A RESPONSABILIDADE QUE NASCE DE NOSSA VOCAÇÃO PRIMÁRIA
NOSSA VOCAÇÃO PRIMÁRIA NOS CHAMA A RESPONSABILIDADE
REFLEXÃO DE MATEUS 28.19-20
“19Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; 20ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século”.
Este texto que hoje vamos discorrer é a ordem da Grande Comissão. Essa ordem é expressão de nossa vocação primária.
No último domingo eu falei sobre nossa vocação primaria. Falamos que fomos criados por Jesus e para Ele. Isto significa que fomos chamados primeiro para servir a Deus sendo para Ele servos, filhos, propriedade, sal e luz. A escolha deste texto para nossa reflexão é porque o texto nos apresenta as tarefas ou responsabilidades de nossa vocação primaria.
Contudo antes de analisar o texto gostaria de levantar algumas questões:
Qual o seu sonho? O que consome seus pensamentos? Quanto você está disposto a dar de sua vida para alcançar este sonho? Este sonho tem reflexo na eternidade? Este sonho armazenará tesouros no céu para você? Ele redundará em glória para Deus?
Muitas vezes gastamos muito de nossa vida para alcançarmos sonhos que não tem ecos na eternidade, que são apenas sonhos egoístas e mesquinhos de nossa parte, que não trazem gloria alguma a Deus. Entretanto, estamos diante de um texto onde o sonho de Deus nos é apresentado. Você sabe o que isso significa? Deus está revelando a você e a mim o seu grande sonho. Você tem a oportunidade de realizar algo significativo em sua vida! Você tem a oportunidade de colaborar na realização do sonho de Deus. Se você gastar mais de sua vida em busca de realizar a vontade de Deus você estará ajuntando tesouros no céu, estará fazendo algo que refletirá na eternidade.
Para entendermos melhor o vontade de Deus para nós pretendo analisar os quatro verbos desta ordem. Estes verbos definem a nossa ação, responsabilidades e privilégios como servos de Deus de colaborarmos para que a vontade de Deus se cumpra na vida dos homens.
1 - Ide (poreuqentes - poreutentes) à particípio aoristo passivo
A união do particípio e imperativo faz com que o imperativo se torne mais forte, por isso encontramos em várias traduções os verbos no imperativo “ide”, é o que acontece em Marco 16.15. A junção do particípio com o imperativo nos traz a idéia de uma ação continua. Jesus está dizendo: vão fazendo discípulos... Na medida em que você vai indo, vai fazendo discípulos, vai batizando e vai ensinando.
O interessante é que os discípulos não foram em direção as outras culturas, as outras nações, embora essa fosse a ordem clara de Jesus para eles. Em Atos 1.8 lemos que eles receberam novamente a orientação com respeito à vontade de Deus, mais uma vez os sonhos de Deus lhe foram apresentados; entretanto eles deixaram seus desejos falarem mais altos que os de Deus.
Eles só foram em direção aos outros povos por causa da perseguição que veio a igreja conforme podemos ler em Atos 8.1. A perseguição os obrigou a sair da zona de conforto. Ao verem suas vidas ameaçadas, os cristãos, fugiram e se espalharam primeiro na região da Judéia e Samaria e através de Paulo foram para outras regiões chegando até a Ásia.
Obedecer ao “ide” não foi algo tão fácil, mesmo sendo obrigados a sair da zona de conforto, alguns dos discípulos ainda não conseguiram realizar a vontade de Deus, porque seus preconceitos e valores eram maiores do que os sonhos de Deus.
Por exemplo, Pedro precisou de uma revelação especial da parte de Jesus para poder compreender que o evangelho era para ser anunciado a todos os povos, raças e nações. A mensagem da salvação não era uma exclusividade para o povo judeu.
Você e eu fomos chamados por Deus para pregarmos o Evangelho a todas as pessoas. Você é convidado por Deus para colaborar no projeto de Seus sonhos. Quando você prega o evangelho a alguém você está realizando o sonho de Deus e esta fazendo algo que vai ecoar na eternidade.
Muitas vezes agimos como os primeiros discípulos de Jesus. Sabemos qual o sonho de Deus, qual Sua vontade, mas nossos sonhos, desejos, medos e conceitos se tornam grandes demais em nós e abafam o que podemos realizar para Deus.
Não deixe seus sonhos se tornarem maiores do que o de Deus impedindo você de pregar o Evangelho. Cuidado com os conceitos e valores que você possui, porque se eles não te levam a amar as pessoas de forma a desejá-las no céu com você; eles não são os conceitos e valores que Deus possui.
Cuidado com a zona de conforto! Somos tendenciosos a nos acomodar quando encontramos um lugar seguro, confortável e agradável a nós. Muitas vezes pregar o evangelho significa que seremos incomodados, perseguidos e incompreendidos. Pregar o Evangelho de Cristo exige de nós que saíamos da zona de conforto.
A ordem é proativa, eu devo ir em direção ao pecador e lhe anunciar o Evangelho. Essa ordem é para nós um privilégio, pois Deus está dando para nós a oportunidade de participarmos do Seu sonho e de realmente realizarmos algo valoroso para toda eternidade.
1.1 – O “ide” é uma forma de viver intencional
Como já dissemos o “ide” está no particípio para nós gerúndio, apresentando a idéia de uma ação continua. Vivo a cada dia indo e fazendo o sonho de Deus se tornar realidade na vida de uma pessoa.
Devemos viver com a intencionalidade de pregar o evangelho a alguém. Só poderemos fazer discípulos se pregarmos o Evangelho primeiro.
Paulo é um bom exemplo de alguém que viveu levando a sério o sonho de Deus de alcançar todas as pessoas. Ele optou por viver com intenção de ganhar almas para Cristo. Leiamos 1 Co 9.19-21.
Paulo está dizendo que conscientemente ele se fazia escravo de todos com o fim de criar pontes para falar de Cristo as pessoas. Paulo também diz que procedia como judeu para mostrar Cristo aos judeus. Quando sua intenção era levar Cristo aos gentios, ele procedia como um deles.
Se minha intenção é ganhar a torcida do Palmeiras para Deus, vou vestir a camisa do Palmeiras, vou abraçar a bandeira do verdão, vou me fazer de fraco para ganhar os fracos. Sei que será uma tarefa muito difícil de realizar, um sacrifício muito grande, entretanto ainda assim me alegrei por saber que esta é a vontade de Deus. Embora Deus seja fiel, Ele ama a todos os pecadores.
Jesus veio até nós. Ele é nosso grande exemplo: portanto vamos em direção ao nosso próximo. Jesus veio e cumpriu a vontade do Pai. Que nós possamos viver para cumprir a vontade de Jesus que é a vontade do Pai.
Portanto crie as oportunidades, as façaelas acontecerem para que você testemunhe a Palavra de Deus e a Salvação que há em Cristo Jesus. Não fique esperando as pessoas perguntarem sobre sua fé. Provoque algo que lhe ofereça a oportunidade de falar de Jesus Cristo.
2 – Fazei discípulos à imperativo ativo
2.1 – O que é um discípulo?
Um discípulo é mais que um aprendiz, é alguém que deseja se tornar como o mestre. Discípulo não é alguém que já aprendeu, mas alguém que está sempre aprendendo. Os dias de escola do cristão nunca se acabam.
2.2 – Como posso fazer um discípulo?
2.2.1 – Para que eu possa fazer um discípulo eu devo primeiramente me relacionar com as pessoas.
Preciso vencer os preconceitos estabelecidos pela sociedade com relação aos outros. Preciso ir ao encontro daqueles que estão marginalizados, sejam ricos ou pobres, patrões ou empregados, negros ou brancos, homossexuais ou heterossexuais, prostitutas ou beatas, homens ou mulheres, velhos ou jovens; enfim preciso ir ao encontro de toda sociedade.
Jesus passou por cima dos conceitos já estabelecidos de sua época. Nos tempo de Jesus os públicanos, as prostitutas, os amasiados, leprosos, estrangeiros eram todos rejeitados tratados como pecadores imperdoáveis, porque cobravam impostos de maneira injusta e segunda a vontade do Império Romano, ou porque viviam de forma vergonhosa, amaldiçoados segundo eles pelo próprio Deus. Entretanto ao contrário do que a sociedade esperava, Jesus estabeleceu relacionamentos com estas pessoas.
Não fique julgando as pessoas que estão próximas de você. Olhe para elas com os olhos de Deus. Ame-as, ajude-as, se relacione com elas e faça a diferença na vida daqueles que Deus tem colocado ao seu lado. Faça diferença na vida de seus colegas de trabalho, de escola, na vida de sua família, do clube que você freqüenta. Se relacione intencionalmente com todos a fim de ganhá-las para Cristo.
2.2.2 – Pregar o Evangelho para elas
Sobre isto já falamos no primeiro ponto deste estudo.
3 – Batizando-as...
Uma vez que alguém aceita a Jesus Cristo como Senhor de sua vida, ela deve ser direcionada ao batismo. Muitas vezes queremos primeiro ensinar tudo sobre a Bíblia para depois batizá-la; não é isso que a Bíblia nos ensina.
Pedro batizou a todos que creram na mensagem da cruz, assim que estes aceitaram a Jesus Cristo como Senhor. O crescimento, conhecimento bíblico e da pessoa de Deus é um processo continuo na vida do cristão e que não deve impedi-la de ser batizada.
Filipe batizou o eunuco sem que este precisasse primeiramente passar por um curso profundo a respeito da pessoa de Jesus Cristo. Atos 8.34-38 – Filipe batizou o eunuco simplesmente pelo fato de sua confissão de fé em Cristo Jesus.
Não batizamos porque pensamos que as pessoas precisam tomar banho ou porque gostamos de vê-las passando frio. Batizamos porque Jesus nos ordenou que assim o fizéssemos.
O batismo simboliza compromisso com Cristo. O batismo é a primeira prova de obediência que o Cristão deve dar a Jesus como reconhecimento de Seu senhorio. Quem se batiza está dizendo: “Eu estou disposto a obedecer a Jesus Cristo em tudo”. O batismo é o reconhecimento público do compromisso que assumo com Cristo; é o meu testemunho de que minha vida pertence a Jesus Cristo.
4 – Ensinar a respeito de Cristo
Entendo que as pessoas só se tornarão discípulas se forem ensinadas sobre Cristo. Nosso trabalho não termina quando a pessoa aceita a Jesus Cristo como Senhor. Precisamos levar esta pessoa a se tornar um discípulo de Jesus Cristo. Isto significa que precisamos levar esta pessoa a pensar como Jesus, a agir como Jesus, a ter no coração os valores e princípios que Jesus demonstrou em Sua vida.
Quando estivermos fazendo isto, estaremos obedecendo a ordem e ao desejo de Jesus “ensinado-os a guardar todas as coisas que Ele nos ensinou”.
O discípulo precisa aprender mais e mais a respeito de seu mestre. Somente o aprendizado o levará ao amadurecimento e o amadurecimento o tornará mais capaz de realizar e viver a vontade de Deus em sua plenitude.
Paulo disse que nosso alvo é nos tornarmos como Jesus – “chegarmos à estatura da plenitude de Cristo” (Efésios 4.13).
Eu e você precisamos ter a disposição de ensinar e também de aprender, pois no Corpo de Cristo somos ao mesmo tempo mestres e alunos. Ensinamos e aprendemos enquanto vivemos nos relacionando uns com os outros.
CONCLUSÃO: Ir, fazer discípulos, batizar e ensinar todos estes verbos nos chamam para uma ação. Precisamos agir segundo as Palavras de Jesus.
Não podemos nos esconder no medo, na vergonha, na timidez, etc. Vidas estão em jogo. O inferno pode ser a próxima morada eterna de alguém que está muito próximo de você. O que você está fazendo para mudar esta história. Pare de procurar desculpas e obedeça a ordem de Jesus. Você está tendo o privilégio de conhecer a vontade de Deus e participar de um projeto que redundará em tesouros eternos.
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