta do
Nilo, território do Egito, é que o Faraó não teria poder para dar aos hebreus a
terra de Gósen nesta região. Os Faraós governavam então em Menfis a uns 200
quilômetros. E também sendo os hebreus da mesma estirpe dos hicsos, não
precisavam de interprete, se no Egito as autoridades falassem a língua dos
hicsos, como diz em Gênesis 42:23 "eles não sabiam que José os entendia,
porque havia intérprete entre eles".
Depois que o hicsos chegaram, os Faraós de origem egípcia passaram a governar
em Tebas o restante do Egito até que o Faraó Ahmose I conseguiu expulsa-los
definitivamente da fortaleza de Avaris no Delta do Nilo, tolerando entretanto
os hebreus com uma certa hostilidade. O seu reinado deste Faraó durou de 1647 a
1624 a.C. feita a referida correção de 67 anos na Tábua de Maneto. O seu
sucessor Amenetepe I reinou a seguir vinte e um anos. Não tendo deixado filhos,
o direito da sua coroa passou a sua irmã Ahmes que não podendo ser rainha pelo
costume egípcio, o seu marido Thutmose I assumiu a dignidade régia.
Este Faraó ordenou às parteiras que não deixassem vivo todo recém nascido hebreu
que fosse do sexo masculino. Em 1597 a.C. uma mãe manteve o seu filho recém
nascido em segredo até os seus três meses. Com receio de ser descoberto,
planejou coloca-lo num cesto forrado de betume a boiar entre os juncos próximos
do local onde costumava banhar-se a princesa Hatschepsut. A irmã do menino
executou o plano e ficou a espreita do que aconteceria. A princesa ao ver o
cesto mandou apanha-lo, e ao abri-lo viu um belo menino chorando.
Compadecendo-se dele disse: "este é um menino dos hebreus".
Então a sua irmã apareceu e lhe disse que poderia arranjar-lhe uma mulher
hebréia que amamentasse e cuidasse do menino. E a princesa lhe disse que a
contratasse, prometendo pagar-lhe um salário. Esta mulher a ser contratada era
a própria mãe do menino.
E já sendo desmamado, o trouxe à princesa a qual o adotou como filho, e chamou
o seu nome "Moisés" e disse: "porque das águas o tenho
tirado". A princesa tinha uns 20 anos de idade, quando recebera o menino
desmamado cinco anos depois.
Porem quando Ahmes faleceu extinguiu o direito do rei ao trono, passando ao
único descendente vivo e legítimo da antiga casa real, a filha de Thutmose I e
Ahmes, a princesa Hatschepsut. Foi necessário a esta princesa, a ajuda de
Senmut, chefe do partido legitimista, fazer valer os seus direitos ao trono
contra as pretenções do seu próprio pai, do seu irmão bastardo Thutmose II que
governou junto com o seu pai de 1587 a 1572 a.C., e do seu marido Thutmose III,
mais de vinte anos mais novo que ela. Nesta ocasião a rainha tinha 39 anos, o
seu filho adotivo Moisés tinha 25 anos, e o seu marido Thutmose III tinha 19
anos. O reinado não associado de Thutmose I durou de 1597 a 1587 a.C..
Ao lado temos temos a fotografia da estátua da rainha
Hatschepsut, a mãe adotiva de Moisés, e de Thutmose III, o Faraó da opressão,
seu marido.
Tendo sido instruído em toda ciência dos egípcios, e tendo a preferência da
rainha por ser filho, em vez do seu marido arranjado por conveniência política,
Moisés certamente deve ter colaborado juntamente com o ministro Senmut para o
brilhante governo de Hatschepsut, como narra a história, tendo participado
provavelmente até de campanhas militares, segundo as lendas judaicas. Quando
tinha mais de quarenta anos provou ser valente ao matar um feitor que
maltratava um servo hebreu, seu irmão de raça. Vendo que não havia testemunha
senão o hebreu salvo da agressão, escondeu o corpo na areia.
Sabendo que a notícia da morte do egípcio tinha se espalhado, fugiu para a
terra de Midiã, porque já tendo falecido a rainha sua protetora, Thutmose III
então faraó, usaria este pretexto para mata-lo no sentido de evitar que ele,
seu rival ao trono do Egito, fizesse o mesmo com ele a fim de sucede-lo. A
morte da rainha Hatschepsut pouco tempo após a deposição do ministro Senmut não
foi natural. Ela reinou vinte e um anos de 1572 a 1551 a.C.. Thutmose III
odiava tanto a Hatschepsut que logo que assumiu o trono mandou destruir todas
as suas estátuas e nomes esculpidos. Provavelmente deve ter sido ele o
assassínio ou o mentor do assassínio da rainha que resistira o tempo todo
abdicar dos seus direitos ao trono para que ele fosse o faraó. Thutmose III
tinha então 40 e Moisés 46 anos de idade. Por isto Moisés permaneceu foragido
por mais de trinta anos até a morte do Faraó em Março de 1517 a.C..
Neste ano Deus apareceu a Moisés para encarrega-lo de tirar o Seu povo do
Egito. No ano seguinte a dia 4 de Abril, quinta-feira, 15º dia de Nisan,
primeiro mês lunar o povo de Israel saiu do Egito. Ao terceiro dia de caminhada
viram ao longe a nuvem de poeira que os exércitos de Faraó levantavam no
horizonte vindo em direção a eles para traze-los de volta à escravidão
arrependidos de te-los permitido sair. Entretanto Deus ordenou a Moisés que
povo continuasse normalmente a marchar até chegar ao mar, e então o ferisse com
a vara para que as águas se separassem a fim de o povo passar pelo meio no seco
(Exo 14:16).
E então nesta noite na maré-baixa um vento forte fez aparecer um espaçoso banco
de areia que ia de um lado ao outro do mar dividindo-o em duas grandes poças de
água, impelindo a água da poça do lado norte para a do sul. No dia seguinte
pela manhã, 7 de Abril, Domingo, o povo diante deste fenômeno passou para o
outro lado entre as duas porções do mar, a direita e a esquerda seguindo este
banco de areia.
Se a duração da permanência do banco na maré baixa é de 4 horas, e se o homem
caminha 8 quilômetros por hora, a extensão máxima deste banco só poderia ser
mais ou menos de uns 30 quilômetros para ter tempo de atravessa-lo antes de a
maré subir. A extensão da parte mais estreita do mar diante de Mara na
península do Sinai está dentro desta medida A aproximação das margens do mar
neste ponto sugere a existência de banco de areia no fundo.
Quando o exército de Faraó chegou, o povo já tinha atravessado e o banco ainda
continuava descoberto. Conhecedores do fenômeno não temeram atravessa-lo
também. Porém estavam atrasados e a baixa da maré estava para acabar. Quando
estavam no meio do caminho, a maré começou a subir rapidamente, e não tiveram
tempo para fugir para trás nem para diante. Morreram todos afogados, e o povo
de Israel se livrou dos seus perseguidores.
Na conjunção da lua com o sol, a maré está mais alta ao meio-dia e à
meia-noite, mais baixa às 6 horas da tarde e da manhã. A cada dia de idade da
lua desde a conjunção, a maré alta ou baixa atrasa 50,5 minutos. Neste dia a
lua tinha 20 dias de idade, portando a maré alta do meio-dia atrasaria quase 17
horas. A maré alta chegaria neste dia ao mais alto nível às 5 horas da tarde. E
o auge da maré baixa na parte da manhã seria às 11 horas, tendo o seu início às
8 horas.
Provavelmente os israelitas atravessaram o banco de areia entre as 8 e 11 horas
da manhã, e os egípcios começaram a atravessa-lo às 2 horas da tarde sendo
totalmente afogados às 5 horas.
E assim despreocupado continuou o povo a sua marcha no outro lado do Mar
Vermelho, no deserto sem lhes faltar água e alimento.
No dia 23 de Maio, Quinta-Feira, após 49 dias de caminhada, Deus ditou pela
manhã os seus Dez Mandamentos com portentosa voz que vinha do meio do fogo e
fumaça negra no cume do Monte Sinai para que todo o povo espalhado na planície
ao pé do monte ouvisse.
Finalmente a 4 de Setembro do ano seguinte, Quinta-Feira, primeiro dia do 7º
mês lunar, chegaram à Terra Prometida. Foram enviados 12 espias para fazerem o
reconhecimento da terra que iriam conquistar. Na volta 10 dos espias fizeram
uma descrição exagerada, assustadora e dasanimadora. Somente Josué e Calebe
disseram que com a ajuda de Deus poderiam vencer os seus habitantes triturando-os
como se tritura pães entre os dentes.
Porem o povo acreditando na maioria dos espias quis voltar para o Egito. Por
causa deste procedimento Deus irado mandou-os retroceder para viverem no oásis
de Cades-Barnéia durante quarenta anos até que todos estes insensatos seguidores
da maioria em vez da razão estivessem mortos com exceção de Calebe e
Josué, para que somente os seus filhos conquistassem a Terra Prometida.
Finalmente em 1475 a.C., 19 de Março, Quarta-Feira, no primeiro dia de Nisan, o
primeiro mês lunar, 41 anos depois do Êxodo, sexto ano sabático, os exércitos
de Israel comandados por Josué, sucessor de Moisés, atravessam o Rio Jordão
para iniciarem a conquista de Canaã, a Terra Prometida.
AUTOR DESCONHECIDO
Nenhum comentário:
Postar um comentário