A IRA DE DEUS
Série: Apocalipse (13
parte)
Hoje iremos
refletir nos capítulos 14,15 e 16. Nós iremos lê-los, mas não vou me deter em
detalhes dos versos, pois eles são o relato de tudo que já falamos até aqui,
mas trazendo ênfases em novos pontos da história. O capítulo quatorze é uma
síntese de tudo que falamos (Apocalipse
14.1-5).
1 Então olhei, e diante de mim
estava o Cordeiro, de pé sobre o monte Sião, e com ele cento e quarenta e
quatro mil que traziam escritos na testa o nome dele e o nome de seu Pai. 2 Ouvi um som do céu como o de muitas águas e de um
forte trovão. Era como o de harpistas tocando suas harpas. 3 Eles
cantavam um cântico novo diante do trono, dos quatro seres viventes e dos
anciãos. Ninguém podia aprender o cântico, a não ser os cento e quarenta e
quatro mil que haviam sido comprados da terra. 4 Estes são os que não
se contaminaram com mulheres, pois se conservaram castos e seguem o Cordeiro
por onde quer que ele vá. Foram comprados dentre os homens e ofertados como
primícias a Deus e ao Cordeiro. 5
Mentira nenhuma foi encontrada em suas
bocas; são imaculados. (Apocalipse 14.1-5)
Estamos
novamente diante a visão do capítulo sete, os 144 mil, que é a totalidade do
povo de Deus, tanto do Antigo Testamento como do Novo Testamento, os 144 mil é
a Igreja de Cristo. Ela está diante do trono de Deus, na presença dos quatro
seres viventes e dos anciãos. O destaque é que o povo de Deus é apresentado
como um povo puro, como quem não se prostituiu com outros deuses.
Assim deveríamos viver, mas sabemos que de fato não somos este povo que nenhuma mentira foi encontrada em nós, há muita mentira em nosso meio; não somos imaculados. Entretanto assim estaremos no céu e assim seremos recebidos no céu, pois o sangue de Jesus Cristo, o Cordeiro de Deus, nos justificou e nos santificou para Deus.
Depois disso
João vê uma série de anjos. Vejamos o primeiro anjo (Apocalipse 14.6,7).
6 Então vi outro anjo, que voava
pelo céu e tinha na mão o evangelho eterno para proclamar aos que habitam na
terra, a toda nação, tribo, língua e povo. 7 Ele disse em alta voz: "Temam a Deus e
glorifiquem-no, pois chegou a hora do seu juízo. Adorem aquele que fez os céus,
a terra, o mar e as fontes das águas". (Apocalipse
14.6,7)
Este primeiro
anjo voava pelo céu não pregando o evangelho para salvação, mas anunciando o
evangelho para juízo. Este anjo proclama as boas novas que chegou o tempo do
juízo. Logo depois dele vem outro anjo (Apocalipse
14.8).
8 Um segundo anjo o seguiu,
dizendo: "Caiu! Caiu a grande Babilônia que fez todas as nações beberem do
vinho da fúria da sua prostituição!" (Apocalipse
14.8)
Este segundo
anjo vem gritando que caiu a grande Babilônia. Ele não está se referindo
literalmente a cidade da Babilônia, mas a toda forma de pecado e prazer que
induziram os homens a uma vida de prostituição espiritual. Ele se refere ao
sistema e a cultura implantada pelo diabo no mundo dos homens. Surge um terceiro
anjo (Apocalipse 14.9-13).
9 Um terceiro anjo os seguiu,
dizendo em alta voz: "Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber a
sua marca na testa ou na mão,
10 também beberá do vinho do furor de Deus que foi derramado sem mistura no
cálice da sua ira. Será ainda atormentado com enxofre ardente na presença dos
santos anjos e do Cordeiro, 11 e a fumaça do tormento de tais pessoas sobe para todo
o sempre. Para todos os que adoram a besta e a sua imagem, e para quem recebe a
marca do seu nome, não há descanso, dia e noite". 12 Aqui
está a perseverança dos santos que obedecem aos mandamentos de Deus e
permanecem fiéis a Jesus. 13 Então ouvi uma voz do céu dizendo: "Escreva:
Felizes os mortos que morrem no Senhor de agora em diante". Diz o
Espírito: "Sim, eles descansarão das suas fadigas, pois as suas obras os
seguirão". (Apocalipse 14.9-13)
O terceiro anjo
surge descrevendo o destino daqueles que receberam a marca da besta, daqueles
que viveram segundo o sistema implantado pelo anticristo. E mais uma vez nos
ensina que a grande vitória do cristão é permanecer fiel a Jesus até o fim. A
nossa vitória não está na prosperidade que este mundo pode nos oferecer, mas na
renúncia a essa vida próspera que este mundo pode nos oferecer. Felizes são os
que morrem no Senhor por não aceitarem a vida oferecida pelo sistema
mercadológico do anticristo.
Após o anúncio
do destino daqueles que se embebedaram no prazer oferecido pela besta e pela
grande meretriz, a Babilônia, João vê Jesus pronto para a colheita.
A partir do
verso quatorze o capítulo nos introduz algo novo em relação ao que já vimos. Os
versos seguintes irão falar da colheita. Esse é o tempo que Jesus irá separar
os que receberam o selo de Deus e os que receberam a marca da besta. Chegou o
tempo de separar o joio do trigo. A consumação do século chegou (Apocalipse 14.14).
14 Olhei, e diante de mim estava
uma nuvem branca e, assentado sobre a nuvem, alguém "semelhante a um filho
de homem". Ele estava com uma coroa de ouro na cabeça e uma foice afiada
na mão. (Apocalipse 14.14)
Então surge um quarto anjo que traz uma mensagem direta de Deus Pai, a
Jesus, conforme podemos ler (Apocalipse
14.15,16).
15 Então saiu do santuário um
outro anjo, que bradou em alta voz àquele que estava assentado sobre a nuvem:
"Tome a sua foice e faça a colheita, pois a safra da terra está madura;
chegou a hora de colhê-la". 16 Assim, aquele que estava assentado sobre a nuvem
passou sua foice pela terra, e a terra foi ceifada. (Apocalipse
14.15,16)
Os santos de
Deus foram separados, mas surgem dois outros anjos para ceifar o joio, aqueles
que se prostituíram espiritualmente, que receberam a marca da besta, que
acolheram o sistema cultural, político e econômico implantado pelo diabo ao
longo dos anos.
O tempo do
tormento chegou para os incrédulos, para os adoradores do anticristo, para os
que se embebedaram no prazer oferecido pela grande Babilônia (Apocalipse 14.17-20).
17 Outro anjo saiu do santuário do
céu, trazendo também uma foice afiada. 18 E ainda outro anjo, que tem autoridade sobre o fogo,
saiu do altar e bradou em alta voz àquele que tinha a foice afiada: "Tome
sua foice afiada e ajunte os cachos de uva da videira da terra, porque as suas
uvas estão maduras!" 19 O anjo passou a foice pela terra, ajuntou as uvas e as
lançou no grande lagar da ira de Deus. 20 Elas foram pisadas
no lagar, fora da cidade, e correu sangue do lagar, chegando ao nível dos
freios dos cavalos, numa distância de cerca de trezentos quilômetros. (Apocalipse 14.17-20)
As uvas que
estão sendo pisadas aqui são os homens e as mulheres que viveram na
incredulidade, idolatria, feitiçaria, mentira. Homens e mulheres que viveram na
imoralidade sexual (LGBT+, adúlteros, etc.), assassinos, religiosos que falam
em nome de Jesus, mas não fizeram a vontade de Deus Pai. Homens e mulheres que
não se arrependeram dos seus pecados; que não se renderam ao Senhorio de Jesus
Cristo. Estes estão sendo pisados por Deus. Espero que você não esteja neste
lagar da ira de Deus. Ainda é tempo de se arrepender.
O capítulo
quinze se inicia com a visão de sete anjos e sete pragas ou sete flagelos.
Alguns estudiosos entendem que o capítulo quinze e dezesseis narram
acontecimentos que ocorrerão um pouco antes da colheita final narrada no
capítulo quatorze.
1 Vi no céu outro sinal, grande e
maravilhoso: sete anjos com as sete últimas pragas, pois com elas se completa a
ira de Deus. (Apocalipse 15.1)
Todo o livro do
Apocalipse nos mostra que o juízo de Deus vem acontecendo de forma crescente na
história. Da mesma forma o livro nos mostra que a ira de Deus vem crescendo
também ao longo da história da humanidade. Chegamos a um momento da história
que o cálice da ira de Deus se encheu e agora sua ira será derramada sobre os
homens.
Trombetas já
foram anunciadas dando aos homens a oportunidade de se arrependerem. O castigo
era sobre um terço da humanidade, sobre um terço do mar, da terra, mas agora
não há mais anuncio para arrependimento, a ira já não é mais parcial, abrange
tudo e a todos. Não há mais salvação. O tempo da graça terminou. Contudo Deus
mais uma vez inicia trazendo a memória de João e a nós que estamos lendo que
ele já colocou seu povo num lugar seguro, conforme podemos ler em Apocalipse 15.2-4.
2 Vi algo semelhante a um mar de vidro
misturado com fogo, e, de pé, junto ao mar, os que tinham vencido a besta, a
sua imagem e o número do seu nome. Eles seguravam harpas que lhes haviam sido
dadas por Deus, 3 e cantavam o cântico
de Moisés, servo de Deus, e o cântico do Cordeiro: "Grandes e maravilhosas
são as tuas obras, Senhor Deus todo-poderoso. Justos e verdadeiros são os teus
caminhos, ó Rei das nações. 4 Quem não te temerá, ó Senhor? Quem não glorificará o
teu nome? Pois tu somente és santo. Todas as nações virão à tua presença e te
adorarão, pois os teus atos de justiça se tornaram manifestos". (Apocalipse 15.2-4)
Enquanto a
Igreja está segura no céu, a ira de Deus alcança a todos que não deram ouvidos
aos anúncios das trombetas e nem ao Evangelho pregado por sua Igreja. A ira não
só alcança a toda humanidade rebelde, mas ela alcança toda criação.
O capítulo
quinze termina nos preparando para o derramamento da ira de Deus. No capítulo
dezesseis é que a ira de Deus começa a ser derramada. O capítulo dezesseis
descreve os acontecimentos como consequência das sete taças da ira de Deus.
O tempo de
duração destes últimos acontecimentos, que descrevem a ira de Deus sobre os
ímpios, não sabemos definir. O que vemos aqui são castigos semelhantes aos
descritos na abertura dos quatro primeiro selos e das seis primeiras trombetas,
mas agora com maior intensidade e maior extensão. Vamos ler todo o capítulo
dezesseis.
1 Então ouvi uma forte voz que
vinha do santuário dizendo aos sete anjos: "Vão derramar sobre a terra as
sete taças da ira de Deus". 2 O primeiro anjo foi e derramou a sua taça pela terra,
e abriram-se feridas malignas e dolorosas naqueles que tinham a marca da besta
e adoravam a sua imagem. 3 O segundo anjo derramou a sua taça no mar, e este se
transformou em sangue como de um morto, e morreu toda criatura que vivia no
mar. 4 O terceiro anjo derramou a sua taça nos rios e nas
fontes de águas, e eles se transformaram em sangue. 5 Então
ouvi o anjo que tem autoridade sobre as águas dizer: "Tu és justo, tu, o
Santo, que és e que eras, porque julgaste estas coisas; 6 pois
eles derramaram o sangue dos teus santos e dos teus profetas, e tu lhes deste
sangue para beber, como eles merecem". 7 E ouvi o altar
responder: "Sim, Senhor Deus todo-poderoso, verdadeiros e justos são os
teus juízos". 8 O quarto anjo derramou a sua taça no sol, e foi dado
poder ao sol para queimar os homens com fogo. 9 Estes foram queimados
pelo forte calor e amaldiçoaram o nome de Deus, que tem domínio sobre estas
pragas; contudo se recusaram a se arrepender e a glorificá-lo. 10 O
quinto anjo derramou a sua taça sobre o trono da besta, cujo reino ficou em
trevas. De tanta agonia, os homens mordiam a própria língua, 11 e
blasfemavam contra o Deus do céu, por causa das suas dores e das suas feridas;
contudo, recusaram-se a arrepender-se das obras que haviam praticado. 12 O
sexto anjo derramou a sua taça sobre o grande rio Eufrates, e secaram-se as
suas águas para que fosse preparado o caminho para os reis que vêm do Oriente.
13 Então vi saírem da boca do dragão, da boca da besta e da boca do falso
profeta três espíritos imundos semelhantes a rãs. 14 São
espíritos de demônios que realizam sinais miraculosos; eles vão aos reis de
todo o mundo, a fim de reuni-los para a batalha do grande dia do Deus
todo-poderoso. 15 "Eis que venho como ladrão! Feliz aquele que
permanece vigilante e conserva consigo as suas vestes, para que não ande nu e
não seja vista a sua vergonha". 16 Então os três espíritos os
reuniram no lugar que, em hebraico, é chamado Armagedom. 17 O
sétimo anjo derramou a sua taça no ar, e do santuário saiu uma forte voz que
vinha do trono, dizendo: "Está feito!" 18 Houve, então,
relâmpagos, vozes, trovões e um forte terremoto. Nunca havia ocorrido um
terremoto tão forte como esse desde que o homem existe sobre a terra. 19 A
grande cidade foi fracionada em três partes, e as cidades das nações se
desmoronaram. Deus lembrou-se da grande Babilônia e lhe deu o cálice do vinho
do furor da sua ira. 20 Todas as ilhas fugiram, e as montanhas desapareceram.
21 Caíram sobre os homens, vindas do céu, enormes pedras de granizo, de
cerca de trinta e cinco quilos cada; eles blasfemaram contra Deus por causa do
granizo, pois a praga fora terrível. (Apoclipse 16.1-21)
As
sete últimas pragas serão derramadas por Deus sobre os ímpios, após o fim do
tempo da graça e o arrebatamento da igreja, que acontecerá simultaneamente com
a Segunda Vinda de Cristo. Veja que o dragão, o anticristo e o falso profeta
continuam na terra e sofrerão a ira de Deus. Isto significa que estamos falando
do período final da grande tribulação e inicio do Dia do Senhor.
Pessoalmente
acredito que estas sete taças derramadas da ira de Deus descrevem os
acontecimentos do sexto selo. O sexto
selo de Apocalipse seis e as sete taças para mim são a mesma coisa, se referem
ao mesmo período.
REFLEXÃO FINAL
Vimos que a ira
de Deus é uma realidade. O tempo do castigo dos ímpios chegará. Eu quero
terminar essa mensagem tentando extrair algumas lições para nós diante desta verdade.
·
A primeira
lição:
Nem todos serão salvos – Alguns
pastores e algumas linhas teológicas defendem que no fim de tudo, todos os
seres humanos serão salvos porque Deus é amor. E afirmam também que por meio do
sacrifício de Jesus todos os seres humanos foram justificados, não tendo mais
sobre si condenação alguma. Isso é verdade, mas é meia verdade.
Apocalipse nos
mostra que nem todos serão salvos. Somente aqueles que se renderam a Jesus
Cristo e não se curvaram a besta, não se entregaram aos prazeres oferecidos
pela grande meretriz, a Babilônia, que representa um sistema de vida e não uma
cidade literal, somente estes é que serão salvos. Portanto viva em santidade,
viva somente para Deus, pois a salvação não é para todos. Se renda ao senhorio
de Jesus Cristo enquanto é tempo ou você será pisado no lagar da ira de Deus.
·
A segunda lição: A ira de Deus é um ato de justiça e de amor
– Deus criou o mundo com o fim de que os homens se relacionassem no mais
perfeito amor uns com os outros, assim como Deus se relaciona em amor na
Trindade Santíssima.
Agora pense na
corrupção que acontece nos bastidores dos nossos congressos, nas câmaras de vereadores,
nas salas de reuniões de grandes empresários, nos encontros de porões do
submundo. Essas pessoas destroem qualquer possibilidade de melhoria na vida dos
mais pobres. Elas as condenam a viverem sem saúde, sem moradia, sem escola, sem
educação, sem dignidade, pois a cada ato de corrupção desviam o dinheiro que
era para ser investidos nestes seres humanos, que são a maioria em nosso país. Pense
no mercado da prostituição que incentiva o sequestro de crianças para fazê-las
prostitutas, tirando as crianças da segurança de seus lares e as colocando nas
mãos de criminosos sem escrúpulos, sem alma alguma. Pense nessas crianças que
se tornaram adultas e que agora vivem da prostituição se sentido lixo,
desprezadas pela sociedade, atacadas pela igreja e condenadas ao inferno, não
encontrando um lugar para repouso, um ombro amigo para chorar. Pense no mercado
da pedofilia que incentiva o abuso sexual de nossas crianças. Que desperta em
adultos um desejo sexual nojento ao ponto de os levarem a seduzir crianças inocentes,
destruindo todo o futuro destes pequeninos seres humanos que ainda estão em
formação.
Agora pense se
você fosse o pobre que está sendo roubado por aqueles que deveriam te ajudar e
que todos os dias ora a Deus clamando por um trabalho, por um prato de comida,
por um salário digno, por uma oportunidade para sair da miséria, por um remédio
que não consegue comprar, por uma casa que não seja levada pelo vento, pelos
deslizamentos. Pense em Deus ouvindo sua oração e olhando para todos estes
homens que te roubam, que usam do poder e de suas riquezas para te oprimir, te
mantendo prisioneiro desta situação indigna com o fim de usar de sua miséria
para se perpetuarem no poder e continuarem se enriquecendo ainda mais. A ira de
Deus é um ato de justiça e de amor.
Agora pense se
você fosse o pai que teve sua filha sequestrada para ser abusada todos os dias
por homens inescrupulosos e malignos. Todos os dias ter que tirar sua roupa e
sem escolha deixar que homens penetrem no que lhe é mais intimo. Todos os dias
quando isto acontece, a humanidade desta menina está sendo arrancada,
destruída. Como uma menina como essa não vai odiar a vida? Qual a esperança
desta menina se não for à igreja de Cristo? Qual seria o tamanho de sua ira
como pai ao saber que estão destruindo a sua menina? O quanto você clamaria por
justiça ou desejaria fazer justiça? Sem dúvida que a dor de Deus ainda é maior
que a deste pai, que a desta mãe que teve sua filha tirada de seus braços para
saciar o desejo sexual de homens, escravos deste sistema maligno implantado por
Satanás. Deus não se calará diante as injustiças dos homens. A ira de Deus é um
ato de justiça e amor.
Pr. Cornélio
Póvoa de Oliveira
10/07/2022
(noite)
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