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quinta-feira, 2 de junho de 2016

APOSTILA 22 - APOSTILA DE ANTROPOLOGIA

TEOLOGIA SISTEMÁTICA
APOSTILA DE ANTROPOLOGIA: A DOUTRINA DO HOMEM
Professor: Cornélio Póvoa de Oliveira
www.semeandoabiblia.blogspot.com

DATA
AULA Nº
ANTROPOLOGIA

1
1.      Delimitação do conceito de “antropologia teológica”

2
2.      Teorias Da Origem do Homem

3
3.      Vídeo: RODRIGO SILVA - A TEORIA DA EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES (1 e 2)

4
4.      As Naturezas do Homem

5
5.      As Funções das Partes Que Compõem o Homem Vistas Separadamente

6
6.      Natureza Imaterial ou Espiritual

7
7.      As Teorias da Origem do Espírito/Alma

8
8.      O Homem a Imagem de Deus

9
9.      Como se Manifesta o Mal na Vida do Homem?

10
10.  Caracteres Psíquicos

11
11.  O Destino do Homem

12
12.  Nome e Conceito da Aliança

13
13.  O Homem Na Aliança das Obras

Resenha
BERKOFF, Louis. Teologia Sistemática, Campinas, Luz para o Caminho – A Doutrina do Homem.

Bibliografia:
BERKOFF, Louis. Teologia Sistemática, Campinas, Luz para o Caminho.
CAMPOS, Heber Carlos. O Habitat Humano: o paraíso criado, SP, Ed. HAGNOS, 2011 (vol 1).
CHAFER, Lewis Sperry. Teologia Sistemática, São Paulo, Hagnos.
DAGG, John Leadley. Manual de Teologia, S. J. Campos, Fiel.
ERICKSON, M.J. Introdução à Teologia Sistemática, São Paulo, Vida Nova.
GRUDEM, Wayne. Teologia Sistemática, São Paulo, Vida Nova.
HODGE, Charles. Teologia Sistemática, São Paulo, Hagnos.
LANGSTON, A.B. Esboço de Teologia Sistemática, Rio de Janeiro, JUERP.
SEVERA, Zacarias de Aguiar. Manual de Teologia Sistemática. Curitiba. AD 
Santos Editora.
STRONG, A.H. Teologia Sistemática, São Paulo, Hagnos.
THIESSEN, Henry C. Palestras em Teologia Sistemática, São Paulo, Imprensa Batista Regular.
LADARIA, L. F. Introdução à Antropologia Teológica. São Paulo: Loyola, 1998.
Vídeo: A História da Evolução (Parte 1 e 2) – Dr. Rodrigo Silva (Youtube)

Obs.: A base desta apostila foi tirada da Apostila do Prof. F. Henrique, (www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/antropologia.htm) ou do Pr. Erivelton Rodrigues Nunes (http://www.erivelton.com.br/file/arquivo/antropologia.pdf).

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PROGRAMA DO CURSO DE ANTROPOLOGIA

1. EMENTAS:
·         Ementa: O curso busca desenvolver uma reflexão sobre o ser humano a partir da fé cristã. Procura apresentar uma reflexão crítica sobre o universo e o ser humano como criações de Deus, fundamentada nos ensinamentos da Sagrada Escritura, do Magistério da Igreja e na pesquisa teológica atual. O curso pretende, ainda, abordar a história da humanidade a partir dos conceitos de pecado e graça, evidenciando a vocação do ser humano à comunhão com Deus em Cristo.

2. OBJETIVO GERAL:
2.1  - Oferecer aos estudantes uma visão cristã consistente sobre a criação do mundo e do ser humano em diálogo com as ciências modernas, apresentando a compatibilidade entre a revelação cristã, objeto de estudo da teologia, e as conclusões das ciências naturais sobre a origem do mundo e da vida humana.
2.2  - Abordar o conceito de ser humano a partir da perspectiva teológico-cristã, mostrando sua relevância para o contexto atual, o que ser fará num diálogo crítico com outras antropologias.
2.3  - Apresentar uma reflexão sobre o ser humano à luz do projeto de Deus revelado em Cristo, buscando uma compreensão dos conceitos teológicos de pecado e graça.

3. METODOLOGIA
·         Aulas expositivas com recursos audiovisuais.
·         Aulas debates
·         Leitura complementar



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ANTROPOLOGIA

1 – Delimitação do Conceito de “Antropologia Teológica”
Antropologia (do grego ἄνθρωπος - anthropos - "homem", e λόγος – logos -  "razão"/"pensamento"/"discurso"/"estudo") é a ciência que tem como objeto o estudo sobre o homem e a humanidade de maneira totalizante, ou seja, abrangendo todas as suas dimensões.
A antropologia é uma ciência social surgida no século XVIII. Porém, foi somente no século XIX que se organizou como disciplina científica. Pode-se afirmar que há poucas décadas a antropologia conquistou seu lugar entre as ciências.
Primeiramente, foi considerada como a história natural e física do homem e do seu processo evolutivo, no espaço e no tempo. Se por um lado essa concepção vinha satisfazer o significado literal da palavra, por outro restringia o seu campo de estudo às características do homem físico. Essa postura marcou e limitou os estudos antropológicos por largo tempo, privilegiando a antropometria, ciência que trata das mensurações do homem fóssil e do homem vivo.
Enquanto o ser humano pensou sobre si mesmo e sobre sua relação com o "outro", pensou antropologicamente. A Antropologia é o estudo do homem como ser biológico, social e cultural. Esta ciência estuda, principalmente, a diversidade cultural dos povos. Como cultura, podemos entender todo tipo de manifestação social. Modos, hábitos, comportamentos, folclore, rituais, crenças, mitos e outros aspectos são fontes de pesquisa para os antropólogos.
A estrutura física e a evolução da espécie humana também fazem parte dos temas analisados pela Antropologia. 
 A divisão clássica da Antropologia distingue a Antropologia Cultural da Antropologia Biológica. Contudo a antropologia moderna tem buscado dividir estes estudos em diversas áreas:
·         Antropologia Cultural – estudo os sistemas simbólicos, religião e comportamento;
·         Antropologia Social – estuda a organização social e política, parentesco e instituições sociais;
·         Antropologia Biológica ou Física - estuda os aspectos genéticos e biológicos do homem.
·         Antropologia Arqueológica – estuda as condições de existência dos grupos humanos desaparecidos.
·         Antropologia teológica  - estuda a realidade do ser humano sob o ponto de vista de suas relações com o ser divino.

Embora a antropologia tenha diversas dimensões, nosso estudo se limitará a Antropologia Teológica “Cristã”. A teologia cristã, trata-se do estudo do ser humano em relação ao Deus uno e trino revelado em Jesus Cristo.



           
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2 – Em Busca de Respostas Sobre a Origem do Mundo e do Homem
O homem desde a antiguidade vem se preocupando com suas origens, por exemplo: Como nasceu o primeiro homem? O homem seria uma evolução do macaco? O homem teria vindo de outro planeta?
Outra coisa que a ciência procura descobrir são as características diferentes do homem, como: à altura, a cor da pele, do cabelo e as diversidades de línguas.
E procurando respostas para todas estas perguntas, surgiram muitas teorias, onde muitos acreditavam que seus antepassados foram deuses, sendo que cada deus possuía características totalmente diferentes dos outros.
Dos povos antigos somente os Hebreus não adoravam nenhum animal ou astro celeste, eles se identificavam como povo de Jeová, por possuir um único Deus, invisível, soberano, e criador de tudo, inclusive do homem.
Os Hebreus se diferenciavam dos demais povos por possuir sua base de fé nas escrituras sagradas, e que atribuía à Jeová a criação do universo e do homem.
A relação de fé entre Deus e o homem nos leva a necessidade de conhecer os dois seres que formam essa relação. Para uma relação se aprofundar de maneira saudável é imprescindível que seja construída sobre a verdade daquilo que Deus é e do que o homem é. Deus é o que é, e não o que o homem acha que ele é. O homem é o que é, e não o que ele acha de si mesmo. Portanto estudamos antropologia teológica para conhecermos mais sobre nós, seres humanos, para que no fim possamos nos relacionar melhor com Deus, nosso criador.

2.1 - Teorias da origem do Mundo e do Homem
            Existem praticamente duas teorias a respeito da criação do homem: evolucionismo e criacionismo. Entretanto estas se desdobram em várias outras teorias, conforme podemos ver no quadro abaixo:

Criacionismo
Criacionistas da Terra Jovem
Em comum, os integrantes desta linha criacionista acreditam que o planeta tenha sido criado por Deus há apenas 6 mil ou, no máximo, 10 mil anos. Subdividem-se em três grupos principais
- Terra Plana: para esse grupo, que faz interpretação literal da Bíblia, a Terra é chata, coberta por um firmamento, e as águas suspensas seriam as causadoras do Dilúvio. Embora seja um grupo cada vez menos expressivo, essa visão que remete à Antiguidade e à Idade Média persiste em pleno século XXI. Ex.: Charles K. Johnson (International Flat Earth Society)
- Geocêntricos: aceitam que a Terra é redonda, mas negam todas as evidências científicas que, desde Copérnico (1473-1543) e Galileu (1564-1642), provam que é a Terra que gira ao redor do Sol e de seu próprio eixo - e não o contrário. Ex.: Gerardus Bouw (Biblical Astronomer Organization) e Tom Willis (Creation Science Assotiation for Mid-America)
- Heliocêntricos: aceitam as modernas concepções da Mecânica Celeste, embora não concordem com a idade estimada pela Ciência do Universo (15 bilhões de anos) e da Terra (4,5 bilhões de anos). Ajudaram a popularizar a Teoria do Dilúvio e o criacionismo científico de George McCready Price. Ex.: Henry Morris e Duane Gish (Institute for Creation Research)
Criacionistas da Terra Antiga
Aceitam as evidências da antiguidade do planeta, mas ainda as encaixam na lógica das escrituras bíblicas. Subdividem-se em quatro grupos principais
- Teoria do Intervalo: estabelece que houve um longo intervalo temporal entre os versículos 1:1 e 1:2 do Gênesis, após o qual Deus teria criado o mundo em seis dias. Busca assim conjugar evidências geológicas e cosmológicas mais remotas sem abrir mão da criação divina literal registrada na Bíblia. Ex.: Herbert W. Armstrong (autor de Mistery of the Ages)
- Teoria do Dia-Era: estabelece que o conceito de ''dia'' nas Escrituras representa, de forma figurada, períodos muito mais longos que 24 horas, compreendendo até mesmo intervalos de milhões de anos. Ex.: Testemunhas de Jeová (Watchtower Bible and Tract Society of New York)
- Teoria Progressiva: aceita o big bang e a maioria das teorias da Física Moderna como reforços do poder criativo de Deus. Mas acredita que todos os seres vivos foram criados de modo progressivo e seqüencial por Deus, sem relação de parentesco ou ancestralidade. Ex.: Hugh Ross (autor de Reasons to Believe)
- Design Inteligente: Não é uma teoria, mas um nome dado a um grupo que crê na teoria criacionista. São uma versão criacionista mais sofisticada e de maior repercussão nos círculos acadêmicos e de poder do mundo atual. Como estratégia de marketing, seus adeptos não gostam de ser classificados como criacionistas. Afirmam que a complexidade do mundo natural prova uma intencionalidade. Seus argumentos se organizam de forma cada vez mais técnica para combater a teoria darwinista, em campos como Genética e Microbiologia. Ex.: Phillip Johnson, Michael Behe, William Dembski e George Gilder (Discovery Institute)
Evolucionismo
EVOLUCIONISMO METODOLÓGICO MATERIALISTA
Acredita que Deus não interfere no processo evolutivo. Pode ser subdividido em dois grupos principais
- Linha Metodológica: limita-se a descrever o mundo natural por meio de métodos científicos de investigação, excluindo o componente sobrenatural da equação. Adota uma postura agnóstica, nem defendendo nem negando sua existência. Ex.: Stephen Jay Gould (autor de Rock of Ages: Science and Religion in the Fullness of Life)
- Linha Filosófica: mais próxima de uma atitude proclamada como ''ateísta positiva''. Entende que o sobrenatural não existe. Mas prefere não discutir sobre isso. Cabe a quem tem fé o ônus da prova. Todos os processos, incluindo aí a Evolução, são naturais e assim devem ser estudados e analisados. Ex.: Richard Dawkings (autor de The Blind Watchmaker).
Criacionismo e Evolucionismo juntos

EVOLUCIONISMO TEÍSTA (Deus colocou em movimento o processo evolutivo – transformação da espécie)
Corrente que aceita completamente a Teoria da Evolução, mas não abre mão de seu caráter divino original. Crê que a descrição do Gênesis é simbólica, levando em conta o estilo literário hebraico da Antiguidade. Acredita que o processo criativo de Deus se expressa através dos postulados da Evolução, não vendo oposição entre Ciência e Fé. É a visão oficial do Vaticano e do papa, assim como da maioria das confissões protestantes, especialmente as denominadas ''históricas''.
Ex.: Teilhard de Chardin (autor de The Phenomenon of Man)

CRIACIONISMO EVOLUCIONÁRIO (Evolução da espécie, mas não transformação)
Grupo que conjuga influências tanto do ideário criacionista quanto do evolucionista. Considera que Adão não foi o primeiro ser humano criado, mas sim o primeiro dotado de alma por Deus. É muito semelhante ao Evolucionismo Teísta, diferindo apenas em alguns postulados teológicos, sendo mais próximo do judaísmo que do cristianismo.
Ex.: Susan Schneider (autora de Evolutionary Creationism: Torah Solves the Problem of Missing Links)


Obs. 1: O Evolucionismo Biológico
O Homem é uma raça que evoluiu de organismos unicelulares para o seu estado mais elevado por meio de uma série de transformações biológicas ocorridas a milhões de anos.
Outros Antropólogos acreditam que o homem tem sua origem em macaco antropóides atualmente em existência, que ao longo de milhões de anos evoluiu mudando de forma até chegar no seu estado mais elevado que o homem, o que segundo eles, explica a existência do homem das cavernas, que seria uma das fases da evolução do homem.
Mas entre as diversas teorias sugeridas pelos Antropólogos evolucionistas, nenhuma delas possui comprovação aceita pela maioria dos estudiosos da antropologia, existem sim muitos casos isolados, mas que não oferecem nada de real, e além disso não há descobertas cientificas ou arqueológico para dar sustentação a nenhuma destas teorias.
Do ponto de vista teológico, a bíblia é totalmente contraria a teoria do evolucionismo tanto animal como vegetal, o texto de Gênesis 1:26-27, e 2:7-21-23, é muito clara em afirmar que o homem é fruto da criação de Deus, e de forma alguma seria uma evolução de uma outra espécie, em Gênesis 3:19 o próprio Deus afirma: Do suor do teu rosto comeras o teu pão, até que tornes a terra, porque dela foste tomado pois és pó, e ao pó tornaras. , e mais o Apostolo São Paulo afirma que a carne do homem é diferente da carne de animais I Corintios 15:39.
Charles Darwin¹ escreveu a teoria do evolucionismo, tentando provar que o homem nasceu da evolução de uma pequena célula a milhões de anos, e foi evoluindo, passando por diversos tipos de vidas até chegar ao homem, porém esta teoria é muito questionada, mesmo no mundo científico em nossos dias.
As idéias gerais da teoria da evolução das espécies sofreram, aos poucos, alterações e aperfeiçoamentos. Todavia, as bases do evolucionismo subsistem até hoje e o nome de Darwin ficou ligado a uma das mais notáveis concepções do espírito humano.

Obs. 2: Nota Sobre o Livro de Gênesis 1 e 2
            O Livro de Gênesis não é um livro com fins cientifico, não foi escrito para responder as perguntas dos tempos modernos, mas escrito para desmascarar os falsos deuses de seu tempo.
O relato de Genesis 1 é uma poesia que desmascara Yam, deus babilônico das águas, quando diz que “o Espírito de Deus já pairava sobre a face das águas”, quando o mundo ainda estava sendo criado, dessa forma negam que Yam seja o deus das águas e afirmam que Deus fez separação das águas.
O texto também desmascara Baal o deus da fertilidade, pois afirma que foi Deus que ordenou a terra que produzisse frutos e árvores e a terra começou a brotar. Os sumérios afirmavam que a lua era a mãe da humanidade, geradora da criação, contudo a Bíblia afirma que Iavé criou a lua e todos os luzeiros. Para os Egipcios o criador era o deus Amon, contudo os hebreus estavam afirmando que era Iavé.
A poesia da criação tinha por finalidade afirmar claramente a todos os povos antigos que existia somente um criador sobre tudo, o Deus dos Hebreus, Iavé ou Javé.
 
Obs. 3: A fé cristã não é incompatível com muitas das afirmações cientificas
Quando você compreender todos os detalhes da criação corretamente, "nenhum conflito final" existirá entre a Bíblia e a ciência natural. A frase "nenhum conflito final" é tirado do livro muito útil de Francis Schaeffer, Nenhum Conflito Final. No tocante às questões sobre a criação do universo, Schaeffer menciona várias questões que, na sua opinião, não há espaço para a discordância entre os cristãos que acreditam na veracidade completa da Bíblia:

1.  Existe a possibilidade de que Deus criou um universo "adulto".
2.  Existe a possibilidade de um intervalo entre 1:1 e 1:2 Génesis ou entre 1:2 e
3.  Existe a possibilidade de um longo dia em Gênesis 1.
4.  Existe a possibilidade de que a inundação afetou informações geológicas.
5.  O uso da palavra "espécie" em Gênesis 1 pode ser bastante grande.
6.  Existe a possibilidade de a morte dos animais antes da queda.
7.  Onde não usou a palavra hebraica bara é uma possibilidade das coisas sequência previamente existente.

Schaeffer explicou que não está dizendo que uma destas posições é a que ele tem, mas são teoricamente possíveis. O ponto principal é que Schaeffer em nossa compreensão do mundo natural e a nossa compreensão das Escrituras, o nosso conhecimento não é perfeito. Mas podemos abordar o estudo científico e estudo da Bíblia com a confiança de que, quando adequadamente compreendida todos os fatos, e quando tivermos entendido mal a Bíblia, nossas descobertas não entrem em conflito uns com os outros, não haverá "nenhum conflito final." Isto é porque Deus, que fala na Bíblia, sabe tudo o que aconteceu e não fala de uma forma que contradiz as verdades do universo.

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3 – A Criação do Homem
As escrituras sagradas descrevem em Gênesis 1-26 e 27 , e 2:7 21 a 23, a criação do homem, onde o primeiro homem Adão que no Hebraico Âdam¹, significa avermelhado, ou aquele que foi feito de adamah (terra) e que tem a pele da cor de edom (Vermelho), por causa do dam (Sangue).
Não podemos entender que o homem seja apenas uma criação de Deus, o homem é mais que uma criatura, pois existe entre o homem e Deus uma relação mais profunda, mais significativa, o homem foi criado para viver numa situação familiar com Deus, numa íntima comunhão.

              I.     UM CONSELHO CELESTE NA CRIAÇÃO DO HOMEM
Gn 1.26-27 – 26E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme nossa semelhança, e domine sobre os peixes do mar, sobre as aves do céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra.
27E criou Deus o homem à sua imagem; a imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.
Quando Deus criou o homem de acordo com Gênesis 1:26-27, aconteceu uma reunião celeste, um conselho no céu, para determinar a criação do ser humano, talvez para cuidar de detalhes da criação, como seria o homem fisicamente e espiritualmente, a bíblia descreve a palavra FAÇAMOS, o que comprova a realização deste conselho celeste, e podemos chegar a algumas conclusões.
Embora o autor escreva no plural “façamos”, no Antigo Testamento, ainda não se conhecia o conceito da trindade. Podemos afirmar que esta reunião definiu:
·      A criação do ser humano.
·      A estrutura física do homem.
·      A estrutura espiritual do homem.
·      Os objetivos de Deus para com o homem.

           II.     O HOMEM FOI CRIADO DIFERENTE DAS OUTRAS CRIAÇÕES
A criação especial de Adão e Eva mostra que, embora possamos ser como os animais em muitos aspectos no nosso corpo físico, somos animais muito diferentes. Fomos criados "à imagem de Deus". De todas as criaturas que Deus fez, apenas o homem, foi criado "à imagem de Deus."  Mesmo a brevidade do relato da criação em Gênesis coloca uma grande ênfase sobre a importância do homem como distinto do resto do universo. Esta resiste às tendências modernas de ver o homem como insignificante na vastidão do universo.
Quando Deus diz: "Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança" (Gn 1:26), o significado é que Deus planejou fazer uma criatura como ele. A palavra hebraica traduzida "imagem" (tselem) e a palavra hebraica traduzida como "semelhança" (demut) se referem a algo que é semelhante, mas não idêntico ao que é ou o que é uma "imagem". A palavra imagem pode também ser utilizado para denotar algo que representa uma outra coisa.
 Características do homem criado:
·           Capacidade de raciocinar (mental) – isto faz com que o homem possa crescer em conhecimento, o faz um ser criativo;
·           Capacidade de decidir (moralmente responsável) – ao homem foi dado o direito de fazer escolhas morais e espirituais que determinam seu futuro;
·           Ser pessoal – capaz de se relacionar emocionalmente;
·           Deus não soprou nas narinas dos animais (Gn 2.7). O homem possui uma natureza espiritual que os animais não têm.
·           O homem possui uma natureza espiritual imortal.



        III.     O HOMEM FOI CRIADO SUPERIOR AOS OUTROS SERES VIVOS
Quando Deus criou o homem, ele já havia criado todos os outros seres vivos, as plantas, os peixes, os animais, e por isso Deus fez o homem superior a tudo o que existia até então, e os deu ao homem, e disse dominai sobre os peixes do mar, sobre todas as aves do céu, e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra. O homem foi nomeado para governar as demais criações.
 Gênesis 1:28, o homem desde a sua criação já era superior a tudo na terra , entre o homem e as demais criaturas existiam uma grande diferença, o homem possuía um nível muito elevado intelectual, moral e religioso.
Gênesis 1:31, 2:19-20, Salmo 8: 4-8
·           Obs.: Acredito que a autoridade do homem, sobre todas as espécies, incluindo a mulher, se manifesta na maldição recebida como punição por sua escolha errada (Gn 3.17).

IV. A CRIAÇÃO DO HOMEM FOI, NO SENTIDO MAIS ESTRITO DA
      PALAVRA, UM ATO IMEDIATO DE DEUS
Algumas das expressões utilizadas na narrativa anterior à da criação do homem, indicam criação mediata, nalgum sentido da palavra. Notem-se as seguintes expressões: “E disse: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie” – “Povoem-se as águas de enxames de seres viventes” – “Produza a terra seres viventes, conforme a sua espécie”, e comparem-se com a simples declaração: “Criou Deus, pois o homem”. Seja qual for a indicação de mediação na obra da criação, contida nas primeiras expressões – “produza” –, falta por completo na última expressão – “criou”. Evidentemente, a obra de Deus na criação do homem não foi mediata, no sentido de mediado por algo ou alguém, em nenhum sentido da palavra. Ele fez uso de material preexistente na formação do corpo humano.

V. DISTINGUEM-SE CLARAMENTE OS DOIS DIFERENTES  
     ELEMENTOS DA NATUREZA HUMANA
Gn 2.7 – E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra e soprou (nāphāh) em seus narizes o fôlego da vida, e o homem foi feito alma (nephes) vivente (hayyah).
Alma à hebraico “nephes”.
Alma à grego “psyche”.
Segundo Louis Berkhof em Gn 2.7 faz-se clara distinção entre a origem do corpo e a da alma. O corpo foi formado do pó da terra; na sua produção Deus fez uso de material preexistente. Na criação da alma, porém, não houve modelagem de materiais preexistentes, mas a produção de uma nova substância.
A alma do homem foi uma nova produção de Deus, no sentido estrito da palavra, Jeová “lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”. Com estas simples palavras afirma-se a dupla natureza do homem, e o que elas nos ensinam é corroborado por outras passagens da Escritura, como Ec 12.7 – O pó volte à terra, de onde veio, e o espírito volte a Deus, que o deu”; Mt 10.28; Lc 8.55; 2 Co 5.1-8; Fp 1.22-24; Hb 12.9. Os dois elementos são o corpo e o sopro/espírito de vida nele soprado por Deus, e com a combinação dos dois o homem se tornou “alma vivente”, o que neste contexto significa simplesmente “ser vivo”.
As escrituras consideram uma pessoa como um todo composto, completamente relacionado com Deus e não dividido de alguma maneira (Dt 6.5; 1Ts 5.23). Estudamos o homem em parte, contudo suas existência material depende do todo. A palavra “tornou” dá ênfase a uma unidade orgânica.

        VI.     O PROPÓSITO E AS FUNÇÕES DO SER HUMANO
Qual o propósito da existência do ser humano? Por que Deus nos criou?
(Isaías 43:6,7) - 6Direi ao norte ‘Entregue-os! ’ e ao sul ‘Não os retenha’. De longe tragam os meus filhos, e dos confins da terra as minhas filhas; 7todo o que é chamado pelo meu nome, a quem criei para a minha glória, a quem formei e fiz".
(1 Coríntios 10:31) - Assim, quer vocês comam, bebam ou façam qualquer outra coisa, façam tudo para a glória de Deus.
As Escrituras nos dizem que fomos criados para glorificar a Deus, indicando que somos importantes para Deus.

FUNÇÃO
REFERÊNCIAS
Dominar a Criação
Gn 1:27-28, 9.2, Sl 8.4-8, Hb 2.5-9
Multiplicar-se e Povoar a Terra
Gn 1.28, 2.24, 9.1-7
Alimentar-se
Gn 1.29, 9.3-4
Trabalhar, Cultivar e Guardar o Jardim
Gn 2.15
Obedecer a Deus
Gn 2.16-17

Todos os instintos básicos, que fazem parte da natureza humana, são meios pelos quais o homem é capaz de cumprir as suas funções de maneira natural, sem que as mesmas pesassem sobre ele como fardo. Deus colocou esses desejos no homem para que não houvesse necessidade de que as pessoas cumprissem as suas funções maquinalmente, sem que isto proporcionasse certo prazer. Pelo motivo de proporcionarem prazer, estes desejos, embora não sendo errados em si, podem ser desvirtuados e corrompidos. É importante notar que as tentações de Eva no paraíso, não ocorreram porque ela teve qualquer maldade, mas o diabo a tentou naquilo que ela desejava naturalmente.

INSTINTOS NATURAIS
REFERÊNCIAS
PECADO
O Desejo de Dominar
Gn 1.28b, Sl 8.6-8
Soberba da Vida
O Sexo
Gn 1.28, 2.24
Depravação Sexual
O Desejo de se alimentar
Gn 1.29, 3.6
Excesso, Glutonaria
O Desejo Estético
Gn 2.9a, 3.6
Cobiça dos Olhos

O homem tinha que se multiplicar, para povoar a terra a fim de dominá-la. É importante observar que devia dominar a terra, mas não como se fosse o seu dono. Porque toda a terra pertence ao Senhor (Lv 25.23, Sl 24.1, 1 Co 10.26). O homem não é "dono" da criação, e sim, "MORDOMO DE DEUS", com a função de tomar conta das obras das suas mãos.

VII. A ORIGEM DO HOMEM E A UNIDADE DA RAÇA
TESTEMUNHO ESCRITURÍSTICOS DA UNIDADE DA RAÇA. A Escritura ensina que a humanidade toda descente de um único par. Este é o sentido óbvio dos capítulos iniciais de Gênesis. Deus criou Adão e Eva como os iniciantes da espécie humana, e lhes ordenou que fossem fecundos e se multiplicassem e enchessem a terra. Alem disso, a narrativa subseqüente em Gênesis mostra claramente que as gerações seguintes, até ao tempo do dilúvio, estiveram em ininterrupta relação genética com o primeiro casal, de sorte que a raça humana constitui, não somente uma unidade especifica, uma unidade no sentido de que todos os homens compartem a mesma natureza humana, mas também uma unidade genética ou genealógica. Isso é ensinado também por Paulo em At 17.26, “de um só fez toda raça humana para habitar sobre a face da terra”. A mesma verdade é básica para a unidade orgânica da raça humana na primeira transgressão, e da provisão para a salvação da raça em Cristo, Rm 5.12, 19; 1 Co 15.21, 22.

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4 – As Naturezas do Homem

4.1 – MONISMO
Fora do âmbito do pensamento evangélico, há um outro ponto de vista, a idéia de que o homem não pode existir independentemente do corpo físico e, portanto, não pode ter uma existência separada de uma "alma" depois que o corpo morre (embora este ponto de vista dá espaço para a ressurreição de toda a pessoa em algum momento no futuro). Neste ponto de vista o homem é apenas um elemento, e que seu corpo é a pessoa. Este conceito é chamado de monismo. De acordo com o monismo, os termos bíblicos de alma e espírito são apenas outros termos para a "pessoa" em si ou a "vida" da pessoa. Essa visão não tem sido geralmente adotada pelos teólogos evangélicos porque muitos textos bíblicos parecem indicar claramente que as nossas almas e espíritos continuam a viver e os nossos corpos morrem (veja Gn 35:18, Sl 31:5, Lucas 23:43, 46, Atos 7:59, Fl 1:23-24, 2 Coríntios 5:8, Ap 6:9, 20:4).

4.2 – DICOTOMIA
Aqueles que creem que o homem é dicótomo, defendem a tese de que o homem é formado por duas substancias, a natureza física (Corpo) e a natureza espiritual (Imaterial), a Dicotomia crê que alma e espírito são a mesma coisa, não diferenciando em nada. Estes se baseiam nas seguintes passagens das sagradas escrituras:

São Mateus 10:28 -  Não temais os que podem matar o corpo, e não podem matar a alma, temeis antes aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma quanto o corpo.

Atos 2:31 - Nesta previsão disse da ressurreição de Cristo que a sua alma não foi deixada na morte, nem a sua carne viu a corrupção.

Para os Dicótomos estes textos fazem menção tanto a alma, quanto ao espírito.


4.3 - TRICOTOMIA
Esta corrente de pensamentos acredita que o homem é formado por três partes, ou seja, Corpo, alma e espirito, com base nas seguintes passagens das escrituras sagradas:

Hebreus 4:12 - A palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.

Salmo 43:5 -  Porque estas abatida, óh minha alma?  Porque te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, meu salvador e Deus meu.

I Tessalonicensses 5:23 - O mesmo Deus de paz vos santifique completamente. E todo o vosso Espírito, alma e corpo sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.

Quando o texto de Gênesis 2:7 diz que o homem se tornou alma vivente, quer dizer que o homem possui o corpo, o Espírito que é o vento soprado em suas narinas, e isto produziu uma terceira parte, chamada de Alma vivente, demonstrando assim que o homem possui duas naturezas, uma física e outra imaterial ou espiritual. A natureza imaterial é formada de dois componentes: alma e espírito. Dentro desta trindade do homem, cada parte possui uma função específica.

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5 – RELAÇÃO MÚTUA DO CORPO E DA ALMA
A exata relação mútua do corpo e da alma tem sido exposta de várias maneiras, mas em grande medida continua sendo um mistério. As seguintes são as teorias mais importantes relativas a este ponto:
·         Teorias monistas. São as que partem do pressuposto de que o corpo e a alma são da mesma substância primitiva. De acordo com o materialismo, essa substância primitiva é a matéria, e o espírito é um produto da matéria. E de acordo com o idealismo absoluto e com o espiritualismo, a substância primitiva é o espírito, e este se torna objetivo para si mesmo no que se chama matéria. A matéria é um produto do espírito. A objeção a esse conceito monista é que coisas tão diferentes como o corpo e a alma não podem ser extraídas uma da outra.
·         Teoria dualistas. Algumas teorias partem do pressuposto de que existe uma dualidade essencial de matéria e espírito, e apresentam as suas relações mútuas de várias maneiras: (1) Ocasionalismo. Segundo esta teoria, sugerida por Cartésio, a matéria e o espírito operam cada um de acordo com leis peculiares a cada qual, e essas leis são tão diferentes que não há possibilidade de ação conjunta. O que se parece com isso só pode ser explicado com base no princípio de que, por ocasião da ação de um desses elementos, Deus, por Sua atividade direta, produz uma ação correspondente no outro. (2) Paralelismo. Leibnitz propôs a teoria da harmonia pré-estabelecida. Isto baseia-se também na pressuposição de que não há direta interação entre o material e o espiritual, mas não presume que Deus produz, o que é evidente, ações conjuntas mediante interferência contínua. Em vez disso, a teoria sustenta que Deus fez o corpo e a alma de modo tal, que um corresponde perfeitamente ao outro. Quando se dá um movimento no corpo, há um movimento correspondente na alma, de acordo com certa lei da harmonia pré-estabelecida. (3) Dualismo realista. Os fatos simples aos quais temos sempre que retornar e que estão incorporados na teoria do dualismo realista, são os seguintes: O corpo e a alma são substancias distintas, que de fato interagem, embora o seu modo de interação escape ao exame humano e continue sendo um mistério para nós. A união entre os dois elementos pode ser chamada união de vida: os dois se relacionam organicamente, a alma agindo sobre o corpo e o corpo sobre a alma. Algumas das ações do corpo são dependentes da operação consciente da alma, enquanto que outras não. As operações da alma estão ligadas ao corpo, como seu instrumento na vida presente; mas, a julgar pela continuidade da existência e da atividade conscientes da alma, pode-se concluir que ela pode agir sem o corpo. Este modo de ver certamente está em harmonia com as exposições bíblicas sobre este ponto. Grande parte da psicologia dos dias atuais está se movendo decididamente rumo ao materialismo. Sua modalidade mais extremista vê-se no behaviorismo, com a sua negação da alma, da mente e até mesmo da consciência. Tudo que essa corrente deixa como objeto de estudo é o comportamento humano.

5.1 – As Funções das Partes Que Compõem o Homem Vistas Separadamente
De acordo com as sagradas escrituras o homem possui dupla natureza, ele é corpo físico, e este corpo físico possui um espirito/alma - Gênesis 2:7, I Corintios 2:11, Tiago 2:26.
O homem foi formado do pó da terra, e assim o corpo humano é formado por material inorgânico, que recebeu um tratamento plástico de Deus, o criador da terra, a palavra hebraica para formou é “yêtser” que significa, “deu forma”, “modelou”, ou seja recebeu a ação de um artista plástico que dá ao barro a forma que deseja.
No momento em que Deus criava o homem, o criador já o preparava fisicamente, emocionalmente e espiritualmente para obedecer a vontade divina. Em nosso estudo tentaremos distinguir as funções ou as participações do corpo, alma e espírito nesse processo. Contudo não estamos afirmando que o homem seja um ser tricotômico. Faremos tal divisão apenas para fins de estudo e de tentarmos compreender melhor a complexidade da vida humana.

5.2 – A Natureza Física - As Funções do Corpo
A parte física do homem é totalmente material, como a palavra diz é apenas corpo, foi feito do barro, e para o barro voltará Eclesiastes 12:7, não necessita de julgamento de Deus, pois o corpo, não tem poder de decisão dentro do homem, ele apenas executa as decisões da alma, o corpo não tem vida após a morte, e serve apenas para esta vida, dentro desse mundo.
O corpo humano que recebemos ao nascer não será o mesmo corpo que o homem terá após o arrebatamento da igreja, na eternidade futura, o corpo após o arrebatamento da igreja e a ressurreição dos mortos de que trata o Apostolo São Paulo em I Corintios 15:49 a 54 " e nós seremos transformados " e assim entendemos que o corpo humano passará por uma grande transformação no arrebatamento da igreja, e assim os salvos em Cristo receberão um corpo glorioso Filipenses 3: 21, desta forma o corpo daqueles que forem arrebatados não voltará ao pó da terra, mas também não serão os mesmos, serão transformados para ser um corpo celestial, pois existe corpo material e corpo espiritual - I Corintios 15:44.
Quando Deus criou o Homem, ele já o fez com instintos, capacitando-o para realizar os desejos divinos para o qual foi criado. Estes são uma herança, um Dom divino.
Estes instintos¹ naturais dentro do corpo humano servem para dar qualidade a vida do homem, e ao mesmo tempo o capacita a glorificar o criador.

Instinto
Descrição
Auto-preservação ou Auto-proteção
Avisa sobre perigos e nos capacita a cuidar de nós mesmos
Aquisição
Impulso imediato de conseguir, adquirir provisões necessárias para o sustento próprio.
Alimentação
Busca do alimento, satisfação da fome natural
Reprodução
Conduz à perpetuação da espécie.
Domínio
Conduz a exercer certa iniciativa própria para o desempenho de vocações e responsabilidades de dominar.

Através do corpo humano o homem pode:
·         Se alimentar fisicamente
·         Se movimentar
·         Ouvir
·         Enxergar
·         Se reproduzir
·         Trabalhar (Cultivar o Jardim do Éden)
·         Dominar (Dominai sobre os animais da terra)
·         Contemplar a Estética (E viu Deus que era bom)

Ø  DEUS ASSUMIA FORMA HUMANA
Por muitas vezes Deus para se revelar aos homens usou de diversos métodos:

1)      Visões subjetivas - É quando Deus se revela ao homem e este não esta consciente, por exemplo o caso da visão de Jacó (Gênesis 28:10 a 17), ou o sonho de José (Mateus 1:18 a 25).

2)      Visões objetivas - É quando Deus se revelava ou se comunicava com o profeta, e o mesmo estava consciente, neste caso dava o que os Teólogos chamam de Teofania, que significa aparições divinas.
No velho testamento por muitas vezes Deus para se comunicar com o Homem assumiu a forma humana, isto é muito compreensível se entendermos que Deus é um ser espiritual e o homem um ser material, dois mundos diferentes e opostos um do outro, e por isso quando houve a necessidade de Deus se revelar aos homens no velho testamento, Deus assumiu a forma humana (Gênesis 18:1 a 32, Gênesis 32:24 a 29).




Ø  DEUS ASSUMIU FORMA HUMANA EM CRISTO
É significativo o fato de que Deus, dispondo de muitas maneiras para se revelar, tenha escolhido a ENCARNAÇÃO HUMANA, como expressão máxima de sua revelação (Hebreus 1:1 a 4).
Se Deus tinha em vista a encarnação de seu filho para a salvação do mundo I Pedro 1:19-20, as formas de revelação em sonhos, visões subjetivas e objetivas facilitaram a identificação de Deus em Jesus Cristo, assim o homem feito a imagem de Deus podia entender um Deus que se fazia a imagem do homem.

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6 – A Natureza Imaterial ou Espiritual
De acordo com Gênesis 2:7, Deus fez o Homem do pó da terra, e soprou em suas narinas, e o homem se tornou alma vivente, a palavra soprar no hebraico é nāphah, e indica a ação de por o ar em movimento, o ar em movimento é vento, (quem assopra faz vento).
A palavra vento no hebraico é ruach, e indica uma energia vital superior, e é traduzida por Espírito, ou seja , o Espírito existe, tem personalidade, pode viver fora do corpo, é imortal, faz parte da divindade de Deus.
Como vimos no ponto quatro de nosso estudo, o homem de acordo com a bíblia foi criado por Deus de forma especial, diferente das demais criações divinas, não se assemelha a nenhum animal, o homem fisicamente é dotado de inteligência, autoridade, domínio, poder de decisão, entre outros, mas existe algo que o faz muito acima de qualquer outra criação divina, o homem possui uma natureza espiritual, o seu corpo físico foi feito do pó da terra, e Deus soprou em suas narinas o folego de vida, e então o homem se tornou alma vivente, e isto mostra a natureza espiritual do homem, ele não possui apenas corpo como os animais, mas possui também espírito, e de acordo com os grandes estudiosos de Antropologia Bíblica, o homem possui Corpo e Alma = Espírito, o que chamamos de DICOTOMIA, mas muitos outros estudiosos do assunto entendem que o homem possui Corpo, alma e Espírito, neste caso diferenciam a alma e espírito, o que chamamos de TRICOTOMIA.

6.1 - As Funções da Alma
A alma possui relação com a parte material do homem (corpo) e a parte espiritual (Espirito), é como o meio termo, não é nem totalmente carne, e nem totalmente espírito, mas possui tendências a carne e tendências ao espírito, assim o homem pode perfeitamente viver num corpo físico material e obedecer a um Deus espiritual.
A alma dentro do corpo é a personalidade do homem, é a sua capacidade de pensar, decidir, sem a alma o corpo não vive, pois é a alma que dá qualidade de vida ao corpo, é a alma que planeja, pensa, dá ordens ao corpo para se movimentar, falar, ouvir, etc...
As funções da alma dentro do corpo:
·         Pensar
·         Decidir
·         Organizar
·         Comandar o corpo
·         Manifestar os sentimentos (amor, tristeza, alegria, ira, etc.)
·         Capacidade de crer - fé
·         Consciência
·         Arrependimento
·         Perseverança, Etc..

6.2 – As funções do Espírito
O espírito dentro do corpo humano é a relação do homem com a vida espiritual, entendendo que o homem não é apenas corpo, matéria, mas também possui relação com o mundo espiritual.
Quando Deus criou o homem ele o fez do pó da terra, e soprou sobre o corpo de barro, e este sopro produziu alma vivente, assim entendemos que a junção do corpo mais espírito (sopro de Deus) produziu a alma vivente, assim o homem possui uma tri-unidade, Corpo, alma e Espírito. Isaías 57:16.
O corpo humano como já escrevemos, foi feito por Deus do pó da terra, porém o Espírito, não foi feito, mas Deus deu de si ao homem, o sopro de Deus no homem, foi como um verdadeiro presente, Deus permitiu ao homem Ter em si parte do criador, tanto é que quando o corpo morre, este sopro de vida, o espirito volta ao criador Eclesiastes 12:7, pois ao contrario do corpo e da alma, o espírito não se desfaz, e nem esta sujeito a julgamento, ou condenação espiritual mas conhecido como inferno, devido o Espírito ser totalmente divino, ele não foi criado de Deus, ele é parte de Deus, e por isso na morte do corpo, o espirito volta ao criador que o deu, ou seja enquanto vive o corpo, parte de Deus vive com ele.
Sendo o Espírito a relação espiritual dentro do corpo humano, as funções do espírito dentro do homem é dar a ele a direção de Deus para a vida do homem, é o espírito que mostra a vontade de Deus na vida humana, na verdade o Espírito busca orientar a alma para que tome decisões dentro da vontade de Deus, um exemplo disso vemos em Salmos 43:5, onde o Salmista mostra o Espírito repreendendo a alma, e dando conselhos a mesma para permanecer fiel a Deus, neste caso não podemos falar que é o corpo que fala a alma, pois o corpo é apenas lugar de morada da alma, mas sim o espírito.
O Evangelho de Jesus Cristo tem dois mandamentos que em si resumem toda a lei dada a Moisés, isto porque toda a Lei foi feita buscando trazer ao homem o conhecimento de seus deveres emocionais perante o seu próximo, são estes os mandamentos de Nosso Salvador Jesus Cristo descritos em São Mateus 22:37-39
·         Amarás o Senhor Teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento
·         Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Porque Jesus deu um mandamento de amor? O amor como muitos pensam não é um sentimento que entra em nossos corações. Porventura o homem pode Ter controle sobre seus sentimentos? Se o homem não pode controlar os sentimentos então este mandamento nunca poderá ser cumprido, mas se homem pode controlar, então ele pode escolher a pessoa para expressar seus sentimentos, inclusive a Deus.
Observando este ponto de vista iremos estudar mais tarde alguns temas que cuidam dos sentimentos do homem, tais como:
·         A mente humana
·         O Coração
·         A consciência
·         O Livre Arbítrio

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7 - As Teorias da Origem do Espírito/Alma
Muitos Antropólogos bíblicos tem debatido sobre a origem do Espírito e a alma dentro do homem, sabe-se que em Adão Deus soprou sobre suas narinas, mas a partir de Adão como tem acontecido para que o Espírito e a alma pudessem estar nele, se a alma é a personalidade do homem, como ela nasce dentro do corpo humano, o corpo sim é gerado através de uma relação sexual, mas e a parte espiritual do homem, e sua alma, como acontece sua aparição dentro do corpo humano, e o caso de Eva, o corpo foi feito de uma costela de Adão, mas e a alma, e o espírito, Deus não soprou em suas narinas também. A resposta para tais perguntas tem surgido muitos debates, e há muitos pensamentos sobre o assunto, mas buscando dar um maior entendimento sobre o assunto, daremos vários pensamentos sobre a origem da alma e espírito dentro do homem.

7.1 - Teorias Preexistencialistas
·         Emanacionismo
Ensina que o Espírito vem ao homem no ato da fecundação, enviados por Deus, ou seja, a alma e o Espírito do homem já existem no céu, e a medida que nasce uma criança, Deus escolhe um deles e os envia até o corpo da criança no útero da mãe.

·         Transmigracionismo
Ensina que o espírito nasce com o ser vivo em escalas zoológicas inferiores e vai reencarnando em espécies superiores, passando pelo homem até atingir um grau de perfeição moral.

7.2 – Teorias Não Preexistencialistas
·         Criacionismo
Aqueles que crêem no Criacionismo defendem a tese de que a alma e espírito é produto da criação de Deus, ou seja, para cada criança que nasce Deus cria um espírito e uma alma para a mesma, é como se Deus soprasse sobre cada criança a nascer, criando a sua alma e espírito, isto baseado em Hebreus 12:9, Isaías 57:16 Eclesiastes 12:7, e se Deus é o pai dos espíritos, somente ele pode criar uma nova alma.

·         Traducionismo
Esta linha de pensamentos ensina que o homem transmite aos filhos não só os traços de aparência física, como a cor da pele, tipo sangüíneo, altura, cor dos olhos, cabelo, etc... Mas também o homem pode gerar a alma e espírito dentro do corpo humano, entendendo que primeiro Deus criou o homem a sua imagem e semelhança, e ao soprar sobre o homem o espirito de vida, lhe deu capacidade para se multiplicar, tanto no corpo, como no espírito. Essa é a linha mais aceita entre os cristãos protestantes.

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8 - O Homem a Imagem de Deus
Em Gênesis 1:27 diz que Deus fez o homem a sua imagem e semelhança, mas esta semelhança é física como muitos acreditam ser, que Deus tem um corpo semelhante ao do homem, com duas pernas, dois braços, olhos, nariz, coração, cabelo, etc., Deus sendo Espírito teria uma aparência semelhante ao corpo físico do homem ?
O pensamento de que o homem tem a imagem e semelhança de Deus no sentido físico é muito antigo, nos tempos do Apostolo São Paulo o mesmo já encontrou esta dificuldade Atos 17:28-30, na verdade o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus, e assim a possui até os nossos dias I Corintios 11:7, mas isto se refere aos traços morais e intelectuais do homem e de Deus, por exemplo:

O Homem foi criado justo
Deus é justo
O Homem foi criado obediente
Deus vela pela sua palavra para que se cumpra
O Homem foi criado sem pecado
Deus é santo
O Homem foi criado em amor
Deus é o amor
O Homem foi criado com a capacidade de se arrepender
Deus se arrepende
O Homem foi criado misericordioso
Deus é misericordioso
O Homem foi criado com a capacidade de perdoar
Deus nos dá o seu perdão

Os reformistas da igreja, como Martinho Lutero e Calvino tinham posições diferentes sobre a imagem e semelhança de Deus no homem, a igreja católica também expressa sua opinião diferente tanto dos Luteranos como também dos Calvinistas, mas mesmo no catolicismo existem divergências quanto a esta questão, o que mostra que qualquer posição é interpretada de maneira diferenciada no meio cristão.
O conceito mais aceito no meio Cristão é que o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus no sentido espiritual, porém após o pecado de Adão, o pecado manchou esta imagem divina no homem, e com isto alguns traços da imagem de Deus no homem foram perdendo o valor, isto é melhor compreendido ao ver o pecado crescendo, e os valores morais perdendo o valor, e ver que o homem após o pecado tem uma facilidade muito grande de não cumprir suas palavras, de desrespeitar o próximo, e desobedecer ao seu criador.
Será que os homens de nossos dias ainda são a imagem e semelhança de Deus?
A resposta é não, pois somente a obra expiatória de Cristo poderá recuperar a imagem de Deus no homem, mediante o arrependimento dos pecados, assim quando o homem recebe o amor de Cristo, o Apostolo São Paulo afirma que o homem passa a ser uma nova criatura, II Corintios 5:17, A palavra nova criatura quer dizer que a primeira criação já não mais existe, a imagem do pecado que restou de Adão deixa de existir, e assim em Cristo o homem passa a ser novamente a imagem de Deus, pois tudo se faz novo.

8.1 - O Homem Fisicamente Não é a Imagem de Deus
Em Gênesis 5:3 responde a muitas perguntas que o homem sempre questionou, um exemplo claro é o caso dos homossexuais que dizem ser afeminados, mas que já nasceram assim, é um sentimento que possuem, mas que não tiveram opção de escolha, já nasceram com ele, e dizem que Deus os fez assim , se é um erro, este erro é de Deus, pois foram criados por Deus, e portando criados nem homem e nem mulher, mas um corpo de homem, com sentimentos de mulher, vendo desta forma a culpa é toda de Deus.
Mas este texto nos mostra que Adão gerou a Sete seu filho a sua imagem e semelhança, a imagem de Adão e não a de Deus, mas porque o texto não mostra a imagem de Deus e sim a de Adão, porque não fala que foi Deus quem fez a Sete, e sim Adão que o gerou; Isto acontece porque a única pessoa que Deus fez foi Adão e Eva, o primeiro homem e a primeira mulher, e depois deles Deus não fez mais ninguém, o primeiro homem tinha a imagem e semelhança de Deus porque assim Deus o fez, mas também Deus deu ao homem o poder de se reproduzir " Crescei e multiplicai ", ou seja Deus fez a matriz para o homem se reproduzir, e daí em diante o homem faria o resto, e este primeiro sim foi criado perfeito, a imagem e semelhança de Deus, mas como Adão e Eva desobedeceram a Deus, eles perderam a imagem de Deus, ficaram desfigurados, sem aparência, desnutridos da imagem da perfeição, e passaram a possuir a imagem da imperfeição, e quando começaram a se multiplicar, seus filhos tinham a imagem e semelhança da desobediência, a aparência do pecado e não a semelhança de Deus conforme diz o texto: " E Adão gerou um filho a sua imagem, conforme a sua imagem ", e assim sendo a primeira criança a nascer já possuía a semelhança do pecado, e como o homem continuou a pecar, a desobediência a Deus se multiplicou, os homem começaram a gerar filhos ainda mais distantes da imagem de Deus, pois os filhos sempre eram e são a semelhança do pai pecador, ainda que seja mais pecador que o primeiro homem, e desta forma quando uma criança nasce com uma doença, com defeitos na personalidade ou fisicamente não podemos culpar a Deus, mas sim a nossa ascendência, os nossos antepassados são os grandes culpados de tamanha diferença entre nós e a perfeição ( a imagem de Deus ) .
Quando Deus viu o homem nesta situação, gerando filhos conforme a imagem e semelhança da doença, do pecado, Deus resolveu resgatar a sua imagem no homem que criou, e por isso enviou Jesus Cristo a este mundo, para mostrar ao homem a imagem da perfeição, assim Cristo morreu por nossos pecados procurando nos tirar o pecado do homem e tirando a desobediência dar ao homem a imagem do perfeito, e quando o homem aceita o sacrifício de Jesus Cristo, Deus assim dá um destino certo para aqueles que o aceitam, ele nos predestinou a sermos conforme a imagem de seu filho Jesus Cristo, Romanos 8:29, e quando este homem aceita a Cristo, em sua mente e coração Deus já começa a recuperar a imagem da perfeição, isto porque mesmo estando num corpo corruptível, I Corintios 15:53, o homem pode perfeitamente reprovar as obras da carne, o homem pode e deve crucificar os seus pecados Romanos 6:6 a 12, vivendo em novidade de vida Romanos 6:4, e assim quando a mente do homem pune o pecado que cometeu, então assim Deus recuperou sua imagem na mente do homem, e um dia, no arrebatamento da igreja então enfim Deus terminará a obra de redenção em nossa vida, Filipenses 1:6, neste dia Deus irá resgatar a sua imagem de perfeição tanto na vida espiritual como no corpo físico do homem, pois de acordo Dom o Apostolo São Paulo o corpo físico que hoje é corruptível será revestido da incorruptibilidade, o corpo mortal será revestido da imortalidade, I Corintios 15:54, então a morte será derrotada, e o homem que aceitou o sacrifício de Cristo receberá um corpo glorioso Filipenses 3:20-21, então o homem será novamente a imagem e semelhança de Deus.

8.2 – A Semelhança Entre a Natureza Física do Homem e a Imagem de Deus
A natureza física do ser humano é diferente de todos os demais seres vivos e o homem também não se parece com seu criador no aspecto físico, visto que Deus é espírito e espírito não possui forma.
Como nossos corpos humanos fazem parte do que significa ser feito à imagem de Deus? Certamente não devemos pensar que os nossos corpos físicos implica que Deus tem um corpo, pois "Deus é espírito" (Jo 4:24), e é um pecado de pensar nisso ou representá-lo de uma forma que implicaria que ele tem um material ou corpo físico (ver Êxodo 20:4, Salmo 115:3-8, Romanos 1:23). Mas enquanto os nossos corpos físicos não devem ser tomado de forma alguma como meio para defender que Deus tem um corpo físico, há alguns aspectos que os nossos corpos refletem um pouco da própria natureza de Deus e, portanto, são partes do que significa ser criado à imagem de Deus. Por exemplo:
·         Nossos olhos - Esta é uma qualidade que nos deu o Senhor, porque Deus vê, e vê muito mais do que nossos olhos físicos podem ver.
·         Nossos ouvidos - A capacidade de ouvir é uma capacidade semelhante à de Deus, mas Deus não tem ouvidos físicos.
·         Nossas bocas nos dão a capacidade de nos comunicar, refletindo o fato de que Deus é um Deus que fala.
·         Nossos sentidos do tato, paladar e olfato nos dá a capacidade de compreender e apreciar a criação de Deus, refletindo o fato de que Deus entende e gosta de sua criação, embora de uma forma muito superior ao que fazemos.
É importante reconhecer que é o homem que é criado à imagem de Deus, e não apenas o seu espírito e mente. Certamente nossos corpos físicos são uma parte importante da nossa existência e, quando convertido para o retorno de Cristo, continuará a ser uma parte de nossa existência para toda a eternidade (cf. 1 Cor 15:43-45, 51-55).
Na verdade, quase tudo o que fazemos, nossos pensamentos, julgamentos morais, nossas orações e louvores, as nossas demonstrações de amor e preocupação para com outros, só podemos manifestar por meio de nossos corpos físicos que Deus nos deu.
Não estamos dizendo que Deus tem um corpo físico, e sim, que os nossos corpos físicos refletem características de Deus que foi dada a nós.
Animais são capazes de raciocinar, até certo ponto e podem se comunicar uns com os outros em várias formas em um sentido primitivo que chamamos de "linguagem". Isso não deve surpreender-nos: Se Deus criou toda a criação para refletir o Seu caráter, em muitos aspectos, isso é o que devemos esperar.
Finalmente, a nossa apreciação das maneiras que somos como Deus, pode aumentar a percepção de que, ao contrário do resto da criação, somos capazes de crescer para nos tornar mais semelhante a Deus ao longo de nossas vidas. Nosso senso moral pode ser muito mais desenvolvido através do estudo das escrituras e da oração. Nosso comportamento moral pode refletir mais e mais a santidade de Deus (2 Coríntios 7:1, 1Pe 1:16). Nossa vida espiritual pode ser enriquecida e aprofundada. Nosso uso da razão e da linguagem pode ser mais preciso e verdadeiro e que honra a Deus mais.
Nosso senso de futuro pode aumentar à medida que crescem em nossa esperança de viver com Deus para sempre. A nossa existência futura pode ser enriquecido a subir tesouros no céu e procuramos reforçar a nossa recompensa celeste (cf. Mt 6:19-21, 1 Coríntios 3:10-15, 2 Coríntios 5:10). A nossa capacidade para governar sobre a criação pode ser prorrogado pelo uso fiel dos dons que Deus nos deu, a nossa fidelidade aos propósitos de Deus em nossa criação, como homens e mulheres, podem ser aumentado, seguindo os princípios bíblicos em nossas famílias, nossa criatividade pode ser usada de maneira que agradam a Deus cada vez mais, nossas emoções podem ser moldadas mais e mais com as orientações das Escrituras para que nos tornemos como Davi, um homem "segundo o seu coração" (1 S 13:14 .)

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O problema do mal que há no mundo sempre foi considerado um dos mais profundos problemas da filosofia e da teologia. É um problema que se impõe naturalmente à atenção do homem, visto que o poder do mal é forte e universal, é uma doença sempre presente na vida em todas as manifestações desta, e é matéria da experiência diária na vida de todos os homens. Os filósofos foram constrangidos a encarar o problema e a procurar uma resposta quanto à origem de todo mal, e particularmente do mal moral, que há no mundo.

Os mais antigos “pais da igreja”, assim chamados, não falam muito definidamente da origem do pecado, conquanto a idéia de que se originou na voluntária transgressão e queda de Adão no paraíso já achasse nos escritos de Irineu. Esta se tornou logo a idéia dominante na igreja, especialmente em oposição ao gnosticismo, que considerava o mal inerente à matéria e, como tal, produto do Demiurgo. O contato da alma humana com a matéria imediatamente a tornou pecaminosa. Essa teoria naturalmente priva o pecado do seu caráter voluntário e ético. Orígenes procurou manter isso com a sua teoria do preexistencialismo. Segundo ele, as almas dos homens pecaram voluntariamente numa existência anterior e, portanto, entraram no mundo numa condição pecaminosa. Esta idéia platônica estava tão sobrecarregada de dificuldades que não pôde encontrar aceitação geral.
Os ensinos da igreja oriental culminaram finalmente no pelagianismo, que negava a existência de alguma relação vital entre ambos, enquanto que os da igreja ocidental chegaram ao seu ponto culminante no agostinianismo, que acentuava o fato de que somos culpados e corruptos em Adão. O semipelagianismo admitia a conexão adâmica, mas sustentava que isso explica apenas a corrupção do pecado, não a culpa.
Os reformadores compartilhavam os conceitos de Agostinho, e os socinianos os de Pelágio, enquanto que os arminianos moviam-se em direção ao semipelagianismo. Sob a influencia do racionalismo e da filosofia evolucionista, a doutrina da queda do homem e de seus efeitos fatais sobre a raça humana aos poucos foi descartada. A idéia do pecado foi substituída pela do mal.

Na Escritura, o mal moral existente no mundo transparece claramente como pecado, isto é, como transgressão da lei de Deus. Nela o homem sempre aparece como transgressor pó natureza, e surge naturalmente a questão: Como adquiriu ele essa natureza? Que revela a Bíblia sobre esse ponto?

1. NÃO SE PODE CONSIDERAR DEUS COMO O SEU AUTOR. O decreto eterno de Deus evidentemente deu a certeza da entrada do pecado no mundo, mas não se pode interpretar isso de modo que faça de Deus a causa do pecado no sentido de ser Ele o seu autor responsável. Esta idéia é claramente excluída pela Escritura. “Longe de Deus o praticar ele a perversidade, e do Todo-poderoso o cometer injustiça”, Jó 34.10. Ele é o santo Deus, Is 6.3, e absolutamente não há falta de retidão nele, Dt 32.4; Sl 92.16. Ele não pode ser tentado pelo mal, e Ele próprio não tenta a ninguém, Tg 1.13. Quando criou o homem, criou-o bom e à Sua imagem. Ele positivamente odeia o pecado, Dt 25.16; Sl 5.4; 11.5; Zc 8.17; Lc 16.15, e em Cristo fez provisão para libertar do pecado o homem. À luz disso tudo, seria blasfemo falar de Deus como o autor do pecado. E por essa razão, todos os conceitos deterministas que representam o pecado como uma necessidade inerente à própria natureza das coisas devem ser rejeitados. Por implicação, eles fazem de Deus o autor do pecado e são contrários, não somente à Escritura, mas também à voz da consciência, que atesta a responsabilidade do homem.

2. O PECADO ORIGINOU-SE NO MUNDO ANGÉLICO. A Bíblia nos ensina que, na tentativa de investigar a origem do pecado, devemos retornar à queda do homem, na descrição de Gn 3 e fixar a tenção em algo que sucedeu no mundo angélico. Deus criou um grande número de anjos, e estes eram todos bons, quando saíram das mãos do seu Criador, Gn 1.31. Mas ocorreu uma queda no mundo angélico, queda na qual legiões de anjos se apartaram de Deus. A ocasião exata dessa queda não é indicada, mas em Jó 8.44 Jesus fala do diabo como assassino desde o princípio (kat’arches), e em 1 Jo 3.8 diz João que o diabo peca desde o princípio. A opinião é a de que a expressão kai’ arches significa desde o começo da história do homem. Muito pouco se diz sobre o pecado que ocasionou a queda dos anjos. Da exortação de Paulo a Timóteo, a que nenhum neófito fosse designado bispo, “para não suceder que se ensoberbeça, e incorra na condenação do diabo”, 1 Tm 3.6, podemos concluir que, com toda a probabilidade, foi o pecado do orgulho, de desejar ser como Deus em poder e autoridade. E esta idéia parece achar corroboração em Jd 6, onde se diz que os que caíram “não guardaram o seu estado original, mas abandonaram o seu próprio domicílio”. Não estavam contentes com a sua parte, com o governo e poder que lhes fora confiado. Se o desejo de serem semelhantes a Deus foi a tentação peculiar que sofreram, isto explica por que tentaram o homem nesse ponto particular.

3. A ORIGEM DO PECADO NA RAÇA HUMANA. Com respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia ensina que ele teve início com a transgressão de Adão no paraíso e, portanto, com um ato perfeitamente voluntário da parte do homem. O tentador veio do mundo dos espíritos com a sugestão de que o homem, colocando-se em oposição a Deus, poderia tornar-se semelhante a Deus. Adão se rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado, comendo do fruto proibido. Mas a coisa não parou aí, pois com esse primeiro pecado Adão passou a ser escravo do pecado. Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, corrupção que, dada a solidariedade da raça humana, teria efeito, não somente sobre Adão, mas também sobre todos os seus descendentes. Como resultado da Queda, o pai da raça só pôde transmitir uma natureza depravada aos pósteros.
Adão pecou não somente como o pai da raça humana, mas também como chefe representativo de todos os seus descendentes; e, portanto, a culpa do seu pecado é posta na conta deles, pelo que todos são passíveis de punição e morte. É primariamente nesse sentido que o pecado de Adão é o pecado de todos. É o que Paulo ensina em Rm 5.12: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. As últimas palavras só podem significar que pecaram em Adão, e isso de modo que se tornaram sujeitos ao castigo e à morte. Não se trata do pecado considerado meramente como corrupção, mas como culpa que leva consigo o castigo. Deus adjudica a todos os homens a condição de pecadores culpados em Adão, exatamente como adjudica a todos os crentes a condição de justos em Jesus Cristo. É o que Paulo quer dizer, quando afirma: “pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência de um só muitos se tornarão justos”, Rm 5.18, 19.

1. SEU CARÁTER FORMAL. Pode-se dizer que, numa perspectiva puramente formal, o primeiro pecado do homem consistiu em comer ele da árvore do conhecimento do bem e do mal. Não sabemos que espécie de árvore era. Poderia ser uma tamareira ou uma figueira ou qualquer outra árvore frutífera. Nada havia de ofensivo no fruto da árvore como tal. Comê-lo não era pecaminoso per se, pois não era uma transgressão da lei moral. Quer dizer que não seria pecaminoso, se Deus não tivesse dito: “da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás”. Não há opinião unânime quanto ao motivo pelo qual a árvore foi denominada do conhecimento do bem e do mal. Uma opinião das mais comuns é que a árvore foi chamada assim porque o comer do seu fruto infundiria conhecimento prático do bem e do mal; mas é difícil sustentar isso face à exposição bíblica segundo a qual, comendo-o, o homem passaria a ser como Deus, no conhecimento do bem e do mal, pois Deus não comete pecado e, portanto, não tem conhecimento prático dele. É muito mais provável que a árvore foi denominada desse modo porque fora destinada a revelar (a) se o estado futuro do homem seria bom ou mal; e (b) se o homem deixaria que Deus lhe determinasse o que era bom ou mau, ou se encarregaria de determina-lo por si e para si. Mas, seja qual for a explicação que se dê do nome, a ordem de Deus para não comer do fruto da árvore serviu simplesmente ao propósito de pôr à prova a obediência do homem. Foi um teste de pura obediência, desde que Deus de modo nenhum procurou justificar ou explicar a proibição. Adão tinha que mostrar sua disposição para submeter a sua vontade à vontade do seu Deus com obediência implícita.

2. SEU CARÁTER ESSENCIAL E MATERIAL. O primeiro pecado do homem foi um pecado típico, isto é, um pecado no qual a essência real do pecado se revela claramente. A essência desse pecado está no fato de que Adão se colocou em oposição a Deus, recusou-se a sujeitar a sua vontade à vontade de Deus de modo que Deus determinasse o curso da sua vida; e tentou ativamente tomar a coisa toda das mãos de Deus e determinar ele próprio o futuro. O homem, que não tinha absolutamente nenhum direito para alegar a Deus, e que só poderia estabelecer algum direito pelo cumprimento da condição da aliança das obras, desligou-se de Deus e agiu como se possuísse certos direitos contra Deus. A idéia de que o mandado de Deus era de fato uma infração dos direitos do homem parece que já estava na mente de Eva quando, em resposta à pergunta de Satanás, acrescentou as palavras, “nem tocareis nele”, Gn 3.3. Evidentemente ela quis salientar o fato de que a ordem não fora razoável. Partindo da pressuposição de que tinha certos direitos contra Deus, o homem promulgou o novo centro de operações, que viu nele próprio, onde agir contra o seu Criador. Isto explica o seu desejo de ser como Deus e a sua dúvida quanto às boas intenções de Deus ao dar-lhe a ordem. Naturalmente podem distinguir-se diferentes elementos do seu primeiro pecado. No intelecto revelou-se como incredulidade e orgulho, na vontade, como o desejo de ser como Deus, e nos sentimentos, como uma ímpia satisfação ao comer do fruto proibido.

1. OS PROCEDIMENTOS DO TENTADOR. A queda do homem foi ocasionada pela tentação da serpente, que semeou na mente do homem as sementes da desconfiança e da descrença. Embora indubitavelmente a intenção do tentador fosse levar Adão, o chefe da aliança, a cair, não obstante dirigiu-se a Eva, provavelmente porque (a) não exercia a chefia da aliança e, portanto, não teria o mesmo senso de responsabilidade; (b) não recebeu diretamente a ordem de Deus, mas apenas indiretamente e, por conseguinte, seria mais suscetível de ceder à argumentação e duvidar; e (c) seria sem dúvida o instrumento mais eficiente para alcançar o coração de Adão. O curso seguido pelo tentador é bem claro. Em primeiro lugar, ele semeia as sementes da dúvida pondo em questão as boas intenções de Deus e insinuando que Sua ordem era realmente uma violação da liberdade e dos direitos do homem. Quando nota, pela reação de Eva, que a semente tinha criado raiz, em segundo lugar acrescenta as sementes da descrença e do orgulho, negando que a transgressão resultaria na morte e dando a entender claramente que a ordem divina fora motivada pelo objetivo egoísta de manter o homem em sujeição. Ele afirma que, ao comer da árvore, o homem passaria a ser como Deus. As elevadas expectativas assim geradas induziram Eva a observar com atenção a árvore, e quanto mais olhava, melhor lhe parecia o fruto. Finalmente, o desejo lhe moveu a mão, e ela comeu do fruto e também o deu ao marido, e ele comeu.

2. INTERPRETAÇÃO DA TENTAÇÃO. Freqüentes tentativas têm sido feitas, e continuam sendo feitas, para explicar a Queda negando-lhe o caráter histórico. Alguns acham que toda a narrativa de Gênesis 3 é uma alegoria que representa figuradamente a autodepravação do homem e sua mudança gradativa. Barth e Brunner consideram a narrativa do estado original e da queda do homem um mito. Para eles, tanto a Criação como a Queda pertencem, não à história, mas ao que denominam super-história (Urgeschichte) e, daí, ambas são igualmente incompreensíveis. A narrativa dada em Gênesis ensina-nos meramente que, embora o homem seja atualmente incapaz de realizar algum bem e esteja sujeito à lei da morte, não há por que ser necessariamente assim. É possível ao homem livrar-se do pecado e da morte por uma vida de comunhão com Deus. Tal é a vida retratada para nós na narrativa sobre o paraíso, e ela prefigura a vida que nos é assegurada naquele de quem Adão foi apenas um tipo, a saber Cristo. Mas não é a classe de vida que o homem vive agora, ou que sempre viveu, desde o início da história. O paraíso não é uma certa localidade que podemos assinalar mas existe onde Deus é Senhor e o homem e as demais criaturas Lhe são sujeitos voluntariamente. O paraíso do passado está além dos limites da história humana.
Outros, que não negam o caráter histórico da narrativa de Gênesis, afirmam que pelo menos a serpente não deve ser considerada como um animal literal, mas apenas como um nome ou um símbolo da cobiça, do desejo sexual, do raciocínio pecaminoso, ou de Satanás. Ainda outros asseveram que, para dizer o mínimo, o falar da serpente deve ser entendido figuradamente. Mas todas estas interpretações, e outras quejandas, são insustentáveis à luz da Escritura segundo Berkoff.

3. A QUEDA PELA TENTAÇÃO E A SALVABILIDADE DO HOMEM. Tem-se sugerido que o fato de que a queda do homem foi ocasionada pela tentação proveniente de fora, pode ser uma das razões pelas quais o homem é salvável, diversamente dos anjos, que não estiveram sujeitos a uma tentação externa, mas caíram pelas incitações da sua própria natureza interior. Nada de certo se pode dizer sobre este ponto, porém. Mas, seja qual for o significado da tentação a este respeito, certamente não será suficiente para explicar como um ser santo como Adão pôde cair em pecado. É-nos impossível dizer como a tentação pôde encontrar um ponto de contato numa pessoa santa. E mais difícil de explicar ainda, é a origem do pecado no mundo angélico.

A primeira transgressão do homem teve os seguintes resultados:
1. Trouxe a depravação total a natureza humana. O contágio do seu pecado espalhou-se imediatamente pelo homem todo, não ficando sem ser tocada nenhuma parte da sua natureza, mas contaminando todos os poderes e faculdades do corpo e da alma. Esta completa corrupção do homem é ensinada claramente na Escritura, Gn 6.5; Sl 14.3; Rm 7.18. A depravação total de que se trata aqui não significa que a natureza humana ficou logo tão completamente depravada como teria a possibilidade de vir a ser. Na vontade essa depravação manifestou-se como incapacidade espiritual.
2. Perda da comunhão com Deus mediante o Espírito Santo (morte espiritual). Esta é simplesmente o reverso da completa corrupção mencionada no parágrafo anterior. Ambos podem ser combinados numa única declaração, de que o homem perdeu a imagem de Deus no sentido de retidão original. Ele rompeu com a verdadeira fonte de vida e bem-aventurança, e o resultado foi uma condição de morte espiritual, Ef 2.1, 5, 12; 4.18.
3. Afetou sua consciência. Houve, primeiramente, uma consciência da corrupção, revelando-se no sentido de vergonha, e no esforço que os nossos primeiros pais fizeram para cobrir a sua nudez. E depois houve uma consciência de culpa, que achou expressão numa consciência acusadora e no temor de Deus que isso inspirou.
4. Trouxe a morte física. De um estado de posse non mori desceu a um estado de non possenon mori. Havendo pecado, ele foi condenado a retornar ao pó do qual fora tomado, Gn 3.19.
O homem foi expulso do paraíso, porque este representava o lugar da comunhão com Deus, e era símbolo da vida mais completa e de uma bem-aventurança maior reservadas para ele, se continuasse firme. Foi-lhe vedada a árvore da vida, porque esta era o símbolo da vida prometida na aliança das obras.

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O estado e condição de pecado em que os homens nascem é designado na teologia pelo nome de peccatun originale, literalmente traduzido por “pecado original”. Chama-se “pecado original” (1) porque é derivado da raiz original da raça humana; (2) porque está presente na vida de todo e qualquer indivíduo, desde a hora do seu nascimento e, portanto, não pode ser considerado como resultado de imitação; (3) porque é a raiz interna de todos os pecados concretizados que corrompem a vida do homem. Devemos estar vigilantes contra o erro de pensar que a expressão implica, de alguma forma, que o pecado por ela designado pertence à constituição original da natureza humana, o que implicaria que Deus criou o homem já na condição de pecador.

1. RELAÇÃO ENTRE O PECADO ORIGINAL E O PECADO FATUAL.
Aquele originou-se num ato livre de Adão como o representante da raça humana, numa transgressão da lei de Deus e numa corrupção da natureza humana, tornando-se sujeito à punição de Deus. Aos olhos de Deus, o pecado de Adão foi o pecado de todos os seus descendentes, de modo que eles nascem como pecadores, isto é, num estado de culpa e numa condição corrupta. O pecado original tanto é um estado como uma qualidade inerente à corrupção do homem. Todo homem é culpado em Adão e, conseqüentemente, nasce com uma natureza depravada e corrupta. E esta corrupção interna é a fonte poluída de todos os pecados atuais. Quando falamos de pecado fatual, ou peccatum actuale, empregamos a palavra “fatual” ou “actuale” num sentido compreensivo. A expressão “pecados fatuais” não indica apenas as ações externas praticadas por meio do corpo, mas também todos os pensamentos e volições conscientes que decorrem do pecado original. São os pecados individuais expressos em atos, diversamente da natureza e inclinação herdada. O pecado original é somente um; o pecado fatual é múltiplo. Os pecados fatuais podem ser interiores, como no caso de uma dúvida consciente e particular, ou de um mau desígnio sediado na mente, ou de uma cobiça consciente e particular do coração; mas também podem ser exteriores, como a fraude, o furto, o adultério, o assassínio etc. Enquanto que a existência do pecado original tem-se defrontado com a sua negação amplamente generalizada, a presença do pecado fatual na vida do homem geralmente é admitida.

2. OS DOIS ELEMENTOS DO PECADO ORIGINAL
Devemos distinguir dois elementos no pecado original, a saber:
a. A culpa original. A palavra “culpa” expressa a relação que há entre o pecado e a justiça, ou, como o colocam os teólogos mais antigos, e a penalidade da lei. Quem é culpado está numa relação penal com a lei. Podemos falar da culpa em dois sentidos, a saber, como reatus culpae (réu convicto) e como reatus poenae (réu passível de condenação). A primeira, que Turretino chama de “culpa potencial”, é o demérito moral de um ato ou estado. Essa culpa é da essência do pecado e é uma parte inseparável da sua pecaminosidade. Prende-se somente aos que praticam pessoalmente ações pecaminosas, e prende-se a eles permanentemente. Não pode ser removida pelo perdão, não é removida pela justificação baseada nos méritos de Jesus Cristo, e muito menos pelo perdão puro e simples. Os pecados do homem são inerentemente merecedores de males, mesmo depois que ele foi justificado. Neste sentido, a culpa não pode ser transferida de uma pessoa para outra. O sentido habitual, porem, em que falamos de culpa na teologia, é o de reatus poenae. Com isto se quer dizer merecimento de punição, ou obrigação de prestar satisfação à justiça de Deus pela violação da lei, feita por determinação pessoal. Neste sentido, a culpa não faz parte da essência do pecado, mas é, antes, uma relação com a sanção penal da lei. Se não houvesse nenhuma sanção ligada à inobservância das relações morais, todo abandono da lei seria pecado, mas não envolveria sujeição. Neste sentido, a culpa pode ser removida pela satisfação da justiça, pessoal ou vicariamente. Pode ser transferida de uma pessoa para outra, ou pode ser assumida por uma pessoa em lugar de outra. É retirada dos crentes pela justificação, de modo que os seus pecados, embora merecedores de condenação, não os tornam sujeitos ao castigo. Os semipelagianos e os mais antigos arminianos, ou “remonstrantes”, negavam que o pecado original envolve culpa. A culpa do pecado de Adão, cometido por ele na qualidade de chefe federal da raça humana, é imputada a todos os seus descendentes. Isso é evidenciado pelo fato de que, com a Bíblia ensina, a morte, como castigo do pecado, passou de Adão a todos os seus descendentes: Rm 5.12-19; Ef 2.3; 1 Co 15.22.
b. Corrupção original. A corrupção original inclui duas coisas, a saber, a ausência da justiça original e a presença do mal positivo. Deve-se notar: (1) Que a corrupção original não é apenas uma moléstia, como a descrevem alguns dos “pais” gregos e os arminianos, mas, sim, pecado, no sentido real da palavra. A culpa está ligada ao pecado; quem nega isto não tem uma concepção bíblica da corrupção original. (2) Que não se deve considerar essa corrupção como uma substancia infundida na alma humana, nem como uma mudança da substancia no sentido metafísico da palavra. Este foi o erro dos maniqueus, e de Flacius Illyricus nos dias da Reforma. Se a substancia da alma fosse pecaminosa, seria substituída por uma nova substancia na regeneração; mas não é o que acontece. (3) Que não é mera privação. Em sua polemica com os maniqueus, Agostinho não somente negava que o pecado era uma substancia, mas também afirmava que era apenas uma privação. Chamava-lhe privatio boni (privação do bem). Mas o pecado original não é somente negativo; é também uma disposição positiva para o pecado. A corrupção original pode ser examinada em mais de uma perspectiva, a saber, como depravação total e como incapacidade total.
·         Depravação total. Em vista do seu caráter impregnante,a corrupção herdada toma o nome de depravação total. Muitas vezes esta frase é mal compreendida, e, portanto, requer cuidadosa discriminação. Negativamente,não implica: (1) que todo homem é tão completamente depravado como poderia chegar a ser; (2) que o pecado não tem nenhum conhecimento inato de Deus, nem tampouco tem uma consciência que discerne entre o bem e o mal; (3) que o homem pecador raramente admira o caráter e os atos virtuosos dos outros, ou que é incapaz de afetos e atos desinteressados em suas relações com os seus semelhantes; nem (4) que todos os homens não regenerados, em virtude da sua pecaminosidade inerente, se entregarão a todas as formas de pecado: muitas vezes acontece que uma forma de pecado exclui outra. Positivamente, a expressão “depravação total” indica: (1) que a corrupção inerente abrange todas as partes da natureza do homem, todas as faculdades e poderes da alma e do corpo; e (2) que absolutamente não há no pecador bem espiritual algum, isto é, bem com relação a Deus, mas somente perversão. Esta depravação total é negada pelos pelagianos, pelo socinianos e pelos arminianos do século dezessete, mas é ensinada claramente na Escritura, Jô 5.42; Rm 7.18, 23; 8.7; Ef 4.18; 2 Tm 3.2-4; Tg 1.15; Hb 3.12.
·         Incapacidade total. Com respeito ao seu efeito sobre os pecadores espirituais do homem, a corrupção original herdada toma o nome de incapacidade total. Aqui, de novo, é necessário fazer adequada distinção. Na atribuição de incapacidade total à natureza do homem, não queremos dizer que lhe é impossível fazer o bem em todo e qualquer sentido da palavra. Os teólogos reformados (calvinistas) geralmente dizem que ele ainda é capaz de realizar: (1) o bem natural; (2) o bem civil ou a justiça civil; e (3) exatamente, o bem religioso. Admite-se que o mesmo o não regenerado possui alguma virtude, a qual se revela nas relações da vida social, em muitos atos e sentimentos que merecem a sincera aprovação e gratidão dos seus semelhantes, e que ate encontram a aprovação de Deus, até certo ponto. Ao mesmo tempo, afirma-se que esses mesmo atos e sentimentos, quando considerados em relação a Deus, são radicalmente defeituosos. Seu defeito fatal é que não são motivados pelo amor a Deus, nem pela consideração de que a vontade de Deus os exige.

3. O PECADO ORIGINAL E A LIBERDADE HUMANA
No contexto da doutrina da incapacidade total do homem, naturalmente surge a questão se, então, o pecado também envolve a perda da liberdade, ou daquilo a que geralmente chama liberum arbitrium – livre arbítrio, vontade livre. Esta questão deve ser respondida com discriminação pois, colocada desta maneira geral, pode ser respondida negativa e positivamente. Em certo sentido, o homem perdeu a sua liberdade; noutro sentido, não a perdeu. Há uma certa liberdade que é possessão inalienável de um agente livre, a saber, a liberdade de escolher o que lhe agrada, em pleno acordo com as disposições e tendências predominantes da sua alma. O homem não perdeu nenhum das faculdades constitucionais necessárias para constituí-lo um agente moral responsável. Ele ainda possui razão, consciência e a liberdade de escolha. Ele tem capacidade para adquirir conhecimento e para sentir e reconhecer distinções e obrigações morais; e os seus afetos, tendências e ações são espontâneos, de sorte que ele escolhe e recusa conforme ache que o objeto de exame lhe sirva ou não. Além disso, ele tem a capacidade de apreciar e de fazer muitas coisas que são boas e amáveis, benévolas e justas, nas relações que ele mantém com os seus semelhantes. Mas o homem perdeu a sua liberdade material, isto é, o poder racional de determinar o procedimento, rumo ao bem supremo, que esteja em harmonia com a constituição moral original da sua natureza. O homem tem, por sua natureza, uma irresistível inclinação para o mal. Ele não é capaz de compreender e de amar a excelência espiritual, de procurar e realizar coisas espirituais, as coisas de Deus, que pertencem à salvação.Esta posição, que é agostiniana e calvinista, é peremptoriamente contraditada pelo pelagianismo e pelo socianismo e, em parte, também pelo semipelagianismo e pelo arminianismo. O liberalismo modernista, que é essencialmente pelagiano, julga a doutrina de que o homem perdeu a capacidade de determinar sua vida em direção à real justiça e santidade, altamente ofensiva, e se vangloria da capacidade do homem, de escolher e fazer o que é reto e bom. Por outro lado, a teologia dialética (o bartianismo) reafirma vigorosamente a completa incapacidade do homem, de fazer sequer o mais leve movimento em direção a Deus. O pecador é escravo do pecado e não tem a menor possibilidade de tomar a direção oposta.
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11 - O DESTINO DO HOMEM
Dentre os diversos livros que mencionam a história da humanidade, Antropologia, etc..., a bíblia é a única que contem a origem do homem, de onde ele veio, como foi criado, o objetivo pelo qual foi criado, e ainda diz para onde ele vai, a bíblia é chamada de o livro completo, pois contem o passado, presente e futuro do homem.
Na sociedade em geral existem pensamentos variados sobre esta questão, as diversas religiões, os diversos níveis de conhecimento bíblico, as diversas classes sociais, a cultura diferenciada de cada região, fazem com que existam linhas de pensamentos dos mais variaveis possivel, e assim daremos alguns dentre eles.

11.1 - O destino do corpo físico
Nesta questão não há muito a discutir ou a ensinar, o corpo humano, a carne, no momento da morte do homem, o corpo começa a se decompor, e sem vida a parte física conhece o sentido literal da palavra morte, de acordo com Eclesiastes 12:7, o corpo volta ao pó, de onde foi criado.
O costume de enterrar o corpo após a morte do homem, é um costume muito antigo, já aconteceu com os primeiros habitantes deste mundo, Abraão, Sara, Jacó, Raquel, etc..., todos foram sepultados Genesis 23:4, 35:20, 49:30-31, 50:5, e este costume se estende até os nossos dias.
Ao contrario do que pensam muitas pessoas, não é o corpo que poderá ser lançado no inferno[1], ou mesmo ser salvo, pois o corpo não tem poder de decisão, e assim não se pode julga-lo, condena-lo, é a alma que comanda o corpo, e não o corpo que comanda a alma, a condenação do corpo é a morte fisica do homem, mas isto já é o suficiente, esta morte física é uma punição pelo pecado que Adão e Eva cometeram, e não a punição da alma do individuo.

11.2 - A imortalidade da alma
A alma possui natureza espiritual, é muito conhecido como a consciência do homem, e por isso entendemos que a alma é eterna, não existe extinção da alma, o pensamento mais popular que diz " Morreu, acabou ", I Corintios 15:32, não é a expressão da verdade, pois não se pode matar a alma, a alma pode se separar do corpo no momento da morte física, mais matar a alma, isto é impossível. Em Apocalipse 20:4 fala sobre a alma daqueles que foram degolados por amor a Cristo, o corpo foi degolado, mas a alma ainda vive.
A alma é a parte intelectual do homem, é a alma que possui os poderes de decisão dentro do corpo, é ela que obedece ou não a Deus, é ela que decide consagrar se a Deus, ou menosprezar os conselhos do Espírito, e por esta razão a alma receberá julgamento pelos atos e decisões que tomou enquanto ainda vivia o corpo.
Na bíblia encontramos o exemplo da parábola do Rico e Lazaro São Lucas 16:19 a 31, ambos viviam no mesmo mundo, e na mesma época, eram separados pela classe social em que viviam, e pela fé que possuíam, e quando morreram, ambos continuaram separados, o corpo se desfez, mas a alma continuou a viver fora do corpo, não neste mundo, mas num mundo espiritual, notemos agora alguns pontos nesta passagem bíblica:

·         APÓS A MORTE DO CORPO A ALMA CONTINUA A VIVER - Após a morte do Rico e de Lazaro, ambos ainda podiam pensar, apreciar, viver bem ou mal, Lazaro de acordo com os ensinamentos bíblicos, tanto Lazaro como rico, estavam bem conscientes, tinham lembranças de suas vidas antes da morte, sabiam onde estavam, o rico demonstrou conhecer a Abraão e também a Lazaro, e também demonstrou arrependimento.
·         A ALMA NÃO PODE VOLTAR AO CORPO - Esta historia mostra que a alma é imortal, mesmo havendo a morte do corpo, o homem continua a possuir o poder de pensar, enxergar, conversar, falar, arrepender, porém mesmo havendo arrependimento a alma não tem o poder de voltar a viver no corpo, mesmo que seja em um outro corpo qualquer, isto não lhe é possível, o Rico pediu a Abraão que lhe permitisse voltar a vida, que ressuscitasse, afim de que pudesse avisar seus irmãos para não cometerem o mesmo erro que ele, porém isto não é possível a alma.

11.3 - O Destino Da Alma
Enquanto Lázaro estava no seio de Abraão, o paraíso de Deus, que também Jesus prometeu ao ladrão na cruz , São Lucas 23:43, o Rico que neste mundo teve uma vida em desobediência, estava no Hades, um lugar de tormento, de angustia, e de muita dor, lá a sede é imensa, e as lembranças dos erros desta vida são constantes, o desejo de voltar ao passado estão ao todo momento, porém isto não é possível.
Existem dois destinos para a alma, um para os salvos em Cristo, e outro para aqueles que rejeitaram o amor de Cristo.

·         O DESTINO DAS ALMAS QUE ACEITARAM O AMOR DE CRISTO - O homem enquanto vive neste mundo, antes da morte física, ele tem a escolha de aceitar ou não o amor de Cristo, se ele o aceita, estará aceitando ir morar com Cristo , estar ao lado de Jesus, São João 17:24, 3:16 a 21, assim a alma daqueles que aceitam a Cristo estarão na luz para sempre, no momento da morte física, no mesmo instante vão para o paraíso, São Lucas 23:43, um lugar de gozo espiritual, um lugar de alegria.
O Paraíso é um lugar de espera até o arrebatamento da Igreja, pois neste dia Jesus Cristo virá até as nuvens e todos os mortos que morreram em Cristo, ressurgirão num corpo incorruptível, um corpo glorioso, Filipenses 3:21, I Corintios 15:12, e 51-52, e daí para frente estarão para sempre junto do Senhor , seja no reinado de Cristo no milênio Apocalipse 3:21 e 20:4, e na eternidade futura a nova Jerusalém, Apocalipse 21.
·         O DESTINO DAS ALMAS DAQUELES QUE ACEITARAM O AMOR DE CRISTO - Aqueles que rejeitam o amor de Cristo, rejeitam a vida, a luz, a salvação da alma, Cristo é a luz do mundo, é a única opção de vida para a alma, e se alguém o rejeita, esta rejeitando a vida eterna, São João 5:27 a 29, e 6:47, e para aqueles que rejeitam a vida que Cristo lhes oferece, estará perdido para sempre, e no momento da morte daquele que rejeitou a Cristo, estará no Hades, o mesmo lugar onde estava o Rico São Lucas 16:22-23 – São Mateus 25:46, e entre o o Paraíso e o Hades existe um grande abismo, impedindo que alguém que esteja no abismo possa ir ao Paraíso São Lucas 16:26.
A alma dos que rejeitaram a Cristo estarão no Hades até o momento do grande julgamento, o julgamento do Trono Branco, Apocalipse 20:11 a 15, nesta ocasião, todos os que estiverem no Hades, serão julgados por seus atos enquanto viveram neste mundo, um livro contendo todas as suas obras, tudo que fizeram de bem e de mal, estará escrito neste livro os pecados, a desobediência, a rejeição do amor de Cristo, enfim tudo o que fizeram, e assim serão julgados, e como ninguém poderá se salvar pelas obras, mas sim pela graça de Cristo, Romanos 11:6, e como todos os que estão no Hades rejeitaram a graça de Cristo, então todos serão lançados no Lago de fogo, o inferno, e para sempre estarão lá.

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12 – NOME E CONCEITO DA ALIANÇA
1. No Velho Testamento
A palavra hebraica para aliança é sempre berith, de derivação incerta. A opinião mais geral é a de que deriva do verbo hebraico barah, cortar, e que, portanto, contém uma reminiscência da cerimônia mencionada em Gn 15.17. mas alguns preferem pensar que deriva da palavra assíria beritu, que significa “ligar”, “atar”. Isto levaria logo a entender a aliança como um laço. A questão da derivação não tem grande importância para a elaboração da doutrina. A palavra berith pode indicar um acordo mútuo voluntário (diplêurico), mas também uma disposição ou um arranjo imposto por uma parte a outra (monoplêurico).*

2. No Novo Testamento
Na Septuaginta a palavra berith é traduzida por diatheke em todas as passagens em que ocorre, exceto em Dt 9.15 (martyrion) e 1 Rs 11.11 (entole). A palavra diatheke foi limitada a este uso, exceto em quatro passagens. Este uso da palavra parece, com efeito, peculiar, em vista do fato de que ela não é a palavra grega habitualmente empregada para designar aliança, mas, na verdade, indica uma disposição ou arranjo e, conseqüentemente, também um testamento. A palavra ordinariamente utilizada com referência a aliança é syntheke.

A idéia da aliança desenvolveu-se na história antes de Deus fazer uso formal do conceito na revelação da redenção. Foram feitas alianças entre os homens muito tempo antes de Deus estabelecer a Sua aliança com Noé e com Abraão, e isso preparou os homens para entenderem o sentido de uma aliança num mundo dividido pelo pecado, e os ajudou a compreenderem a revelação divina, quando esta apresentou a relação do homem com Deus em termos de uma relação pactual. Não significa, porém, que a idéia da aliança se originou do homem, sendo posteriormente copiada por Deus como uma forma apropriada de descrição da relação mútua entre Ele e o homem. O oposto é a verdade; o arquétipo de toda vida pactual acha-se no ser trinitário de Deus, e o que ser vê entre os homens é apenas uma pálida cópia (éctipo) do modelo divino. Deus ordenou a vida do homem de modo que a idéia da aliança nela se desenvolvesse como uma das colunas da vida social e, depois de desenvolvida, Ele introduziu formalmente como expressão da relação existente entre Ele e o homem. A relação pactual entre Deus e o homem existe desde o princípio mesmo e, portanto, já existia muito antes do estabelecimento formal da aliança com Abraão.
Embora a palavra berith seja empregada muitas vezes com referencia a alianças entre os homens, sempre inclui uma idéia religiosa. Uma aliança é um pacto ou acordo entre duas partes ou mais. Pode ser, e entre os homens geralmente o é, um acordo a que as partes, que podem encontrar um terreno básico de igualdade, chegam voluntariamente, depois de uma cuidadosa estipulação de seus deveres e privilégios mútuos; mas também pode ser da natureza de uma disposição ou de um arranjo imposto por uma parte superior à outra, que lhe é inferior, sendo aceito por esta. Geralmente é ratificado por uma cerimônia solene, com a consciência da presença de Deus, e, com isso, obtém caráter inviolável cada parte se obriga ao cumprimento de certas promessas, com base nas condições estipuladas. Agora, não devemos dizer que não podemos falar com propriedade de uma aliança entre Deus e o homem pelo fato de serem desiguais as partes e, daí, partir do pressuposto de que a aliança da graça nada mais é, senão a promessa de salvação na forma de uma aliança. Se a aliança da graça nada mais é, senão a promessa de salvação na forma de uma aliança. Se o fizermos, não faremos justiça à idéia da aliança revelada na escritura. É mais que certo que, tanto a aliança das obras (como subseqüentemente se verá) como a aliança da graça, são originariamente monoplêuricas, são de natureza de arranjos ordenados e instituídos por Deus, e Deus tem a prioridade em, ambas; mas, sem embargo, são alianças. Por Sua graça, Deus condescendeu em baixar ao nível do homem e a honrá-lo, tratando-o mais ou menos na base da igualdade. Ele estipula as Suas exigências e outorga as Suas promessas e o homem assume os seus deveres assim impostos a ele e, desta maneira, herda as bênçãos divinas. Na aliança das obras o homem não podia satisfazer as exigências da aliança, em virtude dos seus dotes naturais, mas na aliança da graça ele é capacitado a satisfazê-las, unicamente pela influencia regeneradora e santificante do Espírito Santo. Deus realiza no homem o querer e o efetuar, concedendo-lhe de graça tudo quanto dele requer. Chama-se aliança da graça porque é a revelação ímpar da graça de Deus, e porque o homem recebe todas as bênçãos prometidas na aliança como dádivas da graça divina.

13 – O HOMEM NA ALIANÇA DAS OBRAS
A discussão do estado original do homem, status integritatis, não estaria completa sem se considerar a mútua relação entre Deus e o homem, e principalmente a origem e natureza da vida religiosa do homem. Essa vida tinha suas raízes numa aliança, exatamente como acontece com a vida cristã hoje, e aquela aliança é variadamente conhecida como aliança da natureza, aliança da vida, aliança edênica e aliança das obras. O primeiro nome, no início muito comum, aos poucos foi abandonado, visto que estava sujeito a dar a impressão de que essa aliança era apenas uma parte da relação natural do homem com Deus. O segundo e o terceiro nomes não são suficientemente específicos, dado que ambos poderiam ser aplicados também à aliança da graça que, sem dúvida, é uma aliança de vida e também se originou no Éden, Gn 3.15. Conseqüentemente, o nome “aliança das obras” merece preferência.

A história da doutrina da aliança das obras é relativamente curta. Nos mais antigos “pais da igreja” raramente se acha a idéia da aliança, embora sejam mencionados os elementos que ela envolve, a saber, o mandamento probatório, a liberdade de escolha e a possibilidade do pecado e da morte. Em sua obra, De Civitate Dei (Da Cidade de Deus), Agostinho fala da relação que originariamente Adão mantinha com Deus como uma aliança (testamentum, pactum), enquanto que alguns outros inferiam o relacionamento pactual original da bem conhecida passagem de Os 6.7. Também na literatura escolástica e nos escritos dos reformadores todos os elementos que mais tarde entrariam na elaboração da doutrina da aliança das obras já estavam presentes, mas a doutrina ainda não se desenvolvera. Embora contendo algumas expressões que apontam para a imputação do pecado de Adão aos seus descendentes, vê-se claramente que, de modo geral, entendia-se a transmissão do pecado de maneira realista, e não federativa. O desenvolvimento da doutrina da aliança da graça precedeu ao da doutrina da aliança das obras e lhe preparou o caminho.

B. O Fundamento Bíblico da Doutrina da Aliança das Obras.
A difundida negação da aliança das obras torna imperativo o exame cuidadoso do seu fundamento escriturístico.

B1. OS ELEMENTOS COMPONENTES DE UMA ALIANÇA ESTÃO PRESENTES NA NARRATIVA PRIMITIVA. Deve-se admitir que o termo “aliança” não se acha nos primeiros três capítulos de Gênesis, mas isto não equivale a dizer que eles não contêm os dados necessários para a formulação de uma doutrina da aliança.
Quando entra em relações pactuais com os homens, é sempre Deus que estabelece os termos, e estes são termos misericordiosos, provenientes da Sua graça, de modo que Ele tem, deste ponto de vista igualmente, todo o direito de esperar que o homem lhes dará assentimento. No caso em consideração, Deus tinha apenas que anunciar a aliança, e o perfeito estado em que Adão vivia era garantia suficiente da sua aceitação.

B2. HOUVE PROMESSA DE VIDA ETERNA. Alguns negam a existência de qualquer prova bíblica de tal promessa. Pois bem, é certo que não há registro explícito dessa promessa, mas ela está claramente implícita na alternativa da morte como o resultado da desobediência. A clara implicação do castigo anunciado é que, em caso de obediência, a morte não entraria no mundo, e isto só pode significar que a vida teria continuidade. Tem-se objetado que isto significa apenas a continuação da vida natural de Adão, e não daquilo que a Escritura chama de vida eterna. Mas a idéia bíblica de vida é vida em comunhão com Deus; e esta é a vida que Adão tinha, conquanto no caso dele ainda pudesse ser perdida. Se Adão se saísse bem da prova, esta vida não somente seria mantida, mas também deixaria de estar sujeita a ser perdida e, portanto, seria elevada a um plano mais alto.

B3. BASICAMENTE, A ALIANÇA DA GRAÇA É SIMPLESMENTE A EXECUÇÃO DO ACORDO ORIGINAL, EXECUÇÃO FEITA POR CRISTO COMO O NOSSO FIADOR. Ele se encarregou espontaneamente de cumprir a vontade de Deus. Ele se colocou sob a lei para poder redimir os que estavam sob a lei e que já não estavam em condições de obter vida mediante o seu próprio cumprimento da lei. Ele veio fazer o que Adão não conseguiu fazer, e o fez em virtude de um acordo pactual. Se assim é, se a aliança da graça é, no que se refere a Cristo, nada mais nada menos que o cumprimento do acordo original, segue-se que este deve ter sido também da natureza de uma aliança. E visto que Cristo satisfez a condição da aliança das obras, o homem pode agora colher o fruto do acordo original pela fé em Jesus Cristo. Agora há dois caminhos de vida, os quais são em si mesmos caminhos de vida; um é o caminho da lei: “o homem que praticar a justiça decorrente da lei, viverá por ela”, Rm 10.5, mas é um caminho pelo qual o homem não pode mais achar a vida; e o outro é o caminho da fé em Jesus Cristo, que satisfez as exigências da lei e pode dispensar a bênção da vida eterna.

B4. O PARALELO ENTRE ADÃO E CRISTO. O paralelo que Paulo traça entre Adão e Cristo em Rm 5.12-21, no contexto da doutrina da justificação, só pode ser explicado com base no pressuposto de que Adão, à semelhança de Cristo, era o chefe de uma aliança. De acordo com Paulo, o elemento essencial da justificação consiste nisto: que a justiça de Cristo é-nos imputada, sem qualquer obra pessoal da nossa parte para merecê-la. E ele considera isso um perfeito paralelo em relação à maneira pela qual a culpa de Adão nos é imputada. Isto leva naturalmente à conclusão de que Adão também estava numa relação pactual com os seus descendentes.
A passagem de Oséias 6.7. Em Os 6.7 lemos: “Mas eles transgrediram a aliança, como Adão”. Têm sido feitas tentativas para desacreditar essa redação. Alguns têm sugerido a forma “em Adão”. O que implicaria, que alguma transgressão muito conhecida ocorreu num lugar chamado Adão. Mas a preposição proíbe essa tradução. Além disso, a Bíblia não faz menção alguma dessa tal transgressão histórica muito conhecida em Adão. A tradução ‘como Adão” é a melhor afinal de contas. Tem o apoio da passagem paralela de Jó 31.33, e foi adotada pela American Revised Version (Versão Revista Americana).*

C. Elementos da Aliança das Obras.
Devemos distinguir os seguintes elementos:

C1. AS PARTES CONTRASTANTES. De um lado havia o Deus triúno, o Criador e Senhor, e de outro, Adão como Sua criatura dependente. Deve-se distinguir uma dupla relação entre ambos:
a. A relação natural. Quando Deus criou o homem, por este mesmo fato estabeleceu uma relação natural entre Si e o homem. Era uma relação como a que existe entre o oleiro e o barro, entre um soberano absoluto e um súdito destituído de qualquer direito. De fato, a distância entre os dois era tão grande que estas figuras não a expressam adequadamente. Tanto é que uma vida de comunhão mútua dos dois parecia fora de cogitação. Como criatura de Deus, o homem estava naturalmente debaixo da lei, e tinha a obrigação de observá-la. E apesar de que a transgressão da lei o tornaria sujeito a castigo, sua observância não constituiria um direito inerente a alguma recompensa. Mesmo que ele fizesse tudo quanto dele se exigia, ainda teria que dizer: Sou apenas um servo inútil, pois fiz apenas aquilo que eu tinha a obrigação de fazer. Sob esta relação puramente natural, o homem não poderia obter merecimento de coisa nenhum. Mas, apesar da infinita distancia entre Deus e o homem aparentemente excluir uma vida de comunhão um com o outro, o homem foi criado justamente para essa comunhão, e a possibilidade disso já foi dada em sua criação à imagem de Deus. Nesta relação natural, Adão foi o pai da raça humana.
b. A relação pactual. Desde o início, porém, Deus se revelou, não somente como um Soberano e Legislador absoluto, mas também como Pai amoroso, que busca o bem-estar e a felicidade da Sua criatura dependente. Ele condescendeu em baixar ao nível do homem, revelar-se como Amigo e habilitar o homem a melhorar a sua condição no caminho da obediência. Em acréscimo à relação natural Ele, mediante um decreto positivo e por Sua graça, estabeleceu uma relação pactual. Entrou num acordo legal com o homem, num acordo que inclui todas as exigências e obrigações implícitas na condição de criatura que caracteriza o homem mas, ao mesmo tempo, acrescentou alguns elementos novos. (1) Adão foi constituído chefe representativo da raça humana para poder agir por todos os seus descendentes. (2) Foi temporariamente posto à prova, a fim de determinar se poderia sujeitar espontaneamente a sua à vontade de Deus. (3) Foi-lhe dada a promessa de vida eterna por meio da obediência e assim, pela misericordiosa disposição de Deus, ele adquiriu certos direitos condicionais. Esta aliança capacitou Adão a obter vida eterna para si e para os seus descendentes pela obediência.

C2. A PROMESSA DA ALIANÇA. A grande promessa dada na aliança das obras foi a promessa de vida eterna. Os que negam a aliança das obras, geralmente baseiam em parte a sua negação no fato de que não há registro de uma tal promessa na Bíblia. E é bem verdade que a Escritura não contém explicitamente nenhuma promessa de vida eterna a Adão. Mas a ameaça de castigo implica claramente aquela promessa. Quando o Senhor diz: “porque no dia em que dela comeres, certamente morrerás”, Sua declaração implica claramente que, se Adão se abstivesse de comer, não morreria, mas seria elevado acima da possibilidade de morte. Certamente a promessa implícita não significa que, em caso de obediência, Adão teria a permissão de viver da maneira usual, isto é, de continuar tendo a vida natural comum, pois essa vida já era sua em virtude da sua criação, e, portanto, não poderia ser apresentada como recompensa pela obediência. É evidente que a promessa implícita era da vida elevada ao seu supremo desenvolvimento de perene bem-aventurança e glória. Na verdade, Adão foi criado num estado de santidade positiva, e também era imortal, no sentido de que não estava sujeito à lei da morte. Mas ele estava apenas no início da sua carreira e ainda não possuía os mais altos privilégios que estavam reservados para o homem. Ele ainda não fora elevado acima da possibilidade de errar, pecar e morrer. Não estava ainda de posse do mais alto grau de santidade, nem tampouco desfrutava a vida em toda a sua plenitude. A imagem de Deus no homem ainda era limitada pela possibilidade de o homem pecar contra Deus, passar do bem para o mal e se tornar sujeito ao poder da morte. A promessa de vida da aliança das obras era uma promessa de remoção de todas as limitações da vida às quais Adão ainda estava sujeito, e da elevação da sua vida ao grau supremo de perfeição. Quando Paulo diz em Rm 7.10 que o mandamento era para vida, ele quer dizer vida no sentido mais completo da palavra. Eis o principio da aliança das obras: o homem que fizer estas coisas, viverá por elas; e este princípio é reiterado repetidas vezes na Escritura, Lv 18.5; Ez 20.11, 13,20; Lc 10.28; Rm 10.5; Gl 3.12.

C3. A CONDIÇÃO DA ALIANÇA. A promessa presente na aliança das obras não era incondicional. A condição era a obediência implícita e perfeita. A lei divina não pode exigir menos que isso, e o mandamento positivo que proibida comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, relacionando-se como se relacionou com uma coisa em si mesma indiferente, foi evidentemente uma prova de pura obediência, no sentido absoluto da palavra. Naturalmente o homem estava também sujeito à lei moral de Deus, escrita nas tabuas do seu coração. Ele a conhecia por natureza, não tendo ela que ser revelada sobrenaturalmente, como o foi a prova especial. Essencialmente, a lei moral, como Adão a conhecia, era sem duvida semelhante aos dez mandamentos, mas sua forma era diferente. Em sua presente forma, a lei moral pressupõe o conhecimento do pecado e, portanto, é primordialmente negativa; no coração de Adão, porem, só pode ter tido caráter positivo. Mas, justamente por ser positiva, não trazia à consciência a possibilidade de pecar. Portanto, foi acrescentado um mandamento negativo. Além disso, para que a prova de Adão fosse uma prova de pura obediência, Deus julgou necessário acrescentar aos mandamentos cuja naturalidade e racionalidade Adão discernia, um mandamento que, em certo sentido, era arbitrário e indiferente. Desta maneira, as exigências da lei se concentraram, por assim dizer, num único ponto. A grande questão que tinha de ser proposta era se o homem obedeceria a Deus implicitamente ou seguiria a direção do seu próprio critério de julgamento.

C4. O CASTIGO ANUNCIADO PELA ALIANÇA. O castigo anunciado era a morte, e o que isto significa bem pode ser deduzido do sentido geral do termo como é empregado na Escritura, e dos males que sobrevieram ao culpado na execução da penalidade. Evidentemente a referência é à morte no sentido mais inclusivo da palavra, incluindo-se a morte física, a morte espiritual e a morte eterna. A idéia bíblica fundamental da morte não é a da extinção do ser, mas a da separação da fonte de vida e a resultante dissolução ou miséria e infelicidade. Fundamentalmente consiste em separar-se de Deus a alma, separação que se manifesta em miséria espiritual, e finalmente vai dar na morte eterna. Mas também inclui a separação de corpo e alma e a conseqüente dissolução do corpo. Indubitavelmente a execução da pena começou imediatamente após a primeira transgressão. A morte espiritual entrou em cena no mesmo instante, e as sementes da morte começaram também a agir no corpo. A completa execução da sentença, porém, não se deu imediatamente, mas foi sustada, porque de imediato Deus introduziu a economia da graça e da restauração.

Há diferentes explanações a respeito das partes da aliança da graça. Alguns entendem que são:
·         o Deus triúno e o homem, este sem qualificação ou qualificado de algum modo, como por exemplo, “o pecador”, “o eleito” ou “o homem em Cristo”;
·         outros entendem que são Deus o Pai, representando a Trindade, e Cristo, representando os eleitos;
·         [2] outros ainda, desde o dia de Coccejus (Coceio), distinguem as duas alianças, a saber, a aliança da redenção (pactum salutis ou pacto da redenção) entre o Pai e o Filho, e, baseada nesta, a aliança da graça entre o Deus triúno e os eleitos, ou entre Aquele e o pecador eleito.

Dessas explanações, a segunda leva certa vantagem, de um ponto de vista sistemático. Pode reivindicar o apoio de passagens como Rm 5.12-21 e 1 Co 15.21, 22, 47-49, e salienta a inseparável conexão que há entre o pactum salutis e a aliança da graça.

O nome “conselho de paz” é derivado de Zc 6.13.* Coceio e outros viam nesta passagem referencia a um acordo entre o pai e o Filho. Foi um erro, pois as palavras se referem à união dos ofícios real e sacerdotal do messias. O caráter escriturístico do nome não pode ser defendido, mas, naturalmente, isto não põe em descrédito a realidade do conselho de paz. A doutrina deste conselho eterno repousa na seguinte base escriturística:
1.      A escritura indica claramente o fato de que o plano da redenção estava incluído no decreto ou conselho eterno de Deus, Ef 1.4 em diante; 3.11; 2 Ts 2.13; 2 Tm 1.9; Tg 2.5; 1 Pe 1.2 etc. Pois bem, vemos que na economia da redenção, em certo sentido, há uma divisão de trabalho: o Pai é o originador, o Filho o executor e o Espírito Santo o aplicador. Isto só pode ser resultado de um acordo voluntário entre as pessoas da Trindade, de sorte que as Suas relações internas assumem a forma de uma vida pactual. De fato, é exatamente na vida trinitária que vemos o arquétipo das alianças históricas; vemos nela uma aliança no sentido próprio e mais completo da palavra, encontrando-se as partes num terreno de igualdade – uma verdadeira Syntheke.
2.      Há passagens da Escritura que não somente mostram que o plano divino de salvação dos pecadores é eterno, Ef 1.4; 3.9,11, mas também indicam que esse plano é da natureza de uma aliança. Cristo fala das promessas a Ele feitas antes do Seu advento, e repetidamente se refere a uma comissão ou delegação de poderes que recebeu do Pai, Jo 5.30, 43; 6.38-40; 17.4-12. E em Rm 5.12-21 e 1 Co 15.22, Ele é claramente considerado o chefe representativo, isto é, o chefe de uma aliança.
3.      Sempre temos os elementos essenciais de uma aliança, a saber, partes contratantes, promessas e condição ou condições, temos uma aliança. No Sl 2.7-9 mencionam-se as partes e se indica uma promessa. O caráter messiânico desta passagem é afiançado por At 13.33; Hb 1.5; 5.5. No Sl 40.7-9, também atestado como messiânico pelo Novo Testamento, (Hb 10.5-7), o Messias expressa a Sua prontidão para fazer a vontade do pai tornando-se um sacrifício pelo pecado. Cristo fala repetidamente de uma tarefa que o Pai Lhe confiou, Jo 6.38, 39; 10.18; 17.4. A declaração registrada em Lc 22.29 é particularmente significativa: “Assim como o Pai me confiou um reino, eu vo-lo confio”. O verbo empregado aqui é diatithemi, do qual deriva a palavra diatheke, e cujo sentido é designar por disposição voluntária, testamento ou aliança. Além disso, em Jo 17.5 Cristo reivindica uma recompensa, em Jo 17.6, 9, 24 (cf. também Fp 2.9-11), Ele se refere ao Seu povo e à Sua glória vindoura como uma recompensa a Ele dada pelo Pai.
4.      Há duas passagens veterotestamentárias que ligam diretamente a idéia da aliança ao Messias, a saber, o Sl 89.3, que se baseia em 2 Sm 7.12-14, e que Hb 1.5 prova tratar-se de uma passagem messiânica; e Is 42.6, onde a pessoa aludida é o Servo do Senhor. O contexto mostra claramente que este Servo não é simplesmente Israel. Além disso, há passagens nas quais o Messias fala de Deus como Seu Deus, a saber, Sl 22.1, 2 e 30.8, empregando assim a linguagem pactual de hábito.


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O que significa nascer de novo?
Explicação bíblica e bases
A regeneração pode ser definida da seguinte forma: A regeneração é o ato secreto de Deus pelo qual Ele dá uma nova vida espiritual. Isso também é conhecido como "nascer de novo" (usando a linguagem de João 3:3-8).

A. Regeneração é a obra de Deus do começo ao fim
A obra de regeneração não têm participação ativa de nossa parte. É inteiramente obra de Deus. Veja, por exemplo, quando João fala sobre aqueles a quem Deus deu o poder de se tornarem filhos de Deus: "Eles não nasceram do sangue, ou pelos desejos naturais, ou por vontade humana, mas de Deus" (Jo 1:13). João especifica aqui que os filhos de Deus são aqueles que são "nascidos de Deus" e nossa "natureza humana" não têm parte nem ação alguma neste tipo de nascimento.
O fato de que somos passivos na regeneração também é evidente quando as Escrituras se referem a isso com expressões como "novo nascimento" ou "nascer de novo" (cf. Tiago 1:18, 1 Pedro 1:3, João 3:3-8). Nós não escolhemos quando e onde desejamos nascer: é algo que nos aconteceu. Da mesma forma, essas analogias na Escritura sugerem que somos inteiramente passivos na regeneração.
A soberania de Deus trabalhando na regeneração também foi predito na profecia de Ezequiel. Deus prometeu através do profeta que houve um tempo no futuro, que daria nova vida espiritual ao seu povo:
Vou te dar um coração novo e porei um espírito novo e tirarei o coração de pedra agora, e vos darei um coração de carne. Porei meu Espírito em vocês e eu seguirei meus decretos e obedeçam às minhas leis. (Ezequiel 36.26-27)
Qual membro da Trindade é responsável pela produção de regeneração? Quando Jesus fala de ser "nascido do Espírito" (Jo 3:8), você indica que é especialmente Deus Espírito Santo, que produz regeneração. Mas outros versículos também indicam o envolvimento de Deus Pai na regeneração. Paulo especifica que é Deus quem "nos deu vida juntamente com Cristo" (Ef 2:5, cf. Col 2:13). E Tiago diz que é o "Pai das luzes" que nos faz nascer de novo (Tiago 1:17-18). Finalmente, Pedro diz que Deus "na Sua grande misericórdia, nos regenerou pela ressurreição de Jesus Cristo" (1 Pedro 1:3).  Concluímos que tanto Deus como Pai e Espírito Santo produzem regeneração.
Qual a relação entre o chamado eficaz e regeneração? A evidência é que a regeneração deve vir antes que nós possamos efetivamente responder à chamada para a fé salvadora. Podemos dizer, portanto, que a regeneração vem antes o resultado de uma chamada eficaz (nossa fé). Mas é mais difícil especificar a relação exata de tempo entre a regeneração e a proclamação humana do evangelho através do qual Deus realiza sua vocação eficaz. Pelo menos duas passagens sugerem que Deus nos regenera enquanto falamos em vocação eficaz. Pedro diz: 23 Pois vocês foram regenerados, não de uma semente perecível, mas imperecível, por meio da palavra de Deus, viva e permanente (1 Pd 1:23).
Enquanto o evangelho vem a nós, Deus nos fala através desta, convoca-nos a sua presença (chamada eficaz) e nos da uma nova vida espiritual (regeneração), de modo que somos capazes de responder em fé. Vocação eficaz é a obra do Pai falando para nós com força e regeneração é a obra de Deus Pai e Deus Espírito Santo trabalhando poderosamente em nós, para nos dar uma nova vida. Essas duas coisas devem ter acontecido simultaneamente quando Pedro estava pregando o evangelho na casa de Cornélio, porque enquanto ele estava pregando "o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviram a palavra" (Atos 10:44).
Às vezes, o termo graça irresistível é usado em ligação com esta. Refere-se ao fato de que Deus chama as pessoas de forma eficaz e também lhes dá feedback, e ambas as ações garantimos que iremos responder em fé salvadora. No entanto, a graça irresistível está sujeito a ser mal interpretada, uma vez que parece implicar que as pessoas não tomam uma decisão voluntária e espontânea ao responder o evangelho, que é uma ideia e uma compreensão errada do termo graça irresistível. Esta expressão nos preserva, no entanto, algo de valioso, pois indica que a obra de Deus entra em nossos corações para produzir uma resposta que é absolutamente verdade, mas nós respondemos de forma voluntária.

B. A natureza exata da regeneração é um mistério para nós
O que exatamente acontece na regeneração é um mistério para nós. Sabemos que, de alguma forma para nós, estávamos espiritualmente mortos (Ef 2:1), Deus nos gerou de novo e num sentido muito real, nos fez "nascer de novo" (João 3:3, 7, Ef 2:5, Col 2 : 13). Mas não entendemos como isso acontece ou como Deus nos dá essa nova vida espiritual exatamente. Jesus diz: "O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sei de onde vem e para onde vai. Assim é com todos os nascidos do Espírito "(Jo 3:8).
As Escrituras descreve a regeneração como algo que afeta todo o nosso ser. "O espírito está vivo" para Deus após a regeneração (Rm 8:10), isso porque nós, como pessoas inteiras fomos afetadas pela regeneração. Não só o nosso espírito estava morto antes, mas estávamos mortos para Deus em nossos delitos e pecados (Efésios 2:1). E não é correto dizer que tudo o que acontece na regeneração é que nosso espírito se torna vivo (como alguns ensinam), porque cada um de nós é afetado pela regeneração: "Portanto, se alguém está em Cristo é uma nova criação. O velho passou, tornou-se novo!" (2 Coríntios 5:17).
Porque a regeneração é uma obra de Deus dentro de nós e que nos dá vida nova, é correto concluir que é um sucesso instantâneo. Ocorre apenas uma vez. Numa altura em que estamos mortos espiritualmente, e no momento seguinte, temos uma nova vida espiritual em Deus. No entanto, nem sempre sabe exatamente quando esta mudança ocorre instantaneamente. Especialmente as crianças que crescem em um lar cristão, ou pessoas que freqüentam os cultos de adoração ou grupo de estudo da Bíblia por um tempo e crescer gradualmente na sua compreensão do evangelho, não pode ser uma crise com dramática uma mudança radical de comportamento que faz um "pecador endurecido" em um "santo cristão", mas, no entanto, em algum ponto que a mudança ocorre instantaneamente, quando Deus através do Espírito Santo, de uma forma invisível, desperta a vida espírito dentro de nós. A mudança vai tornar-se evidente ao longo do tempo nas formas de comportamento e os desejos que agora são aceitáveis ​​a Deus.
Em outros casos (na verdade, provavelmente a maioria deles quando os adultos tornam-se cristãos) a regeneração ocorre em um momento claramente reconhecível em que a pessoa percebe que antes estava separado de Deus e morto espiritualmente, mas imediatamente depois de uma consciência clara de uma nova vida espiritual dentro dele. Os resultados podem ser vistos ao mesmo tempo: uma genuína confiança em Cristo para sua salvação, uma certeza do perdão dos pecados, um desejo de ler a Bíblia e orar (e uma sensação de que estas são significativas atividades espirituais) são prazer na adoração, sente o desejo de comunhão cristã, um sincero desejo de ser obediente à Palavra de Deus como encontrado nas Escrituras, e um desejo de contar aos outros sobre Cristo. As pessoas podem dizer algo como: "Eu não sei exatamente o que aconteceu, mas até agora eu não confiar em Cristo como a minha salvação. Ainda questionando as coisas e tinha dúvidas em minha mente. Mas depois desse momento percebi que ele confiava em Cristo, e ele era o meu Senhor. Algo aconteceu no meu coração. "No entanto, mesmo nestes casos não estamos inteiramente certo o que exatamente aconteceu. É como Jesus disse sobre o vento: ouvimos o som e ver os resultados, mas não podemos realmente ver o próprio vento. Assim, com o Espírito Santo em nossos corações.

C. Nesse sentido de 'regeneração', que ocorre antes de salvá-fé
Usando os versos citados acima, definimos a regeneração como o ato de Deus a vida despertar espiritual dentro de nós e leva-nos da morte espiritual à vida espiritual. Com base nesta definição é natural para compreender que a regeneração vem antes de salvar fé. É realmente essa obra de Deus que nos permite responder a Deus com fé. No entanto, quando dizemos que é "antes de" fé salvadora, é importante lembrar que geralmente vêm tão perto uns dos outros que geralmente os vemos como estão acontecendo simultaneamente. Assim como Deus direciona sua chamada eficaz do evangelho, regenera-nos e nós respondemos em fé e arrependimento a este apelo. Assim, a partir de nossa perspectiva, é difícil dizer qualquer diferença em termos de tempo, especialmente porque a regeneração é uma obra espiritual que não podemos perceber com nossos olhos, nem entendam com nossas mentes.
No entanto, há várias passagens que nos dizem que essa obra de Deus em segredo e oculto na nossa mente é, na verdade, antes de responder a Deus em fé salvadora (embora muitas vezes ele pode vir apenas alguns segundos depois de responder). Quando se fala em regeneração com Nicodemos, Jesus disse: "Quem não nascer da água e do Espírito, ele não pode entrar no reino de Deus" (Jo 3:5).Agora, entramos no reino de Deus, quando nos tornamos cristãos na conversão. Mas Jesus diz que devemos ser "nascido do Espírito" antes de podermos fazer isso. [7] Nossa incapacidade de vir a Cristo por nós mesmos, sem o trabalho inicial de Deus dentro de nós, também é enfatizada quando Jesus diz: "Ninguém pode vir a mim se o Pai atrai aquele que me enviou" (Jo 6:44); e "É por isso que eu disse que ninguém pode vir a Mim a não ser que tenha concedido o Pai" (Jo 6:65). Essa ação interna de regeneração é belamente descrito quando Lydia Lucas diz: "Enquanto eu ouvia, o Senhor lhe abriu o coração para responder à mensagem de Paulo" (Atos 16:14).Primeiro, o Senhor lhe abriu o coração, então ela foi capaz de prestar atenção à pregação de Paulo e responder com fé.
Em vez disso, Paulo nos diz: "A menos que o Espírito não aceita as coisas do Espírito de Deus, pois para ele é uma loucura. Você não consegue entender porque elas se discernem espiritualmente "(1 Coríntios 2:14). Ele também diz sobre o povo de Cristo: "Ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus" (Romanos 3:11).
A solução para esta morte espiritual e incapacidade de responder só vem quando Deus nos dá nova vida interior: "Mas Deus, sendo rico em misericórdia, pelo seu grande amor por nós, nos deu vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em nossos delitos "(Ef 2:4-5).Paulo também diz: "Antes de receber a circuncisão, vocês estavam mortos em seus pecados.Mas Deus nos deu a vida em união com Cristo, para perdoar todos os pecados "(Cl 2:13). [8]
A idéia de que a regeneração vem antes de guardar a fé não é algo que os evangélicos hoje sempre entender. Às vezes as pessoas vão tão longe a ponto de dizer algo como: "Se você crê em Cristo como Salvador, então (depois de criar) nasce de novo." Mas nunca as próprias Escrituras dizem que. As Escrituras são o novo nascimento como algo que Deus faz em nós para que possamos acreditar.
A razão que os evangélicos pensam frequentemente que a regeneração vem após a fé salvadora é para ver os resultados (amor a Deus e Sua Palavra, e abandonar o pecado) depois que as pessoas chegam à fé, e pensar regeneração deve vir após a fé salvadora.Mas aqui temos de decidir sobre a base do que as Escrituras nos dizem, porque a própria regeneração não é algo que vemos ou conhece-lo diretamente: "O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não posso dizer de onde vem e para onde vai. Assim é com todos os nascidos do Espírito "(Jo 3:8).
Porque os cristãos tendem a se concentrar nos resultados de regeneração, ao invés de na ação oculta mesmo espiritual de Deus, algumas declarações de fé evangélica ter contido expressão que sugere que a regeneração vem após a fé salvadora.Por exemplo, a declaração de fé da Igreja Evangélica Livre da América (que tem sido adotado por algumas outras organizações evangélicas) diz:
Acreditamos que a verdadeira igreja é composta de todas as pessoas que através da fé salvadora em Jesus Cristo foram regenerados pelo Espírito Santo yestán unidos no corpo de Cristo, do qual ele é a cabeça (parágrafo 8).
Aqui a palavra "regeneração" aparentemente se refere à evidência externa da regeneração visto numa mudança de vida, a prova certamente vem após a fé salvadora.Assim, "nascer de novo" não é em termos de recepção inicial de uma nova vida, mas em termos de mudança total de vida que dela resulta.Se a regeneração "termo é entendido, desta forma, seria verdade que a regeneração vem depois de salvar fé.
No entanto, se quisermos usar uma linguagem que está em conformidade com o máximo com o próprio texto das Escrituras, que seria melhor para limitar o significado da palavra "regeneração" para o trabalho inicial e instantânea de Deus no qual ele dá-nos a vida espiritual.Em seguida, enfatizamos que não vemos a regeneração em si, mas apenas os resultados do mesmo em nossas vidas, e que a fé em Cristo para a salvação é o primeiro resultado que vemos. Na verdade, nós nunca podemos saber que foram regenerados até que nós vamos na fé a Cristo, porque isso é uma evidência externa de que dentro do trabalho e se esconder de Deus em nós. Uma vez que nos aproximamos de Cristo com a fé salvadora, sabemos que nascemos de novo.
Para fins de implementação, devemos entender que a explicação da mensagem do evangelho nas Escrituras não assumir a forma de um mandamento: ". Acreditam no Senhor Jesus Cristo e serás salvo" "nascido de novo e ser salvo", mas sim [9] Este modelo é consistente na pregação do evangelho no livro de Atos, e também na descrição do evangelho que aparece nas epístolas.

D. Genuína regeneração deve trazer resultados da vida
Em uma seção anterior vimos um belo exemplo do primeiro resultado de regeneração na vida de uma pessoa quando Paulo disse a mensagem do evangelho e Lydia, "enquanto eu ouvia, o Senhor lhe abriu o coração para responder à mensagem de Paulo» (Atos 16:14, cf. Jo 6:44, 65; 1 Pedro 1:3). Da mesma forma, João diz: "Todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus" (1 João 5:1). [10] Mas há outros resultados de regeneração, muitos dos quais são especificados na Primeira Epístola de João. Por exemplo, João diz: "Nenhum homem é nascido de Deus não comete pecado, porque a semente de Deus permanece nele, não pode praticar o pecado, porque é nascido de Deus" (1 João 3:9).João está explicando aqui que uma pessoa nasce de novo tem uma "semente" (poder espiritual que gera a vida e faz crescer) dentro dele, e que isso leva as pessoas a viver uma vida livre para continuar pecando. Isso não significa, é claro, que o crente terá uma vida perfeita, mas apenas que seu estilo de vida não vai ser ter vivido continuamente em pecado. Quando perguntamos às pessoas para caracterizar a vida de um regenerado, o adjetivo que vem à mente deve ser "pecador", mas sim a "obediência de Cristo" ou "obediente às Escrituras." Devemos notar que João diz que isto é verdade para todo aquele que nasceu de novo: ". Nenhum é nascido de Deus não comete pecado"Outra maneira de olhar é dizendo que "todo aquele que pratica a justiça é nascido de Deus" (1 Jo 2:29).
Um verdadeiro amor de Cristo como dar um resultado específico na vida: "O amor vem de Deus, e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus" (1 João 4:7). Outro efeito do novo nascimento é que o crente vence o mundo: "Nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus comandos. E estes não são difíceis de encontrar, porque todo aquele que é nascido de Deus vence o mundo "(1 Jo 5:3-4). John explica aqui que a regeneração nos dá a capacidade de superar as pressões e tentações do mundo que de outra forma nos impedem obedecerdes aos mandamentos de Deus e seguir os seus passos. João diz que nós podemos superar essas pressões e que os mandamentos de Deus "são difíceis de cumprir", mas, ele implica, vai ser um pouco uma experiência alegre. Passa a explicar que o processo pelo qual obtemos a vitória sobre o mundo para continuar na fé: "Esta é a vitória que vence o mundo, a nossa fé" (1 João 5:4).
Finalmente, João nos diz que um outro resultado da regeneração é proteger-nos de Satanás: "Sabemos que é nascido de Deus é pecado, Jesus Cristo, nascido de Deus o protege, eo Maligno não chega touch "(1 Jo 5:18).Embora os ataques podem vir de Satanás, John garante a seus leitores que "aquele que está em vocês é mais poderoso do que o do mundo" (1 Jo 4:4), o poder superior do Espírito Santo dentro de nós manter a salvo do dano mal espiritual nos propõe.
Devemos entender que João enfatiza que estes são resultados necessários nas vidas daqueles que nasceram de novo.Se há uma genuína regeneração na vida de um crente, acreditar que Jesus é o Cristo e abster-se de continuar uma vida em pecado e amar o seu irmão, superar as tentações do mundo para ser mantido a salvo de dano espiritual definitivo maligna.Estas passagens mostram que é impossível para uma pessoa ser regenerada e não verdadeiramente convertido. [11]
Outros resultados da regeneração são mencionados quando Paulo fala do "fruto do Espírito", que é o resultado que vem à vida quando o poder do Espírito Santo está presente e trabalhando dentro de cada crente."O fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e auto-controle" (Gl 5:22-23). Se houver uma regeneração real, estes elementos do fruto do espírito irá tornar-se cada vez mais evidente na vida da pessoa. Por outro lado, aqueles que são incrédulos, incluindo aqueles que se dizem crentes, mas eles não são, claramente não têm traços de caráter tais em suas vidas. Jesus disse aos seus discípulos:
Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm até vós vestidos como ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se uvas dos espinheiros ou figos dos abrolhos? Assim, toda árvore boa dá bons frutos, mas a árvore ruim dá fruto ruim. Uma árvore boa não pode dar maus frutos e uma árvore má não pode dar bons frutos. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. (Mt 7:15-20)
Nem Jesus nem Paulo nem João indicou que a atividade da igreja ou os milagres são a prova de regeneração. Em vez de apontar os traços de caráter na vida. De fato, imediatamente após os versos acima citados Jesus avisa que no dia do juízo muitos vão dizer: 'Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome e em teu nome não expulsamos demônios e fizemos muitos milagres?' Então diga-lhes claramente: Nunca vos conheci.Longe de mim, malfeitores! " (Mt 7:22-23). A profecia, exorcismo, muitos milagres extraordinários e sinais em nome de Jesus (para não mencionar muitos outros tipos de intensa atividade na igreja no poder e na capacidade da carne durante talvez várias décadas de vida pessoal) não fornecem evidências convincente evidência de que uma pessoa tenha realmente nascido de novo. Aparentemente, isso pode ocorrer no homem natural por suas próprias forças, ou mesmo com a ajuda do diabo. Mas o amor genuíno por Deus e seu povo, obediência sincera a Seus mandamentos, e traços de caráter semelhantes aos de Cristo, que Paulo chama o fruto do Espírito, mostrado de forma consistente ao longo da vida da pessoa, eles podem produzir Satanás nem qualquer homem ou mulher, naturalmente, por suas próprias forças. Isso só vem através do Espírito Santo dentro da pessoa e dá-lhe nova vida.

PERGUNTAS PESSOAIS DE APLICAÇÃO
1.     Você nasceu de novo? Há evidência do novo nascimento em sua vida? Você se lembra de um momento específico em que a regeneração ocorreu em sua vida? Você pode descrever como você sabia que algo tinha acontecido?
2.     Se você (ou um amigo que o acompanha) não é seguro para nascer de novo, o que é que a Bíblia incentiva você a fazer para melhorar a segurança (ou verdadeiramente nascido de novo pela primeira vez)? (Nota:. Para um estudo mais abrangente sobre o arrependimento ea fé salvadora no próximo capítulo)
3.     Você estava pensando antes que a regeneração precede a fé salvadora? Você está agora convencido de que ou há ainda algumas questões em sua mente?
4.     O que você acha sobre o fato de que seu retorno foi totalmente a obra de Deus, e você não contribuir em tudo acontecer? Como se sente sobre si mesmo? Como ele se sente a respeito de Deus? Por analogia, como você se sente sobre o fato de que quando você nasceu, não tinha nem a arte nem parte na decisão?
5.     Existem áreas de sua vida em que os resultados de regeneração não são claras? Você acha que é possível que um crente é regenerado e depois estagnar espiritualmente a fim de que mostra um crescimento muito pequeno? Que circunstâncias podem levar uma pessoa que levaria à estagnação e falta de crescimento (se isso é possível), mesmo se a pessoa mesmo realmente nasceu de novo? Como tipo de igreja você freqüenta, a educação que você recebe, você tem comunhão cristã, ea regularidade de sua vida lendo a Bíblia e oração afetam a vida eo crescimento do crente?
6.     Se a regeneração é totalmente a obra de Deus e do homem não pode fazer nada para produzir, o que bom é pregar o evangelho? É de certa forma absurdo ou até mesmo cruel para pregar o evangelho e pergunte a uma pessoa para responder quando sabemos que não podemos responder, porque ele está morto espiritualmente? Como você resolver esse problema?

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Primeiro Artigo

Transcendência e Antropologia do Cristianismo: linguagem, mudança e individualismo
Joel Robbins

Conversão cristã e mudança cultural
O cristianismo é uma religião que concentra uma boa dose de atenção sobre a possibilidade e a necessidade de uma mudança radical. Isso é verdade em vários aspectos. Quase todos os tipos de cristianismo narram sua história como uma ruptura radical em relação ao judaísmo do qual nasceram. A encarnação de Jesus criou uma ruptura na continuidade da história e, assim, o cristianismo representa algo realmente novo no mundo. A escatologia cristã em muitas, embora não todas, as suas formas também se concentra em uma ruptura no tempo (atuando, mais precisamente, no futuro, e não no passado). Finalmente, com a exigência de conversão, o cristianismo tende a exigir uma transformação na história pessoal de quem vive no presente. Várias formas de cristianismo podem apresentar apenas uma ou duas dessas rupturas em sua doutrina e ritual. Assim, por exemplo, os evangélicos sempre fomentam a necessidade de mudança radical na conversão, e a sua ala fundamentalista (e, às vezes, também a ala pentecostal) geralmente enfatiza a força de ruptura de um milênio que eles esperam que irrompa o tempo histórico normal de forma imprevisível, sem razão mundana. O catolicismo, ao contrário, salienta mais a transformação histórica do nascimento de Jesus e o surgimento e a posterior continuidade da Igreja. Mas, mesmo diante de tal variação, é justo dizer que quase todas as formas de cristianismo atribuem grande importância a uma mudança radical, que se revela em uma ou outra dimensão temporal.
O chamado cristão para essa mudança radical através da conversão foi fortemente registrado nos primeiros trabalhos da Antropologia do Cristianismo. Aqueles que estudam o pentecostalismo em particular não foram capazes de ignorar a maneira através da qual ele promove a necessidade de conversão para, nas palavras de um dos informantes ganenses de Birgit Meyer, "fazer uma ruptura completa com" o seu passado. Tais rupturas aparecem em uma variedade de formas nos âmbitos pessoal, social e cultural. Para os ganenses que Meyer (1998/1999) estudou, por exemplo, a principal preocupação social é romper com a própria família, cujas práticas tradicionais abrem a possibilidade de possessão demoníaca. Na América Latina, pelo contrário, verifica-se que os convertidos insistem na necessidade de os homens deixarem para trás as práticas sociais, tais como beber e cometer adultério, que estão associadas à aquisição de prestígio masculino (Brusco 1995; Burdick 1998). Em outros casos na América Latina, África e outros lugares, há uma ênfase sobre a necessidade de as pessoas abrirem um abismo entre elas e a sociedade em geral, deixando para trás, especialmente, sua forte identificação com o papéis sociais seculares ligados a classe e etnia (e, em algumas situações, a gênero também – Burdick 1998; Droogers 2001:45; Freston 1998; Robbins 1998; Van Dijk 1998). Embora, em cada um desses casos, a linha que separa a nova vida do convertido da antiga seja desenhada em um lugar diferente, todos eles compartilham uma ênfase na necessidade de definir tais limites, de os convertidos colocarem-se como novos indivíduos, diferentes daqueles que haviam sido antes, marcando uma descontinuidade em suas histórias pessoais.
Ao lado da exigência de que os convertidos assumam uma descontinuidade em suas vidas pessoais e sociais, o pentecostalismo geralmente também convoca para uma descontinuidade na esfera cultural. Como Dombrowski (2001) colocou em seu estudo sobre nativos pentecostais norte-americanos, tal vertente do cristianismo frequentemente se apresenta como uma cultura "contra a cultura". A questão da dimensão cultural não é apenas uma mudança no comportamento pessoal e nas afiliações sociais, mas também uma negação da importância das crenças e valores tradicionais – uma quebra, como Droogers (2001:45) coloca, com relação à "cultura dominante". Tal posição geralmente assume a forma de uma rejeição à vida ritual tradicional, com ritos destinados aos ancestrais e a outros tipos de espíritos – uma vida que, em muitos lugares, fez boa parte do trabalho de definir o tom moral do cotidiano. Outra forma que essa ruptura cultural pode tomar é a da derrubada de tradições locais de narrativa histórica, em favor de uma nova sensibilidade histórica, em que os grupos se situam dentro da representação universal cristã do passado. Figuras ancestrais e heróis da cultura local desaparecem da cena, na medida em que as pessoas passam a repensar seu passado em termos de uma mudança das trevas para a luz. Além disso, esse tipo de transformação está muitas vezes inscrito numa elaborada paisagem, onde as pessoas empregam práticas rituais conhecidas como batalha espiritual para rogar a Deus que expulsse os maus espíritos tradicionais de suas terras e, assim, apagar os vestígios da tradição transportados por espíritos da natureza e outros espíritos do lugar (DeBernardi 1999; Jorgensen 2005; Robbins 2007).
A disjunção cultural pentecostal se diferencia porque conduz o convertido não a duvidar da existência ou do poder dos seres espirituais tradicionais, mas sim a demonizá-los, definindo-os como todo o mal (Meyer 1994/1999). Muitos discursos de mudança que circulam amplamente na cultura global contemporânea (discursos sobre a modernização, o desenvolvimento e algumas formas do cristianismo) proclamam que os espíritos que povoam as tradições das pessoas são ilusórios. Mas essa não é a linha do pentecostalismo. Em vez disso, o pentecostalismo preserva ontologias espirituais tradicionais, ao mesmo tempo em que demoniza os espíritos que as habitam (Robbins 2004a). Isso permite, como Meyer (1999) observou, fazer da demonização – sua marca de crítica cultural – uma prática constante, em lugar de uma única, que erradica os espíritos do passado na conversão e, então, desaparece. Ao recordar permanentemente o passado sob o signo da demonização, os esforços pentecostais por criar uma descontinuidade alimentam suas próprias práticas de lembrar e de estabelecer continuidade, embora sejam diferentes daquilo que os antropólogos geralmente associam à reprodução da tradição.
Enquanto a ênfase pentecostal na ruptura existe no plano ideológico, sob a forma de uma série de modelos culturais de mudança radical, é importante notar que ela também aparece regularmente no nível da ação. Isso se dá porque os pentecostais rotineiramente decretam a importância da ruptura nas práticas rituais que visam a tornar a disjunção um tema constante na prática cotidiana. Poderíamos chamar esses ritos de "rituais de ruptura" (Robbins 2003a:224). Eles vão desde os ritos de libertação que operam para desconectar as pessoas dos relacionamentos passados (Meyer 1998; Gifford 2004) aos rituais dos malauienses criados para "lacrar" os crentes, isolando-os (protegendo-os) da sociedade maior, que Van Dijk (1998) discute. Além disso, os rituais de conversão, tais como o batismo, também são rituais de ruptura (Ruel 1997:41-2). Por último, e esses hoje talvez sejam os mais proeminentes dentre tais exemplos, os rituais de guerra espiritual a que aludi acima também podem ser qualificados como rituais de ruptura, em seus esforços por transformar radicalmente a paisagem em que eles são praticados.
Nesses ritos de ruptura, os pentecostais apelam para o Espírito Santo para lhes fortalecer e trazer as descontinuidades que buscam realizar. Esse ponto nos leva de volta ao tema da transcendência, pois é o aparecimento do poder divino na Terra que os convertidos imaginam permitir-lhes produzir uma mudança radical em direção a uma vida totalmente diferente e melhor. Os tipos de rearranjos dramáticos dos convertidos nos âmbitos pessoal, social e cultural indicam o poder de tais convicções quando as pessoas as utilizam para guiar suas ações. A literatura antropológica sobre as transformações pentecostais muitas vezes atesta o sucesso de tal processo, registrando mudanças drásticas, não apenas nas práticas religiosas, mas também em papéis de gênero, comportamentos econômicos e orientações morais. Quando em nome da realização de demandas transcendentes, ao que parece, as pessoas podem tomar a história em suas próprias mãos, como afirmou Tuzin (1997:36) com relação a alguns convertidos carismáticos em Papua Nova Guiné (ver também Keane 2007:56).
O poder dos modelos de mudança cristãos, como resultado de uma imprevisível entrada (ou invasão) do poder transcendente no mundo material, invasão essa que orienta a ação social transformadora, recentemente deu a tal religião uma visibilidade surpreendente entre o que poderíamos chamar de filósofos pós ou quase pós-marxistas, como Alain Badiou e Slavoj Zizek, bem como entre outros filósofos continentais, como Agamben. O que chama a atenção deles é a maneira como o cristianismo, particularmente na figura de São Paulo, oferece um modelo de mudança radical que não chega como resultado das teorias (agora desacreditadas) da marcha teleológica do progresso, mas sim como um evento que aparece inesperadamente. Mas, mesmo que essa visão do cristianismo como fornecedor de um paradigma de mudança social radical se encaixe com a experiência de alguns convertidos pentecostais (Robbins 2010), a maleabilidade dos tratamentos cristãos da transcendência torna tal visão inaplicável a muitas situações cristãs.
As dificuldades aparecem claramente no trabalho de Bialecki (2009) junto aos carismáticos da terceira onda, de classe média, do sul da Califórnia. Os grupos pentecostais que venho discutindo até agora são aqueles que procuram ativamente a participação divina na vida terrena, esperando tal presença. Os carismáticos de terceira onda que Bialecki estudou – todos altamente instruídos, profissionais de classe média ou média alta, ou estudantes das universidades de elite que têm boas razões para objetivarem atingir altas posições sociais – também acreditam no trabalho do Espírito Santo no mundo. Mas eles esperam que esse agente surja com menos frequência, e seu aparecimento não é tão central para suas vidas ritual e cotidiana. Esses carismáticos inclinam-se politicamente para a esquerda e discutem bastante questões de justiça social. No entanto, mesmo com seus compromissos políticos alinhados nessa direção, eles têm dificuldade de se organizarem para tomar medidas políticas para a mudança. O que os segura é a sua crença de que a mudança real terá de vir de Deus e tomar a forma de um movimento que constitua uma invasão neste mundo do poder transcendente trazido pelo Espírito Santo. Por definição, os seres humanos não podem eles próprios iniciar tal movimento, pois se eles o fizerem, sua origem não será transcendente. Assim, tais fiéis, portanto, encontram-se presos, incapazes de agir, porque a própria ação invalidará qualquer apelo que suas condutas possam ter à razão transcendente. O que vemos aqui, de acordo com as observações sociológicas há muito tempo estabelecidas com relação às transformações das ideias carismáticas quando seus portadores sobem a escada de classes, é que a transcendência de Deus sobre o mundo material se torna mais extrema do que era para os pentecostais citados anteriormente, e o Espírito Santo revela-se um mediador do poder divino menos recorrente na Terra. Concomitantemente, a vontade ou a capacidade de agir para produzir uma mudança radical também diminuíram de tal forma que o cristianismo parece um modelo menos digno para aqueles que procuram compreender a natureza da transformação revolucionária.
Como segundo e último ponto comparativo, podemos lançar um breve olhar sobre como o catolicismo lida com assuntos relacionados à transcendência e sua relação com a mudança. Se os carismáticos de terceira onda de Bialecki tendem a enfatizar mais a transcendência de Deus que outros grupos pentecostais, o catolicismo teria de ser colocado ao lado daqueles que dão maior ênfase à imanência previsível de Deus. O sacramentalismo, a autoridade papal e o papel rotinizado do clero na mediação do poder divino: tudo aponta para a importância da imanência divina no catolicismo. Aqui a presença de Deus na vida social é, em muitos aspectos, entendida como frequente e, digamos, mundana – não chega como um choque de transformação. Isso se reflete em uma silenciosa ênfase na mudança radical. Nós sabemos relativamente menos, antropologicamente falando, sobre a conversão católica do que sobre as suas formas pentecostais, porque a maioria dos estudos sobre os católicos foca aqueles que cresceram na igreja. Mas nós sabemos sobre a ênfase católica na "inculturação" e a aceitação geral pós-Vaticano II de amplos setores das tradições de não cristãos convertidos – uma posição que valoriza a continuidade cultural num grau muito maior que o observado no âmbito dos pentecostais que estivemos analisando. Nós também estamos cientes, a partir do estudo de Lester (2003) sobre as freiras mexicanas em seu primeiro ano de formação, de que os católicos cuja vida religiosa toma um rumo dramático (como no caso da decisão de entrar para o convento) muitas vezes são incentivados a recontarem seu passado, de maneira que a situação atual pareça um desenrolar normal da vida religiosa, em vez de uma mudança radical.
Não estou afirmando que o catolicismo não valorize a mudança. O Vaticano II, por exemplo, tem algumas das características de transformação cultural que são próprias das tradições que enfatizam a transcendência de Deus e seu poder de invadir a vida terrena em forma de uma força transformadora inesperada (Greeley 2004). Mas o catolicismo não sublinha o tipo de mudança radical em destaque nas tradições cristãs mais diretamente centradas na transcendência. Diante disso, é interessante que o teólogo católico Lieven Boeve tenha recentemente argumentado que o transcendente se relaciona com o mundano não ao romper fundamentalmente a sua continuidade, mas ao "interromper" o seu desenvolvimento esperado. Para Boeve (2008:203), "a categoria de interrupção une continuidade e descontinuidade, numa relação de tensão. Interrupção, afinal, não é idêntica à ruptura, mas implica que o que é interrompido não continua simplesmente como se nada tivesse acontecido". Boeve mantém uma alta valorização da continuidade, mas quer vê-la se desdobrar sem excluir todo o reconhecimento de mudança. Uma futura tarefa interessante para antropólogos do cristianismo é explorar as dinâmicas de interrupção nas esferas social, cultural e pessoal, e registrar suas diferenças em relação aos tipos totalmente descontínuos de mudança tão frequentemente procurados pelos protestantes e pentecostais. Além disso, acredito que devemos também continuar a trabalhar para correlacionar os dois tipos de mudança com abordagens cristãs distintas da relação do transcendente e do mundano.

Cristianismo e mudança das ideologias da linguagem
O interesse pela mudança e pela descontinuidade demonstrado pelos antropólogos torna-os singulares em relação ao leque de especialistas que estudam o cristianismo. Uma das áreas em que antropólogos encontraram uma mudança radical mais acentuada – e mais expressiva para os próprios convertidos (neófitos) – é o campo das ideias sobre a linguagem. Os trabalhos sobre esse tema têm crescido muito rapidamente e, aqui, o cristianismo constitui um ambiente de especial interesse.
Como pano de fundo do interesse antropológico por ideias cristãs com relação à linguagem está o desenvolvimento da noção de "ideologia de linguagem" (ver Schieffelin et al. 1998) por antropólogos linguistas nas últimas décadas. Esse termo refere-se às noções compartilhadas pelas pessoas sobre a natureza da linguagem (como ela funciona e como deve ser utlizada). Ideologias da linguagem variam muito entre os grupos, constituindo um componente crucial da visão humana, não só no que diz respeito à comunicação, mas também nas esferas da natureza do indivíduo, da ação e da moralidade. Por essas razões, as ideologias linguísticas têm provado ser uma área muito rica de estudo, e o interesse por tais temáticas ultrapassou muito rapidamente a fronteira dos círculos daqueles tecnicamente mais voltados para a Antropologia Linguística. Poderíamos até dizer que a noção de ideologia da linguagem tem sido um dos mais bem sucedidos produtos teóricos recentemente lançados pela Antropologia como um todo.
Os antropólogos do cristianismo foram pioneiros ao adotarem a ideologia da linguagem como um campo de estudo, principalmente no caso do cristianismo protestante – o tipo de cristianismo que os antropólogos estudam mais recorrentemente – que se fundamenta, basicamente, como uma religião de linguagem. Firmemente oposto à ação ritual padronizada, pelo menos no que diz respeito à sua autocompreensão, o protestantismo concentra-se na recepção e na produção de linguagem escrita e falada. Isso ocorre, por exemplo, quando se atribui um lugar central no modelo de vida cristã ideal à leitura da Bíblia, à performance e à audição do sermão, assim como à oração e às práticas do evento popular de discussão conhecido como "estudo bíblico". Mas o que tornou a ideologia da linguagem tão interessante para aqueles que estudam o cristianismo protestante não foi simplesmente a forte ênfase da tradição na importância de práticas linguísticas para a vida religiosa, mas também sua abordagem diferenciada com relação à compreensão da linguagem.
Keane (2007), que empreendeu um trabalho extenso sobre ideologia da linguagem protestante, mostrou que ela está baseada em noções de sinceridade – a exigência moral de que as pessoas falem sempre honestamente sobre os pensamentos e os sentimentos que estão dentro delas. Na sua injunção com a sinceridade, essa exigência moral correlaciona-se com uma certa indiferença em relação às características materiais e sociais da linguagem (tais como os sons das palavras ou as convenções que determinam como e quando tudo é dito ou ouvido). Os protestantes centram a atenção nos "sentidos" imaterais da linguagem de tal forma que os fatores materiais e sociais que influenciam o processo são entendidos como simples facilitadores da comunicação entre as pessoas. No modelo protestante, supõe-se que os falantes sinceros devam esforçar-se por transmitir com total precisão seus pensamentos e sentimentos imateriais. Nesse sentido, suas intenções criam os significados de sua fala, em oposição à concepção de que tais significados viriam "empacotados" em formatos materiais e convencionais. Mas o perigo sempre espreita as pessoas, que podem ser capturadas por essas formas materiais (os sons, as rotinas e as convenções do discurso), não atingindo, portanto, a meta da fala sincera. Para Keane, isso significa que a ideologia da linguagem protestante tende a promover a necessidade de propulsão das pessoas, de emancipação das armadilhas dos mundos material e social, a fim de implementar a natureza verdadeira do cristão e expressá-la através da fala sincera.
As linhas básicas da ideologia protestante da linguagem muitas vezes soam bastante familiares aos acadêmicos. Isso porque eles mesmos contribuíram muito para a fundação da ideologia da linguagem ocidental moderna mais geral – uma ideologia também concentrada na sinceridade e na confiabilidade das convenções materiais e sociais como veículos para a transmissão de significados pretendidos (Robbins 2001; Keane 2002 e 2007). Dada a onipresença desse tipo de ideologia da linguagem nos círculos acadêmicos, pode ser fácil para nós esquecer quão inusitada essa visão pode parecer àqueles socializados em entendimentos da linguagem completamente diferentes da percepção ocidental moderna. Para as pessoas provenientes de muitas sociedades, e da Europa Ocidental antes da reforma, a meta do falante não era transmitir sinceramente os seus pensamentos ou sentimentos, mas sim demonstrar deferência para com o seu interlocutor através do emprego de formas adequadas de polidez. Em outros lugares, a "arte verbal" – uma brincadeira com os sons e com as formas convencionais de linguagem – é mais valorizada do que a transmissão dos significados pretendidos. Finalmente, em alguns espaços o discurso como um todo é desvalorizado, enquanto um modo diferente e confiável de comunicação (e outros meios, tais como a troca de bens materiais) é entendido como uma forma de realizar o trabalho comunicativo do discurso sincero que a ideologia da linguagem protestante demanda. Os antropólogos descobriram que os convertidos que chegam ao protestantismo vindos de um background de socialização em outras ideologias de linguagem frequentemente encontram dificuldades para viver plenamente a nova ideologia. Boa parte do trabalho sobre esse tema tem sido feita em Papua Nova Guiné. A luta para assumir a ideologia da linguagem protestante se mostra ali particularmente acentuada porque em muitas das culturas da região as ideologias da linguagem tradicional eram quase inversões diretas da visão protestante. Muitas pessoas da Papua Nova Guiné afirmam que é impossível saber o que outra pessoa pensa ou sente; acreditam que não se pode ver a mente do outro, e que a linguagem não é capaz de transmitir informações confiáveis sobre o que acontece no interior da consciência de um indivíduo. Por essa razão, a fala recebe pouco valor quando se trata de estabelecer um entendimento do estado do mundo social – ela pode ser divertida e eloquente, podemos estar diante de um discurso altamente metafórico, que emociona o ouvinte, algo muito apreciado, porém não há a expectativa de sinceridade por parte do emissor. As pessoas da Papua Nova Guiné tendem a construir através da troca os tipos de verdades sociais sobre como as pessoas pensam e sentem que os protestantes e os oradores mais modernos geralmente constroem a partir do discurso. Uma vez convertidos para formas protestantes do cristianismo, contudo, os papuásios se encontram diante da necessidade de se tornarem oradores sinceros e de interpretarem os outros como falantes sinceros. Em um outro trabalho, descrevi em detalhes como um grupo papuásio, o urapmin, esforçou-se para alcançar tal objetivo, desenvolvendo uma série de rituais cristãos, nos quais os participantes são ajudados pelo Espírito Santo e por Deus a falar sinceramente (Robbins 2008). Schieffelin (2008) também detalhou lutas semelhantes, ao estudar as dificuldades dos bosavi para se ajustarem às ideias cristãs sobre a linguagem e, indo um pouco mais longe, o trabalho de Keane (2007) em Sumba aborda temas similares.
Investigar as dificuldades que os convertidos enfrentam para se tornarem sinceros oradores cristãos tornou-se tão popular que os trabalhos nesse sentido já começaram a assumir um ar de "ciência normal". Para impedir que a análise se torne correta, mas superficial, um próximo passo importante seria começar a diferenciar as versões da ideologia da linguagem cristã. Ao concluir esta seção, quero voltar ao tema geral e sugerir que prestar atenção na forma como os diferentes tipos de cristianismo articulam a relação entre o transcendente e o mundano pode ajudar em tal projeto.
Trago, então, a observação de Keane (2007:65-7) de que, entre os holandeses calvinistas, a transcendência de Deus é tão absoluta que Ele não pode encontrar expressão em signos materiais terrenos. Isso cria a expectativa de que os seguidores de Deus, da mesma forma, associarão sua própria natureza a significados imateriais e valorizarão mais tais significados que as formas materiais de expressão linguística. Essa dicotomia material/imaterial, ou espírito/carne, por sua vez, fornece substrato à rigorosa exigência calvinista de sinceridade, na qual significados imateriais e espirituais são transmitidos sem qualquer distorção material. Para os calvinistas, os mais ignorantes dos seres humanos são os pagãos e os católicos, que apostam muito na imanência, apegando-se a formas materiais, tais como ídolos ou padrões rituais fixos de falar e agir, pensando, assim, abrigarem (ou receberem) o divino na terra. Esses críticos calvinistas não estão totalmente errados por entender os católicos como engajados em um projeto diferente do seu. Em um importante trabalho recente, Mafra (s/d) aperfeiçoou o nosso entedimento sobre o investimento católico na imanência, contrapondo a ideologia católica da santidade com a ideologia protestante da sinceridade. No modelo de santidade, a meta do cristão é fazer contato com o poder sagrado, não ao encontrá-lo em seu self mais profundo, mas participando de formas materiais "terrestres" (como as orações fixas) que o corporificam. O trabalho de Mafra nos fornece um bom material para esboçarmos o argumento de que a variação de abordagens em relação à transcendência é que estabelece as diferenças de ideologia com relação à linguagem entre tipos distintos de cristãos.
Se tal argumento opõe transcendência e sinceridade protestantes a imanência e santidade católicas, onde poderíamos situar o pentecostalismo? A resposta curta seria vê-lo dividido entre ambos os lados. Por um lado, não é difícil encontrar pentecostais expressando a necessidade de se falar sinceramente. A afirmação pentecostal de que a única expressão cuja produção se revela legítima é a espontânea e sincera atesta isso. No entanto, por outro lado, a alegação de que o Espírito Santo fala através deles, seja por meio de línguas, profecias e outras formas de expressão carismática, também indica uma abertura para a imanência divina e uma vontade de substituir a produção verbal altamente controlada do orador sincero. Pode-se especular que essa flexibilidade no pentecostalismo explica, em grande medida, o seu sucesso no sul global, uma vez que oferece formação lógica e prática em alguns dos princípios fundamentais da ideologia da linguagem moderna, ao mesmo tempo em que dá acesso ao tipo de intervenção divina imanente que outras formas contemporâneas do cristianismo tendem a definir como indisponível. Veremos os pentecostais mais uma vez tentando equilibrar os compromissos com a transcendência e a imanência quando nos voltarmos para o último tema tratado neste artigo – o individualismo.

Cristianismo e individualismo
Deixei pouco espaço para discutir a capacidade do cristianismo de promover o individualismo entre seus convertidos. Mas talvez isso seja apropriado, já que a ideia de que o cristianismo e o individualismo estão conectados é bem mais conhecida que as questões discutidas mais detidamente neste artigo. Dentro da própria Antropologia, Dumont (1986) apresentou um relato bem conhecido do papel crucial que o cristianismo desempenhou no desenvolvimento do individualismo no Ocidente, muito antes de os antropólogos começarem a estudar o cristianismo em geral.
Obviamente, o individualismo não é um conceito com uma definição única, e antropólogos utilizam tal concepção de diferentes maneiras para discutir o cristianismo. Todos os usos, no entanto, compartilham um único foco: a maneira como as pessoas passam a ser entendidas como desencaixadas [disembedded] de algumas ou de todas as suas relações sociais. O que varia nos diferentes tipos de cristianismo são as relações que os crentes esperam deixar para trás, e como eles tentam desatar-se delas. Como no caso das ideologias da linguagem, começar a especificar os diferentes tipos de individualismo promovidos por diferentes tipos de cristianismo é um próximo passo importante para a Antropologia do Cristianismo, e uma maneira de fazer isso é correlacionar os tipos de individualismo cristão com diferentes abordagens do relacionamento do transcendente com o mundano.
Permitam-me começar a tarefa de esboçar rapidamente algumas das variedades do individualismo cristão encontradas na literatura antropológica. Nós já encontramos um tipo de individualismo protestante na discussão de Keane do orador calvinista sincero. Esse orador, que cria completamente seu próprio sentido e que é responsável por tudo o que diz, é um dos tipos mais desencaixados de indivíduo – idealmente, os significados de seus pronunciamentos não dependem de ninguém mais e de nenhuma forma social. Outras versões do individualismo cristão focam menos no discurso do que em outros aspectos da vida humana. Examinando a literatura sobre o pentecostalismo africano, Meyer (2004:261) viu o corte de laços de parentesco nos rituais de libertação destinados a curar as pessoas da possesão por demônios ancestrais, ou por demônios que foram convocados por seus parentes não convertidos, como "uma criação simbólica do sujeito individual moderno", e muitos outros antropólogos ressaltaram como esses esforços de desencaixe do indivíduo de redes familiares extensas soam bem, no sentido individualista, para os migrantes urbanos que tentam ter sucesso na economia de mercado capitalista. No meu trabalho na Papua Nova Guiné entre os urapmin, um grupo pentecostal de agricultores de subsistência rural com pouco engajamento no mercado, observei que o individualismo expressou-se mais plenamente como uma economia imaginária de salvação. Os urapmin entendem que nessa economia cada pessoa é responsável por salvar a si própria. A salvação não pode ser compartilhada entre amigos ou entre familiares. Como um líder eloquente colocou: "a minha mulher não pode cortar parte de sua crença e me dar" (Robbins 2004b:capítulo 8). Os urapmin reconhecem que vivem as suas vidas sociais conectados uns aos outros, mas também afirmam que essas ligações não exercerão nenhum papel em determinar a salvação dessa ou daquela pessoa.
Uma questão-chave no exame dessas muitas expressões de individualismo é a forma como o cristianismo as torna coerentes e sustentáveis [inhabitable]. Para os convertidos que não vivem totalmente imersos na economia de mercado, o pressuposto do indivíduo autônomo coloca-se muito desajeitadamente em relação à maneira como eles realmente vivem suas vidas sociais. No caso dos urapmin, eles são forçados a imaginar que sua salvação depende de um entendimento muito diferente daquele inerente à ação cotidiana. Estou sugerindo que é o investimento cristão na transcendência que torna possíveis tais projeções de outros tipos de vida. O individualismo cristão está baseado na ideia de que é na pessoa humana que o transcendente se revela no mundo terreno. Em alguns casos, como o calvinista, a alteridade e a força do transcendente são tais que ele vem a repudiar completamente o valor do corpo mundano no qual, como espírito, ele está alojado na Terra. Dentre os pentecostais, para quem o transcendente tende a infundir, em vez de rejeitar totalmente o mundano, o individualismo é menos severo – e as pessoas não só afirmam a sua separação dos outros, quebrando as ligações de parentesco, trabalhando por sua salvação pessoal, mas às vezes também enfatizam conexões mediadas do espírito, uns com os outros, através de carismas, como cura e profecias. No catolicismo, com sua alta valorização do mundo material como arena da presença divina, o individualismo pode ser completamente silenciado, ofuscado, pelo menos durante a maior parte do tempo, pelo compromisso das pessoas para com a instituição coletiva da igreja. Mas na medida em que o espírito é, em última instância, valorizado com relação à matéria – o transcendente prevalecendo sobre o mundano – o indivíduo é, em todas essas formas de cristianismo, o portador do maior valor potencial: o da salvação. Perceber o individualismo em uma de suas várias formas é compreender a atualização imaginativa do projeto axial para os convertidos cristãos, entendendo, assim, como eles se esforçam para tornar o transcendente relevante para suas vidas terrenas.

Conclusão
A exposição acima se fundamentou em dois objetivos principais. O primeiro, e mais modesto, é simplesmente introduzir alguns dos principais temas que surgiram durante a primeira década de trabalho da Antropologia do Cristianismo. Focalizado nas questões da mudança, da linguagem e do individualismo, eu revi alguns dos principais argumentos que têm ajudado a definir esse campo emergente.
Meu segundo objetivo foi o de explorar a possibilidade de se organizar uma discussão com relação a esses três temas no âmbito do cristianismo, e em torno do problema da transcendência. Fundamentei minha análise na observação de como o cristianismo torna central a relação entre o transcendente e o mundano para a vida dos seus membros, destacando-se entre as tradições axiais pela variação nas maneiras com que suas diferentes tradições definem tal relação. Colocada essa questão, operei com a hipótese de que as variações na relação transcendente/mundano podem ajudar muito a dar conta das formas através das quais os diferentes tipos de cristianismo entendem mudança, linguagem e individualismo. Nesse sentido, meu argumento teve o objetivo de produzir algo novo dentro da Antropologia do Cristianismo, desenvolvendo algumas ideias dispersas que podem ser encontrados em meus trabalhos anteriores e no de outras pessoas. Ao fazer isso, tive a esperança de demonstrar o papel poderoso que as ideias sobre transcendência podem desempenhar no desenrolar das formações culturais das quais elas fazem parte. Ao desenvolver essa discussão, retive dos teóricos da Era Axial a alegação de que a existência de qualquer cultura de representações de um mundo além deste, radicalmente diferente e melhor, molda profundamente as vidas dos seus membros. Essa afirmação em si transcende a Antropologia do Cristianismo, e espero que ela possa apresentar algumas possibilidades de estudos comparativos, não apenas no interior, mas também além deste campo.

Tradução: Cláudia Wolff Swatowiski 
Revisão técnica: Cecília Mariz

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Notas
1 Este artigo foi originalmente apresentado na aula inaugural do programa de Pós-graduação em Ciências Sociais da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (PPCIS/UERJ), em agosto de 2010, e por isso retém algo de um estilo oral.
2 Os dois autores, Wagner (2005:89) e Eisenstadt (2005:532), sustentam que a teoria axial pode ser lida tanto como um desenvolvimento tipológico ou histórico de argumentos, e que os argumentos tipológicos podem ser desencaixados dos históricos.


Joel Robbins (jrobbins@weber.ucsd.edu)
Professor do Departmento de Antropologia da Universidade da Califórnia, em San Diego. Trabalha sobretudo com Antropologia do Cristianismo, Antropologia da Religião e do Ritual, estudos de mudança cultural e teoria antropológica. É autor de Becoming Sinners: Christianity and Moral Torment in a Papua New Guinea Society(University of California Press) e co-editor de muitas obras, incluindo um ensaio recente na revista South Atlantic Quarterly entitulado "Global Christianity, Global Critique".

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Segundo Artigo

Mandamentos de Amor
(Baseado na mensagem “Os 10 Mandamentos: Palavra de Libedade” do Pr. Ricardo Agreste)

Somos uma sociedade cada vez mais avessa a ideia de se submeter a imposições religiosas e muitas vezes até mesmo sociais. Possivelmente esta aversão tem aumentado em decorrência de nosso mundo pluralista e relativista.
Em meio a esta realidade algumas igrejas cristãs tem anulado as leis do Antigo Testamento por entenderem que vivemos debaixo da graça, de um Novo Testamento. Para estes Jesus Cristo, na cruz, pôs fim a toda lei.
Tal posicionamento tem gerado alguns problemas na vida de muitos cristãos e em decorrência disso a toda humanidade. Podemos apontar três problemas:
1.      No contexto cristão, como vimos, igrejas tem aderido a anulação de todas as leis do Antigo Testamento. Contudo este é um grande erro teológico que tem gerado dois tipos de grupos de igreja:
a.      Primeiro grupo: os que voltaram aos velhos rudimentos da Lei, oferecendo novamente sacrificios a Deus, guardando os dias de festa, etc. e desta forma anulando o sacrificio de Cristo.
b.      Segundo grupo: os que vivem de forma ilicita, imoral, sendo governados por seus desejos desenfreados; afinal não existem mais leis a serem observadas.
2.      A geração atual tem vivenciado um mundo mais corrupto, violento, imoral, o número de divórcio tem aumentado a cada ano, sexo se tornou objeto de consumo, pois o homem vive sem considerar os principios de Deus descritos nas leis do Antigo Testamento. A soberba do homem o levou a acreditar que pode viver sem o manual do seu Criador.
3.      A igreja deixou de ser missional, perdeu sua identidade. A comunidade de discipulos precisa resgatar a obediência aos principios e valores do Reino de Deus como parte de sua missão na história. Estes principios testemunham a sabedoria de Deus. Apontam o caminho para os que buscam a luz, a verdade que é Jesus.
Ao contrário do que se pensa, os mandamentos de Deus nos levará a uma vida equilibrada e feliz. Sim! A obediência aos mandamentos nos levará a vida tão sonhada por todos.
Precisamos tirar de nossos pensamentos a compreensão que as 10 leis de Deus ou ainda que todas as leis de Deus são pesadas para nós. Temos uma compreensão equivocada dos mandamentos de Deus.
As leis tinham o objetivo de proporcional uma vida de equilibrio, de esperança, de harmonia e felicidade para todos. Essa verdade se revelava nas diversas leis, por exemplo: 
·         A lei do jubileu (Lv 25) visava restituir a liberdade de todos a cada 50 anos. Toda dividida deveria ser perdoada e a herança de todo aquele que tinha sido tomada como parte de pagamento deveria ser devolvida.
·         A lei agrária visava dar descanso a terra (Lv 25:1-7). Se plantava durante 6 anos e no sétimo nada poderia ser plantado. A terra teria um descanso.
·         A lei referente aos grãos que caiam no chão durante a colheita, objetivava prover alimento para os necessitados.
Se é claro que Deus visa nos proporcionar através de seus mandamentos liberdade, equilibrio, harmonia para todos, por que não fazemos uso dos principios e valores dados por Deus como “passaporte para uma vida feliz”? Por que resistimos tanto aos mandamentos de Deus?
A resposta desta pergunta se deve a dois fatos: 1) não conhecemos Deus como deveríamos a ponto de confiar em suas intenções para conosco; 2) não compreendemos o verdadeiro significado por trás de seus mandamentos ao ponto de nos desarmarmos e obedecermos.
João Calvino, reformador, nos ensina que quando estudamos sobre as leis de Deus precisamos compreender que a lei no Antigo Testamento era dividida em duas: Lei Cerimonial e Lei Moral.
 A lei cerimonial compreendia todos os rituais de sacrificios e purificação exigida para adoração. Todas esses ritos apontavam para Jesus, de tal forma, que eles tem seu fim em Jesus. Não existe mais necessidade de rituais de sacrificio e de purificação, uma vez que Jesus se tornou o sacrificio final.
A lei moral, como: não matarás, não adulterarás, shabat (descanso), jubileu, cidade de refúgio, etc. – continuam em vigor. Jesus cumpriu as leis morais, por meio do amor. Jesus não anulou as leis morais, pelo contrário, ele espera que a cumpramos com maior desenvoltura, uma vez que somos chamados a amar a todos, como ele amou.
A lei moral cumpre 3 objetivos:
1.      Revela a nossa natureza pecaminosa. Aponta o que está dentro de nós.
2.      Contem o mal da sociedade. Através dela se detém parcialmente a ação do pecado em nós.
3.      Orienta o povo de Deus. Aponta o caminho que devemos seguir.
A verdade é que não conseguimos cumprir as leis morais, contudo não somos mais condenados por isso, pois Jesus pagou o preço de nossa incapacidade, de nossos pecados. Entretanto Ele deseja que nos esforcemos o máximo para vivê-las.
O povo de Israel não chamavam as leis de Deus de 10 mandamentos, mas de “decálago”, isto é, as “dez palavras de Deus”.
O decálago não são palavras impositivas, de um Deus carrasco, com o fim de por um peso sobre os homens, mas pelo contrário, são orientações de um Pai gentil que deseja proteger seus filhos e conduzi-los ao cumprimento de sua missão.
Vejamos o que diz Êxodo 19:5-6.

5Agora, se me obedecerem fielmente e guardarem a minha aliança, vocês serão o meu tesouro pessoal dentre todas as nações. Embora toda a terra seja minha,
6vocês serão para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa’. Essas são as palavras que você dirá aos israelitas".

Neste texto está revelado o desejo de Deus em proteger os israelitas (serão o meu tesouro pessoal) e a missão (um reino de sacerdotes) que desejava para eles ao anunciar as dez palavras.
O povo de Israel tinha e tem a perspectiva correta da lei – Deus os amava e desejava protege-los e exaltá-los -, mas não compreenderam a sua missão. Eles vivem ainda hoje desprovidos da dimensão missional.
 Vejamos o que diz o primeiro mandamento ou a primeira palavra de Deus ao povo de Israel.

1E Deus falou todas estas palavras:
2"Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te tirou do Egito, da terra da escravidão.
3"Não terás outros deuses além de mim.

Devemos recordar o contexto em que se encontrava o povo de Israel antes de Deus libertá-los. Israel era um povo oprimido pelos egípcios e por seus deuses. O sofrimento de Israel era tanto que eles clamavam constantemente para que Deus os libertasse. Deus ouviu o clamor de Israel e levantou Moisés para tirá-los do Egito. Através de Moisés, Deus enviou 10 pragas sobre o Egito, demonstrando dessa forma seu poder sobre todos os deuses egípcios e afirmando dessa forma ser o único e verdadeiro Deus.
Faraó que era reconhecido como filho de um deus egípcio, e por isso mesmo, se achava um deus, subjugava os israelitas a serviços pesados, quando não sacrificava seus filhos aos seus deuses.
O texto diz que Deus libertou Israel das mãos dos egípcios, e o fez não para oprimi-los, mas para que tivessem liberdade. Deus teve misericórdia do povo. Deus amou a Israel e por isso, a primeira palavra de Deus (o primeiro mandamento) é que eles não tivessem outros deuses além Dele, uma vez que isto os tornaria novamente escravos de seus ídolos.
Todo ídolo leva seu adorador a ser devorado, até que a morte o destrua. O ídolo, nada mais é que instrumento para que demônios destruam nossos relacionamentos pessoais, nossa saúde, nosso emocional e nos levem por fim a morte eterna, ao inferno, isto é, a uma vida eterna sem Deus.
Deus age como todo pai que deseja o bem do filho e por isso manda que o mesmo não coloque a mão no fogo, o orienta a não subir na cadeira para não cair, a não atravessar a rua para não ser atropelado por um veículo. Deus entrega não um mandamento com o fim de punir, de proibir por proibir ou ainda por egoísmo. Não! Deus diz uma palavra com o fim de proteger aqueles a quem libertou.
Deus havia prometido leva-los a terra de Canaã. O povo canaanita possuía vários deuses: para sexualidade, prosperidade, sabedoria, fertilidade, riquezas, animais, etc.
A lei visava prevenir Israel de não cair na tentação de servirem aos diversos deuses que encontrariam na terra de Canaã, pois se viessem a servirem estes deuses, eles se tornariam como os egípcios, iriam oprimir aos estrangeiros, sacrificariam seus filhos para apaziguar a ira destes falsos deuses, viveriam em busca de seus prazeres pessoais sem se importarem com a dor do seu próximo, valorizariam mais as riquezas do que uma vida.
Nossa sociedade hoje não é muito diferente dos egípcios ou dos povos que habitavam Canaã, mudou o modus operante, mas Mamon continua sendo adorado, pessoas matam umas as outras por riqueza e poder. Moloque continua sendo servido através de pais que sacrificam o futuro de seus filhos em busca de “sucesso” profissional, ainda outros sacrificam os filhos através da violência física ou emocional. Apolo é cultuado como o deus da masculinidade, do corpo perfeito, nas academias, onde jovens e adultos são capazes de colocarem a saúde em risco para terem o corpo perfeito. O culto a Apolo, o deus da beleza masculina, se encontro no culto ao corpo. Pessoa obcecadas medindo cada centímetro alcançado no bíceps, na panturrilha. Dedicam horas e mais horas para ganharem 1cm de massa muscular, entretanto não fazem esforço algum para melhorarem o relacionamento com Deus. Mulheres cultuam a Afrodite, a deusa da beleza feminina e da sensualidade, em busca também de um corpo perfeito. Elas se sujeitam a pagarem altos valores para uma cirurgia plástica, para alcançarem uma estética perfeita, assim como muitos homens passam horas malhando, se sujeitam a tomarem coquetéis para moldar o corpo. A sociedade de hoje inconscientemente continuam adorando a estes ídolos, falsos deuses, que os levam a um caminho de destruição e morte.
A verdade é que estes deuses não passam de demônios agindo por trás destes ídolos. Hoje eles não se apresentam por trás de um poste-ídolo, de uma escultura feita de gesso ou madeira, mas se apresentam por trás de conceitos propagados pelas mídias.
Deus pede para que os israelitas não servissem a outros deuses porque Ele sabia que estes deuses iriam aprisiona-los novamente e mata-los.
Segundo Ricardo Agreste a essência da idolatria se mostra “quando fazemos de algo a razão de nossa existência, nossa fonte primária de felicidade (nossos filhos, nosso trabalho, etc.), a base de nossa identidade e a força que nos orienta (eu não sou o que faço – não sou pastor – eu sou o Ricardo. O que serei se não puder mais pastorear?)”.
A pergunta que você deve fazer e responder com sinceridade: “Quem é meu o deus?” São os bens materiais, sucesso profissional, beleza física, prazer, meu cônjuge, meu filho. Nada disso é errado, mas o amor fora de ordem é pecado, segundo Santo Agostinho.

1)      Deus; 2) Conjuge; 3) Filhos; 4) Carreira profissional; 5) Igreja

Se você inverter a escala irá criar um ídolo ou no mínimo estará agindo fora da orientação de Deus.

Ø David Foster escritor americano e ateu convicto. Nascido no ano de 1962. Em 12 de setembro de 2008, David Foster Wallace foi encontrado enforcado. Segundo seu pai, ele sofria de depressão há mais de 20 anos, mas esta vinha se tornando mais severa nos meses que precederam seu suicídio.
Ø David Foster afirmou “que não existe ateísmo, que não existe a não adoração. Todo mundo adora algo. A única alternativa que temos é o que adorar”.

A única forma de sermos livres e permanecermos livres é adorando a Jesus, nosso Deus, acima de todas as coisas. Essa é única forma de você ser livre, mantendo Deus no lugar Dele, porque somente Ele te ama verdadeiramente e deseja seu bem. Por isso Ele te diz: “não adorarás a outros deuses”.

Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira




¹ Charles Robert Darwin nasceu em Shrewsbury, Shropshire, no Reino Unido, em 12 de fevereiro de 1809, em uma família próspera e culta. Seu pai, Robert Waring Darwin, foi médico respeitado. O avô paterno, Erasmus Darwin, poeta, médico e filósofo, era um evolucionista em potencial, cuja obra mais famosa, a Zoonomia (1794-1796), antecipava em muitos aspectos as teorias de Lamarck.
¹ Âdam pode se referir a um homem ou a raça humana. A maioria dos teólogos consideram que o nome Âdam se refere ao homem Adão, porque entendem que todo raça humana foi gerada de Adão (unidade da raça).
¹ Instinto → conjunto de tendências naturais, que derivam das necessidades fundamentais ou primárias do ser vivo. O animal é impelido a exercer todos os atos necessários à sua conservação individual ou específica, de acordo com sua espécie.
Do ponto de vista divino, a alma vive a sua vida natural através dos instintos. Esses instintos são forças motrizes da personalidade, com os quais o Criador dotou o homem para fazê-lo apto a uma existência terrena, como também, por outro lado, o dotou de faculdades espirituais para capacitá-lo a uma existência celestial.


¹ Inferno – Geena (no grego): deriva do hebraico gê (ben)(benê) hinnõm, o vale dos filhos de Hinnom, próximo de Jerusalém (Js 15:8; 18:16) onde crianças eram sacrificadas pelo fogo, atendendo a rituais pagãos, ou seja, sacrifícios de crianças vivas ao deus Moloque (2Rs 23:10; 2Cr 28:3; 33:6; Jr 7:31; 32:35). (New Bible Dictionary, pg. 463)
O lugar era usado para a incineração do lixo de Jerusalém e onde também se lançavam os corpos de animais mortos. Lá também eram lançados os criminosos, o que dá a idéia de um lugar de punição pelos pecados (Dt 32:22).

Hinom - “Fez ele também passar seus filhos pelo fogo na vale do filho de Hinom, e usou de adivinhações e de agouros, de feitiçarias, e consultou adivinhos e encantadores, e fez muitíssimo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar a ira” (2Cr 33.6).
As referências bíblicas nas quais aparece a expressão “vale do filho de Hinom”, correspondente à palavra grega Geena, são: Jr 32.35 e 2 Cr 28.3. O rei Josias pôs fim a esses sacrifícios de crianças inocentes. “Também profanou o Tofete, que está no vale dos filhos de Hinom, para que ninguém fizesse passar a seu filho, ou sua filha, pelo fogo a Moloque” (2 Rs 23.10).
Esse local se tornou símbolo do castigo eterno nas palavras de Jesus. Das doze vezes em que aparece a palavra Geena como símbolo do inferno, lugar de tormento eterno e consciente, onze são encontradas nos ensinos de Jesus e sempre como lugar que deve ser evitado, mesmo com o prejuízo de qualquer bem terreno, por mais valioso que seja. Todas as suas ocorrências: Mt 5.22, 29,30; 10.28; 18.9; 23.15, 33; Mc 9.43, 45, 47; Lc 12.5; Tg 3.6.
“E, tendo chegado ao outro lado, à província dos gadarenos, saíram-lhe ao encontro dois endemoninhados, vindos dos sepulcros; tão ferozes eram que ninguém podia passar por aquele caminho. E eis que clamaram, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo? E perguntou-lhes Jesus, dizendo: Qual é o teu nome? E ele disse: legião; porque tinham entrado nele muitos demônios. E rogavam-lhe que os não mandasse para o abismo” (Lc 8.30-31, destaque do autor).

Tártaro – Do grego, aparece em 2Pe 2:4, que representa um abismo mitológico para a confinação dos anjos rebeldes. (Expository Dictionary of Bible Words, pg. 337).
Uma única vez aparece na Bíblia o vocábulo inferno como tradução da palavra grega Tártaro. Isto ocorre em 2 Pe 2.4. “Porque, se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas havendo-os lançado no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo.” Tártaro é um lugar semelhante à palavra grega Geena.

Hades (Grego): Já esta palavra grega significa mundo invisível dos mortos e em alguns lugares foi traduzida como sepultura e corresponde a Seol (hebraico): Mt 11:23; 16:18; Lc 10:15; 16:23; At 2:27, 31; 1Co 15:55; Ap 1:18; 6:8; 20:13, 14.
Sepultura, sepulcro, túmulo: Existem palavras no hebraico específicas para sepultura. São elas: Kever e Kevurah. No grego é Mnema

Diferenças entre Seol/Hades e Kever-Kevurá/Mnema-Mnemeion
1. Enquanto Jonas comparou suas angústias no ventre do grande peixe como sendo o Seol, demonstrando ser um lugar de consciência (Jn 2.1,2), no Kever o corpo está inconsciente;
2. Enquanto Seol/Hades só aparece no singular, Kever aparece no singular e no plural (sepultura, sepulturas - Êx 14.11);
3. Enquanto Kever/Mnema sempre é relacionado ao corpo, Seol/Hades só é mencionado em relação ao espírito e à alma (Lc 16.22-25);
4. Enquanto não há nenhuma referência à alma descendo ao Kever/Mnemeion (sepultura) e o corpo ao Seol/Hades, há referências à alma indo ao Seol/Hades.(Lc 16.22,23);
5. Enquanto na morte de Jesus seu corpo foi ao Kever (Is 53.9), no grego Mnemeion (Jo 19.41-42), a sua alma foi ao Seol (Sl 16.10), no grego Hades (At 2.27).A palavra Geena

Expressões bíblicas sobre o inferno que denotam sofrimento, e não descanso.
1. “E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado” (Lc 16.22-25).
2. “E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mt 13.42).
3. “Portanto, se a tua mão ou o teu pé te escandalizar, corta-o, e atira-o para longe de ti; melhor te é entrar na vida coxo, ou aleijado, do que, tendo duas mãos ou dois pés, seres lançado no fogo eterno” (Mt 18.8)
4. “Se alguém adorar a besta, e a sua imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão, também este beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro. E a fumaça do seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu nome” (Ap 14.9-11).
5. “E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre” (Ap 19.20).
6. “E o diabo, que os enganava, e foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre” (Ap 20.10).

Jesus afirmou que o inferno é um lugar destinado ao diabo e seus anjos. Se qualquer pessoa for para lá, será contra a vontade de Deus. O homem no inferno é um intruso (Mt 25.41,46).
“Se qualquer coisa menos que a punição eterna for devida em vista do pecado, que necessidade havia de um sacrifício infinito para livrar do castigo? Jesus derramaria seu precioso sangue para livrar-nos das conseqüências de nossa culpa, se tais conseqüências fossem apenas temporárias? Conceda-se-nos a verdade de um sacrifício infinito, e disso tiraremos a conclusão de que o castigo eterno é uma verdade”.
* “Diplêurico”, de dois lados, “monoplêurico”, de um só lado. Formação: O prefixo “di”, dois, e pleuron, do grego, que significa “lado”, Nota do tradutor.
* Em português, foi adotada por versões respeitáveis como Almeida, Edição revista e Corrigida e Edição Revista e Atualizada no Brasil, e a Tradução Brasileira. Nota do tradutor.
[2] Westrm. Larger Cat. (Catecismo Maior), perg. 31.
* Cf. a versão de Almeida, Edição, Revista e Corrigida, e a Authorized King James Version. Nota do tradutor.

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