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quinta-feira, 2 de junho de 2016

MENSAGEM 23 - MANDAMENTOS DE AMOR

Mandamentos de Amor
(Baseado na mensagem “Os 10 Mandamentos: Palavra de Libedade” do Pr. Ricardo Agreste)

Somos uma sociedade cada vez mais avessa a ideia de se submeter a imposições religiosas e muitas vezes até mesmo sociais. Possivelmente esta aversão tem aumentado em decorrência de nosso mundo pluralista e relativista.
Em meio a esta realidade algumas igrejas cristãs tem anulado as leis do Antigo Testamento por entenderem que vivemos debaixo da graça, de um Novo Testamento. Para estes Jesus Cristo, na cruz, pôs fim a toda lei.
Tal posicionamento tem gerado alguns problemas na vida de muitos cristãos e em decorrência disso a toda humanidade. Podemos apontar três problemas:

1.      No contexto cristão, como vimos, igrejas tem aderido a anulação de todas as leis do Antigo Testamento. Contudo este é um grande erro teológico que tem gerado dois tipos de grupos de igreja:
a.      Primeiro grupo: os que voltaram aos velhos rudimentos da Lei, oferecendo novamente sacrificios a Deus, guardando os dias de festa, etc. e desta forma anulando o sacrificio de Cristo.
b.      Segundo grupo: os que vivem de forma ilicita, imoral, sendo governados por seus desejos desenfreados; afinal não existem mais leis a serem observadas.
2.      A geração atual tem vivenciado um mundo mais corrupto, violento, imoral, o número de divórcio tem aumentado a cada ano, sexo se tornou objeto de consumo, pois o homem vive sem considerar os principios de Deus descritos nas leis do Antigo Testamento. A soberba do homem o levou a acreditar que pode viver sem o manual do seu Criador.
3.      A igreja deixou de ser missional, perdeu sua identidade. A comunidade de discipulos precisa resgatar a obediência aos principios e valores do Reino de Deus como parte de sua missão na história. Estes principios testemunham a sabedoria de Deus. Apontam o caminho para os que buscam a luz, a verdade que é Jesus.
Ao contrário do que se pensa, os mandamentos de Deus nos levará a uma vida equilibrada e feliz. Sim! A obediência aos mandamentos nos levará a vida tão sonhada por todos.
Precisamos tirar de nossos pensamentos a compreensão que as 10 leis de Deus ou ainda que todas as leis de Deus são pesadas para nós. Temos uma compreensão equivocada dos mandamentos de Deus.
As leis tinham o objetivo de proporcional uma vida de equilibrio, de esperança, de harmonia e felicidade para todos. Essa verdade se revelava nas diversas leis, por exemplo: 
·         A lei do jubileu (Lv 25) visava restituir a liberdade de todos a cada 50 anos. Toda dividida deveria ser perdoada e a herança de todo aquele que tinha sido tomada como parte de pagamento deveria ser devolvida.
·         A lei agrária visava dar descanso a terra (Lv 25:1-7). Se plantava durante 6 anos e no sétimo nada poderia ser plantado. A terra teria um descanso.
·         A lei referente aos grãos que caiam no chão durante a colheita, objetivava prover alimento para os necessitados.
Se é claro que Deus visa nos proporcionar através de seus mandamentos liberdade, equilibrio, harmonia para todos, por que não fazemos uso dos principios e valores dados por Deus como “passaporte para uma vida feliz”? Por que resistimos tanto aos mandamentos de Deus?
A resposta desta pergunta se deve a dois fatos: 1) não conhecemos Deus como deveríamos a ponto de confiar em suas intenções para conosco; 2) não compreendemos o verdadeiro significado por trás de seus mandamentos ao ponto de nos desarmarmos e obedecermos.
João Calvino, reformador, nos ensina que quando estudamos sobre as leis de Deus precisamos compreender que a lei no Antigo Testamento era dividida em duas: Lei Cerimonial e Lei Moral.
 A lei cerimonial compreendia todos os rituais de sacrificios e purificação exigida para adoração. Todas esses ritos apontavam para Jesus, de tal forma, que eles tem seu fim em Jesus. Não existe mais necessidade de rituais de sacrificio e de purificação, uma vez que Jesus se tornou o sacrificio final.
A lei moral, como: não matarás, não adulterarás, shabat (descanso), jubileu, cidade de refúgio, etc. – continuam em vigor. Jesus cumpriu as leis morais, por meio do amor. Jesus não anulou as leis morais, pelo contrário, ele espera que a cumpramos com maior desenvoltura, uma vez que somos chamados a amar a todos, como ele amou.
A lei moral cumpre 3 objetivos:
1.      Revela a nossa natureza pecaminosa. Aponta o que está dentro de nós.
2.      Contem o mal da sociedade. Através dela se detém parcialmente a ação do pecado em nós.
3.      Orienta o povo de Deus. Aponta o caminho que devemos seguir.
A verdade é que não conseguimos cumprir as leis morais, contudo não somos mais condenados por isso, pois Jesus pagou o preço de nossa incapacidade, de nossos pecados. Entretanto Ele deseja que nos esforcemos o máximo para vivê-las.
O povo de Israel não chamavam as leis de Deus de 10 mandamentos, mas de “decálago”, isto é, as “dez palavras de Deus”.
O decálago não são palavras impositivas, de um Deus carrasco, com o fim de por um peso sobre os homens, mas pelo contrário, são orientações de um Pai gentil que deseja proteger seus filhos e conduzi-los ao cumprimento de sua missão.
Vejamos o que diz Êxodo 19:5-6.

5Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja minha,
6vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa’. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas".

Neste texto está revelado o desejo de Deus em proteger os israelitas (serão o meu tesouro pessoal) e a missão (um reino de sacerdotes) que desejava para eles ao anunciar as dez palavras.
O povo de Israel tinha e tem a perspectiva correta da lei – Deus os amava e desejava protege-los e exaltá-los -, mas não compreenderam a sua missão. Eles vivem ainda hoje desprovidos da dimensão missional.
 Vejamos o que diz o primeiro mandamento ou a primeira palavra de Deus ao povo de Israel.

1E Deus falou todas estas palavras:
2"Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou do Egito, da terra da escravidão.
3"Não terás outros deuses além de mim.

Devemos recordar o contexto em que se encontrava o povo de Israel antes de Deus libertá-los. Israel era um povo oprimido pelos egípcios e por seus deuses. O sofrimento de Israel era tanto que eles clamavam constantemente para que Deus os libertasse. Deus ouviu o clamor de Israel e levantou Moisés para tirá-los do Egito. Através de Moisés, Deus enviou 10 pragas sobre o Egito, demonstrando dessa forma seu poder sobre todos os deuses egípcios e afirmando dessa forma ser o único e verdadeiro Deus.
Faraó que era reconhecido como filho de um deus egípcio, e por isso mesmo, se achava um deus, subjugava os israelitas a serviços pesados, quando não sacrificava seus filhos aos seus deuses.
O texto diz que Deus libertou Israel das mãos dos egípcios, e o fez não para oprimi-los, mas para que tivessem liberdade. Deus teve misericórdia do povo. Deus amou a Israel e por isso, a primeira palavra de Deus (o primeiro mandamento) é que eles não tivessem outros deuses além Dele, uma vez que isto os tornaria novamente escravos de seus ídolos.
Todo ídolo leva seu adorador a ser devorado, até que a morte o destrua. O ídolo, nada mais é que instrumento para que demônios destruam nossos relacionamentos pessoais, nossa saúde, nosso emocional e nos levem por fim a morte eterna, ao inferno, isto é, a uma vida eterna sem Deus.
Deus age como todo pai que deseja o bem do filho e por isso manda que o mesmo não coloque a mão no fogo, o orienta a não subir na cadeira para não cair, a não atravessar a rua para não ser atropelado por um veículo. Deus entrega não um mandamento com o fim de punir, de proibir por proibir ou ainda por egoísmo. Não! Deus diz uma palavra com o fim de proteger aqueles a quem libertou.
Deus havia prometido leva-los a terra de Canaã. O povo canaanita possuía vários deuses: para sexualidade, prosperidade, sabedoria, fertilidade, riquezas, animais, etc.
A lei visava prevenir Israel de não cair na tentação de servirem aos diversos deuses que encontrariam na terra de Canaã, pois se viessem a servirem estes deuses, eles se tornariam como os egípcios, iriam oprimir aos estrangeiros, sacrificariam seus filhos para apaziguar a ira destes falsos deuses, viveriam em busca de seus prazeres pessoais sem se importarem com a dor do seu próximo, valorizariam mais as riquezas do que uma vida.
Nossa sociedade hoje não é muito diferente dos egípcios ou dos povos que habitavam Canaã, mudou o modus operante, mas Mamon continua sendo adorado, pessoas matam umas as outras por riqueza e poder. Moloque continua sendo servido através de pais que sacrificam o futuro de seus filhos em busca de “sucesso” profissional, ainda outros sacrificam os filhos através da violência física ou emocional. Apolo é cultuado como o deus da masculinidade, do corpo perfeito, nas academias, onde jovens e adultos são capazes de colocarem a saúde em risco para terem o corpo perfeito. O culto a Apolo, o deus da beleza masculina, se encontro no culto ao corpo. Pessoa obcecadas medindo cada centímetro alcançado no bíceps, na panturrilha. Dedicam horas e mais horas para ganharem 1cm de massa muscular, entretanto não fazem esforço algum para melhorarem o relacionamento com Deus. Mulheres cultuam a Afrodite, a deusa da beleza feminina e da sensualidade, em busca também de um corpo perfeito. Elas se sujeitam a pagarem altos valores para uma cirurgia plástica, para alcançarem uma estética perfeita, assim como muitos homens passam horas malhando, se sujeitam a tomarem coquetéis para moldar o corpo. A sociedade de hoje inconscientemente continuam adorando a estes ídolos, falsos deuses, que os levam a um caminho de destruição e morte.
A verdade é que estes deuses não passam de demônios agindo por trás destes ídolos. Hoje eles não se apresentam por trás de um poste-ídolo, de uma escultura feita de gesso ou madeira, mas se apresentam por trás de conceitos propagados pelas mídias.
Deus pede para que os israelitas não servissem a outros deuses porque Ele sabia que estes deuses iriam aprisiona-los novamente e mata-los.
Segundo Ricardo Agreste a essência da idolatria se mostra “quando fazemos de algo a razão de nossa existência, nossa fonte primária de felicidade (nossos filhos, nosso trabalho, etc.), a base de nossa identidade e a força que nos orienta (eu não sou o que faço – não sou pastor – eu sou o Ricardo. O que serei se não puder mais pastorear?)”.
A pergunta que você deve fazer e responder com sinceridade: “Quem é meu o deus?” São os bens materiais, sucesso profissional, beleza física, prazer, meu cônjuge, meu filho. Nada disso é errado, mas o amor fora de ordem é pecado, segundo Santo Agostinho.

1)      Deus; 2) Conjuge; 3) Filhos; 4) Carreira profissional; 5) Igreja

Se você inverter a escala irá criar um ídolo ou no mínimo estará agindo fora da orientação de Deus.

Ø David Foster escritor americano e ateu convicto. Nascido no ano de 1962. Em 12 de setembro de 2008, David Foster Wallace foi encontrado enforcado. Segundo seu pai, ele sofria de depressão há mais de 20 anos, mas esta vinha se tornando mais severa nos meses que precederam seu suicídio.
Ø David Foster afirmou “que não existe ateísmo, que não existe a não adoração. Todo mundo adora algo. A única alternativa que temos é o que adorar”.

A única forma de sermos livres e permanecermos livres é adorando a Jesus, nosso Deus, acima de todas as coisas. Essa é única forma de você ser livre, mantendo Deus no lugar Dele, porque somente Ele te ama verdadeiramente e deseja seu bem. Por isso Ele te diz: “não adorarás a outros deuses”.

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira

01/06/2016

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