A doutrina da Igreja Cristã
examinada à luz da Palavra
O Espírito Santo
Visto que, como acabamos
verificar, a Trindade Divina não é uma trindade de pessoas, podemos facilmente
compreender que o terceiro aspecto, chamado Espírito Santo, é o que resulta dos
dois aspectos anteriores, o que procede dali. Assim, da união entre o Pai e o
Filho, resulta o Espírito, a atuação de Deus, que é a voz de Deus na
consciência humana. Da união entre o Amor e a Verdade resulta o uso. Da união
entre vontade e entendimento resulta a ação. Da união entre Calor e Luz resulta
o influxo de vida que dá toda frutificação e germinação dos seres criados.
As traduções infiéis
como pontos de apoio de heresias
Quando a Igreja Cristã,
representada pelos bispos do Concílio de Nicéia, se reuniu para combater a
pregação de Arius, os pontos formulados foram tirados de seu próprio
entendimento e não de passagens claras da letra da Palavra de Deus. Daí terem
caído em tal heresia sobre uma trindade de pessoas Divinas, porque o próprio
exame cuidadoso da Palavra, sob os auspícios do Senhor, poderia lhes levar a
ver a luz.
Se fosse hoje, porém, esse
exame já não seria tão fácil, porque os tradutores da Bíblia no mundo cristã,
de uma maneira geral, tendem a inserir ou excluir coisas aparentemente insignificantes,
no intuito claro de confirmar a fé em três deuses. O que ocorre freqüentemente
é que, quando um tradutor se depara com uma passagem que claramente ensina a
Divindade de Jesus Cristo e a Unidade de Deus, eles inserem uma palavra, e
introduzem, assim, a idéia de três, porque, para eles, não faz sentido que
Jesus seja o próprio Deus. Com isso, tradutores incautos ou tendenciosos
ajuntaram, consciente ou inconscientemente, sua contribuição para que a heresia
se firmasse e se espalhasse.
Exemplos disso vão ser
trazidos na seqüência:
Na saudação dos apóstolos, em
suas cartas, encontramos, na atual versão da Bíblia em português, de João
Ferreira de Almeida:
"Graça a vós e paz da
parte de Deus nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo" (2 Coríntios 1:2).
Ora, essa divisão, da parte
de Deus e da [parte] do Senhor Jesus Cristo introduz duas
"partes" como sendo duas origens diferentes da graça e da paz, e,
conseqüentemente, a divisão em
pessoas. Cada uma dessas supostas pessoas aqui, Deus e Jesus
Cristo, estaria enviando sua graça e sua paz aos coríntios.
Já o texto grego realmente
diz:
"Graça a vós e paz, de
Deus nosso Pai e Senhor Jesus Cristo".
O que dá uma idéia
completamente diferente, pois se vê claramente que a graça e a paz vem de
"Deus nosso Pai e Senhor Jesus Cristo", ou seja "Deus",
"Pai" e "Senhor" sendo qualidades da mesma e única Pessoa,
Jesus Cristo. No entanto, como isso não "fazia sentido", o tradutor
separou as qualidades em pessoas distintas, dando assim mais uma confirmação à
doutrina cristã atual e, ainda mais, fazendo crer que Paulo também pensava como
hoje se pensa.
A tradução inglesa "King
James" da Bíblia ainda tem o escrúpulo de grafar o segundo "da"
em itálico, para mostrar que a segunda origem (segunda pessoa) foi inserida,
mas no português, nem isso.
A mesma coisa acontece na
saudação aos romanos (Romanos 1:7), na primeira epístola aos coríntios (I Cor.
1:3), aos gálatas (Gál. 1:3), aos efésios (Ef. 1:2), aos filipenses (Fil. 1:2)
e assim por diante.
Esta mudança no texto parece
insignificante, mas é suficiente para confirmar a idéia falsa, estranha ao
pensamento dos apóstolos. E quando se parte do princípio errôneo de que Paulo
pensava numa trindade de pessoas, todas as outras coisas que ele escreve ficam
prejudicadas por esse erro.
Por exemplo, quando ele
escreveu a Timóteo:
"Porque há um só Deus,
e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem" (I Tim.
2:5),
a tendência desse pensamento é
concluir que uma pessoa está distante, Deus, e outra pessoa está mais próxima,
no meio, Jesus Cristo, para ligar os homens a Deus. Mas estas palavras de Paulo
podem (e devem) ser entendidas assim, a saber, que só existe um meio pelo qual
o Único Deus Se manifesta aos homens, pelo Seu Humano, Jesus Cristo, assim como
alguém só pode ser conhecido se se conhecer sua aparência humana e nunca sua
alma separada do corpo.
E por que dissemos que essas
palavras "devem" ser entendidas assim: porque só essa interpretação
se harmoniza com outras coisas que Paulo disse a respeito da unidade de Deus, como
por exemplo, quando diz que em
Jesus Cristo "habita corporalmente toda a plenitude
da Divindade". (Col. 2:9). Se "toda a plenitude" da
Divindade habita corporalmente em Jesus, não há como se imaginar outra
divindade, ou outra parte dela, fora de Jesus Cristo, porque está, TODA e
CORPORALMENTE nEle. Por isso mesmo o Senhor disse:
"Ninguém vem ao Pai
senão por Mim" (João 14:6) e "Quem vê a Mim, vê o Pai" (14: 9).
Outros problemas com relação a
traduções inadequadas e tendenciosas poderiam ser citados aqui, mas deixaremos
de fazê-lo porque o assunto se estenderiam por demais e, além disso, seria
lançar dúvida nas versões da Bíblia que temos, as quais, exceto por essas
singularidades que interessam somente aos estudiosos, são úteis para nos dar a
conhecer a Palavra de Deus.
O ensinamento real da
Escritura Santa, sobre Deus
Há um só Deus, em Quem está a
Divina trindade, e o Senhor Deus Jesus Cristo é este Deus.
"Uma verdade certa e
constante é que Deus é Um, e a Sua Essência é indivisível, e que há uma Trindade.
Portanto, porque Deus é um e a Sua Essência é indivisível, segue-se que Deus é
uma só Pessoa. E porque Ele é uma Pessoa, a Trindade está nessa Pessoa. Que
esta Pessoa seja o Senhor Jesus Cristo, é claro por estas palavras:
"Ele mesmo foi concebido
de Deus Pai (Lucas 1:34,35) e assim Ele é Deus quanto à Alma e a Vida mesma. E
por conseguinte, como Ele mesmo o disse,
"o Pai e Ele são Um"
(João 10:30).
"Ele mesmo está no Pai e
o Pai está nEle" (João 14:10,11).
"quem O vê e O conhece vê
e conhece o Pai (João 14:7,9).
"Ninguém vê e conhece o
Pai, senão Ele, que está no seio do Pai" (João 1:18).
"Tudo o que pertence ao
Pai é dEle" (João 3:35, 16:15).
"Ele é o Caminho, e a
Verdade, e a Vida, e ninguém vem ao Pai senão por Ele" (João 14:6).
E também:
"Ele tem o poder sobre
toda a carne"(João 17:2).
"Ele tem todo o poder no
céu e na terra" (Mat. 28:18).
Destas palavras, segue-se que
Ele é o Deus do céu e da terra.
Conclusão
Como se procurou demonstrar, a
Igreja cristã atual, tanto a Católica quanto as Evangélicas, em sua concepção
sobre Deus, seguem a decisão do Concílio de Nicéia, de uma trindade de pessoas
divinas separadas. Em conseqüência, a Igreja cristã atual, em relação à Igreja
cristã primitiva, regrediu no conhecimento de Deus, desviou-se da fé simples da
Escritura Santa e, por esse fato, erra também em relação a todos os outros
pontos doutrinais. O cristão de hoje se deixou iludir pelos perigos acerca dos
quais os apóstolos Paulo e Judas alertaram, há muito, em suas epístolas:
"Amados, procurando eu
escrever-vos com toda a diligência acerca da salvação comum, tive por
necessidade escrever-vos e exortar-vos a batalhar pela fé que uma vez foi dada
aos santos. Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para
este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e
negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo. (Judas, 3,4).
"Tende cuidado, para
que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo
a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;
porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade (Colossenses,
2:8,9).
O Senhor Deus Jesus Cristo fez
a promessa verdadeira de que, quando Ele visse como o Consolador, Ele nos guiaria
a toda verdade e esse ensinamento O glorificaria, isto é, faria que Seu Humano
fosse reconhecido como Deus (João 16:13,14).
Nós, da Igreja Nova Jerusalém,
professamos que temos recebido do Espírito do Senhor, em Sua Palavra , através
da revelação da Verdade, os ensinamento que exaltam o Seu Nome, o nome do
Senhor Jesus Cristo e o glorificam como o Único Deus, de eternidade Criador, no
tempo Redentor, e de eternidade Regenerador, Ele mesmo sendo o Pai, o Filho e o
Espírito Santo na mesma Pessoa Divina.
Assim, a doutrina da verdade
genuína da Palavra, que se perdeu em Nicéia foi-nos novamente dada pela
misericórdia de Deus nosso Pai, o Senhor Jesus Cristo.
, para os cristãos foi
reencontrada, como a dracma perdida, e para os pagãos e incrédulos, pode ser alcançada
como a pérola de grande valor.
A Igreja cristã atual, ainda
que desviada da fé da Igreja cristã apostólica primitiva, tem, no entanto, a fé
em Jesus Cristo
como Filho de Deus. Mas ela não deve se deter aí, perdida na obscuridade do que
considera o mistério acerca da Trindade. Antes, deve examinar as Escrituras,
suplicando os auspícios do Senhor e com isenção de idéias preconcebidas, para
nelas reencontrarem o que lhes falta, tal qual a mulher diligente que varreu
sua casa até encontrar a sua dracma perdida. E aqueles que nunca se iniciaram
na fé cristã, sejam gentios, sejam os incrédulos, podem nela achar a pérola de
grande preço, a verdade de o Senhor Jesus Cristo é o Próprio Deus que veio ao
mundo para nos redimir e que Ele salva a todos os que nEle crêem.
Somente com essa fé, a
verdadeira Igreja cristã, a igreja espiritual, chamada "Noiva do
Cordeiro", a Igreja que não tem fronteiras e nem denominação, pode ser
implantada nos corações de todos.
A missão das sociedades
religiosas da "Nova Jerusalém" é restaurar ao mundo essa visão
salvadora, de que "o Senhor Deus Jesus Cristo reina", de acordo com o
que foi ordenado no Apocalipse 10:11:
"Importa que
profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e línguas e reis".
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