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segunda-feira, 20 de julho de 2009

FAMÍLIA 1 - AS IMPLICAÇÕES DE SER PAI

AS IMPLICAÇÕES DE SER PAI
Dt 6:1-9

Deus chama suas criaturas para viverem sob autoridade. Ele é a nossa autoridade e outorgou autoridade a pessoas, dentro das instituições que estabeleceu (lar, igreja, estado, negócios).

1 – É exercer autoridade (Ef 6:1, 2)
Vocês não devem se envergonhar de serem autoridade sobre seus filhos. Vocês exercem autoridade como agentes de Deus. Não devem orientar seus filhos segundo seus próprios interesses e conveniência. Precisam orienta-los segundo os padrões de Deus para o bem deles.
Nossa cultura tende continuamente a assumir os extremos. Em autoridade, tendemos a um autoritarismo excessivo ou uma postura fraca (Ef 6:4; Cl 3:21). Deus os chama, através de sua Palavra e exemplo, a exercerem uma autoridade verdadeiramente gentil. Deus os chama a exercerem autoridade, e não a obrigarem seus filhos a fazerem o que vocês querem. Ele os chama a serem verdadeiros servos, ou seja, autoridades que entregam suas próprias vidas. O propósito de sua autoridade nas vidas de seus filhos não é mantê-los debaixo do seu poder, mas capacita-los a serem pessoas autocontroladas que vivem livremente sob a autoridade de Deus.
Jesus é o exemplo desse estilo de vida. Aquele que tem o comando, Aquele que possui toda autoridade veio como um Servo. Ele é o Soberano que serve; também é o Servo que governa. Ele exerce a autoridade soberana que é gentil – autoridade exercida em favor de seus súditos. Em João 13:3, mesmo sabendo que o Pai colocara todas as coisas sob sua autoridade, Jesus tomou uma toalha e lavou os pés dos discípulos. Quando seu povo se submete à sua autoridade, é capacitado a viver livremente na liberdade do evangelho.
Como pais, vocês precisam exercer autoridade. Precisam exigir a obediência de seus filhos, visto que eles são chamados por Deus a obedecerem e honrarem vocês. Precisam exercer autoridade, não como um cruel carrasco, mas como quem verdadeiramente os ama.
Como pai ou mãe, você possui autoridade porque Deus o chama para ser autoridade sobre a vida de seu filho. Você tem autoridade para agir em nome de Deus. Como um pai ou uma mãe, você não exerce comando sob a sua jurisdição, mas sob a de Deus. Você atua sob o comando dEle. Você cumpre um dever que lhe foi dado por Ele. Você não pode tentar moldar as vidas de seus filhos como lhe agrada, e sim como agrada a Deus.
Os filhos raramente deixam um lar onde suas necessidades são atendidas. Quem gostaria de deixar um relacionamento onde se sente amado e respeitado? Quem abandonaria pais que o conhecem e o entendem e que estão comprometido em ajuda-lo?

2 – É pastorear (Pv 13:1a)
Se “autoridade” descreve de maneira mais correta o relacionamento entre pai e filho, a melhor descrição de atividades do pai em relação ao filho é pastorear. O pai é o guia do filho. Este processo de pastorear ajuda a criança a entender a si mesma e o mundo em que vive. O pai pastoreia o filho através da avaliação deste e de suas reações. Ele o pastoreia a fim de que entenda não apenas “o que” de suas ações, mas também o “por quê”. Como o pastor de seu filho, você quer ajuda-lo a entender a si mesmo como uma criatura feita por Deus e para Ele. Você não pode mostrar-lhe estas coisas meramente pela instrução; deve guia-lo no caminho da descoberta. Precisa pastorear seus pensamentos, ajudando-o a aprender o discernimento e a sabedoria.
O foco central não criação de filhos é o evangelho (Dt 11:19). Você precisa direcionar não apenas o comportamento de seus filhos, mas as atitudes de seus corações. Precisa mostrar não apenas o “que”, mas também o “por que” de seus pecados e fracassos. Seus filhos necessitam desesperadamente entender não apenas o “que” fizeram exteriormente errado, mas também “por que” o fizeram, que é o aspecto interior. É necessário ajuda-los a perceberem que a Palavra de Deus trabalha de dentro para fora. Portanto, na criação de seus filhos, o objetivo não pode ser simplesmente ver crianças bem-comportadas. Seus filhos devem também compreender por que pecam e como experimentar uma mudança interior.
Muitas vezes os pais perdem o foco do pastorear quando olham somente para o comportamento. Se o seu objetivo é somente a mudança de comportamento, o alvo está errado. Aquilo que o alerta para a necessidade de correção em seu filho é o comportamento. A maneira de agir de seu filho o irrita e, portanto, chama a sua atenção. Você imagina que fez a correção necessária, quando mudou um comportamento inaceitável por uma conduta aprovada e digna de apreciação. Lembre-se que as necessidades de seu filho são muito mais profundas do que apenas as mudanças de comportamentos. Seu comportamento reflete necessidades de mudanças no coração. Por exemplo, seus dois filhos estão brigando por causa de um brinquedo. Não basta ensinar que não podem brigar por causa de brinquedos. Quando isto acontece as duas crianças estão dizendo: “Não me importo com você ou com sua felicidade. Quero este brinquedo e vou tê-lo e serei feliz”. Precisa pastorear o coração deles. Como pai e mãe é necessário ensinar-lhe que brigar não é aceitável diante de Deus. Mostrar para eles que não podemos ser egoístas. Não devemos pensar apenas em nossa felicidade. Ensinar-lhe a justiça de Deus.
Às vezes, os pais dão aos filhos padrões abaixo dos padrões bíblicos, pensando que seus filhos, por não serem cristãos, não podem, de coração, obedecer a Deus. Por exemplo, a Bíblia diz para fazer o bem àqueles que nos maltratam. Mas, quando os filhos são empurrados no pátio escolar, os pais lhes orientam a ignorar o ocorrido. Ou pior, alguns pais orientam seus filhos a revidar quando alguém bate neles.
Este conselho antibíblico afasta as crianças da cruz. Não se precisa da graça de Deus para ignorar o opressor. Não se precisa da graça sobrenatural para lutar por nossos direitos. Para fazer o bem ao opressor, orar por aqueles que nos maltratam e confiar a vida ao Justo Juiz, requer que uma criança veja a si mesma face a face com a pobreza de seu próprio espírito e sua necessidade do poder transformador do evangelho (Pv 22:6).
A lei de Deus não é fácil para o homem natural. Quando você deixa de expor o padrão divino, rouba de seu filho a misericórdia do evangelho.
Este processo de pastorear é uma rica interação com seu filho, mais rica do que simplesmente dizer-lhe o que fazer e pensar. Pastorear envolve investir sua vida sem eu filho, através de uma comunicação aberta e honesta que expõe o significado e o propósito da vida. Não é simplesmente direção, mas sim direção em que há auto-revelação e compartilhamento. Valores e vitalidade espiritual não são simplesmente ensinados, mas assimilados.

3 – É preparar os filhos para serem bênçãos
Como preparar nossos filhos para caminharem na bênção?
Embora não seja meu interesse entrar hoje na questão da educação, não poderia deixar de falar algo a respeito de como preparar nossos filhos para receberem a bênção e seguirem seus destinos.
Para isso quero mostrar a vocês como Deus nos prepara para caminharmos na bênção.
Dt 30:19 – Os céus e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição: escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando ao SENHOR teu Deus, dando ouvidos á sua voz, e apegando-te a Ele; pois disto depende a tua vida e a tua longevidade; para que habites na terra que o SENHOR, sob juramento, prometeu dar a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.
Deus age conosco através do livre arbítrio. Deus nos dá liberdade de escolha, entretanto nossa escolha faz com que Deus nos dê a bênção ou a maldição. É assim que Deus nos ensina a viver. Você sempre tem duas alternativas, escolha uma delas e receberá o fruto de sua escolha. A escolha certa te trará bênção, por outro lado à escolha errada te trará danos ou que chamamos na Bíblia de maldição.
É assim que Deus nos ensina, vejamos outros textos: Dt 28:1-2, 15; Mt 6:33; Jo 15:6-7,10 - A bênção ou maldição depende de nós. Depende de como respondemos ao que Deus nos ordena.
Deus trata conosco pelo exercício da autoridade. Ele tem todo o poder e nos dá liberdade para decidirmos, entretanto nos abençoa quando decidimos certo e nos pune quando decidimos errado. Desta forma Deus está buscando nos ensinar a tomar decisões certas. O sofrimento neste sentido é o veiculo para nos alertar de que precisamos mudar de direção. Como Pai, Deus, nos corrige (Hb 12:5-7), isto não significa que perdemos a salvação, mas que necessitamos nos arrepender e voltar ao caminho certo. Qual o caminho certo? Reconhecermos sua autoridade e praticarmos aquilo que Deus deseja de nós.
Às vezes sofremos mesmo quando tomamos decisões certas, mas estes sofrimentos não vêm de Deus e sim de pessoas que não conhecem a Deus e que acabam sendo usados pelo diabo para nos afrontar. Todo cristão consegue discernir de onde vêm estes ataques.
Por outro lado Satanás o inimigo de nossas almas está sempre tentando nos manipular. O diabo não nos dá livre arbítrio, ele tenta nos conduzir para realização de sua vontade.
Nós pais precisamos aprender com Deus que devemos exercer sobre nossos filhos o exercício da autoridade. Deveríamos começar a trabalhar desta forma com eles desde pequeninos. Sempre mostre ao filho o caminho A e o caminho B. Deixe-o decidir, mas faça-o sentir as conseqüências de suas decisões. Se decidir corretamente continuará tendo liberdade, se decidir de forma errada perderá sua liberdade. Por exemplo: li em um certo livro que um jovem sempre trancava a porta de seu quarto. Quando o pai ou mãe lhe pedia para abrir a porta para conversar; ele não obedecia, e muitas vezes aumentava o som que estava ouvindo em seu quarto para que os pais desistissem. (...) Um dia o pai tirou a porta de seu quarto. O filho por sua conduta errada perdeu o direito de ter a porta no quarto.
Devemos ensinar nossos filhos a respeitar a autoridade que Deus investiu em nós pais. Temos que educá-los de forma que eles nos obedeçam e tomem decisões que honrem o nosso nome e desta forma o nome de Deus. As decisões tomadas corretamente trarão sobre eles privilégios, bênçãos e as decisões tomadas de forma errônea trarão punições, perda de privilégios. Desta forma estaremos transformando nossos filhos em homens e mulheres de caráter, de personalidade integra, reta.
Viva de forma que seus filhos se tornem bênção, de forma que aprendam a respeitar sua autoridade, sem cair na tentação de manipulá-los. Não tente comprar o amor de seu filho, nunca deixe de aplicar a correção, a disciplina, pois todo erro merece a disciplina. Lembre-se Deus sofreu em nosso lugar, mas não deixou de aplicar a disciplina. Abençoe seu filho(a) apenas sendo pai ou mãe. Exerça com amor a autoridade que Deus investiu sobre você.

Provérbios 13:20 diz: “Quem anda com os sábios será sábio”. O objetivo de um pai sábio não é simplesmente discutir, mas demonstrar o frescor e a vitalidade de uma vida dedicada integralmente a Deus e a sua família. Ser pai ou mãe é pastorear o coração dos filhos nos caminhos da sabedoria de Deus.


Pr. Cornélio Póvoa de Oliveira
20/06/09

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